Gabriela Nogueira Ferreira da SILVA 1 José Vicente Granato de ARAÚJO. Escola de Engenharia Civil (EEC) gabriela.nfs@gmail.com jvgranato@yahoo.com.



Documentos relacionados
Figura 2.1. Esquema de uma bacia hidrográfica.

Estudo da Delimitação por MDE de Ottobacias de Cursos de Água da Sub-Bacia 63 Visando o Cálculo de Perímetro e Área de Drenagem

Hidrologia Bacias hidrográficas

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE BACIAS HIDROGRÁFICAS NA REGIÃO DE MANAUS AM 1

Projeto de Revitalização da Microbacia do Rio Abóboras Bacia Hidrográfica São Lamberto

HIDROLOGIA AULA semestre - Engenharia Civil. Profª. Priscila Pini prof.priscila@feitep.edu.br

Gestão das Águas urbanas e a Drenagem

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

LEVANTAMENTO DOS ANIMAIS SINANTRÓPICOS DA SUB- BACIA HIDROGRÁFICA URBANA PILÃO DE PEDRA, EM PONTA GROSSA PR

Gabriel Vendruscolo de FREITAS * Introdução

Capítulo 66 Método de I PAI WU

Município de Colíder MT

Avaliação da ocupação e uso do solo na Região Metropolitana de Goiânia GO.

Água, fonte de vida. Aula 6 A conexão das águas. Rio 2016 Versão 1.0

Áreas da cidade passíveis de alagamento pela elevação do nível do mar

OCUPAÇÕES IRREGULARES E IMPACTOS SÓCIO-AMBIENTAIS NA REGIÃO NOROESTE DE GOIÂNIA

FACULDADE SUDOESTE PAULISTA CURSO - ENGENHARIA CIVIL DISCIPLINA - HIDROLOGIA APLICADA EXERCÍCIO DE REVISÃO

30/11/2012. do adensamento populacional. crescimento desordenado. ocupação de áreas naturais e frágeis

USO DE GEOPROCESSAMENTO NA DELIMITAÇÃO DE CONFLITOS DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO NA ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DO RIO VERÊ, MUNICÍPIO DE VERÊ PR.

Tema 15 Qualidade da água em rios e lagos urbanos

Figura 1 Classificação Supervisionada. Fonte: o próprio autor

DISTRIBUIÇÃO DO USO E COBERTURA DA TERRA POR DOMÍNIOS GEOMORFOLÓGICOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO SÃO JOÃO - RIO DE JANEIRO

A água nossa de cada dia

CAPTAÇÃO DE ÁGUA DE CHUVA PARA CAMPINA GRANDE-PB: A OPINIÃO DA SOCIEDADE

Quadro Relação de chuvas de diferentes durações. Valor Médio Obtido pelo DNOS. 5 min / 30 min 0,34 1 h / 24 h 0,42

Gestão de impactos sociais nos empreendimentos Riscos e oportunidades. Por Sérgio Avelar, Fábio Risério, Viviane Freitas e Cristiano Machado

Aula 4: Prof. Dr. Marx Leandro Naves Silva

E AMBIENTAL DA BACIA DO RIO TURVO SUJO, VIÇOSA, MG

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DO MÉDIO E BAIXO CURSO DO RIO ACARAÚ-CEARÁ-BRASIL

Anais do Simpósio Regional de Geoprocessamento e Sensoriamento Remoto - GEONORDESTE 2014 Aracaju, Brasil, novembro 2014

ESCOLA SUPERIOR DE AGRICULTURA LUIZ DE QUEIROZ ESALQ/USP LEB 1440 HIDROLOGIA E DRENAGEM Prof. Fernando Campos Mendonça

Bacia Hidrográfica Precipitação Infiltração Escoamento

Autor: Uriálisson Mattos Queiroz Instituição: Escola de Engenharia Mecânica da Bahia(EEMBA)/IQUALI

Diagnóstico da Área de Preservação Permanente (APP) do Açude Grande no Município de Cajazeiras PB.

ÍNDICE. 7 - Conclusão... 1/ EIA-RL Janeiro de 2015 Rev. nº 00. LT 500 KV ESTREITO FERNÃO DIAS Estudo de Impacto Ambiental - EIA 1/1

Carina Petsch Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS carinapetsch@gmail.com

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. Fausto Pinato)

TERMO DE COOPERAÇÃO TÉCNICA. Nº. 016/ 2012 CREA/MG E FUNASA Setembro/2013

Modelagem de Serviços Ambientais Modelo InVEST

Estudo comparativo de índices morfométricos das sub-bacias hidrográficas dos rios Fumaça e Glória a partir de técnicas de Geoprocessamento

SECRETARIA DE ESTADO DO MEIO AMBIENTE SEMA DEPARTAMENTO DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS E GESTAO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DEMUC

QUE NOS INSPIRA! ESSE É O IDEAL. PROJETO Piracicaba Sustentável

PROJETO DE LEI Nº, DE (Do Sr. SARNEY FILHO) O Congresso Nacional decreta:

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA EM PONTOS DETERMINADOS DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO CAMBORIÚ

III-258 UTILIZAÇÃO DA COMPOSTAGEM NA PRODUÇÃO DE ESPÉCIES PAISAGÍSTICAS DESTINADAS A ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE VIÇOSA - MG

ANALISE DE PERDA DE SOLO EM DIFERENTES RELEVOS NO SEMIÁRIDO CEARENSE

XVI CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 22 a 26 de outubro de 2007

AUTORES: TELES, Maria do Socorro Lopes (1); SOUSA, Claire Anne Viana (2)

Introdução. Porto Alegre Bacia do Arroio Areia

TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE ESTUDO DE VIABILIDADE AMBIENTAL - EVA

MAPEAMENTO DAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PAJEÚ-PE. Carlos Tiago Amâncio Rodrigues¹, André Quintão de Almeida²

DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO PERMANENTE DA BACIA HIDROGRÁFICA DO JI-PARANÁ

Curso de Nivelamento em Avaliação Ambiental Estratégica Módulo IV (11 e 12/05/2009)

CONFLITO DE COBERTURA DE TERRAS EM REGIÃO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL, EM RELAÇÃO À APLICAÇÃO DO CÓDIGO FLORESTAL EM VIGOR 1

A importância do uso do SIG e da análise morfométrica para o plano de manejo em unidades de conservação

BACIA HIDROGRÁFICA OU BACIA DE DRENAGEM

6as Jornadas gvsig da América Latina e do Caribe - LAC. Autores: César Huegel Richa; Alexandro Gularte Schafer

COMPARTIMENTAÇÃO MORFOPEDOLÓGICA E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DA BACIA DO CÓRREGO AMIANTO, MINAÇU GO

Ações do Projeto de Convivência com o Semiárido

Notas de Aula Manejo de Bacias Hidrográficas

PROGRAMA DE REFLORESTAMENTO DAS MICROBACIAS HIDROGRÁFICAS DAS ÁREAS DE PROTEÇÃO AOS MANANCIAIS DA REPRESA BILLINGS NO MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉ SP

Mapeamento da evolução dos usos e coberturas das terras na bacia do ribeirão das Anhumas Campinas (SP)

ANÁLISE DE VULNERABILIDADE À EROSÃO NA MICROBACIA DO RIO BRUMADO (BA) COM EMPREGO DE GEOTECNOLOGIAS

PROJETO DE LEI N O, DE 2015

Monocultura do eucalipto e o conflito ambiental na Bacia do Canabrava, no Norte de Minas Gerais.

Juliana Aurea Uber, Leonardo José Cordeiro Santos. Introdução

Universidade Estadual de Londrina (Reconhecida pelo Decreto Federal n de 07/10/71)

Parecer sobre a Salinidade do Rio Araranguá e suas Implicações para a Cultura do Arroz Irrigado

AVALIAÇÃO DA ÁREA DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS DE ANÁPOLIS: um estudo de caso PIBIC/

A DEMANDA POR SAÚDE PÚBLICA EM GOIÁS

CARACTERIZAÇÃO FISIOGRÁFICA DA BACIA DO RIO DO PEIXE EMPREGANDO SIG (SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GEOGRÁFICAS)

DESMATAMENTO DA MATA CILIAR DO RIO SANTO ESTEVÃO EM WANDERLÂNDIA-TO

RESERVATÓRIOS DE DETENÇÃO HIDRICA: SOLUÇÃO PARA PROBLEMAS DE DRENAGEM URBANA NO MUNICÍPIO DE CAMPINA GRANDE - PB

P, Victor Hugo Dalla CostaP 4. Eliana R. SouzaP

Água e Floresta As lições da crise na região Sudeste

NOVO CÓDIGO FLORESTAL: IMPLICAÇÕES E MUDANÇAS PARA A REALIDADE DO PRODUTOR DE LEITE BRASILEIRO

O Hidrograma Unitário

2 BACIAS HIDROGRÁFICAS

Questões Climáticas e Água

EFEITO DA OCUPAÇÃO URBANA NA DRENAGEM DA BACIA DO RIO FARIA-TIMBÓ, RJ

APPA Associação de Proteção e Preservação Ambiental de Araras A natureza, quando agredida, não se defende; porém,ela se vinga.

CARACTERIZAÇÃO MORFOMÉTRICA DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS INSERIDAS NO MUNICÍPIO DE RIO VERDE, GOIÁS

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO. Quadro 11 - Exatidão dos mapeamentos de uso do solo

1. Seu município enfrenta problemas com a seca? 43 Sim... 53% 38 Não... 47%

GRANDES PARCERIAS GERANDO GRANDES RESULTADOS NA GESTÃO SUSTENTAVEL DOS RECURSOS HÍDRICOS PRODUTOR DE ÁGUA NO PIPIRIPAU-DF

Monitoramento de qualidade e quantidade de água superficial em área de reflorestamento de Pinus taeda e Pinus elliottis

AVALIAÇÃO DO USO DA TERRA NO PROJETO DE ASSENTAMENTO CHE GUEVARA, MIMOSO DO SUL, ESPÍRITO SANTO

CARACTERIZAÇÃO GEOMORFOLÓGICA DA FOLHA ITAPOROROCA, NA BORDA ORIENTAL DO ESTADO DA PARAÍBA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL WESLEY AUGUSTO CAMPANHARO

IV-018 POTENCIAL DE ECONOMIA DE ÁGUA POTÁVEL POR MEIO DO USO DE ÁGUA PLUVIAL NO SETOR RESIDENCIAL DE CIDADES MÉDIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO

MODELAGEM HIDRÁULICA DOS EVENTOS DE INUNDAÇÕES EM LAGES (SC)

RESOLUÇÃO CONAMA nº 334, de 3 de abril de 2003 Publicada no DOU n o 94, de 19 de maio de 2003, Seção 1, páginas 79-80

FICHA PROJETO - nº387-mapp

CONECTIVIDADE ENTRE A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL E A PRODUÇÃO AGRÍCOLA EM REGIÃO DE CONFLITO COM A LEGISLAÇÃO. Jonas Caçador Cavalca de Barros

Maísa Guapyassú Fundação O Boticário de Proteção à Natureza

EDUCAÇÃO AMBIENTAL, RESGATAR A IMPORTÂNCIA DO BIOMA CAATINGA

PAVIMENTOS PERMEÁVEIS: VERIFICAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO. Juliane Vier Vieira 1. Cristhiane Michiko Passos Okawa 2

COLÉGIO MONS. JOVINIANO BARRETO

12 - DESVIO DE CURSO D ÁGUA *MODULO 1 - IDENTIFICAÇÃO. *1. Requerente Pessoa Física. Distrito Caixa Postal UF CEP DDD Telefone Fax

ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM TRECHOS DO ARROIO CANDÓI, LARANJEIRAS DO SUL, REGIÃO CENTRAL DO ESTADO DO PARANÁ

Transcrição:

DEFINIÇÃO DE HIDROGRAMA DE PROJETO CONSIDERANDO O MÉTODO TEMPO-ÁREA COM O USO DO GEOPROCESSAMENTO. ESTUDO DE CASO DA MICROBACIA DO CÓRREGO BOTAFOGO EM GOIÂNIA INTRODUÇÃO Gabriela Nogueira Ferreira da SILVA 1 José Vicente Granato de ARAÚJO Escola de Engenharia Civil (EEC) gabriela.nfs@gmail.com jvgranato@yahoo.com.br Palavras-chave: drenagem urbana, geoprocessamento, hidrograma. Devido à grande dependência do homem para com os recursos hídricos, desde a antiguidade o desenvolvimento se deu próximo aos cursos d água. Ações antrópicas como ocupação desordenada, canalização dos rios, impermeabilização do solo e destruição da vegetação nativa vem alterando as características naturais da bacia, influenciando negativamente no escoamento superficial e nas taxas de infiltração, podendo ocasionar problemas de drenagem urbana. Localizada no Centro Oeste Goiano, a cidade de Goiânia atualmente sofre com problemas típicos das grandes cidades brasileiras (enchentes, crescimento desordenado, ocupações irregulares e etc.). A microbacia do córrego Botafogo, situada ao sul da cidade, possui alto índice de degradação e uma grande parcela do córrego canalizado, sendo que a existência de extensas áreas de ocupação irregular e a falta de estudos sistematizados que englobam aspectos físicos e sociais, dificultam a efetivação de ações e agravam os problemas relacionados a inundações. Neste contexto, dados hidrológicos como os de chuva e vazão são importantes ferramentas para a gestão dos recursos hídricos, fazendo necessário o registro de variáveis hidrológicas. Porém, é difícil obter uma série histórica representativa de variáveis para se fazer a modelagem, recorrendo-se então a modelos para bacias desprovidas de dados. Com isso, a importância deste trabalho se baseia na carência de dados hidrológicos e de uma metodologia sistematizada para o estudo de escoamento pluvial em comunidades urbanas. 1 A mestranda recebe bolsa de fomento à pesquisa pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior CAPES.

Tomando a bacia hidrográfica como unidade de estudo, este trabalho vem com o propósito de gerar um hidrograma de projeto considerando o método do histograma tempo-área, construídos a partir da geração de isócronas, com o auxílio de técnicas de geoprocessamento (através de elementos geográficos e geomorfológicos). Espera-se a comprovação da viabilidade e eficácia na construção de um histograma tempo-área para a aplicação em regiões urbanas (para bacias desprovidas de dados) e a comparação entre tempos de concentração feitos a partir de metodologias diversas para a construção de um hidrograma mais preciso, auxiliando em projetos futuros e contribuindo para uma gestão e ordenamento territorial de áreas urbanas. MATERIAIS E MÉTODOS A primeira etapa desta pesquisa contemplará uma revisão bibliográfica com uma fundamentação teória, um apanhado das pesquisas atuais sobre o assunto e aquisição dos dados. Para a geração do hidrograma primeiramente foi necessário a delimitação do ponto do exutório, da bacia, e da rede de drenagem. Tal procedimento foi realizado com utilização da carta SE-22-X-B dos dados de radar, no projeto SRTM (MIRANDA, 2011), no qual posteriormente foram extraídas as características físicas da bacia. A caracterização das variáveis físicas da bacia seguiu a metodologia de Horton (1945) e Strahler (1957); Villela e Mattos (1975) com o auxílio de técnicas de geoprocessamento. Os demais dados se deram através do Sistema Estadual de Estatística e de Informações Geográficas de Goiás (SIEG). Para a elaboração dos cálculos de velocidade primeiramente será necessário a criação de mapas de declividades com a utilização do SRTM. O coeficiente de escoamento (obtido através do mapa de uso da terra) a ser utilizado no cálculo de velocidade seguiu a metodologia adotada por Chow et al (1988) e Soil Concervation Service SCS (1975). Nesta etapa será gerado também um mapa de aspectos com os oito possíveis caminhos para o fluxo em cada pixel, informando a direção preferencial da água ao percorrer cada célula. Segundo Maziero (2010) a partir dos mapas no formato raster (pixel a pixel), com as informações da declividade do terreno e do uso da terra, pode se construir um mapa em que cada pixel carregue um valor de velocidade do escoamento superficial. A partir deste mapa de velocidades calcula-se o tempo

gasto para que a água percorra cada célula da bacia. Da soma dos tempos de cada célula que forma um caminho preferencial da água tem-se o mapa com o tempo de translação pixel a pixel (a soma dos tempos de cada célula que forma um caminho preferencial da água). A próxima etapa constituirá na definição do intervalo de tempo para separar as isócronas e assim obter o HTA da bacia. Serão analisados também histogramas de cenários com possíveis mudanças no uso da terra. A última fase do trabalho consistirá na elaboração do hidrograma de projeto e a verificação da aplicação do método para bacias urbanas. Após, será realizada a simulação dos possíveis picos de cheia na microbacia do córrego Botafogo. RESULTADOS Resultados Preliminares Adotando os procedimentos metodológicos descritos acima obteve-se alguns resultados preliminares para a microbacia do córrego Botafogo (Figura 1) que está localizada ao sul do município de Goiânia em uma região densamente urbanizada, possuindo uma hidrologia formada por lagos e córregos e apresentando uma pequena parcela de área verde nas matas ciliares e nas nascentes dos cursos d água (Floresta Estacional Semi-decidual). Figura 1: Mapa de localização da microbacia do córrego Botafogo.

A Figura 2 apresenta o resumo das características físicas da microbacia do córrego Botafogo. Localização Região Sul de Goiânia-GO Área 19,1 km 2 Perímetro 23,5 km Comprimento do rio principal 9,6 km Comprimento da bacia 10,2 km Pedologia Solo Vermelho Escuro Laterítico Hidrogeologia Sistema Aquífero Araxá e Complexo Granulítico Desnível entre o exutório e a cabeceira do 129 m rio (Hg) Cota mais alta 842 m Cota mais baixa 713 m Exutório -16 39 35,65 e -49 15 11,73 Declividade do canal principal 1,34% Ordem do canal principal Segunda Ordem Coeficiente de compacidade (Kc) 1,5 Fator de forma (Kf) 0,234 Densidade da drenagem 0,63 km/km 2 Sinuosidade do curso 1,21 Tempo de Concentração (tc) - Kirpich 119,2 min (1,9 hora). Figura 2: Resumo das características da microbacia do córrego Botafogo. Resultados Esperados Este trabalho possui a finalidade de apresentar uma metodologia que se adeque a bacias urbanas de Goiânia e região metropolitana, que por sua vez não possuem dados históricos de chuva e vazão de forma sistematizada e apresenta um alto índice de urbanização. Portanto, ao término deste trabalho espera-se obter os seguintes resultados: Sistematizar uma metodologia para estudo de bacias hidrográficas urbanas desprovidas de dados históricos; Aplicar as técnicas de geoprocessamento como ferramenta para integração, armazenamento, manipulação e espacialização de dados de diversos formatos necessários ao planejamento e gestão de bacias hidrográficas urbanas; Verificar a viabilidade destas técnicas na gestão de bacias hidrográficas urbanas e fornecer subsídios para futuras pesquisas cuja temática sejam os recursos hídricos e a ferramenta principal é o geoprocessamento; Contribuir para o aprimoramento do Plano Diretor de Drenagem Urbana em Goiânia.

CONCLUSÕES A presente dissertação foi estrutura em três etapas. A primeira delas, já finalizada, apresenta a revisão bibliográfica que norteará a pesquisa, essencialmente sobre as temáticas inerentes ao processo de urbanização, drenagem urbana, geoprocessamento e modelos hidrológicos. A segunda etapa (em processo de construção) abrangerá os procedimentos metodológicos a serem seguidos para a construção do hidrograma de projeto na bacia representativa. Por fim, a terceira etapa será realizada com o processamento e análise dos dados. O encerramento do trabalho se fará com considerações sobre os resultados encontrados, das potencialidades e deficiências encontradas no estudo, bem como apresentação de sugestões de procedimentos teóricos metodológicos para futuros trabalhos sobre esta temática. REFERÊNCIAS CHOW, V. T.; MAIDMENT, D. R.; MAYS, L. W., Applied Hydrology, Estados Unidos: McGraw-hill, 1988. 404p. HORTON, R. E. Erosional development of streams and their drainage basins: hidrophysical approach to quantitative morphology. Geological Society of American Bulletin. Boulder, v. 56, p. 275-370, 1945. MAZIERO, E. Histograma tempo/área geoprocessado: uso em modelo chuva-vazão concentrado. 2010. 116f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) Universidade Federal de Santa Maria. Rio Grande do Sul. 2010. MIRANDA, E. E. de; (Coord). Brasil em Relevo. Campinas: Embrapa Monitoramento por Satélite, 2005. Disponível em : http://www.relevobr.cnpm.embrapa.br>. Acesso em: 3 jun. 2011. SCS. Soil Conservation Service. Hydrology, supplement A: section 4 of Engeneering Handbook. Department of Agriculture [S.I.:s.n.], 1957. SIEG. Sistema Estadual de Estatística e Informação Geográfica. Disponível em: <http://www.sieg.go.gov.br/> Acesso em: 27/05/2011. STRAHLER, A. N. Quantitative analysis of watershed geomorphology. New Haven: Transamerican Geophysics University, v. 38, p. 913-920, 1957. VILLELA, S. M.; MATTOS, A. Hidrologia aplicada. São Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1975. 245p.