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Transcrição:

PARLAMENTO EUROPEU 2014-2019 Comissão dos Assuntos Jurídicos 21.4.2015 2015/2053(INI) PROJETO DE RELATÓRIO sobre a eventual extensão da proteção proporcionada pelas indicações geográficas da União Europeia aos produtos não agrícolas (2015/2053(INI)) Comissão dos Assuntos Jurídicos Relatora: Virginie Rozière Relatora de parecer(*): Nicola Danti, em nome da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores (*) Comissão associada Artigo 54.º do Regimento PR\1058515.doc PE554.895v02-00 Unida na diversidade

PR_INI ÍNDICE Página PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU...3 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS...7 (*) Comissão associada Artigo 54.º do Regimento PE554.895v02-00 2/7 PR\1058515.doc

PROPOSTA DE RESOLUÇÃO DO PARLAMENTO EUROPEU sobre a eventual extensão da proteção proporcionada pelas indicações geográficas da União Europeia aos produtos não agrícolas (2015/2053(INI)) O Parlamento Europeu, Tendo em conta o Acordo da Organização Mundial de Comércio (OMC) sobre os aspetos dos direitos de propriedade intelectual relacionados com o comércio (TRIPS), Tendo em conta o Livro Verde da Comissão intitulado «Aproveitar ao máximo o saberfazer tradicional da Europa: a eventual extensão da proteção das indicações geográficas da União Europeia aos produtos não agrícolas» (COM(2014)0469), Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1151/2012 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 21 de novembro de 2012, relativo aos regimes de qualidade dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios («Regulamento Qualidade» 1 ), Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 1308/2013 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 17 de dezembro de 2013, que estabelece uma organização comum dos mercados dos produtos agrícolas («Regulamento OCM Única») 2, Tendo em conta o Regulamento (CE) n.º 110/2008 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de janeiro de 2008, relativo à definição, designação, apresentação, rotulagem e proteção das indicações geográficas das bebidas espirituosas 3, Tendo em conta o Regulamento (UE) n.º 251/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de fevereiro de 2014, relativo à definição, descrição, apresentação, rotulagem e proteção das indicações geográficas dos produtos vitivinícolas aromatizados 4, Tendo em conta o parecer do Comité das Regiões de 12 de fevereiro de 2015, Tendo em conta o parecer do Comité Económico e Social Europeu de 18 de fevereiro de 2015, Tendo em conta o artigo 52.º do seu Regimento, Tendo em conta o relatório da Comissão dos Assuntos Jurídicos e os pareceres da Comissão do Mercado Interno e da Proteção dos Consumidores, da Comissão do Comércio Internacional e da Comissão da Cultura e da Educação (A8-0000/2015), A. Considerando que a OMC encara as indicações geográficas como indicações que 1 JO L 343 de 14.12.2012, p. 1. 2 JO L 347 de 20.12.2013, p. 671. 3 JO L 39 de 13.2.2008, p. 16. 4 JO L 84 de 20.3.2014, p. 14. PR\1058515.doc 3/7 PE554.895v02-00

identificam um produto como originário de um território, região ou localidade de um membro, caso determinada qualidade, reputação ou outra característica do produto seja essencialmente atribuível à sua origem geográfica; B. Considerando que os produtos tradicionais europeus de qualidade constituem um património cultural da União Europeia e um elemento essencial da atividade económica e social de inúmeras regiões europeias, garantindo atividades diretamente relacionadas com a realidade local, especialmente nas zonas rurais; C. Considerando que as regiões europeias são muito ricas em produtos não agrícolas assentes num saber-fazer tradicional de altíssimo nível; D. Considerando que a qualidade, a reputação ou outras características de um produto podem ser determinadas pela sua origem; E. Considerando que os produtos tradicionais europeus, pela sua qualidade e consequente procura intensa, podem ser usurpados; F. Considerando que, através de uma proteção adequada ao nível europeu das indicações geográficas dos produtos não agrícolas, se poderia combater a contrafação, evitando a concorrência desleal e as práticas que induzem o consumidor em erro; G. Considerando que os consumidores continuam a mostrar um interesse crescente não só quanto à segurança dos produtos, mas também quanto à sua origem e métodos de produção; H. Considerando que as legislações nacionais existentes em matéria de proteção dos produtos não agrícolas redundam em diferentes graus de proteção nos Estados- Membros, o que obsta a uma proteção eficaz no território europeu; I. Considerando que uma legislação europeia harmonizada nesta matéria não poderá deixar de ser benéfica para a União Europeia em negociações comerciais na cena internacional; 1. Saúda a iniciativa da Comissão de organizar uma consulta pública sobre uma eventual extensão da proteção da indicação geográfica (IG) da União Europeia aos produtos não agrícolas; 2. Apoia a criação ao nível europeu de um instrumento de proteção destinado especificamente aos produtos não agrícolas, que permita valorizar a produção industrial e artesanal no plano local, bem como reforçar a confiança dos consumidores; 3. Exorta a Comissão a propor o mais rapidamente possível o referido instrumento, ao qual deverá preceder um estudo de impacto; Âmbito de aplicação 4. Reitera que a vinculação ao território é indispensável para se poder identificar um saber- PE554.895v02-00 4/7 PR\1058515.doc

fazer e designar a qualidade de um produto; 5. Frisa que essa vinculação deve poder assumir várias formas: sempre que possível, deve ser feita a distinção entre uma produção na região com matérias-primas provenientes da área protegida e uma simples produção na região; 6. Defende uma definição abrangente, que permita reconhecer a ligação entre o produto e a área geográfica abrangida pela IG, não deixando de proteger as denominações não geográficas que fazem, ainda assim, claramente referência à área abrangida; 7. Apoia, neste contexto, a inclusão no regime de proteção dos sinais ou símbolos não textuais, associados, de forma inequívoca, a uma região; 8. Salienta que o rótulo/sinal de reconhecimento/marca/logótipo relativo às IG não agrícolas deve ser simples, facilmente reconhecível e redigido na língua correspondente à origem do produto; 9. Salienta que determinadas indicações devem ser excluídas da proteção da IG, por exemplo, os termos genéricos ou as indicações geográficas homónimas; neste sentido, acrescenta que podem servir de exemplo as isenções previstas no artigo 6.º, n. os 1, 3 e 4, do Regulamento (UE) n.º 1151/2012 sobre as IG agrícolas; Processo de registo 10. Preconiza um processo de registo obrigatório, com vista a proporcionar um grau mais elevado de segurança, designadamente no que se refere ao exercício dos direitos em caso de litígio; 11. Considera que o registo deve realizar-se em duas etapas: um controlo local da responsabilidade das administrações nacionais ou regionais, para assegurar o respeito das especificidades, e um sistema europeu de registo único, para assegurar o respeito de critérios comuns à escala da UE; 12. Propõe que a gestão do referido sistema ao nível da UE fique a cargo do IHMI; 13. Salienta que o sistema deve limitar os custos e os encargos administrativos para as empresas, sem deixar de proporcionar garantias suficientes aos consumidores; 14. Considera que esse dispositivo deve deixar às empresas em causa a iniciativa de criar a IG, nomeadamente no que se refere à elaboração do caderno de encargos que as IG devem cumprir; 15. Defende uma abordagem flexível dos critérios incluídos no caderno de encargos, com vista a permitir e favorecer a evolução no futuro dos processos de produção e da inovação; 16. Entende que o caderno de encargos deve incorporar, no mínimo, os seguintes critérios: matérias-primas utilizadas, descrição do processo de produção, prova da vinculação ao PR\1058515.doc 5/7 PE554.895v02-00

território, aspetos da responsabilidade social das empresas; 17. Propõe que os produtores, as suas associações e as organizações consulares sejam os principais intervenientes autorizados a solicitar o registo de uma IG de produtos não agrícolas; 18. Salienta a possibilidade de solicitar uma contribuição aos produtores para a obtenção de uma IG, desde que se trate de uma contribuição pontual, equitativa perante os custos suportados e com uma aplicação uniforme à escala da UE; Coexistência com os direitos anteriores 19. Reitera a necessidade de assegurar a coexistência das indicações geográficas com os direitos anteriores; 20. Salienta que importa definir claramente a relação entre as marcas e as IG, para evitar conflitos; 21. Propõe que os Estados-Membros onde já exista um regime de proteção disponham de um período de transposição adequado; o o o 22. Encarrega o seu Presidente de transmitir a presente resolução ao Conselho e à Comissão. PE554.895v02-00 6/7 PR\1058515.doc

EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS A qualidade, a reputação ou outras características de um produto podem ser determinadas pela sua origem. As indicações geográficas são denominações locais (bem como, em determinados países, palavras associadas a um lugar) utilizadas para a identificação dos produtos provenientes desses locais e que apresentam essas características. A União Europeia é rica em tais produtos, baseados em conhecimentos e métodos de produção tradicionais: as facas Laguiole, o cristal da Boémia, o tartan escocês, os mármores de Carrara ou a tapeçaria de Aubusson. Estes produtos são parte integrante do património cultural, social e económico de um determinado local e são testemunho da dimensão do saberfazer e do património cultural europeus. Representam história, conhecimento e talento. Por serem o resultado desse saber-fazer, por se tratar de produtos de qualidade e, como tal, muito procurados, por serem símbolos de um local e de uma cultura, esses produtos podem ser vítimas de usurpação. Tal usurpação traduz-se num duplo prejuízo. Em primeiro lugar, são prejudicados os consumidores, que pensam comprar produtos representativos de um saber-fazer local e de qualidade, mas que, na realidade, adquirem produtos fabricados num qualquer lugar exceto no pressuposto local de fabricação, muitas vezes sem respeitar as tradições que contribuíram para a sua notoriedade. Em segundo lugar, são prejudicadas as empresas, que enfrentam a concorrência de produtos que lhes usurpam a notoriedade e que são vendidos a preços inferiores. Como efeito colateral, em determinadas situações, podem ser comprometidas a imagem e a reputação dos produtos autênticos. No caso dos produtos agrícolas, esta questão já não se coloca, pois dispõem de proteção à escala europeia desde 1992. Ao invés, não existe regulamentação ao nível europeu que proteja a denominação dos produtos industriais e artesanais em causa. Confrontados com essa lacuna, 15 Estados-Membros instituíram, até à data, mecanismos de proteção das IG relativas a produtos não agrícolas. Esta proteção é, no entanto, muito dispersa, podendo as IG estar protegidas ora pela legislação contra as práticas enganosas, ora pelo direito das marcas, ora por dispositivos especialmente criados para as IG. Além disso, trata-se de uma proteção desigual, havendo grandes variações entre os Estados-Membros que preveem uma proteção específica, setorial ou transversal das IG, bem como no âmbito de aplicação, nos custos e no grau de proteção proporcionada por essas proteções específicas. PR\1058515.doc 7/7 PE554.895v02-00