METODOLOGIA DE CONTROLO DE QUALIDADE DA INFORMAÇÃO GEOESPACIAL IMPLEMENTADA NA INFRAESTRUTURA DE PRODUÇÃO DE CARTOGRAFIA NÁUTICA

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METODOLOGIA DE CONTROLO DE QUALIDADE DA INFORMAÇÃO GEOESPACIAL IMPLEMENTADA NA INFRAESTRUTURA DE PRODUÇÃO DE CARTOGRAFIA NÁUTICA Isabel PATRIARCA 1, Virgílio CHIM 2, Paula SANCHES 1, Antonieta JOSÉ 1, Isabel FORTES 1 e Américo ALVES 3 1 Instituto Hidrográfico, Lisboa, Portugal 2 ISN Instituto de Socorros a Náufragos, Caxias, Portugal 3 Autoridade Marítima Nacional, Aveiro, Portugal (isabel.pais.silva@gmail.com; mesquita.chim@marinha.pt; paula.sanches@hidrografico.pt; antonieta.jose@hidrografico.pt, isabel.fortes@hidrografico.pt, vidigal.alves@marinha.pt) Palavras-chave: infraestrutura de produção, informação geoespacial, cartografia náutica, validação, controlo de qualidade Resumo: O Instituto Hidrográfico (IH) é a entidade oficial responsável pela produção e atualização de cartografia náutica, tendo como objetivo o aumento da segurança marítima. No IH encontram-se implementados diferentes sistemas de produção cartográfica assentes em distintas abordagens e plataformas. Recentemente, o IH adotou para produção de cartografia náutica uma infraestrutura de produção baseada num sistema de gestão de base de dados (SGBD) em ambiente ORACLE Spacial. Esta plataforma integra todo o fluxo de produção da informação geoespacial necessária à produção e atualização da cartografia náutica. O presente artigo pretende descrever a infraestrutura de produção cartográfica do IH, bem como a metodologia utilizada no processo de controlo de qualidade e validação da informação geoespacial, estruturada segundo as normas da Organização Hidrográfica Internacional (OHI), que constitui a fonte fiável no processo de produção cartográfica. Esta metodologia assenta num fluxo de procedimentos com critérios pré-estabelecidos que a informação geoespacial validada deve cumprir para ser disponibilizada em tempo útil para os mais diversos fins, tais como a geração dos produtos cartográficos, nomeadamente Carta Eletrónica de Navegação, Carta Náutica e Produtos Cartográficos Especiais. De modo a demonstrar a aplicabilidade desta metodologia, ao longo do artigo será apresentado um caso prático de certificação e validação dos dados geoespaciais fonte para produção de cartografia náutica. 1

1. Introdução A produção de cartografia náutica no IH e a sua atualização fazem parte de um processo decisivo para o aumento da segurança marítima tanto em águas interiores como em águas territoriais do Estado Português. No âmbito da cartografia hidrográfica, o IH é a entidade nacional responsável pela produção e atualização da cartografia náutica, cumprindo as especificações de normalização da OHI, segundo as quais está estabelecida a relação entre o tipo de navegação (oceânica, costeira e em águas restritas) e a grandeza da escala da carta em produção. No âmbito das suas atribuições, o IH é a entidade responsável pela execução e divulgação da cobertura cartográfica das águas interiores e territoriais de interesse nacional e internacional. Nas mais variadas áreas do conhecimento das ciências do mar em que o IH é responsável, este é um centro multidisciplinar dotado de recursos humanos qualificados com capacidade de operar sistemas de produção e gestão de informação com enorme volume de dados. Os navios hidrográficos da Marinha são plataformas de investigação onde embarcam os técnicos e equipas de investigação do IH e onde também são incluídos nestas campanhas equipas de investigação de outras entidades parceiras com o IH no campo do conhecimento e da investigação (Marinha, 2005). A produção e atualização de cartografia náutica e a gestão e manutenção de um tal volume de dados sob forma de informação geoespacial requer a intervenção de várias Divisões e Secções da estrutura organizacional do IH ao longo de todo o processo de produção da informação georreferenciada. O Fólio Cartográfico nacional estabelecido tem cartas que integram a Série Internacional INT: projeto internacional que visa disponibilizar aos navegantes um fólio com cobertura mundial normalizado de acordo com as especificações da OHI, permitindo deste modo uma navegação segura. Desde 2010, na Divisão de Hidrografia (HI) tem vindo a ser implementada a infraestrutura de produção de cartografia náutica baseada num SGBD espacial. Assim, o IH optou pelo sistema CARIS HPD (CARIS Hydrographic Production Database), tirando deste modo partido das vantagens que um SGBD proporciona em termos do carregamento da informação geoespacial, sua atualização, manutenção e validação como informação fonte para posterior execução dos produtos cartográficos (Patriarca et al., 2016). Esta plataforma de produção é específica para trabalhar com informação hidrográfica e vocacionada em particular para a produção de cartografia náutica, como sejam os produtos digitais CEN (Carta Eletrónica de Navegação) e os produtos em formato papel CN (Carta Náutica) e PCE (Produtos Cartográficos Especiais), sendo que estes últimos também são produzidos a partir da informação geoespacial validada das bases de dados da infraestrutura de dados para produção cartográfica CARIS HPD. O aumento do volume de dados, a importância e crescente uso das CEN, a necessidade da produção simultânea de CEN e CN, assim como o aparecimento de tecnologias de informação para produção desta cartografia, tecnologias estas vocacionadas especificamente para a cartografia náutica assentes em bases de dados geoespaciais (Patriarca et al., 2016), levou o IH a adotar esta solução - CARIS HPD - como plataforma de produção cartográfica a implementar na sua estrutura organizacional. A implementação desta infraestrutura para produção de cartografia náutica, trouxe vários desafios ao longo do tempo, pois ao pretender ter-se um SGBD integrado para produção em simultâneo de CEN e CN a partir de um mesmo conjunto de dados georreferenciados fonte, houve a necessidade acrescida de aplicar uma metodologia de controlo de qualidade (CQ), validação e certificação da informação georreferenciada cujo propósito final é ser esta a fonte fiável e fidedigna de informação fonte geoespacial validada para a construção e atualização dos produtos cartográficos em vigor ou em construção. A metodologia de validação da informação fonte integra várias fases de revisão, compilação, verificação e validação, sendo que cada uma destas fases integra várias outras etapas que atendem a determinados critérios que uma vez cumpridos, tornam a informação certificada e validada pronta a ser utilizada em tempo útil para os fins a que se destina pelos diversos utilizadores (Patriarca et al., 2018). 2. Infraestrutura de Dados para Produção de Cartografia Náutica A infraestrutura de dados de produção cartográfica CARIS HPD é baseada num SGBD em ambiente e arquitetura ORACLE Spacial e é composta por duas bases de dados (BD) interligadas cuja estrutura de tabelas do modelo de dados é orientada por objetos. Uma das BD contém a informação geoespacial fonte validada e denomina-se por Source Database (Figura 1); a outra BD armazena os produtos e é designada por Product Database (Patriarca et al., 2016). A informação geográfica armazenada nas BD desta infraestrutura de produção encontra-se implementada segundo o modelo de dados estabelecido pelo Standard S-57 - IHO Transfer Standard for Digital Hydrographic Data da OHI (IHO, 2000a). A metodologia de CQ dos dados estabelecida na HI, tem em conta os critérios relacionados com a norma S-57 da OHI. São vários os produtos que se obtêm do mesmo conjunto de dados georreferenciados fonte como sejam as CEN, CN e PCE (Figura 2A). Na Product Database encontram-se armazenados os diferentes produtos cartográficos obtidos para as mesmas áreas geográficas mas que estão 2

construídos segundo especificações diferentes estabelecidas pela OHI e cujas bibliotecas de representação da informação fonte geoespacial validada são o S-52 (IHO, 2010) para as CEN e para as CN existe um conjunto de especificações nas publicações 10ZO1- INT1 (Símbolos, Abreviaturas e Termos usados nas CN) da OHI e S-4 (Regulations of the IHO for International (INT) Charts and Chart Specifications of the IHO). São diferentes produtos com diferentes especificações que proporcionam aos utilizadores múltiplas respostas que abrangem diferentes necessidades para quem utiliza este tipo de informação geográfica. Figura 1 Infraestrutura de dados de produção cartográfica Source Database e Product Database assente em arquitetura ORACLE, que permite também a interligação com outras bases de dados (adaptado de Chim, 2012). Entre as vantagens da utilização deste SGBD para produção de cartografia náutica, destacam-se: o acesso simultâneo de múltiplos utilizadores à informação fonte geoespacial validada da Source Database para criação de diferentes tipos de produtos cartográficos (CEN, CN e PCE) a partir de um mesmo conjunto de dados geoespaciais (Figura 2A); todas as atualizações efetuadas na informação fonte dos produtos (Source Database) refletem-se automaticamente nos vários produtos cartográficos já existentes no Product Database; cada objeto S-57 é armazenado uma só vez na Source Database, não havendo duplicação de objetos (Figura 2B), sendo eliminada a redundância na gestão da informação geoespacial fonte e nos produtos cartográficos (Product Database); na Product Database o mesmo objeto S-57 pode ter diferentes representações nos produtos (CEN, CN ou PCE) conforme a escala de representação e o grau de generalização associado (Patriarca et al., 2016). Figura 2A, 2B, 2C O objeto S-57 com diferentes representações nos produtos corresponde a um só objeto S-57 como informação geográfica fonte (Caris, 2016); Sistema de visualização de CEN, informação geoespacial integrada com os sistemas de bordo dos navios Ao evitar-se a duplicação da informação geográfica, são minimizados os custos associados à aquisição dos dados. A longo prazo, os custos centrar-se-ão na gestão dos dados, garantindo a atualização e boa gestão das BD desta infraestrutura de produção e a disponibilização da informação geográfica para os produtos cartográficos que atendem às diferentes necessidades dos diferentes grupos de utilizadores. O modelo de dados de toda a informação geoespacial da Source Database é o mesmo que o modelo de dados estabelecido pela OHI para os produtos digitais CEN. A CEN é um produto digital vetorial elaborado de acordo com normas internacionalmente aceites e aprovadas: S-57/3 IHO Transfer Standard for Digital Hydrographic Data, ed.3.1. (IHO, 2000a), para a segurança da navegação e produzidas sob a responsabilidade de um governo ou autoridade governamental, para serem visualizadas num ECDIS (Electronic Chart Display and Information System). Este sistema de visualização das CEN (Figura 2C), associado a um sistema DGPS (Differencial Global Positioning System), permite visualizar a bordo do navio a sobreposição da CEN da área geográfica onde se efetua a navegação com a posição do navio em tempo real e a informação radar, sendo que a integração deste sistema com os diversos sensores de bordo contribui para um acréscimo significativo da segurança na condução da navegação. 3

3. Produção de Cartografia Náutica O aumento do volume de dados adquiridos para atualização da cartografia hidrográfica e dos produtos cartográficos, proporcionado pelos modernos sondadores multifeixe para adquirir profundidades (Figura 3), juntamente com o aparecimento de plataformas de software de produção assentes em BD geoespaciais, trouxe ao IH a opção da utilização do CARIS HPD como plataforma de produção específica para trabalhar com informação hidrográfica vocacionada para a produção de Cartografia Náutica. É através dos levantamentos hidrográficos e topo-hidrográficos que são adquiridos os dados geoespaciais que mais tarde alimentam a Source Database da infraestrutura de dados de produção cartográfica sendo que depois se procede ao CQ, validação e certificação desses dados fonte já carregados na Source Database, para ser efetuado todo o processo de produção e permanente atualização dos produtos armazenados na Product Database. As Brigadas Hidrográficas (BH) do IH utilizam para a medição de profundidades sondadores acústicos de feixe simples ou multifeixe (Figura 3), juntamente com sistemas de posicionamento por satélite DGPS (uma estação em terra para difusão de correções com aumento da exatidão do posicionamento), com o objetivo de recolher dados para a produção de cartografia náutica (Figuras 4A, 4B e 4C). Durante a execução dos levantamentos hidrográficos são adquiridos dados de profundidade, dados de posicionamento horizontal e dos movimentos da embarcação ou do navio utilizado no levantamento. A medição de profundidades com os sondadores de feixe simples é apenas efetuada na vertical da embarcação. Figura 3 Sondador Multifeixe com cobertura total do fundo e obtenção do modelo batimétrico correspondente (adaptado de Chim, 2012) Após o processamento dos dados de campo (Figura 4A), obtém-se os dados geoespaciais que serão validados segundo critérios cartográficos de escolha de informação estabelecidos pela OHI e pelos produtores oficiais de cartografia náutica que têm sempre em foco a segurança da navegação (Figura 4B). Seguidamente estes dados geoespaciais serão integrados na Source Database da infraestrutura de dados de produção cartográfica do IH, passando por um processo de compilação e revisão, sendo submetidos à metodologia de CQ com várias fases de revisão e verificação até aos produtos finais (Figura 4C). Figura 4A, 4B, 4C Processamento dos dados geoespaciais com obtenção do modelo batimétrico e geração de isobatimétricas; é feita a escolha de informação cartográfica para integrar a Source Database para atualização do produto cartográfico final (Chim, 2012) O processo de CQ é determinante para que a informação geoespacial fonte possa ser considerada fiável, ficando assim disponibilizada para as atualizações cartográficas e para a construção dos produtos cartográficos finais CEN, CN ou PCE. 4. Princípios e Componentes da Infraestrutura de Produção de Cartografia Náutica 4.1 Estrutura Organizacional e Componentes São vários os setores do IH além da Divisão HI (HI), envolvidos em todo o processo de produção cartográfica até à fase da escolha da informação a constar na cartografia em execução. Assim, na HI é feito o planeamento das ações para atualização da informação geográfica das cartas em vigor e é definida a cobertura geográfica dos produtos em construção: é definida a área oceânica, costeira ou portuária que se pretende construir ou atualizar. Seguidamente são decididas as condições de execução dos Levantamentos Hidrográficos (LH) e/ou Topo-Hidrográficos. Segue-se a fase de coordenação e funcionamento da logística em que os trabalhos de campo para recolha dos novos dados são executados por meio das BH (Figura 3). Para a cartografia final atualizada, as BH contribuem também com informação relativa ao contorno do relevo da linha de costa (fisiografia) e com a estrutura topográfica dos portos e obras portuárias (topografia). Existem ainda outros conjuntos de 4

informação vindos de outros setores do IH: tabelas de marés e correntes de maré da Divisão de Oceanografia (OC), dados sedimentológicos da natureza do fundo do mar da Divisão de Geologia Marinha (GM), a Divisão de Navegação (NV) fornece informação para o assinalamento marítimo, etc. O Serviço de Informática dá apoio em termos da gestão da arquitetura ORACLE e gestão das BD da infraestrutura de dados de produção cartográfica (ver Figura 5). Figura 5 Infraestrutura de produção de cartografia náutica Estrutura Organizacional e Componentes (adaptado de Esteso et al, 2017) Todos os dados são provenientes de várias fontes que é necessário harmonizar ao nível da Source Database e de acordo com o Standard S-57, sendo que a metodologia de CQ e validação destes dados é decisiva neste propósito. Ao nível operacional, todas as componentes desta infraestrutura deverão ser transversais a todo o trabalho desenvolvido (Afonso e Julião, 2010). 4.2 Implementação da Infraestrutura de Produção Cartográfica na Organização Com uma arquitetura em ambiente ORACLE na qual está implementada a plataforma de produção cartográfica CARIS HPD (Figura 1), no servidor que serve esta estrutura foram criados e considerados tantos setores quantas as áreas geográficas contempladas no fólio cartográfico estabelecido (Patriarca et al., 2016). Em termos de software e configuração do sistema, além do papel do servidor nesta infraestrutura de produção, destaca-se também o papel da estação de trabalho administrador, onde são criados os utilizadores dos dados para a plataforma de produção CARIS HPD (User s) e as respectivas permissões atribuídas a cada um dos User s em função do seu papel no processo de produção cartográfica e no processo de implementação da metodologia de CQ a aplicar à informação geoespacial da Source Database. As permissões atribuídas são de compilação, revisão ou verificação da informação geoespacial fonte da Source Database além das permissões atribuídas para criação dos produtos cartográficos (CEN, CN e PCE) na Product Database (Patriarca et al., 2016). 5. Controlo de Qualidade da Informação Geoespacial da Infraestrutura de Dados Fonte Um dos objetivos da implementação da metodologia de CQ e validação da informação geoespacial fonte armazenada na Source Database da infraestrutura de produção cartográfica CARIS HPD, é a uniformização em termos da codificação de atributos S-57 e de objetos S-57 na modelação da informação geográfica. Para além deste objetivo, é também importante estabelecer critérios de generalização de toda a informação geográfica correspondente às diferentes áreas cobertas pelo fólio cartográfico, de forma a assegurar a consistência vertical de toda a informação geoespacial da Source Database. Os dados de entrada da infraestrutura de dados de produção cartográfica CARIS HPD são a informação geoespacial armazenada na Source Database do SGBD. O processo de gestão desta informação no que diz respeito à edição, atualização, validação e CQ dos objetos geográficos S-57, converte-os em informação geospacial fonte validada, também designada por dados-fonte. No processo de CQ, validação e disponibilização dos dados-fonte para construção dos produtos cartográficos, a informação geoespacial tem obrigatoriamente que cumprir determinados requisitos específicos no que diz respeito às normas S-57, nomeadamente em relação aos objetos e atributos S-57 e à geometria destes objetos que modelam o mundo real para uma dada área geográfica, segundo as especificações da OHI (IHO, 2000a). Para uma dada área geográfica de interesse, os dados-fonte encontram-se distribuídos na Source Database por dois grandes grupos de objetos S-57: Grupo 1 denominado Skin of The Earth - conjunto de objetos geográficos do tipo área que devem cobrir em adjacência toda a área geográfica de um futuro produto, não devendo nunca sobrepor-se entre si - e objetos Grupo 2 - todos os objetos S-57 da mesma área geográfica que não pertencem ao Grupo 1 (IHO, 2000b). O cumprimento de todos os requisitos implementados no processo de 5

CQ para a informação geoespacial da infraestrutura de produção cartográfica, no que diz respeito aos dados-fonte e em particular aos dois grupos de objetos S-57 referidos anteriormente permite a disponibilização imediata da informação geoespacial fonte validada para utilização na construção dos produtos CN (formato papel) e CEN (formato digital S-57) ou outros produtos para fins específicos (Patriarca et al., 2018). A metodologia utilizada para validação da informação geoespacial da Source Database, tem em conta várias etapas e é efetuada em três fases distintas (Figura 6). O processo de validação e CQ destes dados integra uma 1ª Fase de Revisão da área geográfica de interesse, seguida de uma fase de Verificação e finalmente a fase de Validação dos dados (Figura 6 3ª Fase), em que é utilizado um conjunto de dados geoespaciais por amostragem para Validação final da informação geoespacial da Source Database. Cada uma destas três fases da metodologia de CQ e validação dos dados é realizada por diferentes operadores. Figura 6 Processo de CQ e Validação da informação geoespacial da infraestrutura de dados para Produção Cartográfica do IH e conversão em informação geoespacial fonte validada (adaptado de Patriarca et al, 2018) Na fase de Revisão a informação da área geográfica de interesse deve passar pelas ferramentas de CQ automáticas disponíveis na plataforma de produção CARIS HPD (Validation Checks: Duplicate Objects, Invalid Geometry, Overlapping Areas, S-58 Depht Areas and Depht Contours, S-58 Group 1 Area Coverage, etc (IHO, 2017)), para serem corrigidos eventuais erros relacionados com a estrutura (exemplo: geometria, topologia) e erros relacionados com a codificação de atributos S-57 ou outros. Uma vez na fase de Verificação do processo de CQ (Figura 6 2º Fase/1ª Etapa) é feita a consulta a várias fontes de informação como sejam: CN, CEN em vigor, informação proveniente de entidades oficiais para verificar a cartografia representada em terra, procedendo-se a uma avaliação comparativa, verificando a omissão de informação na Source Database por comparação com o documento fonte de informação, assegurando que todos os objetos e atributos S-57 codificados estão conformes com as normas da OHI (IHO, 2000a; 2000b). As verificações incidem sobre os dois grupos de objetos S-57 já referidos: Grupo 1 ( Skin of The Earth ) e Grupo 2 (IHO, 2000b). Para todos os objetos S-57 na Source Database da infraestrutura de dados que pertencem ao Grupo 2, a informação será verificada por temas, de modo que cada camada de informação passe por todo o processo de CQ e possa ficar disponível para iniciar a construção dos produtos CEN e CN. Os temas são: Ajudas à Navegação, Informação Terra e Informação Mar. É também efetuada uma verificação à representação da informação geográfica em termos de geometria (Área, Ponto, Linha ou Sonda). No caso em que os dados são do tipo ponto (ex: pontos coordenados, luzes, etc.) a verificação incide na exatidão posicional dos mesmos, mediante a fonte de informação das coordenadas (Figura 6 2º Fase/2ª Etapa). Sempre que existe uma área geográfica com representação em várias escalas no fólio cartográfico, isto é, uma área geográfica com informação que tenha representação para diferentes propósitos de navegação (Roteamento, Costeira, Aproximação ou Portuária), a informação geográfica é ainda 6

verificada em termos de consistência vertical e correspondência correta em termos de representação e generalização para as diferentes escalas (Figura 6 2º Fase/2ª Etapa). Em cada fase do processo de CQ os dados da Source Database em verificação passam por vários estados denominados por Certification Status que variam entre Under Construction e Verified (Figura 7), sendo atribuído o estado de Verified na condição final aos dados ao terminar o ciclo do processo de CQ e validação destes dados, sendo que, só nesta condição e no estado de Verified, a informação geoespacial é considerada validada e certificada, ficando os dados visíveis e disponíveis só a partir desta altura para a produção e para serem integrados nos produtos cartográficos CEN e CN (Patriarca et al., 2018). Figura 7 Ciclo de Certification Status da informação geoespacial da Source Database (Patriarca et al, 2018) Se os dados geoespaciais não estiverem conformes após a fase de Verificação, permanecem no estado de Not Verified (Figura 7) e retomam à 1ª Fase de Revisão (Figura 6) para edição e compilação, retomando então o estado de Under Construction. Após serem submetidos novamente à fase de Verificação, os dados que sofreram correções, entram de novo no ciclo de certificação - Certification Status - até adquirirem o estatuto de Verified (Figura 7). Após a inserção de todas as correções identificadas na fase de Verificação (2ª Fase - Figura 6), os dados geoespaciais voltam a ser submetidos à verificação e análise da conformidade na fase de Validação (3ª Fase - Figura 6), com um operador diferente das duas fases anteriores e ligado à construção dos produtos CEN ou CN. Na fase de Validação será efetuado todo o processo descrito anteriormente na fase de Verificação mas sobre um conjunto de dados escolhido por amostragem (Figura 6 3ª Fase). Na fase final deste processo, os dados geoespaciais da Source Database passam ainda pelos responsáveis de produção de informação S-57 CEN para uma revisão final e ficarão validados, certificados, disponíveis e visíveis para os futuros produtos, com o estado de Verified em toda a informação geoespacial da área geográfica de interesse (Patriarca et al., 2018). 5.1 Um Exemplo Prático de Certificação - Validação de uma Baliza O exemplo prático apresentado na Figura 8 representa a validação e certificação do objeto geográfico S-57 BCNLAT, representando e modelando uma baliza do tema Ajudas à Navegação, sendo um objeto do tipo ponto. BCNLAT Under Construction Submit Not Verified Submit Verified Figura 8 Certificação e validação de uma Baliza na área geográfica de interesse (adaptado de Chim, 2012) Na fase de Revisão, vai ser verificado por um operador e utilizador dos dados - User 1 - se houve alguma informação que atualizasse as características da baliza. Se houve, o User 1 efetua as alterações em termos da codificação de atributos S-57 e é efetuada a verificação da exatidão posicional da baliza, mediante a fonte de informação das coordenadas como seja a ficha de ponto coordenado ou outra informação. Se a posição e as características do objeto estiverem conformes, o User 1 passa as 7

ferramentas automáticas de CQ da plataforma de trabalho da Source Database (Figura 6 1ª Fase). Após a informação ter passado sem erros, o User 1 submete a informação à fase de Verificação (Figura 6-2ª Fase) passando o estado desta de Under Construction para Not Verified (Figura 7). O User 2 com permissões no sistema de verificador vai fazer uma inspeção visual e comparar a informação codificada com as fontes de informação em vigor, verificando a exactidão posicional e a existência desta informação nos diferentes produtos com diferentes escalas e verificar, caso necessário, a consistência vertical. Após passar às ferramentas automáticas de CQ da plataforma de trabalho da Source Database e se tudo estiver conforme o verificador User 2 mantém a informação com estado Not Verified e esta passará à verificação por amostragem do terceiro verificador, o User 3. Se o User 2 encontrar algo na codificação do objeto geográfico baliza que não esteja conforme, enviará de novo esta informação ao User 1 (com permissões de compilação e revisão da informação) para serem feitas as correções necessárias sugeridas pelo User 2, voltando a informação ao estado Under Construction (Figuras 6 e 7), até ser submetida pelo User 1 novamente ao User 2, a informação para verificação com estado Not Verified. Após a inserção das correções sugeridas na fase de Verificação (2ª Fase Figura 6), a baliza é submetida pelo User 2 à verificação e análise da conformidade na 3ª Fase do processo de CQ desta metodologia, para Validação final da informação a ser efetuada pelo User 3. Sendo um operador diferente dos dois anteriores, ligado à construção dos produtos CEN e sendo responsável pela produção de informação S-57, o User 3 na fase de Validação da informação efetuará novamente todo o processo descrito anteriormente mas desta vez por amostragem, considerando-se após esta fase que a informação geoespacial fonte se encontra validada, passando do estado Not Verified para Verified (Figura 7). Os dados-fonte assim obtidos ficam visíveis e disponíveis, considerando-se Informação Geoespacial Fonte Validada podendo ser integrados de imediato nos produtos. 6. Conclusões O processo de CQ, certificação e validação da informação geoespacial armazenada na Source Database da infraestrutura de dados de produção cartográfica, torna esta em informação geoespacial fiável e fidedigna de modo a obter-se a informação geoespacial fonte validada disponível para utilização imediata no processo de construção e atualização dos produtos cartográficos oficiais do IH. A metodologia utilizada no processo de CQ, validação e certificação da informação geográfica implementada na infraestrutura de dados CARIS HPD e estruturada segundo a norma S-57, antecede o processo de disponibilização desta informação geoespacial fonte validada para produção e atualização de cartografia náutica em vigor e para a elaboração de outros produtos específicos. Atualmente este processo encontra-se operacional no sistema de produção cartográfica do IH. Posteriormente este processo poderá ser aplicado a outras áreas geográficas já cartografadas e da responsabilidade do IH e já contempladas no esquema de produção cartográfica. Referências Bibliográficas Afonso, C., Julião, R.P. (2010). Infra-estruturas de Dados Espaciais nos Municípios Contributo para a definição de um modelo de implementação. Fórum Geográfico Revista Científica e Técnica do IGP, Ano III Outubro, Págs. 92-101. Caris (2016). Caris HPD 3.1. User Guide. Chim, V. (2012). O S.I.G. na Cartografia Náutica - Colóquio de Sistemas de Informação Geográfica: Tendências. Sociedade de Geografia de Lisboa, 3 e 4 de dezembro de 2012. Esteso, E., Molines, O., Pérez, M.A. (2017). Catálogo de las infraestruturas de transporte ferroviário y transviario de la Generalitat Valenciana. VIII Jornadas Ibéricas de Infraestruturas de Dados Espaciais, Lisboa, 15-17 novembro. IHO (2017). S-58 IHO Recommended ENC Validation Checks. Edition 6.0.0. IHO (2010). S-52 Specifications for Chart Content and Display Aspects of ECDIS. Edition 6.0. IHO (2000a). S-57 IHO Transfer Standard for Digital Hydrographic Data. Edition 3.1. IHO (2000b). S-57 Appendix B.1 ENC Product Specifications. Edition 2.0. Marinha, Instituto Hidrográfico (2005). Defesa e Ciência: um horizonte comum. Patriarca, I., Alves, A., José, A., Fortes, I., Sanches, P. (2018). Controlo de qualidade e validação dos dados na produção de cartografia náutica. Actas das 5 as Jornadas de Engenharia Hidrográfica, Lisboa, 19, 20 e 21 junho, Págs. 73-76. Patriarca, I., Sanches, P., Moura, A., Manuel, A., Cardoso, J. (2016). A produção de cartografia náutica a partir de um sistema de Base de Dados. Actas das 4 as Jornadas de Engenharia Hidrográfica, Lisboa, 21-23 junho, Págs. 397-400. 8