Blu-ray. Blu-ray: uma aposta no futuro



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Transcrição:

Blu-ray uma aposta no futuro Enquanto na Europa e nos Estados Unidos o formato de discos em Blu-ray já se tornou realidade, no Brasil essa mídia ainda é desconhecida da maioria. Tão desconhecido quanto o Blu-ray é o SMD, que surgiu com o objetivo de combater a pirataria e se tornar um produto de massa, mas acabou se limitando aos independentes. Conheça os principais desafios dessas mídias Danielli Marinho e Fernando Magalhães backstage@backstage.com.br E mbora a expressão televisão de alta definição seja assunto até em filas de restaurante de um real, a massificação dessa tecnologia no Brasil avança a passos de tartaruga. O Blu-ray já começou a ser produzido por aqui e, junto com outras ações, poderia até ser uma ajuda no combate à pirataria, já que o SMD, criado com o objetivo de combater esse mal, se distancia desse propósito. Enquanto não existe mídia, nem ação político-financeira que salve a música das ações criminosas, cresce a olho nu o co68 www.backstage.com.br mércio de CDs piratas no país. Segundo notícia veiculada no site do Ministério da Justiça, o Brasil perde, por ano, cerca de R$ 30 bilhões em arrecadação de impostos por causa da pirataria fonográfica, incluindo a pirataria praticada na Internet via downloads ilegais de música. E o que se tem feito para frear essa prática se mostrou pouco eficaz. A iniciativa do SMD (Semi Metalic Disc), do cantor Ralf, por exemplo, não foi recebida com tanto entusiasmo pelas grandes gravadoras.

Lançado em 2005 com o objetivo de ser uma alternativa de mídia mais barata e para inibir a pirataria, a idéia acabou ficando restrita aos artistas independentes e a algumas gravadoras pequenas, como a carioca Bolacha Discos, que lançou alguns álbuns em SMD. Mesmo com patente reconhecida pelo governo brasileiro e tendo sido elogiado pelo WIPO Marcelo Frota Escritório Internacional da Organização Mundial de Propriedade Intelectual, com sede em Genebra, na Suíça, o Semi Metalic Disc, que leva esse nome por ter apenas 70% de camada metalizada, ainda está longe de se tornar o produto preferido do público e de ser a solução para o combate à pirataria. DIFERENCIAL O tecladista Léo Zimmer, da banda Vide Bula, por exemplo, conta que o motivo pelo qual o grupo optou pelo formato SMD em seu mais novo CD Tem que Ser Diferente foi a possibilidade de oferecer um produto diferenciado aos compradores. O disco, vendido a R$ 6, é acompanhado de uma revista com informações e fotos da banda que não caberiam na embalagem normal de um CD. Mas foi só. O custo por cada disco, segundo Léo, acabou ficando parecido com o de um CD normal. O músico e compositor Marcelo Frota, que lançou recentemente um disco em SMD, afirma que é possível pagar os mesmos R$ 1,80 desembolsados no SMD no disco tradicional. A pergunta que todos devem estar se fazendo é: por que, então, o CD tradicional ainda custa caro? A resposta vem do engenheiro de som Yves Zimelman. Ele explica que um dos motivos para manter o preço do SMD acessível é a eliminação dos intermediários no processo entre artista e consumidor e o custo baixo das embalagens. Como o artista fica encarregado de executar praticamente quase todas as tarefas que seriam divididas por uma equipe nas gravadoras, o preço pode ficar mais em conta. O tecladista Léo Zimmer, da banda Vide Bula, conta que o motivo pelo qual o grupo optou pelo formato SMD em seu mais novo CD, Tem que Ser Diferente, foi a possibilidade de oferecer um produto diferenciado aos compradores No caso da Vide Bula, por exemplo, o grupo se registrou como gravadora independente e, em seguida, registrou todas as músicas. Lançando pela gravadora, o artista não tem tanto trabalho, já com o SMD é mais trabalhoso, avalia Léo, acrescentando que a banda teve que pensar em todas as etapas Playstation 3 também é reprodutor de Blu-ray Muitos ainda não sabem, mas o que justifica um Playstation 3 custar mais de R$ 2 mil é a sua capacidade de rodar o Blu-ray. O console de videogame da sétima geração da Sony e o terceiro na série Playstation possui em seu interior disco rígido atualizável com capacidade de armazenamento de 80GB, leitor de mídia Blu-ray e conectividade wi-fi interno, além de porta HDMI. Os controladores funcio- nam ainda através de tecnologia Bluetooth e contam ainda com leitores de cartão de memória Flash. Ou seja, o dono do PS3 pode jogar ou assistir aos filmes em Blu-ray. Mas não é apenas o game da Sony que reproduz a nova mídia. Já existem no mercado computadores pessoais portáteis que também possuem leitor de Blu-ray. O preço ainda é pouco convidativo, cerca de R$ 6 mil pelo modelo Vaio, da Sony. www.backstage.com.br 69

do processo quando resolveu lançar o SMD. Para Marcelo Frota, quem busca o SMD quer tornar o trabalho mais acessível ao público. No seu caso, depois de ter lançado o primeiro disco por um selo, resolveu mudar de estratégia no segundo álbum, divulgando-o na Internet. Como disponibilizou algumas músicas para download gratuito, optou pelo SMD Carlos de Andrade por uma questão de lógica. Era muito mais coerente oferecer um disco em SMD, já que havia colocado músicas gratuitas on-line, justifica. DONO DO PRÓPRIO NARIZ Mas nem todos escolhem a mídia porque é mais barata. Ser dono do próprio nariz é um atrativo e tanto para quem procura um pouco mais de liberdade para compor e divulgar o que bem entender ou achar melhor. Por conta disso, é grande a quantidade de artistas independentes que possuem trabalhos em SMD, o que, pelo menos por enquanto, acabou enfraquecendo o principal objetivo da mídia: o de combate à pirataria. Esse era o objetivo; combater a pirataria. O independente não vai ser pirateado, porque não está na grande mídia, avalia Léo. O SMD e suas variações, o SMDV e SMDG, para vídeo e jogos, respectivamente, não podem ser copiados, porque não existe SMD-R nem SMD virgem, como acontece com o CD e o DVD, daí a dificuldade de fazer cópias ilegais. Eles possuem a mesma qualidade sonora dos CDs tradicionais, é o que afirma André Rafael, do AR Studio, no Rio, acrescentando que qualquer mídia nova é sempre bem-vinda. Yves Zilmenan também concorda que a qualidade do áudio SMD é a mesma do CD, só que custa mais barato para o consumidor. Em contrapartida, pode não ser compatível com todos os tocadores (players). Léo, da Vide Bula, já ouviu de compradores não conseguirem reproduzir a mídia em simples tocadores de CDs. Marcelo Frota também já ouviu falar do mesmo problema com seu disco. No entanto, não existe um reprodutor só de SMD, ou seja, as três mídias são compatíveis com os aparelhos que existem no mercado. CD E SMD: POUCA DIFERENÇA Existem, porém, aqueles que sempre olharam com desconfiança para o SMD. Para Carlos de Andrade, diretor da Visom Digital, a iniciativa 70 www.backstage.com.br Principais diferenças entre Blu-ray e DVD Blu-ray... DVD Capacidade de armazenamento: 25GB (camada simples) e 50GB (camada dupla)... 4.7GB(camada simples) e 8.5GB (camada dupla) Laser alcance do laser 405 nm... 650 nm Espessura do disco 120 mm / 1.2 mm... 120 mm / 1.2 mm Camada protetora Sim... Não Resolução máxima do vídeo 1920 1080 (1080p)... 720 480/720 576 (480i/576i) Codecs suportáveis MPEG-2 / MPEG-4 AVC... SMPTE VC-1 / MPEG-2

do SMD não passa de um meio oportunista, que acaba formando apenas um público localizado. Segundo Carlos, o SMD nunca vai competir com o CD, porque o custo de produção entre os dois é praticamente o mesmo, nem vai acabar com a pirataria, uma vez que não combate o principal causador do mal: o consumidor. O que vai melhorar a situação é uma coisa chamada Projeto de Emenda Constitucional 98/07, ou PEC da Música. Para Carlos, será por meio da PEC que os preços dos CDs poderão cair para o consumidor final. Abate de 35% a 40% de imposto. É a solução à pirataria, porque afeta a cadeia inteira da música. A PEC faz a diferença, avalia, acrescentando que as punições para o consumidor deveriam ser mais incisivas. Outra sugestão do empresário seria com relação ao produ- to final. CDs com capas de má qualidade, por exemplo, contribuiriam para a depreciação do conteúdo. Segundo ele, a maioria procura por qualidade, então investir em uma bela capa e cercar a produção de cuidados é o que vai fazer agregar valor ao disco. Não se reprime pirataria com preço, diz. DO OUTRO LADO DO MUNDO Enquanto no Brasil a discussão e a solução da pirataria física de CDs e DVDs ainda está longe do fim, o mundo assiste à chegada da mídia que promete colocar os ouvidos e os olhos do homem mais perto da realidade. O Blu-ray disc, um formato de disco ótico de nova geração de alta definição e armazenamento de dados de alta densidade, produz imagens em 1.080p (linhas de resolu- www.backstage.com.br 71

ção), o que significa qualidade visual seis vezes maior que a do DVD, além da possibilidade do áudio em 7.1 canais. Desenvolvido pela BluRay Disc Association, um grupo de mais 180 membros em todo o mundo, dirigido por empresas como Apple, HP, LG e Phillips, o Blu-ray, cujo nome é uma combinação de Blue (blue violet laser, ou laser azul) e Ray Banda Vide Bula (raio ótico), pode armazenar de 25 GB a 50 GB, e está programado para ser expandido até 200 GB. Isso significa que, em um disco duplo de 50 GB, é possível ter mais de 9 horas de vídeo em alta definição, ou 23 horas de vídeo em definição normal. Segundo Yves Zimelman, o grande diferencial dessa nova mídia está na maneira de colocação dos dados, bem diferente do DVD. O Blu-ray permite sobrepor imagens em camadas, o que possibilita a movimentação de várias dessas ao mesmo tempo. Se, por exemplo, houver necessidade de voltar uma cena do vídeo, não é necessário acessar o menu como acontece no DVD. Outra vantagem é com relação à possibilidade de conectividade na Internet. Pode-se assistir ao filme e acessar um chat sobre o que se está assistindo, fazer comentários, afirma, acrescentando que o Blu-ray é uma tecnologia de ponta criada para atender a uma tecnologia que está à frente, no futuro. Para quem ainda não entendeu, é simples: TV de alta definição. Com a migração da TV analógica para o HDTV, os grandes estúdios de Holywood trataram de desenvolver um formato que produzisse vídeos em alta qualidade. Como os convencionais CDs e DVDs, a idéia é que sejam desenvolvidos também discos nos formatos -ROM, -R e -RW. Ou seja, somente leitura, somente gravação ou regravável. Ainda há planos para um formato híbrido BD/ Ainda é caro, mas nem tanto Nelson Cardoso Em uma rápida pesquisa de aparelhos tocadores de Bluray no Brasil vi preços que variavam entre R$ 1.500,00 a R$ 2.800,00 em parcelamento em até 12 vezes. Apesar de não termos informação sobre a participação de vendas das mídias em Blu-ray no país, encontrei já disponibilizados para venda on-line vários títulos (filmes e 72 www.backstage.com.br shows)com custo entre R$ 80,00 e R$ 150,00. Com a oferta de players fabricados no Brasil a um preço que tende a cair, o mercado deve crescer bastante neste Natal, seguindo esta tendência pelos próximos anos. O Blu-ray pode não ser a mídia definitiva, mas impressiona muito pela qualidade de áudio e vídeo.

fato de que, a partir de 2009, a transmissão analógica deixa de existir nos EUA. Com a TV digital, naturalmente, cresce a demanda por qualidade de áudio e imagem. E aqui no Brasil? A previsão é que a TV digital esteja implantada no país até 2010. No entanto, Yves acredita que ainda será preciso mais cinco anos para que o Blu-ray se torne comum no dia-adia do brasileiro. A grande dificuldade pode estar na substituição das produções, tanto da mídia como dos tocadores próprios, que por aqui custam cerca de R$ 2 mil, contra os 250 pagos pelos europeus. Outro contraste: enquanto paga-se US$ 19 por um vídeo Blu-ray nos EUA, as pouquíssimas lojas que o comercializam no Brasil vendem por cerca de R$ 100. DVD, que combinaria Blu-ray e DVD no mesmo disco, a fim de que tocassem em tocadores de ambos os formatos. SUBSTITUIÇÃO DOS DVDS Enquanto muitos nunca ouviram falar dessa nova tecnologia por aqui, ela já é realidade tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Sete dos oito grandes estúdios de produção cinematográfica devem lançar filmes dos seus catálogos em tecnologia Blu-ray, a fim de substituir os DVDs. A garantia de migração para essa mídia está no BRASIL JÁ PRODUZ BLU-RAY Yves acredita que só comece a ter investimento na produção brasileira com o aumento da popularidade do formato e quando os estúdios de cinema começarem a fazer investimentos no país. A Warner, por exemplo, está na fase de pesquisas para saber se é viável lançar trabalhos em Blu-ray. Estamos fazendo uma pesquisa, levantando custos para elaborar um bussiness plan. Não sabemos ainda se é viável, se o consumidor vai poder pagar, afirma Jian Uccello, responsável pela área digital e de novos negócios da gravadora. O novo sempre vem, mas que seja melhor Nelson Cardoso O conceito de Blu-ray foi desenvolvido pela área de consumer de um pool de indústrias para dar suporte à televisão de alta definição. Apesar do custo, ainda relativamente alto em relação as outras mídias e seus respectivos players, não podemos ignorar que esta nova tecnologia vai impactar a indústria da música dando uma nova injeção de ânimo neste mercado cujas receitas financeiras estão estagnadas pela pirataria e pelos downloads ilegais. Neste início são os grandes estúdios americanos de cinema que estão investindo neste novo formato que pretende matar o DVD. E é nesta esteira que a indústria fonográfica começa a ver uma excelente oportunidade de se reciclar e criar mais uma (mesmo que 74 www.backstage.com.br seja temporária) barreira para a pirataria e uma resposta de altíssima qualidade aos downloads (ilegais ou não) da rede. Especificamente para o mesmo segmento de mercado, acredito que esta nova mídia vai afetar a forma de gravar áudio (e vídeo) como a introdução dos sistemas line array mudou o jeito de se fazer sonorização. A exigência pela qualidade que a alta definição em áudio e vídeo vai exigir é e sempre será a nossa maior e principal fonte de renovação e sobrevivência do mercado e do nosso trabalho. Que seja bem-vinda toda a tecnologia que nos transporta a outro patamar de exigência.

A gravadora Universal já investiu no primeiro produto Blu-ray brasileiro. O lançamento do Blu-ray Disc Um Barzinho, Um Violão, que vai resgatar as trilhas sonoras de novelas dos anos 70 nas vozes de Caetano Veloso, Zeca Pagodinho, Fernanda Takai, Jorge Aragão, Zélia Duncan, Margareth Menezes, Herbert Viana, Luiza Possi, entre outros. Sucessos como Moça, Meu Pai Oxalá, Martin Cererê, Pavão Mysterioso, Paralelas, Filho da Bahia, Nuvem Passageira e Teletema fazem parte do álbum. Projeto da MPB FM, da Música Fabril e da LCM Records, com distribuição da Universal Music, Um Barzinho, Um Violão foi gravado no Morro da Urca com câmeras Full HD (1080p) e teve sua autoração realizada na Visom Digital, a pioneira a realizar este trabalho em Blu-ray. Max Pierre, diretor artístico do DVD explica que o Blu-ray é o futuro da imagem em DVD, com uma resolução seis vezes maior que um convencional. Para se ter uma idéia comparativa, se uma imagem de um estádio de futebol for captada em Full HD e colocada em um DVD comum, o público aparece como um todo, uma massa uniforme. No Blu-ray, pode-se distinguir rostos! Será a primeira vez que aquela vista de cima do Morro da Urca será mostrada com esta qualidade. Qualidade parece ser a palavra-chave quando nos referimos ao Blu-ray. Segundo Carlos, da Visom Digital, essa nova mídia é direcionada para quem está à procura de qualidade. É um processo para prestigiar o conteúdo. O grande barato, segundo ele, é poder ver e ouvir sem compressão. O áudio do Blu-ray é de 96 khz, ou seja, o dobro da qualidade do DVD. Mas isso não significa morte imediata do DVD ou CD. Pelo contrário, o processo de substituição Tanta tecnologia pode ser uma solução à velha luta contra a pirataria de filmes ou musicais, pelo menos por aqui e por um bom tempo. Isso porque para produzir uma mídia com estrutura Blu-ray é preciso investimento em tecnologia deverá ser gradativo, a exemplo de outras mídias como o vinil e a fita k-7. Tanta tecnologia pode ser uma solução à velha luta contra a pirataria de filmes ou musicais, pelo menos por aqui e por um bom tempo. Isso porque para produzir uma mídia com estrutura Blu-ray é preciso investimento em tecnologia. Não basta copiar. É preciso fazer a mídia interativa. Segundo Yves, a Sony divulgou que o Blu-ray será o último formato físico para armazenamento de dados. Depois disso, ninguém tem certeza. Enquanto o Blu-ray e os tocadores não chegam às megastores brasileiras com preços mais convidativos, uma alternativa pode ser rodar a nova mídia que você trouxe de viagem nos aparelhos Playstation 3 do seu filho ou sobrinho. Carlos de Andrade ressalta que os aparelhos de Blu-ray já fazem algumas conversões quando rodam um DVD. Pode ser outra alternativa. O cantor Ralf, idealizador do SMD, foi procurado, por meio de sua assessoria, pela reportagem da revista Backstage, mas até o fechamento da edição, não deu resposta ao pedido de entrevista. Para saber mais www.pecdamusica.com.br www.backstage.com.br 75