Guia definitivo sobre. Geriatria. Gerontologia e. saiba tudo sobre as especialidades do futuro. Fundação

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Transcrição:

Guia definitivo sobre Geriatria Gerontologia e saiba tudo sobre as especialidades do futuro Fundação

SUMÁRIO 1 Introdução 2 Demografia do envelhecimento 3 Por que os idosos demandam cuidados especiais? 3.1 Envelhecimento biológico 3.2 Envelhecimento psicológico 3.3 Envelhecimento individual a) Fragilidade física e maturidade psíquica b) Fragilidade física e cristalização psíquica c) Robustez física e maturidade psíquica d) Robustez física e cristalização psíquica 4 Como a rede brasileira de saúde tem acolhido os idosos? 5 Geriatria x Gerontologia: qual a diferença entre essas ciências? 5.1 Os profissionais a) O Médico Geriatra b) O Gerontólogo c) Outras áreas de atuação desses profissionais 6 Por que a Geriatria e a Gerontologia são as profissões do futuro? 7 A pós-graduação em Geriatria e Gerontologia da Fundação Unimed 7.1 Qual é o diferencial do curso de Geriatria e Gerontologia da Fundação Unimed? 8 Conclusão 9 Sobre a Fundação Unimed

1 Introdução Dois bilhões. Essa é a projeção do número de pessoas que terão mais de 60 anos em todo o mundo no ano de 2050. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é, na verdade, um reflexo das transformações pelas quais o mundo vem passando. Mudanças essas que emergiram a partir da ampliação do acesso à saúde e à educação, mesmo que ainda não seja de modo universal, em ambos os casos; e também pela evolução tecnológica, a qual permite que os tratamentos para diversos tipos de doenças sejam cada vez mais avançados. Esses são apenas alguns dos fatores que têm contribuído para uma melhoria significativa das condições de vida das pessoas nos últimos anos. E, dessa maneira, a população do mundo está envelhecendo. Enquanto os países da Europa e da América do Norte levaram entre 75 e 100 anos para dobrar a quantidade de idosos em suas populações, os latinoamericanos têm alcançado essa marca, em média, em apenas 25 anos. De alguma maneira, esses dados mostram que as políticas e serviços de saúde nesses países estão evoluindo constantemente. Entretanto, será que os profissionais da saúde, na América Latina, e especialmente no Brasil, estão preparados para acolher e atender bem seus idosos? Em que medida esses profissionais têm sido resolutivos como deveriam ser? Será que os modelos assistenciais aplicados hoje em dia, no Brasil, são os melhores e cumprem seus objetivos?

2 Demografia do envelhecimento Trazendo a projeção da OMS para mais perto, em 2020, o número de idosos com 60 anos ou mais será, pela primeira vez na história da humanidade, superior ao número de crianças que terão cinco anos ou menos. Um estudo realizado em 2011, por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), apontou que o envelhecimento no Brasil está, de fato, ocorrendo rapidamente. Apenas na última década, a população de idosos cresceu 2,5 vezes mais que a população de jovens, dando um salto com relação aos demais países latinoamericanos. É importante destacar que a segunda maior população da América Latina está no Brasil e, nos dias de hoje, cerca de 13% das pessoas que vivem aqui já integram a faixa etária dos idosos. Apesar do aumento da expectativa de vida representar, principalmente, avanços e melhorias na área da saúde, o diretor do Departamento de Envelhecimento e Curso de Vida da OMS, John Beard, alertou que, embora as pessoas estejam vivendo mais, isso não quer dizer necessariamente que elas têm se preocupado em levar uma vida mais saudável. Em razão disso, a OMS prevê um aumento considerável das doenças crônicas em maior proporção, fato que comprometerá a qualidade do envelhecimento dessas pessoas.

Projeção da POPULAÇÃO BRASILEIRA em 2050 homens mulheres 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 80+ 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 10.000.000 8.000.000 6.000.000 4.000.000 2.000.000 0 2.000.000 4.000.000 6.000.000 8.000.000 10.000.000

De acordo com informações do Conselho Federal de Medicina (CFM), existem apenas mil geriatras atuando no país. Diante desse cenário, faz-se necessário investir, cada vez mais, na formação e capacitação de profissionais da saúde, visando atender à essa demanda crescente. O presidente da Sociedade Boliviana de Geriatria e Gerontologia, Felipe Melgar, defende que é preciso geriatrizar a medicina, já que há poucos médicos especialistas para cuidar dos idosos na América Latina. Seguindo a tendência, no Brasil não é diferente. De acordo com informações do Conselho Federal de Medicina (CFM), existem apenas mil Geriatras atuando no país, o que corresponderia a uma média de 20 mil idosos para cada especialista. Ou, em outras palavras, esse é um excelente mercado de trabalho, embora muitos profissionais da área da Saúde ainda não tenham percebido as oportunidades.

3 Por que os idosos demandam cuidados especiais? O envelhecimento de um indivíduo pode ser explicado como a soma das consequências causadas pela passagem do tempo. Essas consequências são chamadas também de involuções morfofuncionais, uma vez que são capazes de modificar os sistemas fisiológico de uma pessoa. Na verdade, o processo que torna um indivíduo idoso acontece simultaneamente em duas esferas: a biológica e a psíquica. Enquanto o corpo perde vitalidade, e o desgaste do tempo começa a dar seus sinais, a mente do idoso também se transforma, e passa a compreender o mundo e suas relações de maneira diversa. Mas, como essas mudanças afetam na vida tanto dos indivíduos que envelhecem quanto de seus familiares e amigos próximos?

Envelhecimento biológico O envelhecimento biológico acaba por tornar os idosos mais vulneráveis aos eventos internos e externos aos seus próprios organismos. Já a partir da segunda década de vida, são observadas alterações discretas no cérebro humano, que passam a ocorrer gradativamente. Como o Sistema Nervoso Central não tem poder para reparar tais alterações, inicia-se o processo de envelhecimento cerebral. Entre as mudanças mais comuns, apresentam-se o declínio da memória, os raciocínios mais lentos e a diminuição (ou atrofia) do número de neurônios. Em pessoas com 60 anos ou mais, esses sintomas podem, inclusive, representar a manifestação de doenças mais graves, como é o caso do Alzheimer. Assim, os idosos passam a contar com a ajuda de familiares e outras pessoas próximas para realizar atividades cotidianas. De modo geral, rotinas como fazer compras, cuidar da casa ou gerenciar o próprio dinheiro tornam-se muito complicadas para os idosos e, em 84% dos casos, eles necessitam de ajuda de terceiros para realizá-las. Envelhecimento psicológico Por outro lado, o envelhecimento psicológico torna o idoso mais experiente, porque constitui-se no acúmulo de aprendizagem ao longo da vida, que é transformado em sabedoria. Com base em sua sabedoria, a pessoa idosa tende a viver de forma mais equilibrada, pois parte de um ponto de vista provilegiado em que seu conhecimento de mundo e sua maturidade podem ajudá-la a lidar com os acontecimentos da vida.

Envelhecimento individual O envelhecimento individual manifesta-se como uma combinação entre os envelhecimentos biológico e psíquico. Dessa maneira, os idosos tendem a assumir comportamentos distintos, conforme seu grau de vulnerabilidade e debilidade física, somado ao nível de amadurecimento conquistado por cada pessoa. O envelhecimento individual pode ser classificado em quatro tipos, sendo eles: a) Fragilidade física e maturidade psíquica Essa categoria engloba as pessoas idosas que possuem alguma debilidade física, embora tenham evoluído consideravelmente e podem ser considerados mais independentes. b) Fragilidade física e cristalização psíquica Nesta categoria enquadram-se os idosos que estão mais vulneráveis fisicamente e que, no que diz respeito ao comportamento, não adquiriram maturidade suficiente, uma vez que seu psiquismo é similar àquele observado na fase da infância. c) Robustez física e maturidade psíquica Nessa categoria estão as pessoas idosas que não possuem nenhuma debilidade física e, ao mesmo tempo, apresentam um alto nível de maturidade psicológica, o que os torna ainda mais independentes. d) Robustez física e cristalização psíquica Essa categoria é composta pelos idosos que não possuem debilidade física, porém, eles apresentam alguma perturbação psicológica, o que os impede de ser totalmente independentes.

4 Como a rede brasileira de saúde tem acolhido os idosos? De acordo com o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2013), pessoas com idade igual ou superior a 60 anos têm, entre outros direitos, a garantia de acesso à rede pública de saúde e assistência social. Entretanto, sabe-se que no Brasil a rede pública ainda precisa superar desafios para oferecer um atendimento de qualidade. A insuficiência constante de investimentos no setor leva à falta de equipamentos, medicamentos e materiais básicos para o atendimento. E, além desses problemas, percebe-se que também há despreparo de alguns profissionais para lidar com o público idoso. Com o lançamento do Plano Nacional de Humanização (PNH) da área da saúde, em 2003, o governo federal chamou a atenção do Sistema Único de Saúde (SUS) para a necessidade de oferecer mais conforto ao paciente durante sua passagem por clínicas e hospitais. O objetivo do PNH era, além de reduzir as filas e o tempo de espera, ampliando o acesso e oferecendo um atendimento mais acolhedor, também fornecer as condições necessárias aos profissionais da saúde, para que eles pudessem prestar atendimentos de melhor qualidade. Entretanto, com o envelhecimento da população brasileira, o número de internações e consultas entre as pessoas da terceira idade aumentou consideravelmente entre 1998 e 2003. Estudos realizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que o aumento da demanda por atendimento ocorreu em razão do crescimento de casos de doenças crônicas. A pesquisa identificou, inclusive, que, em um grupo de dez idosos, oito apresentaram alguma doença desse tipo.

Como consequência do aumento no número de consultas e internações, houve mais demanda por exames médicos e também por medicamentos. Todos esses fatores impactaram diretamente no custo do atendimento aos idosos na rede pública, tornando o tratamento deles uma conta pesada para o governo. Sem condições de atender às necessidades de todos os pacientes, o cenário atual é de incerteza para os idosos. Ao mesmo tempo em que eles demandam cuidados especiais, muitas das estruturas na rede pública de atendimento não apresentam condições mínimas para atendê-los. É preciso garantir um atendimento mais humanizado aos idosos, qu identifique as necessidades, desejos e interesses do paciente. Para atingir tal objetivo, a rede pública de saúde precisaria se adequar, primeiramente, capacitando e treinando equipes multidisciplinares. Outro ponto importante para o acolhimento aos idosos é a reestruturação das instalações físicas, para oferecer mais conforto aos pacientes durante a hospitalização. Por outro lado, o setor privado de assistência à saúde também precisa se reinventar. Os desafios para a reestruturação do modelo assistencial vigente nos dias de hoje não são poucos. O excesso de fármacos, exames e consultas a médicos especialistas acabam por elevar os custos para o paciente que, muitas vezes, não consegue manter o plano mais adequado à sua necessidade. Dessa forma, a área da saúde precisa de profissionais com formação diferenciada, que irão contribuir para a melhoria desses cenários.

5 Geriatria x Gerontologia: qual a diferença entre essas ciências? Tanto a Medicina Geriátrica quanto a Gerontologia são ciências que visam proporcionar mais qualidade de vida aos idosos. Por esse motivo, elas podem ser entendidas como áreas complementares, que atuam para a promoção do bemestar da pessoa idosa e do envelhecimento saudável. Entretanto, há algumas características que as distinguem, especialmente quanto ao tipo de cuidado envolvido no tratamento dos idosos. Enquanto a Geriatria mantém seu foco na prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças agudas e crônicas, além da recuperação funcional dos idosos, a Gerontologia tem por objetivo estudar os diferentes aspectos do envelhecimento, tais como os biológicos, os sociais e os psicológicos. OS PROFISSIONAIS a) O Médico Geriatra Para atuar como Geriatra, é necessário que o médico se especialize no cuidado de pessoas idosas. Ele se torna especialista após realizar residência médica, que tem duração de dois anos. Entretanto, antes mesmo de se especializar em Geriatria, é pré-requisito para a candidatura à residência que o médico tenha, pelo menos, dois anos de residência em Clínica Médica. Como profissional da saúde, o Geriatra pode atuar em hospitais, públicos ou privados, clínicas, casas de repouso, entre outras instituições ligadas aos idosos. O mercado de trabalho do Geriatra, conforme já foi exposto, é muito amplo e tende a crescer bastante nos próximos anos.

b) O Gerontólogo O especialista em Gerontologia é um profissional cuja formação de nível superior pode se dar em diversas áreas do conhecimento, como Psicologia, Nutrição, Terapia Ocupacional e Serviço Social, por exemplo. Para atuar como Gerontólogo, é preciso obter o título de pós-graduação na área. Por receber pessoas que possuem formações em variadas áreas do conhecimento, o especialista em Gerontologia constrói uma visão multidisciplinar, o que lhe permite atuar de modo diferenciado sobre o processo do envelhecimento. Entre os vários segmentos que o especialista em Gerontologia pode atuar, destacam-se as áreas de prevenção, reabilitação e cuidados paliativos. Em prevenção, o Gerontólogo trabalha para evitar que os idosos sejam atingidos por condições adversas. Dessa maneira, ele cria condições que permitam às pessoas idosas envelhecerem com mais saúde. O processo de reabilitação consiste no auxílio aos idosos que sofreram perdas que são reversíveis, através do suporte do especialista para a melhor recuperação. Em caso de perdas irreversíveis, o Gerontólogo atua para proporcionar as condições mais adequadas para a adaptação do idoso às novas condições. Em cuidades paliativos, o especialista propõe intervenções para tatar doenças que são irreversíveis. Dessa forma, são envolvidos diferentes aspectos da vida da pessoa idosa, como o lado psicólogico, o social, o espiritual e o físico. O Gerontólogo também pode estender esses cuidados à família do idoso, com o objetivo de criar um ambiente mais harmônico para a convivência e aceitação da doença. c) Outras áreas de atuação desses profissionais Tanto os Médicos Geriatras como os Especialistas em Gerontologia ainda podem atuar em outras frentes, como pesquisa, ensino acadêmico, apoio psicológico, adaptação ambiental dos idosos, reinserção no contexto social da pessoa idosa, segurança e defesa dos direitos dos idosos, entre outras áreas do conhecimento.

6 Por que a Geriatria e a Gerontologia são as profissões do futuro? O futuro é, sem dúvida, muito promissor para a área da saúde de forma geral. Isso porque, a cada dia, as pessoas estão preocupadas em viver mais e com mais qualidade. Por isso, pode-se afirmar que há uma grande oportunidade para médicos dedicados ao cuidado com a pessoa idosa. E essa oportunidade pode ser ainda maior nos próximos anos, visto que o envelhecimento da população e o aumento da expectativa de vida dos brasileiros contribuirá para o crescimento da demanda por Médicos Geriatras e especialistas em Gerontologia.

7 A pós-graduação em Geriatria e Gerontologia da Fundação Unimed A Fundação unimed possui um curso voltado para a área de Geriatria e Gerontologia, que desenvolve a compreensão da assistência integral à saúde do idoso. A proposta da pós-graduação é oferecer aos profissionais uma compreensão ampla sobre a área do envelhecimento, abordando outras perspectivas além da área da saúde, como as mudanças provocadas pelo amadurecimento da população, o papel da família no apoio aos idosos, os aspectos econômicos que impactam diretamente na saúde no tratamento das pessoas idosas, entre outros temas pertinentes. A pós-graduação em Geriatria e Gerontologia é realizada em 360 horas e destinase aos profissionais com formação em Medicina e visa promover o conhecimento sobre a complexidade do envelhecimento humano. Além de poder atuar nas áreas relativas ao campo de atuação destes profissionais, os especialistas em Geriatria e Gerontologia terão a oportunidade de repensar as formas de acolhimento e atendimento aos idosos, com o objetivo de apresentar novas soluções e superar os modelos tradicionais que predominam no país atualmente. 7.1) Qual é o diferencial do curso de Geriatria e Gerontologia da Fundação Unimed? O curso de Geriatria e Gerontologia da Fundação Unimed é parceiro da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI), programa desenvolvido pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e considerado o maior na área do Envelhecimento Humano no país. Além de ser referência, a UnATI também possui credenciamento na Organização Mundial de Saúde, classificado como um programa modelo no cuidado ao idoso. O curso de Geriatria e Gerontologia ofertado pela Fundação Unimed é ministrado pelos maiores nomes brasileiros da área. O corpo docente é formado por doutores e pós-doutores em Geriatria e Gerontologia, o que o torna único em todo o país.

8 Conclusão O envelhecimento da população e as melhorias constantes na área da saúde têm aumentado o número de idosos no mundo. Seguindo a tendência mundial, nos últimos dez anos, a população de idosos no Brasil cresceu 2,5 vezes mais que o número de jovens. Todas essas mudanças provocaram um aumento também na demanda por profissionais da saúde especializados em Medicina Geriátrica e Gerontologia. Entretanto, a área da saúde possui apenas mil Geriatras atuando no país recentemente, o que faz com que uma grande parcela de idosos não tenha acesso ao atendimento que é adequado e necessário a ela. Diante desse cenário, há oportunidades importantes para novos profissionais que tenham interese em atuar na área de Medicina Geriátrica e Gerontologia. A capacitação dos profissionais da área médica, nos dias de hoje, torna-se estratégica, visto que a demanda pelos serviços de atendimento tente a ser maior nos próximos anos.

9 Sobre a Fundação Unimed Há 20 anos, a Fundação Unimed oferece serviços educacionais e assessorias nas áreas de gestão, saúde e cooperativismo. Atualmente, já alcançou a marca de mais de 50 mil profissionais capacitados em diversos campos, integrando conhecimento e os melhores resultados à sua cooperativa. A Fundação conhece cada detalhe do Sistema Unimed e busca oferecer as melhores soluções para as cooperativas de todo o país. Mais de 100 cursos gratuitos são disponibilizados a todo o Sistema Unimed, nas áreas de cooperativismo, gestão, liderança, atendimento, desenvolvimento pessoal, informática, tecnologia, entre outras. Esses treinamentos são oferecidos na modalidade de Educação a Distância (EAD), o que permite que sejam realizados em casa ou no trabalho, via internet e no ritmo do aluno.

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