Apresentação Este Protocolo visa a nortear os profissionais da atenção à saúde, por meio de orientações e diretrizes para as ações de prevenção da infecção pelo vírus Zika em mulheres em idade fértil e gestantes, para a atenção no pré-natal, parto e nascimento e para a assistência aos nascidos com microcefalia, em todo o território nacional.
Objetivo Geral OBJETIVOS Orientar ações para a atenção às mulheres em idade fértil, gestantes e puérperas e recém-nascidos com microcefalia. Objetivos Específicos Orientar diretrizes assistenciais para o planejamento reprodutivo, pré-natal, parto, nascimento, puerpério e puericultura; Orientar a assistência para detecção e notificação de quadros sugestivos de microcefalia em recém-nascidos; e Orientar o acompanhamento e reabilitação das crianças diagnosticadas com microcefalia, enfatizando a estimulação precoce.
Atenção à Saúde das Mulheres Garantir acesso aos métodos contraceptivos; Reforçar o aconselhamento pré-concepcional; Ofertar o teste rápido de gravidez; Orientação quanto às ações de prevenção e controle da Dengue, Chikungunya e Zika; Orientar para a proteção contra a picada do mosquito: usar repelente, mosquiteiro, ventilador, roupas compridas e telas de proteção; Intensificar a busca ativa das gestantes faltantes ao pré-natal; Orientar a procurar o serviço de saúde em caso de exantema/rash cutâneo (manchas vermelhas na pele) e febre (notificação); Registrar na caderneta da gestante a ocorrência de infecções; Orientar a realização de ultrassonografia obstétrica no 1º trimestre da gravidez.
Atenção ao Parto e Nascimento Boas práticas de atenção ao parto e nascimento Estímulo ao parto normal; Contato pele-a-pele entre a mãe e o recém-nascido (RN); Clampeamento oportuno do cordão umbilical (após cessados os batimentos, que se verifica, geralmente, em 1 a 3 minutos do nascimento); Amamentação na primeira hora de vida; Realização de procedimentos de rotina após a primeira hora de vida; Adoção do protocolo do MS de reanimação neonatal em caso de necessidade. Aleitameno Materno Aleitamento materno contínuo até os dois anos ou mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses de vida conforme recomendação da OMS. À luz dos conhecimentos científicos atuais, não dispomos de evidências para alterar as condutas assistenciais e técnicas no que concerne ao aleitamento materno e aos Bancos de Leite Humano frente ao cenário epidemiológico do Vírus Zika. Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira FIOCRUZ, em 02/12/2015
Exame Físico do RN e Medição do Perímetro Cefálico Realizar anamnese da mãe e exame físico completo do RN, incluindo exame neurológico detalhado, com destaque para medição cuidadosa do perímetro cefálico (PC ). Recém-nascido a termo: para definição de microcefalia, considerar o valor de referência do perímetro cefálico 32 cm ao nascimento, conforme as curvas da OMS para meninos e para meninas. Orienta-se que a medição seja refeita com 24-48 horas de vida, pois a maioria dos nascidos por parto normal pode apresentar suturas cavalgadas (superpostas), ocasionando redução do perímetro cefálico (PC). Se a segunda medição estiver acima de 32 cm, o bebê deve ser excluído da continuidade da investigação de microcefalia, necessitando ser acompanhado clinicamente quanto a evolução do PC e avaliação do desenvolvimento. A medida do PC deve ser repetida a cada consulta de puericultura após o nascimento, e qualquer desaceleração que coloque a medida do PC abaixo de -2 desvios padrões (nas medidas de PC pelas curvas da OMS e de Fenton) também deve levantar a suspeita de microcefalia e levar à notificação do caso.
Exame Físico do RN e Medição do Perímetro Cefálico Realizar anamnese da mãe e exame físico completo do RN, incluindo exame neurológico detalhado, medição cuidadosa do perímetro cefálico (PC ). Recém-nascido pré-termo: considera-se o perímetro cefálico menor Percentil 3 pela curva de Fenton para meninas e para meninos. Orienta-se que a, pois a maioria dos nascidos por parto normal pode apresentar suturas cavalgadas (superpostas), ocasionando redução do perímetro cefálico (PC). Se a segunda medição estiver acima do percentil 3 da curva de Fenton para meninas e meninos, o bebê deve ser excluído da continuidade da investigação de microcefalia, necessitando também ser acompanhado clinicamente quanto a evolução do PC e avaliação do desenvolvimento. A medida do PC deve ser repetida a cada consulta de puericultura após o nascimento, e qualquer desaceleração que coloque a medida do PC abaixo de -2 desvios padrões nas medidas de PC pelas curvas da OMS ou abaixo deo percentil 3 na curva de Fenton) também deve levantar a suspeita de microcefalia e levar à notificação do caso.
Anexo 2 - Fluxograma para atendimento do recém-nascido
Notificação Notificação Os casos suspeitos de microcefalia potencialmente associada à infecção pelo vírus Zika deverão ser notificados imediatamente às autoridades sanitárias e registrados no formulário de Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP Microcefalias), online e disponível no endereço eletrônico: www.resp.saude.gov.br. A notificação do caso suspeito de microcefalia no RESP não exclui a necessidade de se notificar o mesmo caso no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC). Para informações detalhadas consultar o Protocolo de vigilância em saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika (disponível em http://j.mp/documentosmicrocefalia).
Investigação laboratorial
Exames de Imagem Ultrassonografia transfontanela (US-TF), como primeira opção de exame de imagem. Tomografia de crânio (TCC), sem contraste, para RN cujo tamanho da fontanela impossibilite a US-TF e para aqueles em que, após os exames laboratoriais e a US-TF, ainda persista dúvida diagnóstica. A alta do RN não deve ser adiada, caso não tenha sido realizado o exame de imagem, agenda-lo para realização ambulatorial.
Triagem Neonatal A Triagem Neonatal (testes do pezinho, orelhinha e olhinho) deve ser realizada, possibilitando a detecção precoce de algumas doenças ou condições nos primeiros dias de vida. Bebês com alteração detectada pelo Teste do Pezinho devem ser encaminhados para um Serviço de Referência em Triagem Neonatal/Acompanhamento e Tratamento de Doenças Congênitas. A microcefalia está relacionada a alterações do desenvolvimento neuropsicomotor e do comportamento que podem ser acompanhadas por problemas auditivos e visuais.
Triagem Neonatal A Triagem Auditiva Neonatal TAN Teste da Orelhinha deve ser realizada, preferencialmente, nos primeiros dias de vida (24-48 horas), ainda na maternidade ou hospital. O exame de primeira escolha é o Potencial Evocado Auditivo de Tronco Encefálico (PEATE). Caso o estabelecimento de saúde não tenha o equipamento, deve-se encaminhar o bebê para um serviço de referência. Triagem Neonatal Ocular - TON Teste do Olhinho faz parte das ações e boas práticas do exame físico do recém-nascido e deve ser realizada na maternidade/hospital ou na Atenção Básica. O exame é feito pela inspeção e Teste do Reflexo Vermelho (TRV) da retina, por meio de fecho de luz. Os casos de teste alterado devem ser encaminhados para um Centro Especializado em Reabilitação - CER (com modalidade visual) ou serviço especializado em oftalmologia, para diagnóstico conclusivo. Diagnosticada deficiência auditiva ou visual, encaminhar para os para serviços de reabilitação auditiva ou visual.
CENTRO DE REABILITAÇÃO CER/SERVIÇO DE REABILITAÇÃO Como crianças com microcefalia apresentam, em geral, atraso no desenvolvimento neuropsicomotor com comprometimento motor e cognitivo importante e, em alguns casos, as funções sensoriais (audição e visão) também são comprometidas, deverão ser inseridas em programa de estimulação precoce. Todos os bebês com confirmação de microcefalia, além de acompanhados por meio da puericultura, também devem ser encaminhados para estimulação precoce em serviço de reabilitação.
Definições de casos suspeitos durante a gestação Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Definições de casos suspeitos no pós-parto Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Definições de casos confirmados na gestação Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Definições de casos confirmados no pós-parto Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
Critérios para exclusão de casos suspeitos com diagnóstico descartado Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Protocolo de vigilância e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2015.
OBRIGADA! tatiana.coimbra@saude.gov.br