Dificu Idades e vantagens da produção de morangos segundo a percepção de produtores de Atibaia e Jarinu

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Transcrição:

Dificu Idades e vantagens da produção de morangos segundo a percepção de produtores de Atibaia e Jarinu Fagoni Fayer Calegario1 Valéria Sucena Hammes1 Thiago Argentini da Silva2 Natasha Fayer Calegario Bagdonas3 Introdução No início de 2006, a Embrapa Meio Ambiente em parceira com a Prefeitura da Estância de Atibaia e com a Associação de Produtores de Hotifrutigranjeiros de Atibaia e Jarinu iniciou a formação de um grupo para avaliar a possibilidade de adotar a Produção Integrada de Morangos (PIMo). Reunido em Dias de Campo denominados "Ver", o grupo inicialmente reaiizou diagnósticos do potencial da m icrorregião (Calegario et al., 2006) e das propriedades agrícolas (Hammes et al., 2006) para adotarem a PIMo. Em seguida, discutiu os riscos e problemas enfrentados pela cadeia produtiva do morango, em um Dia de Campo denominado "Julgar". As tomadas de decisão para ^Pesquisadoras da Embrapa Meio Am biente. Rodovia SP 340 - Km 127,5 Cx. Postal 69, Jaguariúna, SP, 13820-000. (19)3867-8700. (fagoni@ cnpm a.em brapa.br) e (valeria@ cnpm a.em brapa.br) 2A iuno do Curso de Engenharia A m biental. UNIPINHAL, Espírito Santo do Pinhal, SP, bolsista CNPq da Embrapa Meio Am biente. (thiago@ cnpm a.em brapa.br) 3A luna do Curso de Engenharia A m biental. UNESP, Rio Claro, SP, estagiária da Embrapa Meio Am biente, (nfayer@ gm ail.com )

194 III S im pósio Nacional do M orango II encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do M ercosul - RESUMOS solucionar os problemas levantados e buscar a certificação pela PIMo serão futuramente discutidas em dois últimos Dias de Campo, que serão denominados "A g ir". Este trabalho tem a finalidade de apresentar os motivos para se produzir morangos, bem como as principais dificuldades e principais vantagens da cultura levantadas no Dia de Campo "Ju lg a r", segundo a percepção dos participantes. Material e Métodos Foi realizada uma seqüência de Dias de Campo, segundo a práxis socioambiental Ver, Julgar e Agir associada a técnicas de diagnóstico, avaliação de impacto e gestão ambiental propostas pela Macroeducação (Hammes, 2004) nas regiões de Atibaia e Jarinu, SP. No Dia de Campo denominado "Julgar", foram discutidos os riscos e os problemas da produção de morangos no pólo produtivo de Atibaia e Jarinu (SP), bem como os principais m otivos que levaram os produtores optar pela cultura e as vantagens da mesma. Sob orientação e monitoramento de pesquisadores, o grupo respondeu um questionário, contendo perguntas básicas relativas às características do produtor (área plantada, número de mudas, há quanto tempo produz morango) e ainda; "por que resolveu produzir morango"; "principais dificuldades / problemas / riscos da produção de morangos" e "principais facilidades / vantagens da produção de m orangos". Resultados e Discussão O tempo médio de dedicação ao cultivo do morangueiro dos participantes foi de 10,7 anos. A área cultivada pelo grupo variou de 300 metros (500 mudas) a 25 hectares (1.200.000

RESUMOS 195 mudas). Além de seis produtores de morangos da região de Atibaia/ Jarinu, participaram do evento três engenheiros agrônomos, um gestor público (ex-produtor de morangos), um pesquisador do Instituto Agronôm ico de Campinas (IAC), que acompanha um projeto desenvolvido em Socorro (SP) e uma produtora que cultiva morangueiro em Tocos do Mogi, MG. Para este estudo, foram consideradas apenas as respostas relativas à região de Atibaia e Jarinu (SP), embora na ocasião tenha sido apresentada a situação da cultura nessas outras regiões. A disponibilidade de mão-de-obra foi citada por 33,3% dos participantes como principal razão que os levou a optar pelo cultivo do morangueiro, possibilitando empregar trabalhadores nos sítios, gerando empregos (Tabela 1). O fato do cultivo do morangueiro ser uma fonte alternativa de renda, inclusive podendo ser cultivado na entressafra das frutas de caroço, foi citado por 22,2% dos presentes (Tabela 1). O restante (11,1% cada citação) mencionou: a necessidade de pequena área para plantio; o clima favorável; a possibilidade de gerar sustento familiar; de ganhar dinheiro; do morangueiro produzir por vários meses; de haver boas áreas para plantio; do morango ser um produto de fácil comercialização; de haver procura por produtos cultivados sem agrotóxicos como principais motivos que os levaram a produzir morangos. Houve até um participante que alegou optar pelo cultivo do morangueiro para provar que essa atividade poderia ser realizada sem o emprego de agrotóxicos (Tabela 1).

III Simpósio Nacional do Morango II encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do M ercosul - RESUMOS Tabela 1. Princioais razões, segundo a percepção do grupo reunido no Dia de Campo "Riscos e Problemas da Produção de Morango - Julgar" que levaram os produtores a optarem pelo cultivo do morango. Porcentagem do número de participantes que deram a resposta em relação do número total de participantes. Razões para produzir morango % Disponibilidade de mão-de-obra (emprega mão-de-obra) 33,3 Fonte alternativa de renda 22,2 Necessidade de área pequena para plantio 11,1 Clima favorável 11/» Sustento fam iliar 1 1 / 1 Para ganhar dinheiro 1 I / 1 Fruta produz vários meses 11,1 Áreas boas para plantio 11,1 Fácil comércio 11,1 Consumidores procuram morango sem agrotóxico 1 1, 1 Provar que agricultura pode ser sustentável sem o uso de agrotóxico 11,1 A qualidade das mudas, com grande dificuldade de obtenção de material sadio, foi o principal problema apresentado pelo grupo, sendo citado por mais da metade (66,6%) dos participantes (Tabela 2). Esse sério problema deverá ser tratado com ênfase tanto nos futuros Dias de Campo "Aÿir", quando serão pactuadas com a comunidade e as entidades locais as tomadas de decisão para solução dos problemas em busca da adoção da PIMo, quanto nos futuros cursos de capacitação. De acordo com a Tabela 2, a falta de qualificação da mão-deobra foi citada por 44,4% dos participantes como sendo outro problema importante. Esta questão pode estar ligada à outra dificuldade citada por 11,1% dos presentes, a falta de integração na comunidade. Os problemas do solo (fungos, pragas e problemas de nutrição) foram citados por 44,4% dos participantes e o custo elevado de produção por 33,3%. Relacionados a essas questões econômicas e empresariais ainda foram citados o baixo valor do produto (mencionado por 22,2% dos presentes) e a falta de planejamento e controle de custos (citado por 11,1 % dos presentes) como pontos problemáticos.

RESUMOS 197 Ainda como fator de risco foi citado o clima (33,3%), por outro lado, a resistência da cultura ao frio foi citada por 22,2% dos participantes como sendo uma das principais vantagens da cultura. Pragas, frete, embalagem, falta de conscientização em BPA, defensivos sem registro, pós-colheita e crescimento da área urbana foram outras dificuldades citadas, cada uma por 11,1% dos presentes. Essas informações servirão para orientar as futuras tomadas de decisão do Programa de Produção Integrada de Morangos (PIMo) tais como: planejamento de cursos de capacitação, discussão e elaboração das Normas Específicas da Produção Integrada de Morangos, recomendações técnicas para a cultura, entre outras. líi*» Tabela 2. Principais dificuldades enfrentadas na produção de morangos, segundo a percepção do grupo reunido no Dia de Campo "Riscos e Problemas da Produção de Morango - Julgar". Porcentagem do número de participantes que deram a resposta em relação do número total de participantes. Dificuldades % Qualidade das mudas 6 6,6 Mão-de-obra sem qualificação 4 4,4 Solo (fungo, pragas e nutrição) 4 4,4 Custo elevado de produção 3 3,3 Clima 33,3 Agua de má qualidade 2 2,2 Valor baixo do produto 2 2,2 Variedades novas 11,1 Pragas (formigas) 11,1 Frete 11,1 Embalagem 11,1 Falta de conscientização em Boas Práticas 11,1 Agrícolas Falta de planejamento (controle custos) 11,1 Defensivos sem registro 11,1 Falta integração na comunidade 11,1 Problemas de pós-colheita 11,1 Crescimento da área urbana 11,1

I 198 III Simpósio Nacional do Morango II encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do M ercosul - RESUMOS De acordo com a Tabela 3, facilidades de logística (proximidade do centro consumidor, fácil escoamento da produção, boas estradas) foram citadas por 55,5% dos participantes como principal vantagem da cultura do morango em Atibaia e Jarinu. Infra-estrutura e serviços básicos já haviam sido mencionados como pontos fortes no diagnóstico da microrregião, realizado no Dia de Campo "Ver" (Calegario et af, 2006). Boa aceitação do morango no mercado e possibilidade de se produzir na entressafra de frutas de caroço, apresentando uma alternativa de renda foram mencionadas por 33,3% dos presentes. A possibilidade de empregar mão-de-obra e a resistência da cultura ao frio foram citados por 22,2% dos participantes, enquanto a possibilidade do produto ser beneficiado foi apontada por 11,1% dos presentes como facilidade da cultura. Tabela 3. Principais vantagens apresentadas pela produção de morangos, segundo a percepção do grupo reunido no Dia de Campo "Riscos e Problemas da Produção de Morango - Julgar". Porcentagem do número de participantes que deram a resposta em relação do número total de participantes. Vantagens % Logística (proximidade do centro consurríidor, fácil escoamento da produção, boas estradas) 55,5 Entre-safra das frutas de caroço (alternativa de renda) 33,3 Boa aceitação do morango no mercado 33,3 Emprega mão-de-obra 22,2 Cultura resistente ao frio 22,2 0 produto tem condições de ser beneficiado (compotas, geléia) 11,1

RESUMOS 199 Julgar significa comparar e tomar partido. Significa descobrir, explicitar os elos, principalmente dos efeitos indesejáveis a serem prevenidos ou remediados (Quirino, 2004). Apesar dos resultados aqui registrados expressarem o julgamento de um grupo limitado de pessoas, este julgamento é extremamente relevante, pois expressa a percepção do grupo que se mostra interessado em implementar a PIMo em Atibaia e Jarinu (SP). Se esse grupo desde o início se reúne e toma consciência das ameaças e potencialidades da região, qualquer planejamento futuro fica mais embasado e o sucesso do programa se torna factível. Conclusão A obtenção de mudas sadias e de boa qualidade foi a principal dificuldade apresentada pelo grupo de Atibaia e Jarinu, SP com relação ao cultivo do morangueiro. Por outro lado, as facilidades de logística apareceram como principal vantagem de se cultivar morangos na região. A possibilidade de empregar mão-de-obra foi o principal motivo apresentado para que o produtor decidisse por produzir morangos. Agradecimentos Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) pelo apoio financeiro ao projeto Implementação da Produção Integrada de Morangos Semi- Hidropônicos (processo 48.0016/04-6). Apoio: Prefeitura da Estância de Atibaia, Associação dos Produtores de Morangos e Hortifrutigranjeiros de Atibaia / Jarinu e Região, Secretaria Municipal de Agropecuária e Abastecimento, Departamento de Meio Ambiente, Sindicato Rural de Atibaia, Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural de Atibaia.

/// Simpósio Nacional do Morango H encontro sobre Pequenas Frutas e Frutas Nativas do M ercosui - RESUMOS Bibliografia CALEGARIO, F.F.; HAMMES, V.S.; SILVA, T.A. da; BAGDONAS, N.F.C. Diagnóstico do potencial da microrregião de Atibaia/Jarinu para adoção da produção integrada de morango. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA, 8, 2006, Vitória. Anais... Vitória: Incaper. p.257, 2006. HAMMES, V.S.; CALEGARIO, F.F.; SILVA, T.A. da; BAGDONAS, N.F.C. Diagnóstico do potencial de propriedades rurais de Atibaia/Jarinu para adoção da produção integrada de morango. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO INTEGRADA, 8, 2006, Vitória. Anais... Vitória: Incaper. p.258, 2006. HAMMES, V.S. PROPOSTA METODOLÓGICA DA MACROEDUCAÇÃO, volume 2, Embrapa, São Paulo: Globo, 2004 (Educação ambiental para o desenvolvimento sustentável). QUIRINO, T.R. Julgar. Percepção do impacto ambiental. In: PROPOSTA _ METODOLÓGICA DA MACROEDUCACÃO, '» ' ' volume 2, Embrapa, São Paulo: Globo, 2004 (Educação ambiental para o desenvolvimento sustentável), p. 136.