Feitosa Assessoria Gerenciamento em Saúde PARECER JURÍDICO



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Transcrição:

Feitosa Assessoria Gerenciamento em Saúde PARECER JURÍDICO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA PSF FORMA DE CONTRATAÇÃO CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA ART,. 37, IX DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL I OBJETO DA CONSULTA Foi solicitada a essa Consultoria orientação sobre a melhor forma de contratação dos profissionais do Programa de Saúde da Família PSF. II BREVE HISTÓRICO A estratégia do Programa de Saúde da Família foi iniciada em junho de 1991, com a implantação do Programa de Agentes Comunitários de Saúde - PACS. Em janeiro de 1994, foram formadas as primeiras equipes de Saúde da Família. O PSF, apesar da nomenclatura atual de estratégia, é tratado jurídica e contabilmente como um programa e como tal, está sujeito à interrupção a qualquer momento, dependendo apenas de decisão e principalmente vontade política de governo, que raramente trata a saúde como programa de ESTADO, mas sim como programa de GOVERNO. O Ministério da Saúde elegeu o PSF como estratégia prioritária para a reestruturação da atenção básica, sendo que parte de seus recursos financeiros é na verdade incentivo financeiro que são repassados aos municípios através do PAB Variável (Piso de Atenção Básica), em síntese, por equipe formada. Pois bem, a qualidade de programa dessa ação na área da saúde, invariavelmente induz a inúmeros questionamentos sobre forma de contratação e pagamento, devendo ser ressaltado que inexiste procedimento institucionalizado, mas sim praxes administrativas deflagradas por diversos municípios, nas mais variadas formas. Portanto, uma vez implantado o PSF no âmbito do município, deve a administração local propugnar pelas formas lícitas e aceitáveis no que tange a questão relativa às contratações.

III CONTRATAÇÃO DE SERVIDOR COM O PODER PÚBLICO No que concerne a contratação de servidor com o Poder Público somos impelidos para o comando da matriz constitucional, esculpido na Constituição Federal no seu art. 37, inciso II, verbis: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:"... "II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;"(g.n.) Portanto, a regra para ingresso na administração pública é a aprovação em concurso público. Entretanto, existem outras formas de se vincular com os órgãos públicos, além da regra supra citada. Neste diapasão é de suma importância o conhecimento do conceito de Agentes Públicos. III.1 Agentes Públicos Inicialmente, é imprescindível trazer à consideração a diferença entre as diversas categorias de agentes públicos. III.1.1 Conceito de Agente Público É toda pessoa física que presta serviços ao Estado e às pessoas da Administração Indireta, divididos nas seguintes categorias: - Agentes Políticos - Servidores Públicos - Particulares em Colaboração com o Poder Público

III.1.1.1 Agentes Políticos Feitosa Assessoria Gerenciamento em Saúde São titulares dos cargos estruturais à organização política do País, isto é, são os ocupantes dos cargos que compõem o arcabouço constitucional do Estado (ex.: na esfera municipal Prefeito, Vice-Prefeito, Secretário e Vereador). III.1.1.2 Servidores Públicos São pessoas físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres públicos. São eles: - Servidores estatutários / Estatuto do Servidor Público - Empregados Públicos / C L T - Servidores Temporários / Art. 37, IX da CF III.1.1.3 Particulares em Colaboração Com o Poder Público Pessoas físicas que prestam serviços ao Estado, sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração (ex.: Serviços Notariais, empregados de concessionárias ou permissionárias, jurados, serviço militar, jurados) III. 2 Formas de Vinculação A vinculação dos servidores públicos pode ser: - Efetiva - Comissionada - Temporária IV CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA Como visto, a contratação temporária é uma excepcionalidade de vínculo com a administração pública, e sua gênese está consubstanciada no inciso IX do Art. 37 da Constituição Federal: Art. 37...

IX - a lei estabelecerá os casos de contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público; Para todos os efeitos, o contratado temporário é um servidor público lato sensu aplicando-se, em determinadas situações, os regramentos do servidor público efetivo. Dada a autonomia legislativa municipal delegada pelo Art. 1o, Art. 29 e inciso I do Art. 30 da Constituição da República compete ao Município à edição de lei local estabelecendo as condições, critérios e regramentos para a contratação temporária. Nesse sentido, vale ressaltar que não se aplica a legislação federal ao município, no que concerne a citada contratação. IV.1 Contratação temporária e PSF Depreende-se do seu histórico que o PSF é um programa, e, portanto sujeito ao seu término a qualquer momento, implicando ipso facto, no não mais repasse do incentivo financeiro. Com absoluta certeza, a interrupção do fluxo financeiro, mesmo que a título de incentivo, ensejará por parte da maioria dos municípios que aderiram ao programa, também na interrupção do próprio PSF, eis que as administrações municipais, não dispõem de recursos próprios suficientes para a sua manutenção. Dada a essa situação sui generis, já há muito tempo tenho posicionado que a forma mais adequada a suprir as equipes do PSF seria através da contratação temporária, com fulcro no Art. 37, IX da Constituição Federal, inobstante seja a saúde atividade-fim do município, principalmente tratando-se de atenção básica. A retro citada assertiva decorre do fato que, dada à possibilidade do término do PSF, não se acha razoável prover um quadro de servidores efetivos, os quais poderão ainda obter a estabilidade constitucional (art. 41 da CF) e, caso o município não tenha condições de dar continuidade do programa terá que re-alocar esses servidores. Logo, conclui-se que criar vínculo definitivo em relação temporária mostra-se incoerente. O único cuidado que a administração local deve tomar é elaborar um projeto de lei específico de contratação temporária do PSF, evitando utilizar de outras leis de contratação temporária

porventura existente no município, eis na maioria das vezes tais leis não atendem na integralidade as demandas específicas do PSF. V POSIÇÃO DO TCEMG Felizmente, ciente da dificuldade dos municípios na condução dos procedimentos relativos ao PSF o colendo Tribunal de Contas de Minas Gerais, em resposta a Consulta 657.277, oriunda do Município de Carangola, reconheceu que dado o caráter de programa, o que importa em precariedade, a contratação dos profissionais do PSF deveria se dar na forma de contratação temporária, mesmo sendo considerada atividade-fim e, portanto, sujeita à realização de concurso público. No mesmo sentido é a Consulta 716.388 de 22/11/2006, a qual reverberou e orientou de novo no sentido de se contratar temporariamente os profissionais do PSF. Pelo posicionamento externado nas citadas consultas da Corte de Contas, verifica-se a situação sui generis, sob a qual deve ser analisado o PSF, aplicando-se o princípio da razoabilidade na tomada de decisões a ele afetas. VI EC 51 E LEI 11.350/06 Outrossim, com o advento da emenda Constitucional 51, e sua regulamentação consubstanciada na Lei 11.350/06, não se discute mais a impossibilidade de ser realizar concurso público para os cargos de agentes comunitários de saúde e agentes de combate as endemias. A partir da citada norma constitucional, os referidos agentes somente poderão ser contratados a partir da aprovação em processo seletivo público (não é concurso). Na mesma emenda há uma espécie de direito adquirido (Parágrafo Único do Art. 2o da EC 51), permitindo àqueles que tenham sido contratados a partir de anterior processo de Seleção Pública efetuado por órgãos ou entes da administração direta ou indireta de Estado, Distrito Federal ou Município ou por outras instituições com a efetiva supervisão e autorização da administração direta dos entes da federação fiquem dispensados de novo processo seletivo. Em função da EC 51 foi editada ainda a MP 297 de 9/6/2006, convertida na Lei 11.350/06,

que regulamenta a citada emenda, e ainda revoga a Lei 10.507/02 que criou a profissão de Agente Comunitário de Saúde. Nos termos da citada Lei (Art. 16), não mais se admite o vínculo de contrato temporário ou terceirizado com os agentes de saúde, devendo o liame laboral ser efetivado diretamente com o ente municipal. Apesar da discutível constitucionalidade desse e de outros artigos da MP, principalmente frente a autonomia municipal, é este o atual regramento aplicável aos agentes comunitários de saúde, aos quais não mais se pode aplicar o contrato temporário ou a terceirização. Ante o exposto, e considerando que: VII CONCLUSÃO a) O PSF é um programa de duração indeterminada; b) O Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais já posicionou pela orientação de se contratar os profissionais para prover quadros do PSF; através de contrato temporário c) Deve-se aplicar no caso, o princípio da razoabilidade; conclui-se que os profissionais do PSF, com a exclusão dos agentes comunitários de saúde (EC 51 e Lei 11.350/06), podem e devem ser contratados através de contratação temporária, com fulcro no Art. 37, IX da Constituição Federal, observada a lei municipal aplicável ao caso. À disposição de Vs. S.as. para os esclarecimentos complementares que se fizerem necessários. Crédito: Tadahiro Tsubouchi Belo Horizonte, 12 de março de 2010