RELATÓRIO INTERCÂMBIO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS



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Transcrição:

RELATÓRIO INTERCÂMBIO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS O Encontro de Intercâmbio e Mudanças Climáticas aconteceu no dia 15 de Agosto de 2010, no PA Antônio Conselheiro I/Laranjeiras/Cáceres-MT. Como parte da programação do evento foi realizada as seguintes oficinas de trabalhos: 1ª - Mega Projetos: Hidrovia, PCHS, Barragens, Monoculturas, Agrotóxicos e Mudanças Climáticas - Facilitador: James Cabral (Secretaria Municipal de Agricultura/Cáceres) e José Geraldo (Coordenador da oficina); 2ª - Recursos Hídricos e Mudanças Climáticas - Facilitador: Dra. Solange Ikeda e Dr. José Ricardo Castrilon, Luiz Wanderlei (Biólogo- coordenador da Oficina); 3ª - Limite da Terra e Mudanças Climáticas - Facilitador: Alonso Batista dos Santos e Jairo Destácio (Biólogo- coordenador da oficina); 4ª - Desmatamentos e Mudanças Climáticas - Facilitador: Vilmon F. Alves (Fase/MT) e Rafaela Ferreira (STTR - coordenador da oficina); 5ª - Novo Código Florestal e Mudanças Climáticas - Facilitador: Fernando Francisco Xavier, - Instituto Chico Mendes- MT, Tereza Neide e Coordenador: Fernando (Conselho do Parque Nacional do Pantanal- Laranjeira); 6ª - Oficina das Crianças sobre Mudanças Climáticas - Facilitador: Grupo Raízes: Diellen e Nara e Beatriz e Érica. A acolhida e mística de abertura feita pelos assentados do PA Antonio Conselheiro, com a apresentação dos participantes dos assentamentos e caravanas: Limoeiro, Paiol, Sadia, Laranjeiras, Katira, Cáceres, Cuiabá, Chapada dos Guimarães e Alemanha. Como parte da mística foi feita uma homenagem a Terra como Fonte de vida. Composição da mesa de palestrantes convidados para ministrar as oficinas, sendo eles: James Cabral - Secretaria Municipal de Agricultura/Cáceres; Dra. Solange Ikeda e Dr. José Ricardo Castrillon, Alonso Batista dos Santos, Vilmon Ferreira Alves FASE/MT, Fernando Francisco Xavier - Instituto Chico Mendes- MT, Tereza Neide. Também compôs a mesa o Sr. Eugênio representando os Assentamentos, Nilson Balbino, diretor das Escolas do PA Laranjeiras, Jairo Destacio, diretor da Escola do PA Paiol, e Katja do Intercâmbio Brasil/Alemanha. Após cada facilitador apresentar seus respectivos temas das oficinas foi feito os encaminhamentos para o almoço. As atividades no período da tarde começaram com a distribuição dos participantes nas oficinas. Para o debate dos temas foi estabelecido o tempo de uma hora e meia. Antes de iniciar a plenária para apresentação dos resultados, Vanda fez referência aos 15 anos do MST fazendo uma homenagem os/as assentados/as e acampado/as que lutam pela terra. Em plenária, cada grupo fez apresentação dos trabalhos e resultados das oficinas. Oficina: Mega Projetos: Hidrovia, PCHS, Barragens, Monoculturas, Agrotóxicos e Mudanças Climáticas. O grupo iniciou a discussão do tema fazendo reflexão sobre o impacto dos mega projetos na vida e no dia-a-dia da pessoas/assentados. Proposta: Limitar o consumo de produtos que degradam o ambiente/recursos naturais; Conhecer e fortalecer as organizações que combatem os mega projetos; Fortalecer a luta pela reforma agrária;

Pensar em consumo coletivo e solidário, pois no Brasil existe muito consumismo e individualismo; Não podemos consumir como os países do 1º mundo; Falta ampliar os conhecimentos sobre essas questões; Reduzir os agrotóxicos; Construção de projeto político ligado ao povo; Fortalecer a agricultura familiar e os meios de vida dos agricultores familiares; Fortalecer as organizações que lutam por uma forma de vida sustentável; A própria sociedade precisa formular sonhos sustentáveis não acreditar na propaganda que orientar ao consumismo; Fazer pressões as empresas internacionais, principalmente para as empresas que trabalham no Brasil. Oficina: Recursos Hídricos e Mudanças Climáticas. O grupo priorizou o debate em relação a quantidade e qualidade da água. Destacaram que o grande responsável pela redução da água é o desmatamento. E que o pantanal é o ponto de equilíbrio das águas. Apontamentos: A quantidade de nascentes que estão secando; O pantanal vem recebendo todo o impacto, e a sua água é alimentada pela água do planalto, quer seja pela água da chuva, área de lavoura e sedimentos através da enxurrara e com produtos que impactam; A mata puxa a chuva para a região, coisa que os pesquisadores demoraram muito tempo pesquisando a moradora D. Maria, assentada, com a vivência já sabia; Desequilíbrio climático: época onde normalmente ocorria a chuva, não ocorre mais, está impreciso o período da chuva, está muito mal distribuída. Não se tem uma precisão do período do frio, está acontecendo alguma coisa na região que está alterando o clima; Mudança na lavoura: devido ao desequilíbrio ambiental os agricultores são bastante prejudicados e corre-se o risco de não ter produção na lavoura; Ilha de calor em Cáceres: o asfaltamento vai se criando uma ilha de calor e provando sérios problemas de saúde para as pessoas; Os grandes e os pequenos interferem no meio ambiente, só que deveriam pensar que ter um diferencial nessa situação; Os impactos ambientais são maiores na população carentes; Existe uma tendência de não melhorar, é preocupante se perder a esperança da possibilidade de possível reverter esse quadro; Hidrovia: existe uma preocupação com a instalação, e ainda na região de Taiamã existem dois braços e precisa dar uma volta na ilha. Oficina: Limite da propriedade da Terra e Mudanças Climáticas. O grupo iniciou o debate fazendo memória das lutas e campanhas de mobilização em prol da vida, dos direitos humanos e da terra. Destacaram que a proposta não é só divisão de terra, mas de poder, de economia, pois os donos das grandes propriedades de terra são os mesmo dos mega projetos e dos que causam os desmatamentos. Criada em 2000 pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo (FNRA), a Campanha pelo Limite da Propriedade da Terra: em Defesa Da Reforma Agrária e da Soberania Territorial e Alimentar, é uma ação de conscientização e mobilização da sociedade brasileira para incluir na Constituição Federal um novo inciso que limite às propriedades rurais em 35 módulos fiscais. No Brasil com a lei cada pessoa teria no Maximo 3500 hectares. Por que limitar a propriedade da terra?

A pequena propriedade familiar produz mais: Produz a maior parte dos alimentos da mesa dos brasileiros: toda a produção de hortaliças, 87% da mandioca, 70% do feijão, 46% do milho, 38% do café, 34% do arroz, 21% do trigo, 58% do leite, 59% dos suínos, 50% das aves; Emprega 74,4% das pessoas ocupadas no campo (as empresas do agronegócio só empregam 25,6% do total); A cada cem hectares ocupa 15 pessoas (as empresas dos agronegócios ocupam 1,7 pessoas a cada cem hectares); Os estabelecimentos com até 10 hectares apresentam os maiores ganhos por hectare. O plebiscito popular pelo limite da propriedade da terra acontecerá na semana da pátria de 01 a 07 de setembro. O sucesso desse plebiscito depende única e exclusivamente da participação e do empenho de cada um, de cada entidade, organização e pastoral, uma vez que não existe nenhum apoio público e da mídia. Apontamentos: Limite da propriedade da terra: não é só distribuição de terra e sim distribuição de renda, pois só assim acabaria com a miséria; No Brasil não tem o limite de Terra, onde a maioria da população não tem o mínimo de terra. Essa proposta tem que chegar até o poder, pois se em MT os grandes fazendeiros repartissem um por cento de suas terras, daria para assentar o povo que estão a espera nos assentamentos/acampamentos. Oficina: Desmatamentos e Mudanças Climáticas. Temos que entender o porquê do desmatamento? O desmatamento ocorre pelo modelo de produção e desenvolvimento que ocupa grandes extensões de terra. Esse modelo tem trazido impactos irreparáveis ao meio ambiente e a qualidade de vida da população. O desmatamento provoca: Alteração no clima: por exemplo, no mês de agosto, não se entende como que faz frio e calor ao mesmo; Baixa umidade do ar; Seca das nascentes, córregos, rios e outros; Prejuízos no plantio: muitos agricultores familiares tem perdido a produção, sem condições de plantar a semente criola, pois não se sabe mais o mês de cada lavoura; Desequilíbrio no ecossistema: ocupação desordenada dos espaços urbanos, os grandes mega projetos, aumento das queimadas e grandes aglomerados. Fala dos/as assentados/as: Dona Cleonice Ferreira: todos precisam plantar, mas não precisa desmata tudo, pois não tem vida. É possível no sitio deixar uma parte para lavoura, para reserva e para pastagem com árvores para os pássaros, porque senão os pássaros vão para as lavouras; Eugênio: para plantar não é preciso usar veneno, precisa ter respeito com as pessoas e com outras. É de casa que começa a educação e o respeito. Propostas para combater e fazer um desmatamento planejado: O código florestal tem que continua como está; Políticas públicas que assegure a diversidade produção; Manejo da terra: preparação para o plantio/agroecologia.

Oficina: Novo Código Florestal e Mudanças Climáticas. Discutiu a atual proposta do código florestal e o paralelo com o Zoneamento Socioeconômico e Ecológico do Estado de MT. O principal objeto do código florestal é toda forma de preservação da flora e fauna. Como mecanismo de proteção a biodiversidade: Apps, encostas, reserva legal. As causas ambientais no âmbito local têm influência global. As reservas legais dos assentamentos podem ser no próprio lote ou em condomínio em outro lugar. Pode ser usada para manejo florestal, mas não pode ser desmatada totalmente. Conservação de carbono, todas as plantas das Apps e reservas legais contribuem para a reserva do carbono. Problemas: A chegada dos latifúndios na área dos assentamentos, como forma de burlar a porcentagem obrigatória de reserva; O novo código florestal anistia quem desmatou até julho de 2008. Esse molde é voltado ao interesse aos grandes latifundiários; Falta de mais estudos sobre o código florestal; O agronegócio se apropriou de parte do debate ambiental; Grilagem da reserva legal dos assentamentos; Umas das questões de debate na proposta do novo código florestal é sobre os estados poderem decidir sobre o tamanho da área da reserva legal, perdendo a noção de reserva legal, recursos hídricos. É Preciso ter uma lei maior e depois os estados elencar suas particularidades; O novo código florestal é um entrave para o assentamento; Dos 400 assentamentos somente um tem licença ambiental. Oficina das Crianças sobre Mudanças Climáticas. As crianças, sob a coordenação do grupo raízes, também participaram da discussão sobre as mudanças climáticas. As crianças apresentaram o ABC das mudanças climáticas. Depois cantaram a musica jacaré do Pantanal. O outro grupo das crianças fez uma dinâmica de apresentação, depois falaram sobre o abc das mudanças climáticas, o que entenderam sobre o assunto e mostraram os desenhos denominados de planetinha e cantaram a musica do corpo. Mudanças Climáticas Internacional. A Kátja, coordenadora do Intercâmbio Alemanha/Brasil, apresentou algumas fotos das montanhas geladas da Alemanha. Destacou que na Alemanha as pessoas têm consciência sobre a mudança climática, mas faltam ações que contribuem para diminuir os efeitos das mudanças climáticas. As mudanças climáticas estão chegando aos países ricos. Sobre a desertificação, manter a existência de muitas pessoas é difícil, tem que mudar o modelo de desenvolvimento capitalista. Alemanha vai enfrentar como invertem uma briga política com os conservadores com neve, derretimento dos glaciais que tem diminuído, diminuirá os recursos na Europa, vai aumentar doenças como dengue. O que se tem feito contra isso? Tem lojas da agricultura biológica, com produtos do comercio justo, comem menos carne, pois sabem que o boi contribui para o aquecimento do planeta; Fizeram abaixo assinados para a empresa respondendo que não teria nenhum prejuízo ambiental. Fila do Povo: com a participação popular houve questionamento sobre a importância do código florestal, a situação da água nos assentamentos, a campanha pelo limite da propriedade da terra e o plebiscito.

A coordenação do evento entregou a cada facilitador e cada alemão uma vela da vitória regia como símbolo do Rio Paraguai e como compromisso de acendê-la no dia 14 de novembro. O Encontro foi encerrado às 17 horas, com o bailão e a janta e despedida das caravanas. Cáceres-MT, Assentamento Laranjeiras, 18 de agosto de 2010. Relatório elaborado por: Claudia de Pinho Maria Aparecida R. Alves Marilza Garcia Gomes