Aula IV O CÉREBRO NORMAL CONEXÕES. síntese armazenamento transporte tipos principais mecanismos de remoção



Documentos relacionados
SISTEMA NERVOSO PARTE 1

SISTEMA NERVOSO A FUNÇÃO GERAL

TRANSMISSÃO SINÁPTICA

ELECTRICIDADE DOS SISTEMAS BIOLÓGICOS

7.012 Conjunto de Problemas 8

Sistema Nervoso. Divisão Anatômica e Funcional 10/08/2010. Sistema Nervoso. Divisão. Funções gerais. Sistema nervoso central (SNC)

Do neurônio biológico ao neurônio das redes neurais artificiais

fibras musculares ou miócitos

Fisiologia do Sistema Nervoso

Introdução à Farmacologia do SNC. Farmacologia II Filipe Dalla

Como sentimos o mundo?

Objetivos: Descrever os neurotransmissores -Catecolaminas dopamina, noradrenalina, adrenalina -Acetilcolina

Projeto Medicina. Dr. Onésimo Duarte Ribeiro Júnior Professor Assistente da Disciplina de Anestesiologia da Faculdade de Medicina do ABC

Transporte através da Membrana Plasmática. Biofísica

RECEPTORES SENSORIAIS

O processo contrátil do músculo liso: A base química da contrcao do músculo liso:

Aula: 12 Temática: Metabolismo das principais biomoléculas parte IV. Na aula de hoje iremos estudar a fermentação. Boa aula!

Sistema Nervoso Central (SNC)

Potencial de ação: Evento elétrico/químico que se inicia na região do axônio próxima ao corpo celular e desloca-se em direção aos botões terminais.

Educador: Mariana Borges Batista Componente Curricular: Biologia Data: / /2012 Estudante: 1ª Série

Sistema Nervoso Professor: Fernando Stuchi

POTENCIAL ELÉTRICO.

Matéria: Biologia Assunto: Tecidos Animais - Tecido Nervoso Prof. Enrico Blota

Estrutura Funcional do TGI. Fisiologia do Sistema Digestório. Função do trato gastrintestinal:

Introdução a Neurofisiologia I.

Sistema Nervoso. Função: ajustar o organismo animal ao ambiente.

SINAPSE: PONTO DE CONTATO ENTRE DOIS NEURONIOS SINAPSE QUIMICA COM A FENDA SINAPTICA SINAPSE ELETRICA COM GAP JUNCTIONS

SISTEMA NERVOSO. Juntamente com o sistema endócrino, capacitam o organismo a:

Organização geral. Organização geral SISTEMA NERVOSO. Organização anatómica. Função Neuromuscular. Noções Fundamentais ENDÓCRINO ENDÓCRINO

INTRODUÇÃO AO SISTEMA NERVOSO DOS ANIMAIS. Prof. Ismar Araújo de Moraes Departamento de Fisiologia e Farmacologia

Biofísica dos sistemas integradores

NEUROFISIOLOGIA ORGANIZAÇÃO GERAL:

Anatomia e Fisiologia Humana OUVIDO: SENTIDO DA AUDIÇÃO E DO EQUILÍBRIO. DEMONSTRAÇÃO (páginas iniciais)

Introdução. Light Amplification by Stimulated Emission of Radition. Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de Radiação.

CONTROLE E INTEGRAÇÂO

Princípios de Bioenergética

Sinapse. Permitem a comunicação e funcionamento do sistema nervoso. Neurónio pré-sináptico (envia a informação)

Cláudia Herrera Tambeli

MEMBRANA PLASMÁTICA. Modelo do mosaico fluido caráter dinâmico à estrutura da membrana (as proteínas estão em constante deslocamento lateral)

( ) A concentração intracelular de íons cálcio é o grande determinante da força de contração da musculatura cardíaca.

Sistema Nervoso Professor: Fernando Stuchi

TRANSMISSÃO DE INFORMAÇÃO

Monitoração Neurofisiológica Intraoperatória. Dr. Paulo André Teixeira Kimaid SBNC

Construindo atividades com o software Kompozer

Automatismos Industriais

METABOLISMO ENERGÉTICO RESPIRAÇÃO CELULAR FERMENTAÇÃO FOTOSSÍNTESE QUIMIOSSÍNTESE

Pág. 1 COMISSÃO PERMANENTE DE SELEÇÃO - COPESE PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO - PROGRAD REFERÊNCIAS PARA CORREÇÃO PROVA DE BIOLOGIA

3ºano-lista de exercícios-introdução à fisiologia animal

Membranas biológicas. Profa Estela Rossetto

A Física por trás da Tecnologia RFID. Profa. Renata Rampim de Freitas Dias, RFIDSCM

EPITELIAL CONJUNTIVO MUSCULAR NERVOSO

O tipo básico de tecido epitelial é o de revestimento sendo os demais tecidos epiteliais (glandular e neuroepitélio) derivados desse.

ANATOMIA HUMANA. Faculdade Anísio Teixeira Curso de Férias Prof. João Ronaldo Tavares de Vasconcellos Neto

Tecidos Nervoso e Muscular

Fisiologia do Sistema Endócrino-I

1 Problemas de transmissão

(2) converter as moléculas dos nutrientes em unidades fundamentais precursoras das macromoléculas celulares;

FISIOLOGIA GASTROINTESTINAL. FISIOLOGIA HUMANA -Morfofisiologia aplicada à Odontologia - Profª Monica Zeni Refosco

PROGRAMA ANALÍTICO DISCIPLINA INSTITUTO DE BIOLOGIA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS OBJETIVO DA DISCIPLINA

SINAPSE E TRANSMISSÃO SINÁPTICA

METABOLISMO ENERGÉTICO RESPIRAÇÃO CELULAR FERMENTAÇÃO FOTOSSÍNTESE QUIMIOSSÍNTESE

CAPÍTULO 6 TECIDO MUSCULAR

Introdução à Engenharia de Computação

Farmacologia Colinérgica

Qual é o objeto de estudo da Fisiologia Humana? Por que a Fisiologia Humana é ensinada em um curso de licenciatura em Educação Física?

Potencial de Membrana e Potencial de Ação. Células Neurais e Morfologia do Neurônio. Sinapse Excitatória e Inibitória

Sistema Muscular PROF. VINICIUS COCA

O sistema nervoso esta dividido em duas partes:

FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO HUMANO

Profa. Dra. Eliane Comoli Depto de Fisiologia da FMRP-USP

Roteiro. Contracao muscular e potencial de acao. Musculo cardiaco caracteristicas da contracao do musculo cardiaco

Instrumentação para Espectroscopia Óptica. CQ122 Química Analítica Instrumental II 2º sem Prof. Claudio Antonio Tonegutti

Tratamento de Efluentes na Aqüicultura

BIOLOGIA COMENTÁRIO DA PROVA

IESA-ESTUDO DIRIGIDO 1º SEMESTRE 8º ANO - MANHÃ E TARDE- DISCIPLINA: CIÊNCIAS PROFESSORAS: CELIDE E IGNÊS. Aluno(a): Turma:

BANCO DE QUESTÕES - BIOLOGIA - 1ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO ==============================================================================================

COMUNICAÇÃO CELULAR. Bioquímica Básica Ciências Biológicas 3º período Cátia Capeletto

C. E. Herbert de Souza

CURSO DE EXTENSÃO. Neurofisiologia. Profa. Ana Lucia Cecconello

Biofísica. Contração Muscular BIOFÍSICA. Prof. Dr. Walter Filgueira de Azevedo Jr. wfdaj.sites.uol.com.br

Aula : Síntese e degradação do glicogênio

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE FACULDADE DE ENFERMAGEM

BIO E EXTENSIVO AULA 30

RESUMOS TEÓRICOS de QUÍMICA GERAL e EXPERIMENTAL

4. Os anestésicos, largamente usados pela medicina, tornam regiões ou todo o organismo insensível à dor porque atuam:

Sistema neuro-hormonal

ERGONOMIA. CÉLULAS: divididas em CORPO, DENDRITES e UM AXÔNIO

Regulação nervosa e hormonal Sistema nervoso Sistema hormonal Natureza das mensagens nervosas e hormonais Desequilíbrios e doenças

META Apresentar os mecanismos de contração dos músculos esquelético e liso.

PERCEBEMOS O MUNDO PARA AGIR SOBRE ELE

SISTEMA NERVOSO MORFOLOGIA DO NEURÓNIO IMPULSO NERVOSO SINAPSE NERVOSA NATUREZA ELECTROQUÍMICA DA TRANSMISSÃO NERVOSA INTERFERÊNCIA DE SUBSTÂNCIAS

1) Neurônios: Geram impulsos nervosos quando estimulados;

SISTEMA ENDÓCRINO. Prof. TIAGO

As questões apresentadas nesta prova referem-se à física do corpo humano. Sempre que necessário, utilize, em seus cálculos, os seguintes dados:

Aula 05. Princípios da Termodinâmica. Termodinâmica. Energia das Reações Químicas. Filosofia do Sucesso (Napoleon Hill)

RECICLAGEM DE PAVIMENTO COM ESPUMA DE ASFALTO

ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Resumo sobre o Sistema Auditivo Humano

GÊNESE E PROPAGAÇÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO

Sinapses. Comunicação entre neurônios. Transmissão de sinais no sistema nervoso

Transcrição:

O CÉREBRO NORMAL CONEXÕES Aula IV Sinapses Tipos de sinapses (elétrica e química) Etapas da transmissão sináptica Neurotransmissores síntese armazenamento transporte tipos principais mecanismos de remoção

Sinapses são locais de sinalização no cérebro Axônio Núcleo Mitocôndri a Retículo Endoplasmático Rugoso Sinapses Bainha de Mielina

Sinapse Elétrica 1-São mais simples e evolutivamente mais antigas, permitem a transferência direta da corrente iônica de uma célula para outra. Esses canais permitem a passagem direta de íons. 2-Ocorrem em sítios especializados denominados junções gap ou junções comunicantes. Isso permite que os potenciais de ação se espalhem rapidamente de uma célula à outra, sem a "demora" que ocorre nas sinapses químicas. 3-A maioria das junções gap permite que a corrente iônica passe adequadamente em ambos os sentidos, sendo desta forma, bidirecionais. Nos invertebrados Resposta de fuga Nos mamíferos adultos São raros Este tipo de sinapse é vantajoso quando a velocidade e a precisão na transmissão do impulso são fundamentais. Pode ser verificada, nos vertebrados, em células do músculo cardíaco, uma vez que a ligação elétrica sincroniza suas contrações, e dos músculos lisos, responsáveis, por exemplo, pelos movimentos peristálticos do intestino.

Mecanismos de transmissão entre a sinapse elétrica e química

Diferenças entre sinapses elétricas e químicas

Diferenças entre sinapses elétricas e químicas Sinapse elétrica = sincronizar a atividade elétrica de circuitos entre populações de Neurônios

Diferenças entre sinapses elétricas e químicas Resposta sincronizada e rápida

Sinapse Química 8

SINAPSE QUÍMICA São contatos entre os neurônios e suas células-alvo onde a informação é transferida por meio de um agente químico. As sinapses permitem a transferência de informações, interconectando neurônios e constituindo a circuitaria da qual depende TODO o processamento neural.

Os sinais elétricos são a base para a transferência de informações no sistema nervoso POTENCIAL DE AÇÃO Comunicação entre: Neurônios Neurônios Células musculares Células glandulares

As sinapses química são mediadas por neurotransmissor Densidades sinápticas reveladas por microscopia eletrônica mitocôndrias Zona ativa vesículas Fenda sináptica (20 a 50 nm) Neurociência, 4a Ed. Purves et al

Etapas da transmissão sináptica química 1. Síntese de NTs 2. Armazenamento de NTs. 3. Chegada PA 4. Abertura de canais Ca ++ de voltagem 5. Influxo de Ca ++ 6. Fusão de vesículas 7. Exocitose de NTs 8. Ligação aos receptores 9. Efeitos póssinápticos 10. Interrupção dos efeitos 11. Reciclagem de vesículas

Sinapse - Classificação Inibitória Excitatória

Tipos de sinapses Quanto ao local: Axodendrídica Axossomática Axoaxônica Quanto a forma: (excitatória) (inibitória)

Integração Sináptica

NEUROTRANSMISSORES (NTs) São substâncias produzidas pelos neurônios que medeiam a transferência de informações entre neurônios e suas células-alvo. Estimulam a continuidade de um impulso elétrico ou efetuam a reação final no órgão alvo. Afetam a excitabilidade de outras células. Critérios (clássico) para definição: 1. Síntese (no neurônio pré-sináptico); 2. Armazenamento (em vesículas); 3. Liberação (na fenda sináptica); 4. Interação com receptores (no póssinápticos); 5. Recaptação e metabolização.

Principais Neurotransmissores (Aco) PEQUENAS moléculas orgânicas contendo pelo menos 1 átomo de nitrogênio. São armazenados em/ liberados de VESÍCULAS SINÁPTICAS. A transmissão sináptica é rápida, na maioria das sinapses do SNC Neurociência, 4a Ed. Purves et al

Síntese e armazenamento de NT 1. NO SOMA, as enzimas são geradas e transportadas ao longo do axônio até o terminal axonal. 2. NO TERMINAL AXONAL, as enzimas convertem precursores (captados localmente) em NTs no citossol = SÍNTESE LOCAL DE NT. 3. NO TERMINAL AXONAL,transportadores na membrana vesicular colocam os NTs para dentro de vesículas sinápticas, onde ficam armazenados.

A liberação de NTs é desencadeada pela chegada de um PA ao terminal axonal Ca 2+ 1. Vesícula sináptica abastecida com NTs. 2. Influxo de Ca 2+ através de canais de Ca 2+ dependentes de voltagem. 3. O aumento de Ca 2+ no citossol é o SINAL para a liberação das vesículas sinápticas (EXOCITOSE). 4. A vesícula é reciclada por um processo de endocitose e recarregada com NT. Neurociência, 4a Ed. Purves et al

Influxo de Ca ++ e o Início da Transmissão Sináptica

Acoplamento e fusão de vesículas de NTs com a membrana pré-sináptica: formação do complexo SNARE

Liberação por Exocitose

Reciclagem das vesículas

Reciclagem das vesículas de NTs de baixo PM

Mecanismos de término de efeito dos NTs DEGRADAÇÃO ENZIMÁTICA Ocorre na própria fenda sináptica. DESSENSIBILIZAÇÃO DE RECEPTORES Internalização dos receptores da membrana pós-sináptica. RECAPTAÇÃO (reciclagem) Ação de proteínas transportadoras na membrana pré-sináptica e nos astrócitos. Uma vez no citossol o NT pode ser degradado ou transportados (recarregados) para dentro de vesículas sinápticas. DIFUSÃO e PROTEÓLISE Único mecanismo dos neuropeptídeos Devido ao mecanismo lento de eliminação, os neuropeptídeos permanecem por mais tempo na fenda sináptica, contribuindo para a longa duração dos seus efeitos.

Recaptação dos neurotransmissores Transportadores Vesiculares Recaptadores de transmisores

Etapas da transmissão sináptica Geração do potencial sináptico na célula póssináptica

Potencial Excitatório Pós-Sináptico (PEPS) Quando se registra o potencial pós-sináptico (PPS), que ocorre como consequência da transmissão sináptica, se a resposta é DESPOLARIZANTE, o PPS é dito EXCITATÓRIO (PEPS) aumenta a possibilidade de ocorrência de um PA no pós-sináptico. * potencial de inversão próximo de 0 mv

Potencial Inibitório Pós-Sináptico (PIPS) Quando se registra o PPS, que ocorre como consequência da transmissão sináptica, se a resposta é HIPERPOLARIZANTE, o PPS é dito INIBITÓRIO (PIPS) reduzem a possibilidade de ocorrência de um PA no pós-sináptico. * Se afasta do potencial de inversão

Neurônio C Neurônio A Neurônio B