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RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº RECORRENTE MUNDIVOX TELECOMUNICAÇÕES LTDA RECORRIDA DÉCIMA SEGUNDA TURMA DA JUNTA DE REVISÃO FISCAL

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Desobrigado do Recurso Hierárquico, na expressão do artigo 730, 1, inciso II, do RICMS, aprovado pelo Decreto nº /97.

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RESOLUÇÃO Nº 170/2012 TCE/TO Pleno

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VOL/CRF-326/2009 RECORRENTE: JMA COMÉRCIO

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DO Ó CATÃO E MARIA JOSÉ LOURENÇO DA SILVA

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00-5 RECORRENTE- JEQUITAIA TECIDOS LTDA.

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O processo é encaminhado pela julgadora singular à assessoria técnica do CAT para verificação dos documentos acostados pela impugnante.

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PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO CARTILHA DO ADVOGADO

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ACÓRDÃO Nº 191/2015 RELATÓRIO

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LUIZ ANTONIO SOARES DESEMBARGADOR FEDERAL RELATOR

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /09/2ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA FAZENDA CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS. A peça vestibular dos autos acusa o contribuinte o seguinte relato:

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JUNTA DE REVISÃO FISCAL

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CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Acórdão: /12/2ª Rito: Sumário PTA/AI: Impugnação: 40.

MINISTÉRIO DA FAZENDA PRIMEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CÂMARA

RIO GRANDE DO NORTE SECRETARIA DA TRIBUTAÇÃO CONSELHO DE RECURSOS FISCAIS

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de recurso interposto por ANA CAROLINA BRANDÃO SALGADO.

SECRETARIA DE ESTADO DE FAZENDA CONSELHO DE CONTRIBUINTES Sessão de 14 de outubro de 2009 RECURSO Nº ACÓRDÃO Nº 7.907

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JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO RIO GRANDE DO SUL

Vistos, relatados e discutidos os autos deste Processo, etc...

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DA BAHIA PROCESSO- A.I. Nº /00 RECORRENTE- GERDAU S.A. RECORRIDA- FAZENDA PUBLICA ESTADUAL

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Impugnação: Impugnante: Metalgráfica São Miguel Ltda PTA/AI: 02.

MINISTÉRIO DA FAZENDA TERCEIRO CONSELHO DE CONTRIBUINTES PRIMEIRA CÂMARA

Base de cálculo= R$ 4.879,50

RECURSO Nº ACORDÃO Nº

1. RELATÓRIO. 1.1 Consta do Auto de Infração, lavrado contra a empresa Chris Berton Lingerie Indústria Comércio Ltda. :

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Sessão de 15 de janeiro de JUNTA DE REVISÃO FISCAL - CONSELHEIRO CHARLEY FRANCISCONI VELLOSO DOS SANTOS

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Impugnação: e Impugnante: F.L. Smidth Com. Industria Ltda.

RELATÓRIO VOTO DO RELATOR (VOTO VENCIDO)

Transcrição:

Resolução NO. ;)))ri 2007 Sessão: 65aSessão Ordinária de 11 de abril de 2007. Processo NO.: 1/867/2006 Auto de Infração NO.: 1/200601490 Recorrente: Célula de Julgamento la Instância Recorrido: CAMARÃODO CEARÁ INDÚSTRIA COMÉRCIOE EXPORTAÇÃODE PESCADOLTOA Relatora: MAGNAVITÓRIA G.L.MARTINS. EMENTA: ICMS - OMISSÃO DE SAÍDAS. A técnica de fiscalização adotada, Levantamento de Mercadorias - SLE não merece amparo no presente caso, tendo em vista as particularidades inerentes ao tipo de atividade econômica desenvolvida pela Autuada - criação de camarão em cativeiro. Mantida a decisão Singular de NULIDADE do Auto de Infração, por unanimidade de votos. RELATÓRIO A presente discussão tem origem na falta de emissão de notas fiscais de mercadorias (camarão do mar pequeno c/cabeça), no montante de R$473.152,48, pela empresa acima qualificada, no exercício de 2004.Infração verificada mediante Levantamento de Estoque de Mercadorias (SLE). Após indicar os dispositivos legais infringidos, o Agente Fiscal assinala como penalidade o art.123, lu, 'b' da Lei 12.670/96, modificado pela Lei 13.418/03. Através de advogados devidamente constituídos, a Autuada apresentou impugnação ao Auto de Infração, fls.35/65, alegando basicamente que: 1-0 relatório apresentado é inconclusivo e apresenta muitas contradições que causam uma obstacularização do exercício de ampla defesa, haja vista ser a atividade da empresa a carcinicultura marinha, que consiste na criação de camarões em viveiros. 2-No exercício de 2004, a Impugnante sofreu uma intensa redução de produtividade ocasionada pela doença denominada Vírus de Mionecrose Infecciosa (IMNV), conforme laudo pericial, fls.51/52. Processo n.1/867/2006

la Câmara de Julgamento o Julgador Singular declarou a nulidade absoluta do Auto de Infração, por entender ser inadequada à metodologia de levantamento fiscal (Estoque de mercadorias - SLE) adotada pelo Autuante, em virtude das particularidades inerentes à atividade econômica desenvolvida pela Impugnante. A representação da Fazenda Pública, em seu parecer, opina pela confirmação da decisão singular, pelos seus fundamentos. É o relatório. VOTO DA RELATORA A demanda em questão versa a respeito de omissão de saídas de mercadorias (camarão do mar pequeno c/cabeça) no exercício de 2004. Detectada através do Levantamento de Mercadorias, a demanda apontou diferença tributável no montante de R$473.152,48, conforme relatórios anexos ao presente processo. Inicialmente, é importante ressaltar que a fiscalização se deu em virtude do pedido de baixa de inscrição no Cadastro Geral da Fazenda - CGF. Consoante informações da Consulta de Contribuintes, fls.23, e da peça Impugnatória, fls.35/39, a Autuada exerce atividade industrial de "preparação e conservação do pescado", atuando no ramo da carcinicultura - técnica de criação de camarões em viveiros. O processo produtivo do camarão, em linhas gerais, se inicia com a larvicultura em laboratórios. As larvas ultrapassam vários estágios para chegarem à condição de pós-larvas. Com a chegada das pós-larvas nas fazendas de camarão, é feito o povoamento dos viveiros, iniciando, assim, o período de engorda da espécie (12 gr) para posterior despesca, quando recebem choque térmico e morrem. Os camarões são, então, congelados, enviados às empresas para o processamento e distribuídos para os mercados interno e externo. Na análise dos relatórios elaborados pelo Agente do Fisco, constatamos a entrada de "pós-larvas de camarão" (fls. 14), e saídas de "camarão do mar pequeno c/cabeça" (fls.17) e de "camarão c/cabeça m.de cativeiro" (fls.17/19). Constatamos também a não existência de estoque inicial e, Processo n".1/867/2006 2

Conselho de Recursos Tributários tampouco a aquisição de "camarão do mar pequeno c/cabeça" e de "camarão c/cabeça m.de cativeiro", ratificando que a Autuada desenvolve a atividade de criação de camarão a partir da 'pós-larva'. Diante dessas considerações, entendemos não ser cabível a técnica de auditoria adotada pela fiscalização, Levantamento de Mercadorias - SLE, em virtude das particularidades inerentes a esse tipo de atividade econômica. Tal entendimento respalda-se no dispositivo regulador da matéria, art.92 da Lei 12.670/96, cuja análise evidencia de forma objetiva que o legislador estabeleceu critérios distintos a serem observados, levando-se em consideração a atividade econômica do contribuinte: Art. 92. O movimento real tributável, realizado pelo estabelecimento em determinado período, poderá ser apurado através de levantamento fiscal e contábil, em que serão considerados o valor de entradas e saídas de mercadorias, o dos estoques inicial e final, as despesas, outros gastos, outras receitas e lucros do estabelecimento, inclusive levantamento unitário com identificação das mercadorias e outros elementos informativos. S lona apuração do movimento real tributável, poderão ser aplicados coeficientes médios de lucro bruto ou de valor agregado e de preços unitários, levando-se em consideração a atividade econômica do contribuinte. S 2 Constituem elementos subsidiários para o cálculo do custo da produção dos estabelecimentos industriais e correspondente cobrança do imposto devido, o valor e a quantidade de matérias-primas, dos produtos intermediários e das embalagens adquiridas e empregadas na industrialização e acondicionamento dos produtos, a mão-de-obra empregada, os gastos gerais de fabricação e dos demais componentes do custo de produção, assim como as variações dos estoques inicial e final dos produtos acabados, dos produtos em elaboração e dos insumos. S 3 Constituem elementos subsidiários para o cálculo do custo dos serviços prestados o material aplicado, a remuneração de dirigentes, o custo do pessoal, os serviços prestados por terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, os encargos de depreciação e amortização, arrendamento mercantil, o valor do saldo inicial e final dos serviços em andamento e outros custos aplicados na prestação de serviços. Processo no.1/867/2006 3

e la Câmara de Julgamento Fica claro, portanto, que os resultados apontados no Relatório Totalizador, fls.22, não refletem em absoluto a realidade operacional do estabelecimento Autuado, já que na feitura do relatório não foram observados os requisitos básicos, acima explicitados (~20 do art.92), que lhe conferem legitimidade, o que compromete o crédito tributário por falta dos requisitos de liquidez e certeza. Destarte, não resta dúvida de que a errônea adoção da técnica de fiscalização prejudicou a eficácia do lançamento e, conseqüentemente, os efeitos tributários. Diante desse fato, declaramos NULO o Auto de Infração n O.2006.01490, nos termos do art.53 do Dec.25,468j99, restando, somente, à Fazenda Estadual o direito de efetuar novo levantamento. É o VOTO. Processo n~1/867/2006 Auto de Infração n~1/200601490 Julgamento: 11104/2007 4

Conselho de Recursos Tributários DECISÃO Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, em que é Recorrente Célula de Julgamento de la Instância e recorrido CAMARÃO DO CEARÁ INDÚSTRIA COMÉRCIO E EXPORTAÇÃODE PESCADO LTDA. A la Câmara do Conselho de Recursos Tributários, por unanimidade de votos, resolve conhecer do recurso oficial, negar-lhe provimento, para confirmar a decisão declaratória de NULIDADE proferida pela la Instância, nos termos do voto da relatora e do parecer da douta Procuradoria Geral do Estado. Ausentes, por motivo justificado, os conselheiros José Gonçalves Feitosa e Helena Lúcia Bandeira Farias. SALA DAS SESSÕES DA la CÂMARA DE JULGAMENTO DO CONSELHO DE RECURSOS TRIBUTÁRIOS em Fortaleza, aos 16 de maio de 2007. ~~~~~~~~~ Ana Maria Martins Timbó Holanda. J.l., r \. PRESIDENTE ~ ~G\. ~tj- ~ \O _ lj'/yy" c.. Magna Vitória G.L.Martins CONSELHEIRA RELATORA José Gonçalves Feitosa CONSELHEIRO Dulcimeire Pereira Gomes CONSELHEI ro C~~~~= (/ Ma'r(a,7aaJ~..r~t~ Processo n".i/867/20ô Auto de Infração n.i!. Julgamento: II/04/2007 5./