CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM DE SANTA CATARINA
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- Rafaela de Miranda Fialho
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1 RESPOSTA TÉCNICA COREN/SC Nº 026/CT/2015/RT Assunto: Testes Rápidos I Solicitação recebida pelo Coren/SC: Gostaríamos de tirar algumas duvidas referente aos testes rápido da rede cegonha. O enfermeiro que recebeu treinamento pode realizar os testes normalmente e emitir o laudo? II Resposta técnica do Coren/SC: A Lei de 19 de Setembro de 1990 que Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências, em seu Art. 2º diz que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. Segundo o Portal do Departamento de Atenção Básica. Rede Cegonha é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa implementar uma rede de cuidados para assegurar às mulheres o direito ao planejamento reprodutivo e a atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério, bem como assegurar às crianças o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. A Rede Cegonha organiza-se a partir de 4 componente, que são: I - Pré-natal; II - Parto e nascimento; III - Puerpério e atenção integral saúde da criança; e; IV - Sistema logístico (transporte sanitário e regulação). A PORTARIA Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011 que institui no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha. No seu Art.7º diz que cada componente compreende uma série de ações de atenção à saúde, o Componente I - PRÉ-NATAL compreende dentre outras as seguintes ações: a) realização de pré-natal na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação precoce da gestante e qualificação da atenção; b) acolhimento às intercorrências na gestação com avaliação e classificação de risco e vulnerabilidade; c) acesso ao pré-natal de alto risco em tempo oportuno; d) realização dos exames de pré-natal de risco habitual e de alto risco e acesso aos resultados em tempo oportuno; [...] g) implementação de
2 estratégias de comunicação social e programas educativos relacionados à saúde sexual e à saúde reprodutiva; h) prevenção e tratamento das DST/HIV/AIDS e Hepatites; [...]. Sobre os testes rápidos para detectar doenças o Portal do Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais esclarece que: A ampliação do acesso ao diagnóstico é um desafio aos programas de saúde pública. Os testes laboratoriais convencionais são operacionalmente mais complexos, requerem profissionais especializados em laboratório e infraestrutura física e de máquinas apropriadas. Além disso, o prazo para entrega dos resultados desses testes pode ser longo, levando o indivíduo a se desinteressar pelo resultado do teste e à consequente perda deste pelo sistema de saúde. Ao final da década de 1980, uma nova estratégia diagnóstica surgiu. Chegaram ao mercado, os testes rápidos. Com o avanço das tecnologias de desenvolvimento e produção, esses testes revelaram-se eficientes na investigação de doenças infectocontagiosas. Desde 2005, a utilização dos testes rápidos permite atender à crescente demanda pelo diagnóstico de agravos relevantes à saúde publica, visto que sua utilização aumenta a agilidade da resposta aos indivíduos e permite seu rápido encaminhamento para assistência médica e início de tratamento. Testes rápidos são aqueles cuja execução, leitura e interpretação dos resultados são feitas em, no máximo, 30 minutos. Além disso, são de fácil execução e não necessitam de estrutura laboratorial. Os testes rápidos são, primariamente, recomendados para testagens presenciais. Podem ser feitos com amostra de sangue total obtida por punção venosa ou da polpa digital, ou com amostras de fluido oral. Dependendo do fabricante, podem também ser realizados com soro e (ou) plasma. Além dos testes para detectar doenças a Rede cegonha disponibiliza também os testes rápidos para detectar gravidez. Sobre esses testes o Ministério da Saúde dispõe de Guia Técnico intitulado Teste Rápido de Gravidez na Atenção Básica que diz que o objetivo da implantação dessa tecnologia é oferecer o acesso à detecção precoce da gestação, com acolhimento da equipe de Atenção Básica (AB) e orientações baseadas nas necessidades singulares de cada usuária. 1. CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DOS TESTES RÁPIDOS segundo NOTA TÉCNICA Nº. 12/DIVE/SUV/SES/2014
3 1.2 TR-HBV (anti-hbv): o teste detecta o AgHBs, ou antígeno Austrália, sendo então utilizado para triagem da hepatite B; 1.3 TR-HCV (anti-hcv): o teste detecta anticorpos anti-hcv, sendo então utilizado para triagem da hepatite C; 1.4 TR-HIV (anti-hiv): os testes detectam anticorpos anti-hiv, sendo então utilizados no diagnóstico da infecção pelo HIV; 1.5 TR-TP (Sífilis): o teste detecta anticorpos antitreponêmicos, sendo utilizado como teste de triagem ou confirmatório da sífilis. Sugerimos a leitura do Manual com Orientações para implantação dos testes rápidos de HIV e SÍFILIS na Atenção Básica no âmbito da Rede Cegonha, Versão Preliminar do Ministério da Saúde. A implantação da metodologia rápida nos serviços que compõem o SUS é um processo que requer não apenas a capacitação de um grande número de profissionais, visando sua preparação técnica para execução do procedimento e a revisão da organização dos processos de trabalho instituídos nos serviços, como também a articulação política entre os órgãos gestores do Sistema (BRASIL, 2013). É importante lembrar que o profissional de saúde que está sendo capacitado para a execução do teste rápido tem papel fundamental nesta implantação. Ele deverá ser capaz de informar à gerência da UBS sobre aspectos a ser considerados na implantação destas estratégias. Além disso, o profissional capacitado deverá ter aptidão para sensibilizar e esclarecer o que é, e como funciona o teste rápido de HIV e de sífilis (BRASIL, 2013). É importante envolver toda equipe de Atenção Básica no apoio à implantação dos testes. Neste sentido cada UBS deverá ter, no mínimo, um profissional de saúde de nível superior para realizar os testes rápidos. Entretanto, reforçamos a necessidade de mais de um profissional para executar os testes rápidos, bem como a garantia da realização dos testes rápidos em todos os períodos de funcionamento da UBS. O manual de capacitação para profissionais de saúde para a realização dos testes rápidos no seu Art. 6. Cita a Portaria nº 77, de 12 de janeiro de 2012, em seu artigo 1º, que compete às equipes de Atenção Básica realizar testes rápidos para o diagnóstico de HIV e detecção da sífilis, assim como testes rápidos para outros agravos, no âmbito da atenção ao
4 pré-natal para gestantes e suas parcerias sexuais. No artigo 2º, enfatiza que a realização destes testes é de competência de profissionais de nível superior, devidamente capacitados, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais/SVS/MS. A NOTA TÉCNICA Nº. 12/DIVE/SUV/SES/2014 Utilização dos testes rápidos para infecção pelo HIV, hepatites virais e sífilis nos serviços de saúde no Estado de Santa Catarina. em suas considerações finais diz que.. 4.1: A realização destes testes compete a profissionais adequadamente capacitados, de acordo com o protocolo de treinamento do Ministério da Saúde, e executado sob a orientação e supervisão do Laboratório Central do Estado de Santa Catarina (LACENSC); 4.1.a: são considerados competentes na execução e emissão dos resultados dos testes rápidos para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, as seguintes categorias profissionais: farmacêuticos-bioquímicos, biomédicos, biólogos, médicos com especialidade em patologia clínica e enfermeiros. 4.2.b: a emissão dos resultados dos testes rápidos dar-se-á por meio de formulários adequadamente preenchidos, cujos modelos encontram-se no Anexo 2 da referida nota técnica. Ante ao exposto, com base na Portaria Ministerial nº 77/2012, na Nota Técnica supracitada, no código de Ética da Enfermagem e na Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, o Conselho Regional de Santa Catarina afirma que o Enfermeiro tem competência legal para a realização e emissão dos resultados de testes rápidos, e que, no âmbito da equipe de Enfermagem, a realização desse procedimento lhe compete, privativamente. Salienta-se que emissão de resultado não significa emitir laudo, pois este consiste em relatório emitido após diagnóstico. A única ressalva é que este profissional precisa estar devidamente capacitado para a realização do procedimento, como reza a referida Portaria Ministerial. É a Resposta Técnica, salvo melhor juízo.
5 Florianópolis, 29 de setembro de Enfª. MSc. Ioná Vieira Bez Birolo Coordenadora das Câmaras Técnicas Coren/SC Revisado pela Direção em 29/09/2015. VI - Bases de consulta: BRASIL. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Disponível em: BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Rede Cegonha: O que é a Rede Cegonha Disponível em: < BRASIL. Ministério da Saúde. Orientações para implantação dos testes rápidos de HIV e sífilis na Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde. Disponível em: cao_testes_rapidos_hiv_sifilis Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais: Testes Rápidos Disponível em: < Acesso em: 10 set Dicionário Informal. Disponível em: Guia Técnico - Teste Rápido de Gravidez na Atenção Básica. Disponível em: bvsms.saude.gov.br/bvs/.../teste_rapido_gravidez_guia_tecnico.pdf Material instrucional para Capacitação para profissionais multiplicadores para teste rápido HIV na plataforma DPP (Dual Parth Platform) HIV e Sífilis e para Teste rápido para Hepatite B e C Disponível em:
6 Nota Técnica nº12/2014 utilização dos testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites B e C. Disponível em: _Testes%20Rapidos.pdf. PORTARIA Nº 77, DE 12 DE JANEIRO DE 2012 que dispõe sobre a realização de testes rápidos, na atenção básica, para a detecção de HIV e sífilis, assim como testes rápidos para outros agravos, no âmbito da atenção pré-natal para gestantes e suas parcerias sexuais. Disponível em: PORTARIA Nº 1.459, DE 24 DE JUNHO DE 2011 que Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS - a Rede Cegonha Disponível em:
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