JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E O COMBATE À CORRUPÇÃO

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Transcrição:

JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E O COMBATE À CORRUPÇÃO Maria Lucia Fattorelli XIV SEMINÁRIO INTERNACIONAL ÉTICA NA GESTÃO ÉTICA, DEMOCRACIA, JUSTIÇA E MOBILIZAÇÃO SOCIAL Secretaria Executiva da Comissão de Ética Pública da Presidência da República Brasília, 28 de novembro de 2013

JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL E O COMBATE À CORRUPÇÃO Conjuntura Internacional Sistema da Dívida Panorama do endividamento público brasileiro Dívida e o Desrespeito à Constituição Federal Denúncia de Fraude contra a Constituição Evidências de falta de Ética: Manejo da Dívida de forma secreta Anatocismo e o crescimento exponencial da dívida Conflito de interesses na atuação dos agentes financeiros EQUADOR: Auditoria Oficial e Lição de Ética Conclusões e Estratégias de Ação

Crise CONJUNTURA INTERNACIONAL financeira social alimentar ambiental Crise de Valores Exacerbado poder do mercado e da grande mídia...incrível massa retórica enganosa e desinformação. ESGOTAMENTO DO MODELO DE ACUMULAÇÃO CAPITALISTA

CONJUNTURA INTERNACIONAL Concentração e crescimento do PODER FINANCEIRO GLOBAL Desregulamentação Utilização de alta tecnologias de informação e comunicação Amplo acesso a paraísos fiscais e mercados das sombras Sigilo de operações Privilégios fiscais Financiamento de campanhas políticas Controle na emissão de moedas DOMÍNIO GLOBAL

Rede de Controle de Poder Corporativo Global 43.000 EMNs : acima de 1.000.000 de ligações de propriedade 40% do controle nas mãos de 147, e core altamente conectado entre si 75% do core são entidades financeiras 75% da propriedade destas 147 empresas nas mãos das empresas do centro Pouco mais de 50 empresas do setor financeiro detém controle do centro S. Vitali, J.B. Glattfelder, and S. Battiston (2011) The network of global corporate control

AUDITORIA INÉDITA: Departamento de Contabilidade Governamental dos EUA revelou que US$ 16 trilhões foram secretamente repassados pelo Banco Central dos Estados Unidos FED, Federal Reserve Bank - para bancos e corporações Citigroup: $2.5 trillion ($2,500,000,000,000) Morgan Stanley: $2.04 trillion ($2,040,000,000,000) Merrill Lynch: $1.949 trillion ($1,949,000,000,000) Bank of America: $1.344 trillion ($1,344,000,000,000) Barclays PLC (United Kingdom): $868 billion ($868,000,000,000) Bear Sterns: $853 billion ($853,000,000,000) Goldman Sachs: $814 billion ($814,000,000,000) Royal Bank of Scotland (UK): $541 billion ($541,000,000,000) JP Morgan Chase: $391 billion ($391,000,000,000) Deutsche Bank (Germany): $354 billion ($354,000,000,000) UBS (Switzerland): $287 billion ($287,000,000,000) Credit Suisse (Switzerland): $262 billion ($262,000,000,000) Lehman Brothers: $183 billion ($183,000,000,000) Bank of Scotland (United Kingdom): $181 billion ($181,000,000,000) BNP Paribas (France): $175 billion ($175,000,000,000) http://www.gao.gov/products/gao-11-696

Domínio do Poder Financeiro FED - Federal Reserve BCE Banco Central Europeu FMI Banco Mundial Agências qualificadoras de risco Grandes bancos privados Financeirização Mundial Uma das principais engrenagens que alimenta esse esquema e aumenta cada vez mais o poder do setor financeiro é a dívida pública gerada sem contrapartida

FINANCEIRIZAÇÃO MUNDIAL EUROPA e ESTADOS UNIDOS: Crise do Setor Financeiro é transformada em CRISE DA DÍVIDA Evidência: instrumento de endividamento público utilizado como um sistema de desvio de recursos públicos SISTEMA DA DÍVIDA

Sistema da Dívida Utilização do endividamento como mecanismo de subtração de recursos e não financiamento dos Estados Se reproduz internacionalmente e internamente, em âmbito dos estados e municípios Dívidas sem contrapartida Maior beneficiário: Setor financeiro

Sistema da Dívida Como opera Modelo Econômico Privilégios Financeiros Sistema Legal Sistema Político Corrupção Grande Mídia Dominação financeira e graves consequências sociais

128 o no ranking do crescimento econômico PARADOXO BRASIL Estamos muito distantes do Brasil que Queremos ÉTICA? 7ª ECONOMIA MUNDIAL 3ª Pior distribuição de renda do mundo 85º no ranking de respeito aos Direitos Humanos IDH Penúltimo no ranking da Educação (Índice Global de Habilidades Cognitivas e Realizações Educacionais )

BRASIL - Orçamento Geral da União Executado 2012. Total = R$ 1,712 trilhão R$ 753 bilhões Fonte: Senado Federal Sistema SIGA BRASIL - Elaboração: Auditoria Cidadã da Dívida

BRASIL PREVISÃO DE GASTO com a DÍVIDA em 2014: R$ 1,002 TRILHÃO

Fonte: Secretaria do Tesouro Nacional - SIAFI. Inclui a rolagem, ou refinanciamento da Dívida, pois a CPI da Dívida constatou que boa parte dos juros são contabilizados como tal.

1971 1972 1973 1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Dívida Externa (US$ bilhões) 500 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Década de 70: dívida da ditadura Década de 80: Elevação ilegal das taxas de juros Estatizaçã o de dívidas privadas Década de 90: Plano Brady Pagamento antecipado ao FMI e resgates com ágio Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Setor Externo - Quadro 51 e Séries Temporais - BC

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 3.000 2.500 2.000 1.500 Dívida Interna (R$ bilhões) Graves indícios de ilegalidade identificados pela CPI: Juros sobre juros Conflito de interesses Falta de transparência 1.000 500 0 Fonte: Banco Central - Nota para a Imprensa - Política Fiscal - Quadro 35.

SISTEMA DA DÍVIDA DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS Endividamento sem contrapartida: mecanismos financeiros Refinanciamento pela União Lei 9.496/97: Pacote Plano de Ajuste Fiscal Privatizações do patrimônio dos estados Assunção de passivos de bancos PROES Endividamento com Banco Mundial e bancos privados internacionais para pagar à União Fraudes SACRIFÍCIO SOCIAL

ILEGALIDADES. ILEGITIMIDADES Desrespeito ao Federalismo e à Sociedade Cobrança de juros sobre juros Capitalização mensal de juros Cobrança de juros superiores aos autorizados pelo Senado Exigência de robustas garantias Desequilíbrio entre as partes Desconsideração do valor de mercado dos títulos estaduais e municipais Desconsideração dos antecedentes de ilegalidade, fraudes (CPI) Adoção do IGP-DI Ausência de cláusula do equilíbrio econômico-financeiro do contrato Condições diferentes para cada Estado Ausência de alternativa para os entes federados (Decreto no 2.372/97) DANO FINANCEIRO E PATRIMONIAL

DÍVIDA: impede a vida digna e o atendimento aos direitos humanos De onde veio toda essa dívida pública? Quanto tomamos emprestado e quanto já pagamos? O que realmente devemos? Quem contraiu tantos empréstimos? Onde foram aplicados os recursos? Quem se beneficiou desse endividamento? Qual a responsabilidade dos credores e organismos internacionais nesse processo? Somente a AUDITORIA responderá essas questões

AUDITORIA DA DÍVIDA Prevista na Constituição Federal de 1988 Plebiscito popular ano 2000: mais de seis milhões de votos AUDITORIA CIDADÃ DA DÍVIDA www.auditoriacidada.org.br CPI da Dívida Pública Passo importante, mas ainda não significa o cumprimento da Constituição

DÍVIDA e o desrespeito à Constituição CRIMES TIPIFICADOS PELO RELATOR DA CPI DA DÍVIDA de 1983: Violação à competência exclusiva do Congresso Nacional para ratificar, ou rejeitar convenções e atos internacionais Crime de Responsabilidade contra a guarda e legal emprego dos dinheiros públicos Crimes de Responsabilidade contra a existência da União em cláusulas de renúncia expressa à soberania e de renúncia antecipada à alegação de nulidades, dentre outras. Desrespeito aos princípios constitucionais implícitos de inalienabilidade, imprescritibilidade e impenhorabilidade do patrimônio público Crime de responsabilidade contra a segurança interna do país ao admitir a dação de bens do patrimônio público em garantia antecipada. Sério comprometimento da soberania nacional, caracterizado pela adoção e endosso de formulários de entidade financeira

DÍVIDA e o desrespeito à Constituição DESCUMPRIMENTO DO ART. 26 DO ADCT Determinação para a realização de uma AUDITORIA DA DÍVIDA EXTERNA por meio de uma CPI Mista do Congresso Nacional ADPF 59/2004 apresentada pela OAB junto ao STF BURLA AO ART. 167 (REGRA DE OURO) DEVIDO À EMISSÃO DE DÍVIDA PARA PAGAR JUROS Contabilização de parte dos juros como se fossem amortizações DESCUMPRIMENTO DO ART 6º da CONSTITUIÇÃO: DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS Subtração de recursos para o pagamento de dívidas financeiras impede o cumprimento dos direitos sociais DESDUMPRIMENTO DE PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO

DENÚNCIA DE FRAUDE À CONSTITUIÇÃO DE 1988 Alteração ilegal do art. 166 durante o processo Constituinte

Alteração ilegal do art. 166 durante o processo Constituinte Dívida para pagar dívida: exceção no art. 166, 3º, II, b Consequências normativas: Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): sua elaboração parte das Metas de Superávit Primário, incluindo a atualização automática mensal e cumulativa para a dívida pública Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 101/2000): limita os gastos sociais, mas não prevê limites para o custo da Política Monetária, transferindo ao Tesouro Nacional esse custo quando negativo (por exemplo, o prejuízo do BC em 2009 foi de R$ 147 bilhões; em 2010 de R$ 50 bilhões).

Iniciativas para a revisão do art. 166 PEC 62/95, do Senador Ademir Andrade. ARQUIVADA Inquérito Civil Público ICP 1.34.023.000285/2011-48 Ministério Público de São Carlos acatou a denúncia A Representação foi enviada ao Ministério Público Federal MPF ARQUIVOU O PROCESSO:

Manejo da Dívida Pública de forma secreta Endividamento durante a Ditadura Militar: Maior parcela da dívida extern contraída por intermédio de bancos privados internacionais e outra instituições privadas sem transparência, sem documentos hábeis e sem contrapartida real, com juros flutuantes Transformação de dívidas privadas em dívida pública Indícios de prescrição da dívida externa com bancos privados (1992) Transformação da dívida externa com bancos privados em títulos (Plano Brady 1994) em Luxemburgo, em operação privada, sem autorização da SEC e sem observância de suas regras. O país não recebeu um centavo sequer e teve qu comprar garantias colaterais. 1996: utilização desses títulos na compra d empresas submetidas à privatização Introdução de Cláusula de Ação Coletiva (2003) sem aprovação pelo Senado Resgate antecipado de títulos da dívida externa com pagamento de ágio Over-allot : permissão para emissões adicionais de títulos da dívida extern brasileira no exterrior, feitas por agentes no exterior e à revelia do país

Anatocismo: Crescimento Exponencial da dívida por meio da prática de juros sobre juros" Contabilização de parte dos juros da Dívida como se fosse amortização

Conflito de interesses na atuação dos agentes financeiros Participação do setor financeiro em reuniões trimestrais do Banco Central Evidente influência no processo decisório do COPOM sobre a taxa de juros Privilégio concedido aos dealers para a compra prioritária dos títulos da dívida pública brasileira Influência do poder financeiro nos poderes Executivo e Legislativo

A QUEDA DA TAXA SELIC EM 2012 Dia 19/04/2012: Selic reduzida a 9% a.a., mas títulos foram vendidos a 10,78% a.a. pelo Tesouro Nacional. Em dezembro, Selic a 7,25% mas títulos vendidos a 11,72% em média

1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Escandaloso crescimento do lucro dos bancos 80.000.000,00 Lucro dos bancos (R$ mil) 70.000.000,00 60.000.000,00 50.000.000,00 40.000.000,00 30.000.000,00 20.000.000,00 10.000.000,00 - Em 2012, o lucro dos 7 maiores bancos aumentou ainda mais, em comparação a 2011 (10.000.000,00) Fonte: http://www4.bcb.gov.br/top50/port/top50.asp

EQUADOR: Lição de Ética e Soberania Comissão de Auditoria Oficial criada por Decreto Em 2009: Proposta Soberana de reconhecimento de no máximo 30% da dívida externa representada pelos Bônus 2012 e 2030 95 % dos detentores aceitaram a proposta equatoriana, o que significou anulação de 70% dessa dívida com os bancos privados internacionais Economia de US$ 7,7 bilhões nos próximos 20 anos Aumento gastos sociais, principalmente Saúde e Educação

EQUADOR: Resultado da Auditoria. 32

CONCLUSÕES Instrumento do endividamento público usurpado pelo setor financeiro Gestão e políticas do Estado brasileiro orientadas pela concepção e interesses privados Nação submissa aos interesses do Mercado Desenvolvimento socioeconômico travado Metade dos recursos orçamentários da União transferidos para pagamento da dívida pública Sistema da Dívida se reproduzindo no âmbito dos Estados e Municípios Consequências: Sacrifício Social, Exclusão, Miséria e Violência FALTA DE ÉTICA

ESTRATÉGIAS DE AÇÃO Auditoria da Dívida Pública com participação cidadã, a fim de enfrentar o Sistema da Dívida e garantir que os recursos existentes em nosso potencialmente rico país se destinem às necessidades sociais Rever o privilégio da dívida inserido irregularmente na CF Rever a política monetária e fiscal para garantir distribuição da renda e justiça social Atender aos Direitos Humanos e Sociais Garantir TRANSPARÊNCIA e acesso à VERDADE Gestão ÉTICA

A emancipação dos oprimidos será obra deles mesmos. Karl Marx Obrigada Maria Lucia Fattorelli www.auditoriacidada.org.br www.facebook.com/auditoriacidada.pagina