p o r B. M. SOARE S Liogonyleptoides inermis (M. L., 1922).

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Transcrição:

Vol. III, N. 11 --- pp. 193-198 PAPÉIS AVULSO S D O DEPARTAMENTO DE ZOOLOGI A 19-VI-194 3 SECRETARIA DA AGRICULTURA S. PAULO - BRASIL NOTAS OPILõES SOBR E p o r B. M. SOARE S I Liogonyleptoides inermis (M. L., 1922). Progonyleptoides inermis Melo-Leitão, Ann. Mag. Nat. Hist., ser. 9, vol. IX, 1922, p. 334 ; Melo-Leitão, Arq. Mus. Nac. Rio de Janeiro, vol. 24, 1923, p. 136, fig. 14. Progonyleptoides cimex Melo-Leitão, Arq. Mus. Nac. Rio d e Janeiro, vol. 24, 1923, p. 136. Liogonyleptoides cimex Melo-Leitão, Rev. Mus. Paul. Sã o Paulo, tomo XVII, 2.a parte, 1932, p. 238, fig. 129. Liogonyleptoides inermis Melo-Leitão, id., p. 238. Liogonyleptoides calcaratus Piza, Folia Clinica et Biologica, São Paulo, An. VIII, n. 2, 1936, p. 51. Anomaloleptes singularis Melo-Leitão, Arq. Mus. Nac., 36, 1934, pp. 17-18, fig. 9. Conhecem-se deste gênero três espécies, duas delas com os tipos depositados neste Departamento -- Liogonyleptoides inermi s (M. L., 1922) e Liogonyptoides cimex (M. L., 1923) ; a terceira, Liogonyleptoides calcaratus Piza, 1936, possue vários representantes e m nossas coleções, determinados pelo autor. Recebi de Rio Claro, Estado de São Paulo, coligidos pelo Pe. F. S. PEREIRA, muitos machos e fêmeas deste gênero. Estudando o material em conjunto, pela comparação dos exemplares atribuidos àquelas supostas espécies, conclui que se trata, e m suma, de uma única, devendo Liogonyleptoides cimex (M. L.) e

194 PAPÉIS AVULSOS Vol. III N. 1 1 Liogonyleptoides calcaratus Piza ser considerados sinônimos d e Liogonyleptoides inermis (M. L.). O material determinado que examinei foi o seguinte : Número 489 1 #. Progonyleptoides inermis M. L., Alto da Serra, Estado de São Paulo. MELO-LEITÃO, det. 1920. Tipo.., L472yç.Progonyleptoides cimex M Número dalto a Serra, Estado de São Paulo. MELO-LEITÃO det. 192 0 Tipo. Número 1074 1 e 3 y y. Liogonyleptoides calcaratu s Piza. Silvânia, Estado de São Paulo. O. PINTO col. XII - 1930.. PIZA det., Metátipos. Números E. 519 C. 383 e E. 519 C. 384 22 y y e 10 ##. Piracicaba, Estado de São Paulo. PIzA det. Topótipos. Segundo MELO-LEITÃO (Ann. Mag. Nat. Hist. ser. 9 vol. IX 1922, p. 334) o tipo de Progonyleptoides inermis M. L. é um macho que está aquí depositado (deve ser o número 489) e o de Progonyleptoides cimex M. L. (deve ser o n. 472) tambem se encontra neste Departamento, sendo fêmea (Arq. Mus. Nac., vol. 24, 1923, p. 136). Não, está de acordo com o rótulo que encontrei no frasco n. 47 2 a procedência, que MELO-LEITÃO diz ser Petrópolis (Arq. Mus. Nac., vol. 24, 1923, p. 136), ao passo que tanto o rótulo do frasco com o o catálogo deste Departamento indicam que é Alto da Serra, Estad o de São Paulo. MELO-LEITÃO diz, em Mem. Inst. But. t. X 1935-36, p. 292, a respeito de Liogonyleptoides cimex (M. L. ), o seguinte : "Esta espécie parece muito comum no Brasil Meridional ; ja assinalada de vária s localidades do Rio de Janeiro e São Paulo, foi agora coligida e m Barretos, Corumbataí e Lusitânia, Estado de S. Paulo, e em Mafra. Estado de Santa Catarina." O tipo de Liogonyleptoides inermis (M. L.) não correspond e à sua descrição nem à figura dada sob n. 14 nos Arq. Mus. Nac. vol. 24, 1923, p. 136. Coincide, porem, com, a descrição do mach o de Liogonyleptoides cimex (M. L.), dada na monografia de 193 2 (Rev. Mus. Paul., t. XVII 2.à parte, 1932, p. 238). Na grande série de opilões desta espécie, de Rio Claro, há exemplares de cômoro ocular inerme ou com dois tubérculos e com a area III inerme ou com dois tubérculos, o que conduz tambem a o género Anomaloleptes Melo-Leitão, 1934. Tendo examinado os ti-

B. M. SOARES Notas sobre Opilõe s 195 pos de Anomaloleptes singulares M. L., 1934, concluí que ainda s e trata de Liogonyleptoides inermis (M. L.). Paragonyleptes fulvigranulatus M. L., 192 2 Paragonyleptes fulvigranulatus Melo-Leitão, Ann. Mag. Nat. Hist. ser. 9, vol. IX, 1932, p. 339 ; Melo-Leitão, Arq. Mus. Nac. 24, 1923, pp. 149-150, figs. 21 e 21a. Soerensenia fulvigranulata Melo-Leitão, Rev. Mus. Paul. Sã o Paulo, t. XVII, 2.a parte, 1932, pp. 328-329, fig. 215. Kaingangoides pardalis Piza, Folia Clinica et Biologica, S. Paulo, vol. X, n. 4, 1938, p. 120, fig. 6. Gonyperna incus Piza, Papéis Avulsos Dept. Zoologia, vol III, 1943, p. 139. Paragonyleptes pardalis Piza, Rev. Brasil Biol., 2 (4), dezembro 1942, Rio de Janeiro, p. 410. Paragonyleptes pardalis (Piza, 1938) deve ser considerado sinônimo de Paragonyleptes fulvigranulatus M. L., 1922.pois, tive a oportunidade de comparar os tipos, que se acham depositados neste_ Departamento. Não vejo razão para a separação, e m chave, de Paragonyleptes pardalis (Piza) e Paragonyleptes fulvigranulatus M. L., pela presença ou ausência de dois tubérculos atrá s do cômoro ocular, como se vê à p. 411, pois os tipos das duas espécies possuem um par de tubérculos atrás do cômoro ocular (Vid e "A respeito da sistática de alguns opiliões", S. DE TOLEDO PIZA JOR., in Rev. Brasil Biol., 2 (4) : 403-416, dezembro de 1942, Rio de Janeiro, D. F.). Aproveito a oportunidade para retificar a procedência do material que serviu ao Prof. PIZA para a reunião de oito gêneros correntemente aceitos num só. (Op. cit.). São duas séries (números E. 357 e E. 361) de Guarulhos, Estado de São Paulo, Brasil, coligadas. em VI-1942 e pelo VII-1942, FS.PEREIRA, Pe epertencem a este Departamento, já tendo sido devolvidas pelo auto r do trabalho. Aliás, já tive ocasião de me referir a elas. (Vide " Papéis Avulsos do Dep. de Zoologia. Estado de São Paulo", vol. 2, n. 1, 1942, p. 11). Metarthodes farinosus M. L., 1922 Metarthrodes farinosus Melo-Leitão, Ann. Mag. Nat. Hist. ser 9, vol. IX, 1922, p. 347 ; Melo-Leitão, Arq. Mus. Nac.

196 PAPÉIS AVULSOS Vol. III N. 1 1 24, 1923, pp. 173-174, fig. 33 ; Melo-Leitão, Rev. Mus. Paul. XVII, 2.a parte, 1932, pp. 380-381, fig. 242. Stenoprostygnus mamillatus Piza, Jornal de Agronomia, Piracicaba, vol. 3, n. 4, dezembro, 1940, pp. 279-281, com fi g Metarthrodes mamillatus B. M. Soares, Papéis Avulsos do Departamento de Zoologia, São Paulo, vol. II, n. 1, p. 1. Em trabalho já publicado referi-me à presença desta espéci e em Boracéa (# # e $$ ), denominando-a Metarthrodes mamillatus (Piza), pois, após os ter considerado como Metarthrodes Roewer, mostrando o material ao Prof. TOLEDO PIZA, este me avisou que se tratava de espécie sua, pertencente a um gênero de duvidosa posiçã o sistemática Stenoprostygnus mamillatus Piza. Comparando meu s exemplares com o tipo, tive a oportunidade de verificar que de fat o assim o era. Li rapidamente as diagnoses das espécies de Metarthrodes Roewer, não tendo conseguido identificar bem os meu s exemplares, e considerei como boa a espécie do Prof. PIZA. Achei, entretanto, que não havia mais razão de ser para a manutençã o do gênero Stenoprostygnus Piza. Estudando melhor o material, verifiquei que se trata de Metarthrodes farinosus M. L., 1922, cuj o tipo está depositado neste Departamento, o que veiu confirmar o meu ponto-de-vista a respeito da colocação dos espécimes na su l família Coelopyginae, na qual o gênero Stenoprostygnus Piza é sinônimo de Metarthrodes Roewer. Em trabalho recente o Prof. PIZA coloca o seu gênero Stenoprostygnus na subfamilia Heterocranainae. Suponho que não deve estar nesta sub-familia pelas seguintes razões : I) Para ser Heterocranainae os palpos deveriam ser do mesmo comprimento do corpo e ter todos os segmentos de igual espessura, e o que se dá é que são mais compridos que o corpo e os tarsos e tibia s são mais espessos que as patelas e fêmures. II) Nos Heterocranainae a s queliceras são geralmente muito mais desenvolvidas no macho e co m estes exemplares não sedá isto. III) O contorno do corpo não é mai s ou menos ovalar e sim o cefalotórax mais ou menos paralelo e muit o mais estreito que o escudo dorsal, que é mais dilatado ao nivel da s ancas III ; seu facies é de um grupo bastante diferente dos qu e possuem contorno do corpo mais ou menos ovalar. Concluo o seguinte : Estes exemplares têm os caracteres de Coelopyginae, apenas as ancas IV não excedem o escud o dorsal em toda extensão, mas este fato é facilmente constatado em opiliões que não são do grupo dos que possuem coxas I V excedendo o escudo somente pelo bordo apical externo e contorno

B. M. SOARES -- Notas sobre Opilões 19 7 do corpo mais ou menos ovalar. Nestes espécimes o contorno d o corpo não é " mais ou menos ovalar", como o de Stygnidius ou d e Syncranaus. Não considero escópula o que observei nos tarsos posteriores destes opiliões ; se fossem os tarsos escopulados, como diz o Prof. PiizA (Vide "Jornal de Agronomia ", Piracicaba, vol. 2 n. 4, dezembro 1940, p. 281), com muito maior razão não poderiam ser Oeterocranainae, aliás nem mesmo Coelopyginae. Ademais Metarthrodes farino, conseguí determinar os exemplares como sendo - sus M. L., pois este Departamento possue o tipo desta espécie, qu e tem prioridade em relação à do Prof. TOLEDO PIZA. Como se vê, MELO-LEITÃO tambem os considera Coelopyginae. A B S T R A C T The author, having compared the types of some species o f Opiliones, considers : 1) Liogonyleptoides cimex (M. L., 1923) an d Liogonyleptoides calcaratus Piza, 1936, as synonymous with Liogonyleptoides inermis (M. L., 1922) ; 2) Paragonyleptes pardalis (Piza, 1938) as synonymous with Paragonyleptes fulvigranulatu s M. L., 1922 ; 3) Stenoprostygnus mamillatus Piza, 1940, as synonymous with Metarthrodes farinosus M. L., 1923.