CONTRIBUIÇÃO DA GENEALOGIA PARA A CONSERVAÇÃO ANIMAL



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i UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE VETERINÁRIA E ZOOTECNIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL Disciplina: SEMINÁRIOS APLICADOS CONTRIBUIÇÃO DA GENEALOGIA PARA A CONSERVAÇÃO ANIMAL Bruna Paula Alves da Silva Orientador: Prof. Dr. José Robson Bezerra Sereno GOIÂNIA 2011

ii BRUNA PAULA ALVES DA SILVA CONTRIBUIÇÃO DA GENEALOGIA PARA A CONSERVAÇÃO ANIMAL Seminário apresentado junto à Disciplina Seminários Aplicados do Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal da Escola de Veterinária e Zootecnia da Universidade Federal de Goiás. Nível: Mestrado Área de Concentração: Produção Animal Linha de Pesquisa: Fatores genéticos e ambientais que influenciam o desempenho dos animais Orientador: Prof. Dr. José Robson Bezerra Sereno - EMBRAPA CERRADOS Comitê de Orientação: Prof. Dr. Emmanuel Arnhold - UFG Dra. Raquel Soares Juliano - EMBRAPA PANTANAL GOIÂNIA 2011

iii SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS... iv LISTA DE TABELAS... v LISTA DE QUADROS... vi LISTA DE ABREVIATURAS... vii 1 INTRODUÇÃO... 1 2 REVISÃO DE LITERATURA... 3 2.1 Genealogia... 3 2.1.1 Endogamia... 4 2.1.2 Técnicas utilizadas para estabelecer a genealogia... 5 2.1.3 Genealogia em diferentes espécies... 7 2.1.3.1 Bovinos... 7 2.1.3.2 Caprinos... 11 2.1.3.3 Ovinos... 13 2.1.3.4 Eqüinos... 14 2.1.3.5 Bubalinos... 14 2.1.3.6 Suínos... 15 2.1.3.7 Aves... 15 2.2 Conservação de recursos genéticos animais... 16 2.3 Importância da genealogia para a conservação animal e melhoramento genético... 19 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 21 REFERÊNCIAS... 22

iv LISTA DE FIGURAS Figura 1 Dendograma das raças Crioulo Lageano (CL), Junqueira (J) e outras... 10

v LISTA DE TABELAS Tabela 1 Parâmetros genealógicos da população Holstein portuguesa... 8 Tabela 2 Número de animais (N), tamanho efetivo (Ne) e taxa de consangüinidade ( F) de acordo com a raça/rebanho caprino... 12

vi LISTA DE QUADROS Quadro 1 Raças suínas em perigo de extinção e localização... 17 Quadro 2 Raças bovinas e eqüinas em perigo de extinção e localização... 18 Quadro 3 Raças de asininos e bubalinos em perigo de extinção e localização... 18 Quadro 4 Raças caprinas e ovinas em perigo de extinção e localização... 18

vii LISTA DE ABREVIATURAS BGA CE DE IEG LGA NAe Ne NFe PCR SRD Banco de Germoplasma Animal Coeficiente de endogamia Depressão de endogamia Intervalo de gerações Laboratório de Genética Animal Número efetivo de ancestrais Tamanho efetivo da população Número efetivo de fundadores Reação em cadeia da polimerase Sem raça definida

1 INTRODUÇÃO As raças locais constituem um patrimônio genético que pode ser único e uma variabilidade genética importante para a manutenção das espécies. O desajuste produtivo da maioria das raças locais se tornou o principal motivo da extinção desses animais, causando dificuldade para a manutenção dessas raças. O manejo reprodutivo se mostra inadequado, com acasalamentos desordenados e relação macho:fêmea desproporcional. Muitos criadores realizam cruzamentos com a intenção que problemas relacionados ao baixo desempenho reprodutivo e diminuição da vida produtiva de seus animais sejam sanados, provocando o desaparecimento de genes que podem ser raros e raças que poderiam ser mais bem utilizadas. Diversas raças de animais domésticos existentes no Brasil foram desenvolvidas a partir de raças trazidas pelos colonizadores portugueses logo após o descobrimento, sendo estas, submetidas à seleção natural e artificial, em diferentes ambientes, desenvolvendo desta forma características específicas de adaptação a distintas condições, como rusticidade, prolificidade e resistência a endo e ectoparasitas de diversas regiões brasileiras. No início do século XX, inúmeras raças exóticas foram importadas para o Brasil, sendo estas selecionadas em regiões de clima temperado, ocasionando drástica substituição das raças locais (EGITO et al., 2002). A preservação e o uso dos recursos genéticos animais são fatores inseparáveis. Em 1991, a FAO auxiliada por diversos países iniciou um levantamento sobre a situação de várias espécies de animais domésticos no mundo, considerando que a perda de uma única raça ou tipo compromete o acesso a seus genes e consequentemente as combinações genéticas (EGITO et al., 2002). No âmbito global de proteger o ambiente e preservar a paisagem rural, as medidas de política agrícola, principalmente na União Européia, tem buscado promover sistemas de exploração agropecuária sustentáveis e menos intensivos. Neste sentido, em relação à produção animal, aumentou-se o interesse pela exploração de raças locais, em razão de suas características, a adaptação às

2 condições climáticas locais, a natureza cultural, científica e econômica (MATOS, 2000). O estudo sobre a estrutura das raças e a investigação sobre a filogenia se faz relevante em termos sócio-econômicos e culturais. Os marcadores moleculares demonstram ser apropriados para estimar estes parâmetros, por não sofrerem influência direta da seleção, principalmente para características de interesse econômico e ambiental (EGITO et al., 2002). Os procedimentos realizados nas avaliações genéticas baseiam-se na informação de parentes, consequentemente, membros da mesma família possuem mais chances de serem selecionados. Com a utilização destes animais que apresentam melhor desempenho, por diferentes criadores, as chances dos indivíduos das próximas gerações descenderem de um pequeno número de touros intensivamente selecionados e aparentados entre si aumentam muito, aumentando a endogamia e diminuindo a variabilidade genética dos rebanhos (CARVALHEIRO & PIMENTEL, 2004). Para estabelecer programas de conservação animal necessita-se obter dados da genealogia e de controle zootécnico dos animais e das raças, possibilitando a identificação, o controle da endogamia, o aumento da variabilidade genética, a elaboração de planejamentos de acasalamentos e a inclusão destes animais em futuros programas de melhoramento genético, a partir do estabelecimento do padrão racial e do registro genealógico de raças que ainda não o possuem, com vistas a aumentar a capacidade produtiva e reprodutiva destes animais, maximizando a sua criação e utilização. Objetivou-se descrever a importância da genealogia para a conservação de recursos genéticos animais de diferentes espécies, visando conservar a variabilidade genética dentro das raças, evitando a endogamia.

3 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Genealogia O número médio de ancestrais conhecidos por indivíduo e ano de nascimento está aumentando. O mesmo acontece com o número equivalente de gerações por indivíduo. Na análise genealógica de uma população, outro aspecto importante relaciona-se ao estudo da probabilidade de perda de genes entre gerações, considerando que quanto maior a intensidade de seleção, maior será a homozigose e menor a variabilidade genética (VASCONCELOS et al., 2005). O conhecimento do tamanho efetivo da população (Ne) ao longo do tempo permite determinar as alterações na variabilidade genética, pois reflete o número e a escolha de reprodutores em gerações anteriores. No entanto, o Ne é um parâmetro extremamente sensível à qualidade do arquivo de pedigree, fazendo mais sentido quando utilizado em análises de longo prazo. O Ne representa o número efetivo de indivíduos que se acasalam, sendo calculado como função da taxa de incremento da endogamia por geração (FALCONER, 1981; VASCONCELOS et al., 2005). O arquivo de genealogia das raças permite traçar o número médio de ancestrais por indivíduo e o número de gerações. O número efetivo de fundadores avalia como o balanço esperado das contribuições dos fundadores é mantido entre as gerações, considerando a taxa de seleção e a variação de tamanho de família. Uma das causas de perda ou fixação de alelos nas populações é a diminuição do número de reprodutores em determinado período, que é considerado quando se estima o número efetivo de ancestrais, enquanto o número efetivo de genomas remanescentes avalia o número de alelos fundadores que são mantidos na população para determinado loco e as possibilidades de perdas de alelos fundadores (FARIA et al., 2006). O uso de poucos animais como reprodutores e a utilização destes de forma intensa, contribuiu para justificar a pouca representação de animais fundadores no pedigree dos rebanhos ao longo das gerações (BARROS et al., 2011).

4 O interesse crescente pelos efeitos da dominância apóia-se na intensa utilização do sêmen de poucos reprodutores, considerados de superioridade genética comprovada e na utilização de biotecnologias reprodutivas modernas como, ovulação múltipla, fertilização in vitro, transferência de embriões e clonagem. Dessa forma, aumentou-se o número de progênies de irmãos completos, o parentesco nas populações e relacionamentos genéticos de dominância (CUNHA et al., 2009). O uso de programas informáticos que simultaneamente minimizem a endogamia e maximizem o mérito genético da descendência, não deve ser utilizado como uma opção e sim como uma necessidade para todos os extensionistas, consultores e criadores, uma vez que, é fundamental diminuir os efeitos da endogamia nas populações (WEIGEL & LIN, 2000). 2.1.1 Endogamia A endogamia resulta do acasalamento, intencional ou não, de animais aparentados, sendo este sistema de acasalamento capaz de alterar a constituição genética da população, por meio do aumento da homozigose e diminuição da heterozigose, alterando a freqüência genotípica, mas não as freqüências gênicas. O aumento da homozigose de uma população é medido pelo coeficiente de endogamia (CE) e está relacionado à probabilidade de diminuição no desempenho dos animais, em características de importância econômica, produtiva e de viabilidade (QUEIROZ, 2000; SWALVE et al., 2003). O coeficiente de endogamia depende do tamanho efetivo da população, considerando que, quanto menor a população, em gerações anteriores, maior o número de ancestrais comuns e maior o coeficiente de endogamia (BREDA et al., 2004). O aumento da consangüinidade causa o fenômeno chamado Depressão de Endogamia (DE), resultado da diminuição da heterozigose e de um aumento na freqüência de genes deletérios recessivos na população. Este fenômeno provoca perda da variabilidade genética e diminui as possibilidades para seleção (DARIO & BUFANO, 2003; SWALVE et al., 2003).

5 Os alelos recessivos devem ser evitados, pois determinam disfunções, má formação nos animais e deprimem o desempenho nas características de importância econômica. No entanto, apesar de seus riscos, a endogamia tem sido utilizada, principalmente por criadores de animais de elite, com o intuito de assegurar a uniformidade racial e fixação de certas características em linhagens, em razão dos produtos possuírem maior aceitação comercial (QUEIROZ, 2000). Mesmo que o efeito depressivo de endogamia não cause reduções importantes na produção, o aumento intencional da endogamia deve ser evitado, uma vez que, os efeitos negativos no animal são globais e cumulativos e as perdas econômicas podem resultar da diminuição da produção, por meio da redução do tempo de vida produtiva, causado por características ligadas à reprodução e sobrevivência (VASCONCELOS et al., 2005). A endogamia pode tornar-se um problema crescente nos programas de melhoramento genético, considerando que estes identificam indivíduos e famílias com potencial geneticamente superior e utilizam tecnologias eficientes para transmitir esses genótipos para a população (WEIGEL & LIN, 2000). Algumas raças possuem grande população em números absolutos, mas pequena em tamanho efetivo. A utilização intensiva de touros por meio da inseminação artificial provoca aumento da endogamia, sendo a intensidade de seleção elevada, o que faz com que um número reduzido de touros, com um forte relacionamento familiar, seja responsável pela manutenção de quase todo o efetivo (SWALVE et al., 2003). 2.1.2 Técnicas utilizadas para estabelecer a genealogia Para se estudar as populações de animais domésticos têm sido muito utilizadas técnicas de genética molecular (CURI & LOPES, 2002). As distâncias genéticas e os índices de similaridade ou dissimilaridade podem ser obtidos a partir da técnica de RAPD, podendo ser utilizados para decifrar as diferenças ou unicidade das raças naturalizadas, inclusive avaliandose a diferenciação genética entre estas. Em razão do tipo de marcador, que destaca-se pela dominância e alta sensibilidade, alguns estudos utilizam

6 marcadores microssatélites, co-dominantes, que possibilitam a estimativa de parâmetros necessários para a realização da análise da diversidade genética, como as freqüências gênicas e a herozigosidade média entre e dentro das populações (EGITO et al., 2002). Para estimar a similaridade genética de animais das raças Crioulo Lageano e Junqueira, utilizando como referência animais de raças comerciais distintas, baseando-se na análise de polimorfismo de marcadores RAPD, realizouse a extração de DNA genômico utilizando-se um kit comercial (Wizard, Promega), estimando-se a concentração do DNA por eletroforese em gel de agarose 1%, corado com brometo de etídio por comparação com DNA padrão. A partir da leitura dos géis, criou-se uma matriz quanto à presença ou ausência de fragmentos RAPD, estimando-se o coeficiente de similaridade de Jaccard, par a par, de todos os indivíduos para construir um dendograma, utilizando-se o método UPGMA (unweighted pair-group average) (RANGEL et al., 2004). No estudo citado acima, foram formados dois grupos com similaridade igual a 0,46, sendo um da espécie Bos taurus, em que os indivíduos agrupados pertencem às raças Crioulo Lageano, Junqueira, Simental, Blonde D Aquitaine, Holândes, Brangus, Curraleiro, Pardo Suíço, Pantaneiro e Caracu e outro da espécie Bos indicus, sendo os indivíduos da raça Gir, Nelore e Guzerá. Os resultados obtidos confirmaram a origem européia das raças naturalizadas brasileiras (RANGEL et al., 2004). Na realização de estudos genéticos, com vistas à obtenção de mapas genéticos, as análises que mais têm sido destacadas são as obtidas por marcadores microssatélites, que são sequências repetidas de DNA, 5 a 20 vezes, apresentando loci discretos com alelos co-dominantes e sendo altamente polimórficos em razão do mecanismo interno chamado slippage, que o confere elevada taxa de mutação. Os microssatélites possuem maior capacidade de ganhar alelos que perder, sendo que um lócus de um microssatélite tem aproximadamente de 4 a 10 alelos e são facilmente amplificados por meio da técnica de reação em cadeia da polimerase (PCR) e analisados depois de passar pela eletroforese (STRACHAN & READ, 1999). No ano de 2000, foi realizado um Convênio de Cooperação Internacional entre o Laboratório de Genética Animal (LGA) da EMBRAPA e o

7 Laboratório de Genética Animal e Conservação da Universidade do Porto, de Portugal, com o intuito de comparar as raças bovinas naturalizadas brasileiras e as raças autóctones portuguesas, por meio do uso de marcadores microssatélites, relevando-se quais raças portuguesas participaram da formação de raças brasileiras naturalizadas. A partir desses resultados poderão ser realizados intercâmbios de germoplasma, que por sua vez, podem ser fundamentais para a preservação de raças brasileiras que possuem populações reduzidas, além de raças comerciais também serem incluídas no programa para que se investigue a existência de genes dessas raças introduzidos nas raças naturalizadas (EGITO et al., 2002). Com vistas a descrever a variabilidade genética podem ser utilizados parâmetros que se baseiam na probabilidade de origem do gene, como o número efetivo de fundadores, número efetivo de ancestrais e número de genomas remanescentes. Os parâmetros populacionais e o cálculo do intervalo de gerações podem ser obtidos utilizando-se o software PEDIG /2002 (VOZZI et al., 2007). 2.1.3 Genealogia em diferentes espécies 2.1.3.1 Bovinos As raças portuguesas que mais contribuíram para a formação do gado naturalizado brasileiro são a Mértola, Alentejana, Arouquesa, Barrosã, Minhota e Mirandesa, sendo as cinco últimas formadoras das raças Caracu e Curraleiro. A raça Pantaneira é descendente de bovinos de origem espanhola que foram trazidos nas expedições que ocorreram na Bacia do Prata (PRIMO, 2000). A endogamia, em vacas, diminui a sobrevivência, a produção de leite, o desempenho reprodutivo e pode causar aumento do número de células somáticas no leite. O Ne da população Holstein Portuguesa nos últimos 10 anos corresponde a 1.798,6 reprodutores efetivos, sendo que a diferença entre estes e o número de fundadores, demonstra os problemas estruturais existentes no

8 pedigree, considerando que em pedigrees com taxa tão elevada de pais desconhecidos, não justifica o uso destes parâmetros em sua análise, Tabela 1 (VASCONCELOS et al., 2005). TABELA 1 - Parâmetros genealógicos da população Holstein portuguesa N de animais no pedigree 1.197.384 N de animais sem descendência 753.851 N de fundadores ª 93.765 N efetivo de fundadores 276,5 N efetivo de ancestrais b 136,1-162,0 ª Animais com descendência, mas sem pais conhecidos. b Limites mínimo e máximo estimados com base em 50 ancestrais geneticamente mais influentes na população. Fonte: Adaptado de VASCONCELOS et al. (2005) A principal diferença entre o NFe (número efetivo de fundadores) e o número efetivo de Ancestrais (NAe), reside no fato de o NAe ajustar também para afunilamentos no pedigree, o que ocorre quando um número reduzido de famílias contribuem para a maior parte da diversidade genética. Isso pode acontecer porque os ancestrais, fundadores ou não, no NAe são selecionados na base do valor esperado da sua contribuição para o pool genético dos indivíduos que constituem a população de referência, que são animais nascidos em um determinado período. A diminuição relativa do NFe representa perda na variabilidade genética da população, que pode ser justificada pela deriva genética e a alta intensidade de seleção, principalmente de touros (VASCONCELOS et al., 2005). Na população Holstein portuguesa, 10 touros geneticamente mais influentes contribuíram com cerca de 21% para o pool de genes da população atual das vacas. Outro aspecto importante está relacionado à diminuição da possibilidade de se encontrar emparelhamentos onde a descendência não seja endogâmica (VASCONCELOS et al., 2005). A raça Gir Mocha pode entrar em processo de extinção, considerando o decréscimo no número de animais com registro de nascimento nos últimos anos e a perda da variabilidade genética (FARIA et al., 2006).

9 Na raça Guzerá, o fundador com maior contribuição respondeu por apenas 4,07% e os 50 primeiros por 41,06% dos genes. Entretanto, na raça Sindi, o primeiro ancestral respondeu por 28,67% dos genes e os cinco primeiros por quase 60% (FARIA et al., 2004). Por meio da observação da ocorrência de alelos que são considerados marcadores raciais do gado zebu, em estudo que avaliou a variabilidade genética no genoma de bovinos Pantaneiros, pode-se afirmar que ocorreu a introdução de genes zebuínos na raça Pantaneira (LARA et al., 1997). Apesar dos animais das raças Crioulo Lageano e Junqueira apresentarem diversas semelhanças fenotípicas, estes compõem dois subgrupos distintos, contrariando a hipótese de que as duas raças pudessem apresentar alta similaridade genética advinda de um processo de formação racial comum. As raças demonstraram divergências genéticas que indicam que elas possuem um processo de formação independente (Figura 1) (RANGEL et al., 2004).

10 FIGURA 1 - Dendograma das raças Crioulo Lageano (CL), Junqueira (J) e outras Fonte: RANGEL et al. (2004) Conforme a figura acima, os animais das raças Crioulo Lageano e Junqueira possuem fontes distintas de alelos, necessitando serem conservadas em rebanhos diferentes. Além disso, os animais da raça Blonde D Aquitaine, Holandês e Pardo Suíço foram agrupados com animais da raça Junqueira, demonstrando que essas raças tiveram origem comum ou que uma dessas raças podem ter participado da formação da outra (RANGEL et al., 2004).

11 Nas condições típicas do Nordeste, os criadores de bovinos realizam a seleção de animais baseando-se em características anatômicas e raciais e em menor proporção selecionam pelo desempenho produtivo. Esses fatos associamse a cruzamentos desordenados, falta de orientação técnica e pequena utilização de animais que possuem avaliação genética, causando uma tendência genética negativa ou até mesmo nula para a característica peso, além de redução no tamanho efetivo da população, principalmente da raça Indubrasil (BIFFANI et al., 1999). O aumento do coeficiente de endogamia médio na raça Indubrasil da região Nordeste passou de 0,95% na segunda geração para 7,37% na sexta. Esse aumento se deu em razão da diminuição dos rebanhos, refletida na redução do número de nascimentos por ano e do fato de poucos animais serem utilizados na reprodução. Avaliou-se 17.057 animais e verificou-se que 5.494 possuíam ao menos um pai que era conhecido, sendo a população referência, que tem ambos os pais conhecidos, de 11.469 animais e o número de animais com ambos os pais desconhecidos foi 94. A contribuição genética dos 37 fundadores mais influentes na raça justifica 21,60% da variabilidade genética da população e 50% da variabilidade genética é explicada por apenas 225 ancestrais, sendo estes fundadores ou não (CARNEIRO et al., 2009). 2.1.3.2 Caprinos O Nordeste concentra 90% do efetivo populacional de caprinos, contribuindo para a subsistência familiar no semi-árido nordestino. As raças Moxotó, Canindé, Repartida e Marota são os principais caprinos nativos, sendo a primeira muito semelhante fenotipicamente à raça portuguesa Serpentina, além de outros grupos raciais como a Gurguéia, Azul, Graúna e Nambi (LIMA et al., 2007; EGITO et al., 2002). A maioria da população de caprinos é denominada sem raça definida (SRD), em razão do cruzamento indiscriminado entre diferentes raças de populações nativas (EGITO et al., 2002).

12 Em um levantamento populacional do efetivo caprino da Paraíba, foram avaliados 18 rebanhos, Tabela 2, o que demonstrou a necessidade de se aumentar o efetivo populacional de caprinos, uma vez que, apenas a raça Moxotó apresentou tamanho efetivo da população superior ao mínimo recomendado pela FAO, que é 50 (LIMA et al., 2007). TABELA 2 - Número de animais (N), tamanho efetivo (Ne) e taxa de consangüinidade ( F) de acordo com a raça/rebanho caprino Raças N Ne F Azul 193 48,50 0,010 Azul 368 19,73 0,025 Azul 7 3,43 0,146 Azul 63 11,43 0,044 Azul 24 3,83 0,130 Média 131,00 17,38 0,070 Canindé 39 31,59 0,016 Canindé 184 7,91 0,063 Canindé 53 11,32 0,044 Média 118,00 17,24 0,06 Graúna 101 7,84 0,064 Moxotó 405 19,75 0,025 Moxotó 125 80,00 0,006 Moxotó 322 11,89 0,042 Moxotó 130 36,92 0,013 Moxotó 650 383,76 0,001 Moxotó 30 10,80 0,046 Moxotó 11 3,64 0,137 Moxotó 48 45,00 0,011 Moxotó 5 3,20 0,156 Média 191,78 66,11 0,05 Fonte: Adaptado de LIMA et al. (2007) A partir dos dados apresentados na tabela acima, verifica-se a necessidade de controlar os acasalamentos, evitando acasalamentos

13 desordenados com raças exóticas e promovendo a elevação do índice de conservação genética de raças locais, considerando o aumento do intervalo de gerações (IEG), que está próximo de três anos em todas os grupos, e a contribuição dos genes de indivíduos fundadores. A consangüinidade é baixa, demonstrando que se aumentar o IEG não haverá risco de perda de diversidade por endogamia (LIMA et al., 2007). 2.1.3.3 Ovinos As raças ovinas deslanadas provavelmente são originárias de países africanos e podem ser descendentes de ovinos de países como Angola e Nigéria, sendo trazidas para o Brasil nos séculos XVII e XVIII, quando ocorria o tráfico de escravos (PRIMO, 1999). Os ovinos naturalizados brasileiros são motivo de controvérsia no país. A raça Crioula Lanada pode ser descendente da raça espanhola Churra ou da raça portuguesa Churra Bordaleira, no entanto, estudos sobre polimorfismos sanguíneos indicaram proximidade com a raça espanhola Lacha (PRIMO et al., 2000). A raça ovina Altamurana, autóctone da Itália, se encontra em risco de extinção, com apenas 200 indivíduos, em razão da competição com as raças exóticas, sendo que esta raça apresenta características importantes para a produtividade, como resistência a algumas doenças ambientais, entre elas babesiose e mastite. A endogamia em ovinos dessa raça causou diminuição de duração da fase de lactação e influenciou com menos intensidade a produção de leite diária, mas demonstrando perda considerável de leite durante toda a fase de lactação (DARIO & BUFANO, 2003).

14 2.1.3.4 Eqüinos Provavelmente as raças ibéricas Andaluz, Bérbere, Garrano e Sorraia são as que mais contribuíram na formação dos cavalos nativos do Norte e Nordeste do país, como a raça Lavradeiro (BRAGA, 2000). Diferentemente de outras espécies os eqüinos foram selecionados pelo seu rendimento, principalmente nos desportos eqüestres. As reduções na capacidade reprodutiva junto com o incremento da mortalidade se mostram como efeitos mais destacados da consangüinidade, apesar de não ser em todas as linhas consangüíneas (VALERA et al., 2000). A diversidade genética da raça Mangalarga é baixa de acordo com a probabilidade de origem dos genes encontrados nesta, o que requer a implementação de programas de monitoramento da variabilidade genética, de maneira que possibilite a manutenção de famílias de mesmo tamanho, aumentese a número de fêmeas em reprodução e se incremente a taxa macho:fêmea. Para isso, precisa-se conhecer a composição genética da população e otimizar os acasalamentos dos animais (MOTA et al., 2006). O cavalo Pantaneiro vem sendo alvo de estudos em programas de conservação, sendo que o Núcleo de Criação e Preservação do Cavalo Pantaneiro da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul visa manter o padrão da raça, por meio de programas de conservação in situ no Pantanal e ex situ por bancos de germoplasma (ZÚCCARI et al., 1999). 2.1.3.5 Bubalinos Os búfalos foram introduzidos no país a partir do final do século XIX e destacaram-se principalmente na região Norte, por apresentar regiões favoráveis, aumentando o efetivo populacional (EGITO et al., 2002). Os primeiros animais trazidos ao Brasil foram da raça Mediterrâneo e vieram da Itália para a Ilha de Marajó, no Norte do país, em 1895. As outras raças, Carabao, Murrah, Jafarabadi e Baio, originários de Trinidad, da Itália e da

Índia, foram trazidas posteriormente por meio de outras importações (MARQUES & CARDOSO, 1993). 15 2.1.3.6 Suínos Em 1958 foi criada a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), dando início ao controle genealógico dos suínos e a importação de raças exóticas, com vistas a aumentar a produtividade da criação, sendo introduzidas raças como a Duroc e Wessex. A partir desse período, as raças importadas foram sendo multiplicadas para melhorar geneticamente os rebanhos, substituindo as raças nativas por raças exóticas, que eram difundidas principalmente por meio de exposições de animais (FÁVERO & FIGUEIREDO, 2009). A maioria das raças suínas naturalizadas encontram-se em pequenas propriedades, sendo utilizadas para a produção de carne e banha para o consumo familiar e estão em risco de extinção. Destas, destaca-se o suíno Piau predominante da região sul de Goiás e do Triângulo mineiro, o Pirapetinga, raça mais longelínea entre as naturalizadas, o Canastra, do tipo ibérico, sendo provavelmente descendente da raça portuguesa do Alentejo, o Canastrão, do tipo céltico, que descende da raça portuguesa Bizarra e o Moura ou Pereira, que originou-se provavelmente do cruzamento entre as raças Canastrão, Canastra e Duroc (EGITO et al., 2002). 2.1.3.7 Aves A galinha caipira origina-se de quatro ramos genealógicos diferentes, o inglês, o americano, o mediterrâneo e o asiático. Foi introduzida no Brasil na época do descobrimento, adaptou-se ao clima brasileiro e adquiriu resistência a algumas doenças. As galinhas caipiras se assemelham as principais raças que as originaram, a Andalusian, Australorp, Columbian, Assel, Brown Leghor e Buff Plymouth Rock. Essas semelhanças são referentes à plumagem, porte e características de carcaça (BARBOSA et al., 2011).

16 O conhecimento da origem genealógica das raças de galinhas introduzidas no Brasil possibilita o criador introduzir genes de maneira ordenada, de acordo com o objetivo da criação e com planejamento e manejo adequados, com o intuito de melhorar geneticamente e conservar as raças locais (BARBOSA et al., 2011). No ano de 1960 a avicultura nacional intensificou-se na importação de linhagens de alta produção, especializadas em postura, corte e dupla aptidão. Esse fato ocasionou a extinção de algumas raças de galinhas, sendo preservadas poucas raças caipiras em pequenas propriedades do interior do país (FONTEQUE, 2011). As galinhas caipiras brasileiras de ovos azuis são criadas em ambientes com populações pequenas, endogâmicas e geralmente são submetidas à seleção natural e artificial. Entretanto, estas apresentaram elevada variabilidade genética, capacitando-as como fonte de recursos genéticos e justificando sua conservação (FONTEQUE, 2011). 2.2 Conservação de recursos genéticos animais Um número indefinido de raças e variedade animal está desaparecendo, sendo absorvido ou trocado por outras raças, consideradas de maior produção. Os recursos genéticos de um país constituem um patrimônio biológico e cultural único e devem-se identificar os valores de cada raça, buscando desenvolver raças nacionais, por meio da seleção intra-rebanho (BARROS et al., 2011). A conservação de recursos genéticos animais se realiza por meio de duas formas: in situ e ex situ. A conservação in situ ocorre na situação em que os animais são mantidos no ambiente natural de criação e a conservação ex situ envolve a criopreservação de ovócitos, células somáticas, embriões, sêmen e DNA (FAO, 1998). Entre os processos envolvidos na conservação de recursos genéticos se destacam a identificação das populações que se encontram em risco de

17 extinção ou diluição genética, a caracterização fenotípica e genética e ainda a avaliação do potencial produtivo das populações (EGITO et al., 2002). Em 1998, foi implantado o Laboratório de Genética Animal na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (CENARGEN), o qual possui um banco de amostras de DNA, hemácias e soro para consequentemente realizar a caracterização genética de raças que estão em perigo de extinção. As amostras são identificadas por código específico e cadastrada num Banco de Dados, separado por raça e espécie, sexo, descendência, genealogia, data de nascimento e origem (EGITO et al., 2005). A partir da identificação de novos rebanhos aumenta-se o número de indivíduos para coletas, fundamental para armazenar materiais de maior variabilidade genética das raças em conservação (EGITO et al., 2002). A coleta de sangue para o banco de dados é realizada utilizando-se tubos a vácuo contendo EDTA como antigoagulante e processadas em até cinco dias para separar os constituintes sanguíneos. Amostras de hemácias e plasma também são armazenadas para desenvolvimento de projetos referentes a polimorfismos protéicos (EGITO et al., 2005). As amostras de sêmen e embriões das raças incluídas no Programa de Conservação são colhidas e armazenadas a -196 C, ou seja, criopreservados, no Banco de Germoplasma Animal (BGA), situado na Fazenda Experimental do Cenargen (EGITO et al., 2002). Com o intuito de criação e manutenção destas populações foram criados os Núcleos de Conservação no Brasil, de acordo com as condições ambientais de cada nicho ecológico das regiões onde estes animais se estabeleceram, Quadros 1, 2, 3 e 4, sendo estes núcleos geralmente organizados na forma de projetos de pesquisa e monitorados por Centros de Pesquisa (EGITO et al., 2002). QUADRO 1 - Raças suínas em perigo de extinção e localização Raças suínas Localização Moura Piau Fonte: Adaptado de EGITO et al. (2002) SC GO

QUADRO 2 - Raças bovinas e eqüinas em perigo de extinção e localização Raças bovinas Localização Raças eqüinas Localização Crioulo Lageano SC Lavradeiro RR Mocho Nacional SP, GO Pantaneiro MS Pantaneiro MS Campeiro SC Curraleiro PI, TO, GO Marajoara PA Caracu Fonte: Adaptado de EGITO et al. (2002) SP 18 QUADRO 3 - Raças de asininos e bubalinos em perigo de extinção e localização Raças asininas Localização Raças bubalinas Localização Jumento Brasileiro SP Carabao PA Jumento Nordestino RN Tipo Baio PA Fonte: Adaptado de EGITO et al. (2002) QUADRO 4 - Raças caprinas e ovinas em perigo de extinção e localização Raças caprinas Localização Raças ovinas Localização Moxotó CE Morada Nova CE Canindé PB Santa Inês SE Marota PI Crioula Lanada RS Cabra Azul Repartida Fonte: Adaptado de EGITO et al. (2002) PI BA A conservação de recursos genéticos animais no Brasil objetiva a identificação e caracterização fenotípica dos animais dos núcleos de conservação, descrevendo os centros de origem, diversidade e variabilidade genética, além do monitoramento dos núcleos de conservação, implantação de novos núcleos, conservação ex situ do material genético, caracterização genética das populações e conscientização da sociedade sobre a necessidade e a importância da conservação dos recursos genéticos animais (EGITO et al., 2002).

2.3 Importância da genealogia para a conservação animal e melhoramento genético 19 Anteriormente, a caracterização das raças de animais domésticos baseava-se em características morfológicas e produtivas, sendo que estas podem ser influenciadas pelo meio ambiente (EGITO et al., 2002). A performance produtiva de um animal depende de uma combinação da genética e do ambiente de criação. As alterações nas características produtivas de uma população também sofrem influência de fatores ambientais e da constituição genética dos indivíduos (ARAÚJO et al., 2003). A estrutura genética das populações pode ter uma contribuição genética desigual e prolongada de determinados reprodutores, sendo que este fato associado ao longo período de permanência desses reprodutores em centrais de inseminação, pode causar aumentos no intervalo de geração e no nível de endogamia, diminuindo o ganho genético (WEIGEL, 2001). Embora as raças locais sejam consideradas menos produtivas que as comerciais, despertando pouco interesse por parte dos criadores, estas são muito adaptadas às condições brasileiras, sendo resistentes a diversas doenças e parasitas, o que por sua vez, pode estabelecer importantes contribuições aos programas de melhoramento genético (RANGEL et al., 2004). A manutenção da variabilidade genética em uma população, doméstica ou selvagem, justifica-se na importância de garantir respostas à seleção a curto e longo prazo e para fins de conservação (HILL, 2000). Como a manutenção da diversidade genética intra-racial é um aspecto fundamental para a conservação animal, precisa-se realizar uma análise demográfica da população para descrever a sua estrutura, avaliando se existem desequilíbrios e se ocorreram afunilamentos ao longo das gerações, considerando que a população seja um conjunto de indivíduos em permanente renovação, utilizando a metodologia para a caracterização das populações, em termos de variabilidade genética e evolução ao longo de gerações. A caracterização demográfica inclui a dimensão das criações, a faixa etária, a utilização excessiva de poucos reprodutores e as trocas de material genético entre as criações (CAROLINO et al., 2008).

20 Com o intuito de conservar raças ou espécies é necessário que se faça uma gestão genética de maneira correta, baseando-se no acasalamento de animais menos aparentados entre si, controlando a consangüinidade (RIBEIRO et al., 2004). Algumas raças naturalizadas apresentam fenótipos semelhantes que podem indicar que suas identidades pertençam a um único grupo racial ou uma raça distinta, ou seja, que estas populações podem apresentar-se geneticamente similares ou diferentes. Ainda que estas pertençam à mesma raça, em razão do isolamento geográfico e da adaptação a nichos ecológicos distintos, elas poderão ter acumulado diferentes alelos, principalmente por causa da deriva genética, levando-se em consideração que a caracterização genética pode permitir a identificação destes grupos genéticos únicos, que se encontram isolados (EGITO et al., 2002). Com a realização de estudos, principalmente em laboratórios de genética animal, visando estimar a diversidade e variabilidade genética, pode-se estabelecer critérios para quais raças devem ser conservadas, principalmente nos casos em que os recursos são escassos, evitando a duplicação de esforços para manter raças que podem ser as mesmas. Além disso, pode-se evitar que populações de uma mesma raça e que possuem características importantes, sejam descartadas, uma vez que, podem garantir a manutenção da variabilidade genética (EGITO et al., 1999).

21 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os cruzamentos endogâmicos proporcionaram a perda de vários alelos e raças em geral e se não forem evitados, causarão um processo de deriva genética irreversível, considerando que a maioria das raças locais ou mesmo as utilizadas comercialmente no Brasil, descendem de um número restrito de ancestrais ou pertencem a rebanhos fechados, com elevado índice de endogamia, podendo apresentar alteração nas características produtivas, reprodutivas e econômicas. O estudo da genealogia dos animais, principalmente os que se encontram em processo de extinção, é fundamental para se evitar os acasalamentos endogâmicos e as perdas de variabilidade genética, causados principalmente pelo uso intensivo da seleção e permanência prolongada de poucos animais em reprodução.

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