A Importância das Redes de Colaboração Científica nos Rankings Universitários Internacionais: Um estudo no QS World University Ranking Latin America

Documentos relacionados
Naladi/SH 96 ARGENTINA BOLÍVIA BRASIL CHILE COLÔMBIA CUBA EQUADOR MÉXICO PARAGUAI PERU URUGUAI VENEZUELA E E E E E E E

DIRETORIA DE ESTUDOS SOCIOECONÔMICOS, INFORMAÇÕES E DESENVOLVIMENTO URBANO E RURAL DEPARTAMENTO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES

BASES TEÓRICAS DE PLANEJAMENTO

EXPORTAÇÃO BRASILEIRA DO CAPÍTULO 71 DA NCM. Por Principais Países de Destino. Janeiro - Dezembro. Bijuterias

Cinema, Soft Power e os BRICS

SONDAGEM ECONÔMICA DA AMÉRICA LATINA. Fevereiro, 2016

O clima econômico na América Latina é o pior desde julho de 2009

Piora das expectativas sinaliza desaceleração do crescimento na América Latina e no Mundo

Tabela ALUNOS REGULARES ESTRANGEIROS MATRICULADOS NO MESTRADO POR PAÍS DE ORIGEM EM 2010

152 a SESSÃO DO COMITÊ EXECUTIVO

Clima econômico da América Latina melhora em abril, mas permanece desfavorável

III FÓRUM DE INTERNACIONALIZAÇÃO Estratégia de expansão para a América Latina

Piora no clima econômico mundial leva a região latina para a fase de declínio do ciclo econômico.

Melhora nas expectativas lideram a melhora do clima econômico na América Latina e no Brasil

Revista Piccadilly - Um milhão de exemplares 100% distribuídos WORKSHOP CASES DE SUCESSO EM MÍDIA SEGMENTADA. Profashional Editora

Clima econômico registrou suave melhora na América Latina, mas continua desfavorável em quase todos os países

Clima econômico da América Latina melhora um pouco apesar de piora no Brasil

LAYOUT DO TÍTULO SUBTÍTULO

Biblioteca Virtual em Saúde e o controle bibliográfico da produção científica da América Latina e Caribe: o sistema de bases de dados LILACS

PIFCSS. O conhecimento é maior quando é compartilhado. Visão

TABELA - Destinos das exportações brasileiras de Laranja em NCM 8 dígitos: Sucos de laranjas, congelados, não fermentados

Workshop Programas Conceito 4

PME-3598 Introdução ao Projeto Integrado

Tratado entre os Estados Unidos e Austrália sobre Assistência Jurídica Mútua em Matéria Penal. Data de entrada em vigor: 30 de junho de 1992

O indicador do clima econômico melhora na América Latina, mas piora no Brasil

O QUE SÃO AS BOLSAS IBERMUSEUS DE CAPACITAÇÃO?

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

RELATÓRIO MENSAL - NICC POLO FRANCA

C. PLANO DE AÇÃO PARA O REFORÇO DAS ESTATÍSTICAS VITAIS E DE SAÚDE

RELATÓRIO MENSAL - NICC POLO FRANCA

Clima econômico na América Latina piora. No Brasil, expectativas seguem melhorando

PIFCSS PROGRAMA IBERO-AMERICANO PARA O FORTALECIMENTO DA COOPERAÇÃO SUL-SUL O CONHECIMENTO É MAIOR QUANDO É COMPARTILHADO

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Os institutos seculares do mundo

Metodologia SciELO. Odila Duru BIREME/OPAS/OMS. I Encontro de Editores de Revistas Científicas na Área de Psicologia São Paulo, 30 de agosto de 2004

CONTRIBUIÇÃO DA ANÁLISE MULTIVARIADA PARA OS INDICADORES DE AVALIAÇÃO DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO: uma análise na área de Matemática

Clima econômico mundial melhora, mas continua piorando na América Latina. Momento ainda é de cautela

Indexação de periódicos científicos em bases de dados

Análise de cluster como aporte metodológico para avaliação de programas de pósgraduação: um estudo na área de Ciência da Informação ( )

RELATÓRIO MENSAL - NICC POLO FRANCA

V SEMINÁRIO DE INTERNACIONALIZAÇÃO UNIVERSITÁRIA E VI WORKSHOP DE TRABALHO PAEC OEA-GCUB Brasília 17 a 19 de maio de 2017

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Censo do Setor de TI Principais Resultados

MANUAL DE INSCRIÇÃO LINHA DE APOIO AO PATRIMÔNIO MUSEOLÓGICO EM SITUAÇÃO DE RISCO

O PAPEL DO REGULATEL NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

49 o CONSELHO DIRETOR 61 a SESSÃO DO COMITÊ REGIONAL

OBJETIVOS DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) UMA ANÁLISE DE INDICADORES PARA OS PAÍSES DA REDE IBERO-AMERICANA DE PROSPECTIVA (RIBER)

BIREME/OPAS/OMS Comitê Assessor Nacional do Convênio de Manutenção da BIREME I Reunião do ano 2004, BIREME, São Paulo, 06 de agosto de 2004

RELATÓRIO MENSAL - NICC POLO FRANCA

Guia Prêmio Ibermuseus de Educação

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Clima Econômico melhora na América Latina, mas continua desfavorável Maiores avanços em relação a janeiro ocorrem no Brasil e no México

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Gerenciamento de periódico para gestão de indicadores alternativos

Bibliotecas nacionais do Mercosul: um estudo webométrico em seus websites institucionais

INFORMATIVO UNILA NO TERRITÓRIO

mensário estatístico - exportação Fevereiro 2011 ALCOOL ETILICO

ESTRUTURA E REGRAS DE FUNCIONAMENTO. Rede Ibero-Americana de Autoridades do Medicamento

O Brasil lidera a piora do clima econômico na América Latina

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Indicadores de produção científica: resolução USP 6.444

APRESENTAÇÃO DA EMPRESA PENSANDO EM VOCÊ

"OLHAR DOS JOVENS" Peças sonoras

RELATÓRIO MENSAL - NICC POLO FRANCA

OBJETIVOS DEL DESAROLLO SUSTENTABLE ODS

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

GUIA PARA EMPRESAS. Uma iniciativa de: #CelebraLaVida

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS. Aula expositiva 9ºs anos 2º bimestre

Indicadores de produção científica na USP

Comparative model: Telehealth in Latin America Mônica Pena de Abreu

EXPORTAÇÃO DE ARROZ POR NCM

O Espaço Ibero-Americano a comunidade de todos

O Brasil lidera a melhora do clima econômico na América Latina

A participação da PUC-Rio em avaliações externas dezembro/2018

48% dos jovens ibero-americanos encara o voluntariado como uma mais-valia para quem procura emprego. 51% já realizou algum tipo de voluntariado

Atividade e força científica dos países da América Latina e Caribe

BRASIL REALIZAÇÃO: UM ESTUDO: PATROCÍNIO:

Joanita Barros Juliana Sousa Projetos e Instâncias da BVS São Paulo, 23 de novembro 2009

Modelo SciELO de Publicação Eletrônica

A participação da PUC-Rio em avaliações externas agosto/2017

Indicador de Clima Econômico (ICE) da América Latina avança e se aproxima da zona de avaliação favorável

INTERNACIONALIZAÇÃO DA CIÊNCIA E DA PÓS-GRADUAÇÃO: AVANÇOS E DESAFIOS

TEMA 5 SALUD Y MEDIO AMBIENTE

FORPLAD Recife, março 2017 INTERNATIONAL AFFAIRS OFFICE

SETOR APÍCOLA BRASILEIRO EM NÚMEROS INTELIGÊNCIA COMERCIAL GUSTAVO CUBA

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Empresa Brasileira 95 anos de história

Indicadores sócio-educacionais Compilado por Profa. Dra. Gladys Beatriz Barreyro (atualizado em 2011)

Universidade Estadual de Londrina DIVISÃO CENTRAL DE MARISTELA CRISTINA MARTINS

América Latina Caderno de atividades

Clima Econômico da América Latina piora com expectativas menos favoráveis

Consideras a possibilidade de trabalhar no estrangeiro?

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE COUROS E PELES

Programa de Estudantes-Convênio de Pós-graduação - PEC-PG. Edital nº. 013/2008

Métricas Alternativas

Guia 10 Prêmio Ibermuseus de Educação

82% dos estudantes portugueses encara o empreendedorismo como solução para o seu futuro profissional

Transcrição:

São Paulo 22 de março de 2018 A Importância das Redes de Colaboração Científica nos Rankings Universitários Internacionais: Um estudo no QS World University Ranking Latin America Maria Cláudia Cabrini Grácio Fábio Sampaio Rosas José Augusto Chaves Guimarães

INTRODUÇÃO Desafios científicos atuais da Universidade Produtividade Visibilidade Reconhecimento científico e social Busca por excelência Alimentação e análise posterior dos resultados dos rankings

BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA B/C B (ênfase estatística) + C (ênfase sociológica) fornece bases metodológicas para a comunicação científica; avalia atividades de pesquisa em aspectos quantitativos e qualitativos; identifica o que é mais significativo (hot) em uma área de conhecimento; realiza estudos sobre a dinâmica da ciência (mapeamento e visualização); identifica tendências e campos investigativos; subsidia a avaliação e o financiamento da pesquisa.

BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA B/C Etapas: Quantificação; Mensuração; Benchmarking; Apresentação e Interpretação Indicadores: de atividades; relacionais de primeira geração; relacionais de segunda geração Níveis de atuação: macro; meso; micro; nano Requisitos: validade; relevância; confiabilidade; replicabilidade; robustez Fontes: bibliografias, bases de dados, índices de citações e de abstracts, bases de dados de texto integral, repositórios de dados, Google Scholar Universidades de excelência: Leuven (Bélgica), Leiden (Holanda), Viena (Áustria), Humboldt de Berlim (Alemanha), Carlos III de Madrid (Espanha), Granada (Espanha), UFRJ, UFRGS, UFPE, UNESP, USP.

BIBLIOMETRIA E CIENTOMETRIA B/C Destaques Bibliometrics and Publication Strategies Department (Universidade de Viena), que elabora o perfil bibliométrico dos pesquisadores como subsídio à avaliação e ao delineamento de estratégias e metas. Altmetrias: análise da visibilidade científica a partir da web, (downloads, acessos, visualizações, visitas etc.), em mídias sociais (Mendeley, CiteUlike etc.) e redes sociais (Researchgate, Scholarmetrics, Facebook, Tweeter etc.).

COLABORAÇÃO CIENTÍFICA Colaboração científica: trabalho intelectual coletivo de pesquisadores que compartilham competências, informações, ideias, recursos e esforços para atingir objetivos científicos mais amplos. Importante para a visibilidade e o impacto científico. Redes de colaboração científica: ferramenta de avaliação da colaboração científica que evidencia a conexão cognitiva e social entre pesquisadores influenciando nos rankings universitários em quesitos como produtividade, visibilidade e reputação.

OBJETIVO Avaliar: A importância da colaboração científica, medida pelo indicador "Rede de pesquisa internacional" na classificação das universidades no Ranking QS Latin America A associação entre a intensidade de colaboração científica internacional e a reputação da instituição, acadêmica ou junto aos empregadores; e A associação da intensidade da colaboração científica internacional das universidades presentes no Ranking QS Latin America com as demais características (quesitos) avaliadas pela metodologia desta classificação

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Coleta dos dados de forma manual (15-16 fev. 2018); Dados coletados: posição no ranking, nome da universidade, país de origem e valores referentes aos oito quesitos das primeiras 150 universidades elencadas no ranking; O universo de pesquisa: universidades de 16 países dos 20 que compõem a AL: Bolívia 1 Cuba 1 Paraguai 1 Porto Rico 1 República Dominicana 1 Costa Rica 3 Panamá 3 Uruguai 3 Peru 4 Equador 5 Venezuela 6 Colômbia 13 Chile 20 México 20 Argentina 25 Brasil 43

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Quadro 1. Correlações de Pearson entre os indicadores que compõem o escore global QS AL Fonte: Elaborado pelos autores

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS Os dados coletados foram organizados em uma planilha do software Microsoft Excel. Posteriormente, os dados levantados a partir do QS AL foram importados no software estatístico SPSS a fim de analisar as correlações de Pearson (r) existentes entre estes indicadores e construir os gráficos de dispersão que apresentam a distribuição conjunta da Rede de Pesquisa Internacional e os dois outros indicadores com os quais apresenta as maiores correlações. Para o teste de significância dos valores de correlação obtidos foi considerado o nível de significância de 0,01.

RESULTADOS Tabela 1. Correlações de Pearson entre os indicadores que compõem o escore global QS AL Correlações (r) Escore Reput. Reput. Estudantes Docentes Imp. na Artigos Cit. por Rede pesq. Global acad. empr. Web por doc. artigo intern. Escore Global 1 0,82 ** 0,64 ** 0,02 0,27 ** 0,58 ** 0,39 ** 0,37 ** 0,45 ** Reput. acadêm. 0,82 ** 1 0,72 ** -0,09-0,12 0,31 ** 0,03 0,16 0,13 Reput. empreg. 0,64 ** 0,72 ** 1 0,02-0,25 ** 0,06-0,24 ** -0,06-0,19 * Estudantes 0,02-0,09 0,02 1 0,08-0,12-0,14-0,26 ** -0,25 ** Docentes 0,27 ** -0,12-0,25 ** 0,08 1 0,44 ** 0,72 ** 0,02 0,41 ** Impac. na Web 0,58 ** 0,31 ** 0,06-0,12 0,44 ** 1 0,57 ** 0,30 ** 0,65 ** Artigos por doc. 0,39 ** 0,03-0,24 ** -0,14 0,72 ** 0,57 ** 1 0,31 ** 0,66 ** Cit. por artigo 0,37 ** 0,16-0,06-0,26 ** 0,02 0,30 ** 0,31 ** 1 0,46 ** Rede pesq. Internacional 0,45 ** 0,13-0,19 * -0,25 ** 0,41 ** 0,65 ** 0,66 ** 0,46 ** 1 Fonte: Elaborado pelos autores **correlações significantes a 0,01.

RESULTADOS Figura 1. Dispersão conjunta dos valores dos indicadores Rede de Pesquisa Internacional e artigos por docente doutor para os 150 países com mais altas classificações no Ranking QS AL Fonte: Elaborado pelos autores

Fonte: Elaborado pelos autores RESULTADOS Figura 1. Dispersão conjunta dos valores dos indicadores Rede de Pesquisa Internacional e artigos por docente doutor para os 150 países com mais altas classificações no Ranking QS AL

RESULTADOS E CONCLUSÕES Os indicadores Reputação Acadêmica e Reputação junto aos empregadores têm poder significativo na classificação final das universidades no QS AL mas as correlações mais intensas estão associadas ao indicador Rede de Pesquisa Internacional evidenciando a importância e imprescindibilidade - para as universidades dos estudos em colaboração com pesquisadores de outros países. As parcerias internacionais contribuíram fortemente para o aumento da produção científica das universidades, para a eficaz utilização de tecnologia na troca de informações entre os envolvidos e para a agregação de conhecimento relativo às novas tecnologias desenvolvidas. Aponta-se especialmente para a relevância de ações práticas como convênios, doutorados sandwich e participação em eventos no exterior bem como para parcerias com empresas, que resultem em colaborações científicas entre envolvidos contribuindo para o impacto das pesquisas e um melhor posicionamento das universidades em rankings.

rankings@reitoria.unesp.br