Balanço da Contratação Colectiva de Trabalho 1.º Trimestre de 2006

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Transcrição:

Balanço da Comissão Executiva 11 de Maio de 2006

1. RESULTADOS DO TRIMESTRE. APRECIAÇÃO NA GENERALIDADE 1.1 Convenções publicadas Nos primeiros três meses do ano foram publicadas 47 convenções colectivas que abrangeram 140.940 trabalhadores contra 54 convenções colectivas e 191.781 trabalhadores abrangidos no mesmo período homólogo de 2005 (Quadro 1). Mais de metade dos trabalhadores (58%) estão inseridos em três convenções sectoriais. No caso dos grandes sectores não se registou ainda qualquer alteração de vulto. Nas indústrias transformadoras ainda não há resultados completos, como são o exemplo dos Têxteis sem o envolvimento de toda a actividade ou da Indústria Gráfica e Transformadora de Papel que só agora admitiu uma nova fase negocial. Continuam em negociação as grandes convenções da Construção Civil e Obras Públicas, da Indústria Química e da Indústria, Comércio e Reparação Automóvel. Continua por esclarecer o caso da Cerâmica que se arrasta sem solução desde 2000. Sem definição, no sector social, estão as grandes convenções com as instituições de solidariedade social (CNIS) e as misericórdias portuguesas. De sublinhar, com alguma preocupação, que uma parte substancial das convenções concluídas resulta de acordos de empresa (Quadro 1), o que explica também o número reduzido de trabalhadores abrangidos. 1

1.2. Valores salariais Nos anos mais recentes, os salários dos trabalhadores portugueses têm apresentado um crescimento real muito baixo. A evolução salarial, não só deve assegurar ganhos de forma a reforçar o poder de compra como deve convergir para o nível de salários praticados na União Europeia. Se o aumento da produtividade tem um papel central na melhoria dos salários, em termos reais, em especial sobre o ritmo e intensidade do crescimento, importa não esquecer o papel fundamental da inflação, enquanto principal indicador escolhido pelas partes no processo negocial, que umas vezes influencia e noutras baliza a actualização salarial, mas sobretudo vale pela importância das previsões e do seu impacto na revisão das tabelas salariais. Este ano, o desvio entre a inflação prevista e a inflação verificada vai condicionar o efeito das actualizações salariais na vida dos trabalhadores portugueses. Contudo, a contrastar um pouco com o volume de convenções publicadas e trabalhadores abrangidos regista-se um ligeiro crescimento médio dos salários convencionais na mesma linha do valor apurado em 2005. Nesse ano o ganho salarial foi de 0,4% (Quadro 2) para uma variação média de 2,7% enquanto que neste primeiro trimestre o valor médio da actualização salarial atingiu 2,8% (Quadro 3), sendo de assinalar a tendência da inflação para a subida. As informações obtidas junto dos sindicatos filiados revelam actualizações salariais inseridas num grande grupo situado entre os 2,3% e os 3%, marginalizando os resultados acima ou abaixo deste intervalo. Neste contexto, a UGT vem prevenindo que a inflação deverá situar-se no final do ano entre 2,5% e 3%, sendo oportuno tomarem-se desde já medidas nos processos de negociação em curso no sentido das actualizações salariais poderem acompanhar o ritmo da inflação. 2

2. ASPECTOS PARTICULARES DOS RESULTADOS NEGOCIAIS Com base na publicação das convenções publicadas até ao final de Março foi possível avaliar algumas particularidades reveladas nos instrumentos de regulamentação colectiva de trabalho: 2.1. Distribuição por tipo de convenção Até ao final de Fevereiro a distribuição das convenções por acordos colectivos de trabalho (ACT), acordos de empresa (AE) e por contratos colectivos de trabalho (CCT) era totalmente atípica e disso demos nota no balanço provisório da actividade antes de terminar o trimestre. O número absoluto de AE publicados superava então o número de CCT sabendo-se que o peso do AE nos últimos anos se baliza entre os 27% e os 29% do total das convenções. Os valores conhecidos no final do 1.º trimestre tendem para a normalidade até porque, provavelmente, vão aparecer mais publicações sectoriais cuja dificuldade negocial tem levado a um maior arrastamento no tempo. 2.2. Convenções e Regulamentos de Extensão (RE) Não há qualquer indicação a assinalar a passagem de uma convenção à fase de arbitragem na medida em que a situação não está normalizada embora não haja impedimento de a arbitragem voluntária poder realizar-se, à semelhança de um acaso ocorrido em 2005. Também não se regista a publicação de qualquer regulamento de condições mínimas (RCM) embora se conheça a existência da constituição de uma comissão técnica que terminou há bastante tempo a função para que foi incumbida. Quanto ao volume de RE (regulamentos de extensão) publicados estamos perante uma situação normalizada na relação que foi de 1 RE 3

para 3 convenções publicadas e, neste início de ano, é quase de 1 para 2 (Quadro 4). O mesmo não se pode afirmar quanto à morosidade na publicação das extensões. 2. 3. Tipo de texto publicado As revisões globais constituem quase 30% dos textos publicados (Quadro 5). Relativamente ao valor do ano passado o número de alterações salariais subiu fazendo diminuir o peso dos textos globais no conjunto do tipo de textos publicados. O texto global pode ser um indicador da renovação do conteúdo da regulamentação colectiva de trabalho se não for uma reposição do texto que foi revisto. Actualmente há conhecimento da negociação de textos globais que enfrentam grandes dificuldades e contribuem para o reduzido número de publicações comparadas com a situação anterior à publicação do Código do Trabalho. São situações em que não tem imperado o bom senso porque se pretende excluir direitos e reduzir ao mínimo as matérias que dão qualidade ao texto negocial, a não ser que sejam do estrito interesse do empregador. 2.4. Vigência e caducidade expressa nos IRCT publicadas As convenções cujos textos não prevêem a caducidade da convenção, a não ser por substituição de outra convenção, são o dobro daqueles que de uma forma ou outra admitem a sobrevigência e a caducidade da convenção se não houver acordo dos parceiros na sua revisão. Outro aspecto a ter em conta é que há muitas convenções sem caducidade que têm a duração de 1 ano deixando a ideia de que vai haver conflito mais tarde ou mais cedo. A este propósito registe-se a publicação da caducidade de uma convenção sectorial. 4

3. CONCLUSÕES Neste primeiro trimestre de 2006 o emprego não aumentou, os despedimentos colectivos continuaram a lançar para o desemprego milhares de trabalhadores, e a economia não melhorou. Recentemente a Lear-Corporation de Valongo anunciou o despedimento de cerca de 300 trabalhadores até ao fim do corrente ano o que levou o Sindel: a) A prever o encerramento deste sector até 2010 e a deslocalização das empresas para os países de leste; b) A recorrer ao 1.º Ministro. De um lado temos os despedimentos colectivos, a precariedade do emprego, as convenções que não se fazem, as empresas que não actualizam salários nem melhoram as condições de trabalho dos trabalhadores. Do outro as convenções que não se fazem ao ritmo desejável, as que não se publicam e aquelas que foram objecto da nossa atenção. O factor positivo reside na publicação de algumas alterações ao Código do Trabalho no âmbito da negociação colectiva de trabalho pelas quais a UGT pugnou com êxito. A partir de agora, as alterações introduzidas no Código do Trabalho não podem servir apenas para aparecerem mais denúncias visando a caducidade das convenções e muito menos para argumentos para que a contratação colectiva de trabalho não se faça em tempo útil e com regularidade. Muito provavelmente o panorama da contratação colectiva vai alterar-se nos próximos meses com reflexo directo nas negociações que estão em curso e nas que se vão iniciar. O aumento dos AE é uma situação que não vai desaparecer e tende a acentuar-se. Contudo, o bloqueamento e o atraso da negociação colectiva ocorrem nos sectores de actividade, fundamentalmente na indústria transformadora, em geral, e um pouco em quase todas as regulamentações 5

sectoriais. Todos os anos se assinalam mais atrasos no início e na conclusão das negociações e mais negociações de CCT não chegam ao fim. Quanto ao aumento do número dos regulamentos de extensão parece ser uma compensação pelo fraco volume de publicação de convenções. A capacidade dos serviços do MTSS parece ter sido desviada da publicação das convenções para acelerar a publicação da extensão das convenções que há muito tempo estão em vigor. Para finalizar, não parece despiciente relacionar o volume de textos exclusivamente salariais publicados com a renovação automática dos textos e, consequentemente, a manutenção dos conteúdos na contratação colectiva. Com certeza que estamos todos interessados em actualizar os conteúdos das convenções mas nem sempre os empregadores e as associações de empregadores estão dispostos a fazer uma negociação séria. Renovar e actualizar não significa esvaziar as regulamentações colectivas de trabalho. Só assim é que se pode compreender porque é que alguns empregadores no sector dos transportes, com o anúncio na nova legislação da cessação da eficácia derrogatória prevista no artigo 13.º do Lei 99/2003, de 27 de Agosto, se apressaram a declarar a caducidade das convenções, sem terem feito o menor esforço para as renovar em negociação antes ou depois da entrada em vigor do Código do Trabalho. 6

Quadro 1 1.º trimestre de 2006 (Tipo de convenção e trabalhadores abrangidos) Convenções Colectivas Publicadas 2006 CCT ACT AE Total Convenções Publicadas em 2005 (Total) Nº Trabalhadores abrangidos 2006 Nº Trabalhadores abrangidos 2005 Janeiro 7 1 5 13 25 69.473 90.238 Fevereiro 6 0 11 17 19 8.073 16.336 Março 11 1 5 17 10 63.394 85.207 24 2 21 47 (51,1%) (4,2%) (44,7%) (100%) 54 140.940 191.781 Fonte: BTE e DGERT Quadro 2 (Variação médias das tabelas salariais) Anos 2004 2005 Aumento médio convencional 2,9 2,7 Taxa de inflação 2,4 2,3 Aumentos reais 0,5 0,4 Fonte: UGT com base nos dados do Banco de Portugal/DGERT Quadro 3 1.º Trimestre (Variação média intertabelas) Ano 2005 2006 Em % 2,7 2,8 Fonte: DGERT Quadro 4 1.º Trimestre (Distribuição dos IRCT negociais e não negociais) 2006/IRCT ACT AE CCT Arbitragem Voluntária Arbitragem Obrigatória RE RCM Janeiro 1 5 8 0 0 9 0 Fevereiro 11 5 0 0 7 0 Março 1 5 11 0 0 3 0 7

1º Trimestre 2 21 24 0 0 19 0 Fonte: UGT/BTE Quadro 5 (Tipo de texto publicado) Meses/Tipo Alterações Salariais Alterações Salariais e Texto Consolidado Revisão Global Novos IRCT Janeiro 7 3 2 3 Fevereiro 5 5 4 1 Março 8 1 8 0 1º Trimestre 20 9 14 4 Fonte: UGT/BTE Quadro 6 (Vigência e caducidade expressa nos IRCT) Vigência /meses 12 24 36 Outro prazo Totais Com caducidade 2 3 3 1 9 Sem caducidade 8 7 1 16 Fonte: BTE 8