Educação semi-presencial aplicada ao ensino da simulação de eventos discretos: um relato de experiência



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Transcrição:

Educação semi-presencial aplicada ao ensino da simulação de eventos discretos: um relato de experiência José Arnaldo Barra Montevechi Universidade Federal de Itajubá Avenida BPS, 1303, bairro BPS, 37500-903, Itajubá/MG, Brasil. montevechi@unifei.edu.br Carlos Eduardo Corrêa Molina Universidade Federal de Itajubá Avenida BPS, 1303, bairro BPS, 37500-903, Itajubá/MG, Brasil. molinaead@gmail.com Mabel Maria Silva de Resende Chaves Coutinho Universidade Federal de Itajubá Avenida BPS, 1303, bairro BPS, 37500-903, Itajubá/MG, Brasil. mabelcoutinho@gmail.com RESUMO Este artigo relata uma experiência com o uso da educação semi-presencial na disciplina que trata de Simulação de Eventos Discretos, no mestrado em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Itajubá UNIFEI. Descreve resumidamente a forma de disponibilização de conteúdos e as formas de avaliação adotadas, além da análise das respostas dos alunos ao questionário de avaliação da disciplina, cujo resultado direciona as ações de melhoria para os futuros cursos. PALAVRAS CHAVE. Educação semi-presencial. Educação a Distância. Simulação. EDU. ABSTRACT This article relates an experience of adopting a part-time class learning approach in the MSc Discrete- Event Simulation Course of the Universidade Federal de Itajubá. This article describes the course pedagogic contents, the teaching and evaluation method, as well as, the analysis of the students evaluation questionnaire and the consequent teaching intervention. KEYWORDS. Blended Learning. Distance Education. Simulation. EDU. 1. Introdução A necessidade de se fazer análises complexas em uma planilha, de se utilizar médias na interpretação de dados probabilísticos, na análise de dados estatísticos, a representação e o estudo de uma linha de produção (acrescentando mais máquinas, por exemplo) tornam-se mais confiáveis quando são utilizadas ferramentas computacionais. A simulação permite que, simultaneamente, a realidade possa ser imitada, com alteração de dados probabilísticos, com o exame de múltiplas metas, com a possibilidade de múltiplas tomadas de decisão, facilita e agiliza o estudo de uma linha de produção, entre outras ações. Através de simulações da realidade o analista pode escolher a melhor opção/solução em tempo mais curto, com a alteração/acréscimo de dados, com alteração de layouts de produção, com distribuição de tarefas entre outras alterações no processo em estudo, em um curto espaço de tempo e sem gastos ou perdas excessivas. Este artigo trata, especificamente, do trabalho desenvolvido no ensino de simulação de eventos discretos, no programa de mestrado em engenharia de produção da Universidade Federal de Itajubá, com o apoio e utilização de um Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), denominado TelEduc, desenvolvido pelo Núcleo de informática Aplicada à Educação, do [ 374 ]

Instituto de Computação da Universidade Estadual de Campinas UNICAMP, como plataforma de interação entre o trabalho presencial e o trabalho virtual (blended-learning). Resume-se, portanto, a um relato de uma experiência em que o desenvolvimento tecnológico e o uso de mutimeios abrem novos caminhos e permite ao docente oferecer informação e interagir com os aprendizes (Coutinho, 2003) de forma a promover a construção de conhecimento conjunto. 2. Justificativas Como justificativa para este estudo pode-se destacar: A simulação é uma das mais importantes ferramentas da pesquisa operacional, e por natureza, não é composta de conceitos triviais, mas sim, de uma infinidade de conceitos e diferentes classificações. Pode-se, ainda, acrescentar que a disciplina envolve a possibilidade de uso de uma série de softwares diferentes na sua aplicação, que, em sua maioria, acarretam grande dificuldade para o aprendizado solitário por parte do aluno. Pretende-se, mais do que simplesmente disponibilizar informações e conteúdos aos alunos, a superação das limitações de uma simples leitura, quando feita em um livro ou mesmo a leitura ou acompanhamento de um tutorial, em busca de uma aprendizagem reflexiva, crítica e conceitual conforme argumenta Azevêdo (2005). Diversas são as vantagens possíveis com o uso da educação semi-presencial. Algumas são efetivamente demonstradas através desse relato de experiência, outras são produtos secundários, obtidos indiretamente, como fruto desse trabalho de busca por melhores formas de ensino. Um dos sub-produtos da educação semi-presencial é a melhor preparação dos docentes e a sua familiarização com os diversos meios educacionais disponíveis, hoje em dia, para o enriquecimento do trabalho, a divulgação e troca de experiências entre os alunos e os demais participantes de um curso. Grande tem sido o desafio de professor e equipe de formadores, em algumas disciplinas da graduação e pós-graduação da Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI), para unir o melhor do ensino tradicional presencial com o melhor da Educação a Distância (EaD), usando como principal ferramenta e elo de ligação, um AVA de código aberto. Desta forma, procurou-se, neste relato de experiência, expor detalhadamente a dinâmica adotada no decorrer da disciplina e as atividades presenciais e não presenciais que compuseram a mesma. 3. Educação semi-presencial ou blended-learning A educação semi-presencial no Brasil começou a adquirir certa proeminência nos últimos cinco anos, particularmente, em decorrência da portaria 2.253 de outubro de 2001 e mais recentemente, da portaria 4.059 de dezembro de 2004. Ambas as portarias tratam da legalização do uso de até 20% da carga-horária à distância, em cursos presenciais. Para Moran (2004), o blended learning ou educação semi-presencial é a forma de ensino que combina o melhor do presencial com as facilidades do virtual e assim, se mostra o mais promissor para o ensino em nível superior. Em se tratando de educação semi-presencial, faz-se necessário uma breve abordagem de como é definida essa modalidade em contextos onde ela se encontra mais amplamente difundida. Driscoll (2002) trata dos diferentes significados dados à expressão blended learning, e assim define quatro conceitos diferentes, os quais podem ser resumidos como: uma forma de ensino que combina diferentes modalidades de tecnologia baseadas na internet para realizar um objetivo educacional. Estas tecnologias podem abranger uma sala de aula virtual ou ambiente virtual de aprendizagem, sistemas de áudio ou vídeo conferência, fóruns de discussão assíncronos, salas de bate-papo, bem como textos ou hiper-textos que propiciem conjuntamente a aprendizagem colaborativa e o ensino em ritmo individualizado; uma combinação de vários modelos pedagógicos como o construtivismo, behaviorismo e cognitivismo, visando otimizar os resultados de aprendizagem; o que pode ocorrer com ou sem o uso de diferentes tecnologias educacionais. [ 375 ]

diferentes formas de tecnologias educacionais, à distância ou não, que podem ser combinadas com as tradicionais aulas presenciais. Vão desde o vídeo-cassete, CD-ROM, filmes, rádio, TV, material impresso, até as tecnologias baseadas na internet (as mesmas descritas no primeiro item acima); uma forma de combinar as tecnologias educacionais com as tarefas do dia-a-dia, em prol da harmonia da aprendizagem e do trabalho. O blended learning, de fato, tem diferentes significados para pessoas diferentes e em contextos culturais diversos. O termo em inglês sugere a possibilidade de diferentes conceitos conforme descrito acima. Faz-se necessário, portanto, a escolha de um termo ou expressão que melhor se encaixe ao trabalho aqui proposto. Dessa forma, opta-se pelo termo educação semi-presencial, que concorda com o terceiro conceito de Driscoll, embora requeira uma opção mais clara de uso das diferentes tecnologias educacionais em momentos não-presenciais. Moran (2004) enumera quatro espaços em que o professor deve estar bem situado para poder educar com qualidade: uma nova sala de aula (bem estruturada e com disponibilidade de recursos áudio-visuais na medida certa), o espaço do laboratório conectado (computadores suficientes e conectados à internet), a utilização dos AVA (permitindo produção e comunicação à distância) e a inserção de ambientes experimentais e profissionais (relacionando a prática com a teoria). 4. Desenvolvimento Os recursos tecnológicos estão em constante alteração e ampliação e sua funcionalidade se torna cada vez mais necessária, na educação e, nos demais segmentos que fazem parte do dia a dia das pessoas. Desta forma, ao se iniciar um planejamento é necessário que o foco esteja voltado primeiramente aos objetivos educacionais (ou jornalísticos, arquitetônicos, entre outros, conforme sua aplicação) e depois, então, são selecionados o tipo de modelo que se vai utilizar e as ferramentas necessárias (Driscoll, 1998). Em relação à simulação, para se obter sucesso faz-se necessário determinado conhecimento em quatro áreas: o sistema, o qual se vai modelar; a simulação, quer dizer, o que se vai estudar, como será este estudo; a existência ou não de dados estatísticos, como se dará sua distribuição; e, o software que se fará uso. O trabalho desenvolvido pelo professor da disciplina visa preparar os alunos para a utilização de um software entre os disponíveis, no mercado, denominado PROMODEL. 4.1. Metodologia O trabalho constou de apresentar e discutir os temas do programa levando o aluno a participar, ativamente, através de aplicações práticas e resolução de exercícios. Para melhor compreensão do assunto foram oferecidas aos alunos leituras de artigos que enriquecessem o conteúdo e oferecessem mais opções de situações nas quais se podem trabalhar. Seguindo a premissa discutida por Coutinho (2003), o professor, como um facilitador da aprendizagem, busca permitir ao aluno mais autonomia de aprendizagem, orientando-o quanto as formas de pesquisa e clareando-lhe os caminhos a serem seguidos a fim de propiciar-lhe um maior aproveitamento do conteúdo trabalhado. Foram oferecidas oportunidades de se trabalhar em grupo, através da aplicação do conteúdo estudado em empresas reais, as quais foram visitadas, tiveram seus processos mapeados e, portanto, serviram como estudos de caso práticos para o enriquecimento da disciplina. Para auxiliar na condução dos trabalhos fez-se uso da plataforma AVA, que permitiu aos alunos, professor e formadores estarem em constante contato e com espaço disponível para troca de informações, colocação de dúvidas, consulta a material para enriquecimento do assunto e apoio. Esse ambiente é que permite o benefício de um tempo esticado conforme define Azevedo (2005), em que ocorre uma continuidade das atividades, mesmo sem simultaneidade. 4.2. Estratégias [ 376 ]

Este curso foi oferecido a uma clientela diversificada (alunos de graduação, mestrado e doutorado). Diante deste fato, procurou-se trabalhar atividades distintas, respeitando o nível de cada um, exigindo mais atividades e, de maior profundidade de análise dos alunos classificados em maior grau de estudos. As atividades foram classificadas como dourada, prata, conforme grau de exigência na participação dos alunos no AVA. Na tabela 1 pode se verificar a forma como foi desenvolvida cada atividade. Atividade/ categoria Atividade Dourada Alunos de graduação Tarefas extras Alunos de mestrado Apresentação de artigos Alunos de doutorado Apresentação de capítulos de livros selecionados. Leitura e resenha de artigos selecionados Atividade prata Participação no TelEduc Realização de exercícios durante o curso Acompanhamento do curso, participação no fórum de discussão, preenchimento da ferramenta Perfil, diário de bordo, entre outras. Exame Realização do exame no final do curso. Tabela 1 Atividades aplicadas a cada categoria de alunos. Foram realizadas atividades em grupo cuja finalidade era a preparação, seleção e aprofundamento em estudos de caso que pudessem subsidiar trabalhos de iniciação científica, mestrado e doutorado, assim como a produção de artigos que pudessem ser submetidos a importantes eventos e/ ou revistas da área da pesquisa. Na seleção dos componentes dos grupos houve a preocupação do professor de formar equipes nas quais participassem alunos dos diferentes níveis, isto é, pelo menos um aluno de doutorado, um de mestrado e um de graduação em cada uma delas e, ainda, um consultor padrinho (orientados de mestrado do professor responsável pela disciplina de simulação que já tinham conhecimento prévio do conteúdo da disciplina) conforme demonstrado na Figura 1. Figura 1 Formação básica das equipes. [ 377 ]

A avaliação dos trabalhos desenvolvidos se deu conforme a apresentação na Tabela 2. A avaliação final (exame) representou 35% do total de pontos distribuídos. Os exercícios realizados durante o curso equivaleram a 20% do total da nota. Estes exercícios foram realizados durante todo o curso e, foram designados pelo professor de atividade prata, significando ser ela importante para o acompanhamento do curso. As participações no AVA também influenciaram na nota final do aluno, uma vez que 10% desta foram distribuídos conforme a participação no TelEduc. A atividade realizada em grupo equivaleu aos restantes 35% distribuídos, esta atividade foi designada pelo professor como atividade ouro, significando sua relevância para a compreensão do conteúdo pelo aluno e da verificação real de sua aprendizagem. A atividade dourada foi realizada pelos alunos de diferentes formas, conforme a categoria de cada participante (aluno de graduação, de mestrado e de doutorado). Discriminação Avaliação Porcentagem Exame 35% Exercícios 20% Participação no TelEduc 10% Trabalho em grupo 35% Tabela 2 Distribuição de notas Na avaliação final (exame) foram observados: a qualidade da apresentação, a relevância do trabalho, o relatório realizado, e, o conhecimento demonstrado sobre o assunto. Enfim, na elaboração dos materiais e conteúdos da disciplina, houve a tentativa de incorporar nos instrumentos pedagógicos selecionados, técnicas que, segundo Nunes (1994), proporcionam um estudo independente, com atividades que promovem e fomentam a capacidade de observação crítica dos alunos. 5. A disciplina A disciplina iniciou-se com um encontro presencial no qual os alunos foram informados do desenvolvimento da mesma. As aulas eram ministradas semanalmente e aconteceram, em sua maioria, num laboratório da universidade estruturado para aulas presenciais através do uso do computador. A cada aluno foi disponibilizado um computador no qual realizava os trabalhos em sala de aula e, ainda, acompanhava as explicações (que apesar de serem projetadas num quadro branco podia ser acompanhada, também, através de cada aparelho). Após o esclarecimento sobre a dinâmica da disciplina, foi apresentado, aos alunos, o AVA que seria utilizado no decorrer da mesma. Houve a preocupação em apresentar, aos poucos, as ferramentas disponíveis neste ambiente, oferecendo, aos alunos, atividades para serem realizadas em cada uma destas ferramentas, a fim de que se familiarizassem com seu uso. Cada aula tinha a duração de 4 horas. Na Tabela 3 são apresentadas as ferramentas trabalhadas, no Ambiente Virtual de Aprendizagem, durante a primeira semana de aula. Objetivou-se permitir ao aluno um período de conhecimento e ambientação à metodologia adotada na disciplina. Dessa forma, cada uma das ferramentas foi exposta, analisada, consultada, salientando-se a sua utilidade, através da requisição de alguma atividade que permitisse ao aluno se familiarizar com sua utilização. As aulas eram semanais e o conteúdo foi gradativamente introduzido e semanalmente revisado. A complexidade dos trabalhos cresceu conforme a verificação da aprendizagem sobre os assuntos trabalhados. [ 378 ]

Aula Ferramenta Discriminação Estrutura do Nesta atividade, o aluno tem o primeiro contato com o Ambiente de ambiente Aprendizagem TelEduc. Resume-se à leitura de uma apresentação padrão do TelEduc que explicita as informações gerais sobre o ambiente, suas ferramentas e seus propósitos de utilização. Dinâmica do Compreende uma apresentação do curso em powerpoint, onde é descrito o curso conteúdo do curso, a maneira como são feitas as avaliações, as datas importantes e os objetivos a serem alcançados no decorrer do período. Agenda A agenda é consultada todas as semanas, pois disponibiliza ao aluno informações atualizadas, dicas ou sugestões da coordenação. Permite também, a visualização das programações anteriores na opção Agendas Anteriores. Alterar senha Opção da ferramenta Configurar que permite ao aluno alterar a senha recebida por e-mail, que, por ser gerada automaticamente pelo servidor, 01 geralmente é difícil de ser memorizada. Correio Ferramenta utilizada para troca de mensagens entre os participantes do curso e Material de o pessoal da administração do TelEduc. Contém inicialmente uma mensagem de boas vindas do professor. Ferramenta usada para disponibilizar todo tipo de material vinculado a uma apoio determinada atividade. Inicialmente, contém a apostila da disciplina, para acompanhamento das aulas presenciais. Revisão da aula presencial. Disponibiliza os slides de aula utilizados na Introdução à Pesquisa Operacional (PO) e na Formulação de Problemas de Programação Linear (PL). Perfil Esta ferramenta fornece um mecanismo para que os participantes possam se conhecer e desencadear ações de comprometimento entre si. Cada aluno preenche o seu perfil, falando sobre si mesmo, seu trabalho, sua família, seus amigos, lugares interessantes, o que gosta de ler e outras informações a seu respeito, além de incluir uma foto de identificação (Atividade Dourada). Tabela 3 Atividades realizadas como complemento à primeira aula. Aula Ferramenta Discriminação 02 Leitura Nesta ferramenta do Teleduc incluem-se artigos relacionados à temática da disciplina, visando ajudar uma revisão bibliográfica básica da disciplina Nessa semana, os alunos leram e fizeram um resumo de um artigo, anexando-o ao seu portfólio individual (Atividade Dourada). Leitura Semelhantemente a atividade anterior, os alunos leram, resumiram e prepararam uma apresentação de outro artigo. Um dos alunos foi sorteado para apresentar o 03 artigo na próxima aula presencial (Atividade Dourada) Portfólio Cada aluno disponibiliza, no mínimo, uma URL que trata do assunto Simulação, adicionando um breve comentário sobre a mesma (Atividade Dourada). Leitura Novamente, ocorre a leitura, resumo para o portfólio individual e a preparação 04 de uma apresentação do artigo para a aula presencial (Atividade Dourada). Grupos Esta ferramenta permite a criação de grupos de pessoas para facilitar a distribuição de tarefas posteriores, como acontece com o Trabalho Final. Leitura Dois artigos são vinculados a essa aula. A atividade engloba novamente a leitura, resumo para o portfólio individual e a preparação da apresentação dos dois artigos para a aula presencial (Atividade Dourada). 05 Mural Possibilita que recados gerais possam ser anexados por qualquer participante. Formado os grupos, cada grupo inicia a discussão do assunto tema de seu trabalho final, através da ferramenta "correio" e, após o consenso, divulgam o resultado nessa ferramenta, com o título "Trabalho final do grupo. Leitura Mais uma vez, dois artigos são disponibilizados e Atividade Dourada é semelhante a das semanas anteriores. 06 Diário de Ferramenta ideal para o aluno fazer uma reflexão a respeito de seu processo de Bordo aprendizagem. Os alunos incluem uma anotação de como está sendo a assimilação das idéias que foram expostas até o momento (Atividade Dourada). Tabela 4 Atividades realizadas na etapa inicial da disciplina. [ 379 ]

Nas Tabelas 4 e 5 podem ser verificadas as atividades e a ordem com que foram trabalhados os conteúdos da disciplina, após a primeira semana de familiarização. Assim, a partir da segunda semana, as ferramentas do TelEduc passam a cumprir o seu papel de apoio e de complemento ao ensino. A ferramenta Material de Apoio foi utilizada todas as semanas e, através desta, é que foram disponibilizados os slides de aula, filmes e arquivos do software PROMODEL, portanto não consideramos necessária a sua apresentação nas tabelas, exceto quando utilizada de forma diferenciada desta. A Tabela 5 destaca as atividades da etapa final da disciplina. Esta etapa, além do estudo e aprofundamento do conteúdo da disciplina, também foi importante para a orientação e preparação dos alunos para o Trabalho Final, direcionando-os para os momentos áureos de aprendizagem, responsáveis, também, pela formação da nota na disciplina. Este Trabalho Final, conforme mencionado anteriormente, foi realizado em grupo e, houve ainda, um Exame escrito que foi realizado individualmente. Aula Ferramenta Discriminação Leitura São disponibilizadas algumas das apresentações feitas, sobre os artigos sugeridos, durante o percurso da disciplina. Isso dá aos alunos a oportunidade de 07 arquivar as apresentações para consultas futuras. Material de É disponibilizado aos alunos, um texto que trata de como documentar os Apoio e sistemas estudados. Cada grupo formado segue a sugestão do texto, elabora a Correio documentação do modelo a ser simulado e envia o documento aos formadores através da ferramenta correio (Atividade Dourada). Leitura São disponibilizadas as últimas apresentações dos artigos estudados e o manual 08 do SimRunner (assunto da próxima aula presencial), para que os alunos façam um pequeno resumo das principais idéias por trás da otimização e simulação, inserindo-o em seu portfólio individual (Atividade Dourada). Leitura Nesta semana são disponibilizados o manual do StatFit (software que faz a análise estatística no Promodel) e um dos seminários apresentados por dois 09 professores da instituição, um importante material para futuras referências em monografias que abordem o tema simulação. Parada Obrigatória Leitura das informações sobre a avaliação escrita, em "Informações sobre a avaliação escrita. Leitura Nesta semana é disponibilizado mais um dos seminários apresentados por 10 professores da instituição (otimização combinada com simulação). Portfólio Entrega do relatório impresso e dos arquivos do trabalho final, a serem apresentados na última aula presencial aos demais alunos, ao professor e a um professor visitante que auxilia na avaliação dos mesmos. 11 Parada Obrigatória Consulta à relação de freqüência e notas finais do aluno. Resposta ao formulário de avaliação da disciplina (Atividade Dourada). Consulta aos momentos da disciplina (endereço na internet com as fotos tiradas no decorrer do período). Portfólio Consulta aos arquivos dos trabalhos apresentados pelas equipes. Tabela 5 Atividades realizadas na etapa final da disciplina. Conforme ressaltado anteriormente, a disciplina, além de tratar da temática de simulação de eventos discretos, dos seus conceitos, terminologias adotadas, aplicações diversas e de como conduzir projetos de simulação, visa, ao mesmo tempo, preparar os alunos para a utilização do software denominado PROMODEL, na construção dos modelos de simulação. Cada um desses modelos usados na disciplina, ao sofrer evoluções no decorrer das aulas semanais, propiciavam ao aluno um aprofundamento nos conceitos e no uso do software. [ 380 ]

Figura 2 Modelo de um processo de manufatura O Modelo referenciado na Figura 2 exemplifica a simulação de um processo de manufatura, usado no decorrer da disciplina como recurso didático. O modelo em questão é fruto de algumas evoluções desde um modelo original, mais simplificado, denominado Modelo 1A até este último, denominado Modelo 1C. A Tabela 6 demonstra a lógica progressiva com que são utilizados os modelos de simulação, bem como os objetivos de aprendizagem a serem alcançados com os mesmos. Modelo 1A 1B 1C 2A 2B 2C 3A 3B 3C 3D 3E 3F 3G 3H Principais Objetivos Apresentar os comandos: inclusão de contador e nível nas locations, build background graphics, wait e move for. Apresentar os comandos: locations com múltipla capacidade, combine e divisão de entities. Apresentar os comandos: duplicação de locations, inclusão de variáveis, inclusão de legenda, opção de rota com probabilidade, graphic, INC e DEC. Apresentar os comandos: locations fila, esteira e arrival múltiplas chegadas. Apresentar os comandos: arrival múltiplas e diferentes chegadas, join, load e unload. Apresentar os comandos: criação de caminhos, criação de resources, utilização de operadores no processo, get, free, move with. Apresentar os comandos: operação de merge, move, if-then-else, route, user distributions e attributes. Apresentar os comandos: distribuição de probabilidades nos tempos de processamento, clock e log. Apresentar os comandos: previsão de manutenção preventiva e display. Apresentar os comandos: programação de turnos e regime de trabalho. Apresentar os comandos: macros e run time interface. Apresentar o comando criação de cenários. Apresentar o comando termination logic. Apresentar o SimRunner. Tabela 6 Modelos de simulação construídos no decorrer da disciplina. [ 381 ]

Cabe ressaltar, que em todos os momentos, sejam presenciais ou à distância, os alunos dispunham de vídeos explicativos. Estes vídeos estavam disponíveis a qualquer hora, no laboratório de informática onde eram ministradas as aulas presenciais, portanto, ali os alunos podiam construir os modelos de simulação e revisá-los quando necessário. Infelizmente, a disponibilização dos vídeos pela internet ainda era um problema até a última veiculação da disciplina, devido ao tamanho dos arquivos, entretanto, estudos tem sido realizados no sentido de diminuí-los e poderem ser acessados remotamente. 6. Avaliação dos Resultados O número de alunos precisou ser limitado à quantidade de computadores disponíveis em sala de aula. Alguns alunos eram professores da universidade interessados em aprender sobre o uso do software PROMODEL e, apesar de freqüentarem a todas as aulas não realizaram nem os trabalhos, nem o exame final. Desta forma, a quantidade de dados foi insuficiente para se fazer uma análise estatística aprofundada sobre o ponto de vista quantitativo. Conforme pode ser verificado na Tabela 7, foi requisitado aos alunos, como última Atividade Dourada da disciplina, que respondessem a questões destinadas à avaliação do trabalho desenvolvido na disciplina. Serão destacadas adiante algumas das sugestões dos alunos de melhorias a serem implantadas, as facilidades e dificuldades sentidas pelos alunos no decorrer do curso e em relação à forma como foram trabalhados os assuntos. Pergunta Resposta esperada 1 Seu Nome Identificação do aluno 2 O tempo despendido em relação ao programa proposto foi suficiente? Sim ou Não 3 A forma de disponibilizar informações e material pela internet e o uso do TelEduc foram efetivos? Sim ou Não Caso negativo o que você sugere para melhorar? Resposta Livre 4 O conteúdo incluso no material da disciplina foi adequado? Sim ou Não Caso negativo o que você sugere para melhorar? Resposta Livre 5 A metodologia das aulas foi adequada? Sim ou Não Caso negativo o que você sugere para melhorar? Resposta Livre 6 Qual o assunto da disciplina você teve MAIS facilidade em aprender? Resposta Livre Qual o assunto da disciplina você teve MENOS facilidade em aprender? Resposta Livre 7 A forma de avaliação foi adequada? Sim ou Não Caso negativo o que você sugere para melhorar? Resposta Livre 8 O conteúdo da disciplina pode ajudar em seu trabalho futuro? Sim, Talvez ou Não 9 Como foi a relação professor/aluno? Ótima, Muito Boa, Boa, Regular ou Ruim 10 Que sugestão você daria para melhorar esta disciplina? Resposta Livre Tabela 7 Perguntas destinadas a avaliação do trabalho desenvolvido na disciplina. Sugestões: aprofundar nas análises estatísticas (em relação ao tamanho das amostras na coleta de dados e nas replicações); que fosse aumentada a carga horária para que o assunto possa ser trabalhado com mais tranqüilidade; ou a criação da disciplina SIMULAÇÃO II para melhor aprofundar sobre o assunto, ou, ainda, incluir outra disciplina abordando outros tipos de aplicações de simulação de eventos discretos; despender mais tempo ao tratar sobre otimização; aprimorar cada vez mais os filmes disponibilizados durante o curso para auxiliar o aluno nas etapas necessárias à preparação da simulação; poderiam ter sido mais profundas as análises dos relatórios gerados pelo software, uma vez que são de suma importância na compreensão e para a busca de melhorias do cenário simulado; [ 382 ]

que o professor auxilie mais de perto na seleção, pelos grupos, do assunto a ser abordado no trabalho final; aumentar o tempo de interação com a ferramenta SimRunner. O total de respondentes foram 13 alunos e, em relação às questões 2, 3, 4, 5, 7 e 8, cujas respostas esperadas eram SIM ou NÃO (e TALVEZ no caso da questão 8), destacam-se: Apenas um dos respondentes reprovou a forma de disponibilização das informações e do material, através do TelEduc. A justificativa do aluno para essa negativa é que existem algumas áreas (ferramentas) que... não agregam valor... estas deviriam ser eliminadas facilitando a navegação. As vezes é complicado achar um material pelo grande número de opções (questão 3). A forma de avaliação, o material disponibilizado no decorrer da disciplina e o tempo despendido para a mesma, foram aprovados por todos os alunos respondentes (questões 7, 4 e 2). 10 alunos responderam positivamente em relação à utilização do conteúdo da disciplina no futuro. Dentre os demais, estão 1 aluno que respondeu talvez e apenas 2 alunos que afirmaram que o conteúdo não os ajudaria em trabalhos futuros (questão 8). Em se tratando da metodologia utilizada na aula, 1 aluno respondeu negativamente, sugerindo que os exercícios para casa deveriam ser mais práticos e menos teóricos, forçando os alunos e exercitar mais no software (questão 5). uso no futuro tempo do curso 14 12 10 8 6 4 2 0 uso da internet av aliação mat. curso metodologia Figura 3 Respostas positivas às perguntas fechadas da avaliação da disciplina. Essas observações, solicitações e sugestões dos alunos foram consideradas e já estão sendo trabalhadas, diferentes formas de atendê-las. A maioria das respostas positivas salienta a eficácia que se tem alcançado através do uso da educação semi-presencial. Além disso, no decorrer das preparações e apresentações dos trabalhos, muitas oportunidades foram surgindo, como por exemplo: estágios para os alunos da graduação, em uma das empresas onde se obteve os dados para os trabalhos finais; idéias e resultados concretos que apóiam diretamente as dissertações de mestrado, teses de doutorado e trabalhos de diploma dos alunos. [ 383 ]

7. Conclusões O ensino da simulação de eventos discretos através de uma metodologia híbrida, permite ao docente, educar com qualidade, utilizando-se de um AVA como ferramenta de comunicação e interação e também, da modelagem de situações reais como forma de relacionamento da prática com a teoria. Em relação ao uso do AVA, conclui-se que o mesmo auxilia a integração do presencial com o virtual e assim, garante aos alunos uma aprendizagem mais significativa (Moran, 2004), ou seja, conforme afirma Azevedo (2005, p. 49), a virtualização de parte da carga horária se mostra um ótimo recurso para oferecer melhores oportunidades de aprendizagem no ensino presencial. No que se refere às modelagens de situações reais, as mesmas só foram possíveis devido ao intercâmbio com empresas da região e, obtiveram-se resultados bastante positivos, sejam para os trabalhos acadêmicos dos alunos da graduação e pós-graduação, como também para as próprias empresas, uma vez que os estudos geraram propostas de otimização e melhorias em seus processos produtivos. Enfim, com esse relato de experiência, pretende-se fustigar a outros docentes para que busquem, num processo denominado por Moran (2005) como Voluntarismo, conhecer mais e se aprofundar no uso de meios diferenciados de ensino. As ferramentas usadas na EaD, em geral, quando usadas na educação presencial, favorecem a dinâmica de interação entre alunos e docentes e, por conseqüência, tornam o processo de ensino-aprendizagem mais efetivo. 8. Referências Bibliográficas Azevêdo, W., Muito além do jardim de infância temas de educação online. Armazém Digital, Rio de Janeiro, 2005. Coutinho, M.M.S.R.C., Fundamentos da EAD e uma forma alternativa de vivenciar e aprender a engenharia econômica. Dissertação de Mestrado em Engenharia de Produção, Universidade Federal de Itajubá, Itajubá, MG, 2003. Driscoll, M., Web-based trainning: using technology to design adult learning experiences, Jossey-Bass/Pfeiffer, San Francisco, United States of America, 1998., Web-based trainning: using technology to design adult learning experiences, Jossey-Bass/Pfeiffer, San Francisco, United States of America, 2002. Moran, J.M., Propostas de mudança nos cursos presenciais com a Educação on-line. Anais do XI Congresso Internacional de EaD, 2004., A ampliação dos vinte por cento a distância. Anais do XII Congresso Internacional de EaD, 2005. Nunes, I.B. Noções de educação a distância. Revista Educação a Distância, Nº 4/5, Instituto Nacional de Educação a Distância, Brasília, 1994. [ 384 ]