ARQUITECTURA derrubando F ONT I S Carla Valéria Siqueira Pinto da Silva Lisboa 2011
Para a minha filha Isabella, que acompanhou e ouviu todas as aulas, enquanto crescia dentro de mim e me debruçava sobre livros e papéis. Que o futuro te sinta tanto quanto te senti nesta jornada, que é também tua. Para o Pedro de quem aprendi esta nação e de quem prezo o conselho, com quem partilho venturas e desventuras; sem o seu apoio incondicional, este projecto teria sido penoso de concluir. Obrigada pelo estímulo, pela força, pela coragem. Para o meu pai e a minha mãe, que me ensinaram desde sempre a importância de traçar objectivos e cumpri-los, cujo legado foi o estudo sem o qual nada vale a pena. Minha mãe Telma, acompanhou o início desse sonho e projecto, porém, o seu falecimento este ano impediu-a de vê-lo concluído. Sei que estaria muito orgulhosa e feliz por mim. Meu pai Fernando, com quem aprendi a amar o fado e este País que escolhi para viver, estudar e trabalhar, cujo amor foi sempre a minha mola mestre, que me ensinou a manter os sonhos sempre alcançáveis, porém alçando voos mais altos e a transpor todas as barreiras e fronteiras. Para os meus queridos amigos e familiares que tanto amo, cujo inestimável apoio e carinhosa cobrança, me empurraram, literalmente, para a conclusão. Não sei mesmo o que faria sem vocês. Um beijo e muito obrigada!
Agradecimentos PROFESSORA GRAÇA BACHMANN, força e coragem foram palavras constantes da minha orientadora, cujo incansável apoio e sábia orientação estiveram sempre presentes. Mesmo em momento de doença jamais deixei de receber a sua crítica, mostrando o caminho, compreendendo as diferenças culturais entre nós, sempre pronta para escutar, ler e comentar os meus avanços. O meu agradecimento profundo com a certeza de que não a esquecerei. PROFESSOR ADRIANO MOREIRA, somente de pé e em ovação ouso proferir palavras de agradecimento a quem iluminou o meu caminho com tanta sabedoria, doçura e brilhantismo. O seu elevado conhecimento e o seu precioso tempo tão gentilmente cedidos deram-me novo ânimo, em momento deveras turbulento. Conhecê-lo foi um presente que levo para além destas páginas. PROFESSOR MARCELO REBELO DE SOUSA, por ter aceite partilhar comigo as suas opiniões sobre o processo de Bolonha, com a generosidade dos sábios. AGRADEÇO A DEUS pelo benefício da fé e pela dádiva de ter partilhado essa grande empreitada com todas estas pessoas inesquecíveis, que para sempre farão parte da história do meu caminhar.
Arquitectura derrubando Fronteiras Prefácio Sinto-me bastante honrado em responder ao apelo de escrever este prefácio atendendo ao gentil convite da autora, mestre arquitecta Carla Valéria Siqueira Pinto da Silva. Não se sabe a quantas mãos, a quantos olhares, a quantas mentes críticas irá chegar a publicação. Por certo a colegas e professores, às amizades, a familiares e a pessoas interessadas no seu conteúdo que, de todo, não poderia ficar esquecido numa qualquer gaveta. Satisfaz-me imenso esta iniciativa. A concretização desta publicação, da qual sou um dos incentivadores, é uma decisão importantíssima. Permite-nos conhecer a trajectória da autora, desde a sua implicação em projectos de grande relevo para a cidade do Rio de Janeiro, até à reflexão sobre a sustentabilidade da arquitectura e das estratégias que esta deve desenvolver, para promover contributos ambientais significativos. Através da sua escrita suave e concisa, a autora revela-nos uma análise actual e implicada, entre Vitruvius e Bolonha, dos caminhos e desígnios da arquitectura e da sua relevância para a solução de muitos dos problemas, que a humanidade enfrenta. Qualquer dos capítulos que compõem a obra atrairá a atenção de quem a ler. Permito-me, porém, destacar o início e o fim. Efectivamente começa com a educação/formação do/a arquitecto/a e termina com esse mesmo tema. Na verdade, hoje, como ontem, as qualificações 9
Carla Valéria Siqueira Pinto da Silva determinam, em grande medida, a capacidade dos territórios para o desenvolvimento e, num período em que a sustentabilidade deve ser a sua principal característica, a educação/formação assume um papel estratégico de alta relevância de acordo com as preocupações reveladas pela autora. Com a sua sabedoria milenar, o oriente transmite-nos que a felicidade se alcança quando uma pessoa tiver plantado uma árvore, tido um filho e escrito um livro. Agora a Carla pode considerar-se nesse marco da felicidade. A árvore está algures no Rio. A filha, que acompanhou o percurso do mestrado da autora desde a gravidez, está uma mocinha esplendorosa. O livro promete ser uma boa surpresa para quem ler. A obra revela sobretudo o forte carácter da autora. Conheci a Carla em 2002. Estava em Portugal para fazer um mestrado. Para além do mestrado e da investigação em curso com vista ao seu doutoramento em arquitectura, dedicou-se à docência e coopera em projectos nacionais e transnacionais de desenvolvimento da cidadania. Tem sido um enorme prazer acompanhar a construção desta fase da sua vida e espero ler o seu segundo livro proximamente desejando que a arquitectura continue derrubando fronteiras. Montijo, 09 de Outubro de 2010 Pedro Carvalho Associação para o Desenvolvimento das Competências ADC Presidente 10
Arquitectura derrubando Fronteiras Esta publicação foi escrita com base no texto de dissertação para obtenção do grau de Mestre em Gestão Arquitectónica e do Ambiente Urbano, apresentada na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias em 29 de Fevereiro de 2008, elaborada sob a orientação científica da Professora Doutora Arquitecta Maria da Graça Bachmann, tendo como arguente o Professor Doutor Arquitecto José António Amaral Trindade Chagas. Apresentação A dissertação Arquitectura Derrubando Fronteiras alcançou uma natureza científica inegável, tratando-se de um estudo original e aprofundado, abrangendo: a formação do arquitecto ao longo da história em Portugal e no Brasil; os desafios introduzidos pela Arquitectura Bioclimática e a Arquitectura Sustentável; e o novo arquitecto europeu face à reforma do ensino superior da Arquitectura segundo a recente adesão de Portugal ao Processo de Bolonha. A arquitecta Carla Valéria sempre respeitou as condições e os objectivos que constituíam o enquadramento científico e temporal da dissertação. Os relatórios de progresso discriminavam não só as acções propostas, bem como as condições criadas para a resolução dos problemas e das questões decorrentes da evolução do tema em estudo, nomeadamente as visitas de estudos, os contactos, as fontes bibliográficas e resultou enriquecida tanto pelas entrevistas ao vivo realizadas ao 11