A SANIDADE APÍCOLA OU A INSANIDADE HUMAMA?...



Documentos relacionados
1.000 Receitas e Dicas Para Facilitar a Sua Vida

Artigo Opinião AEP /Novembro 2010 Por: Agostinho Costa

Até quando uma população pode crescer?

Transcrição de Entrevista n º 24

A Maquina de Vendas Online É Fraude, Reclame AQUI

Assunto: Entrevista com a primeira dama de Porto Alegre Isabela Fogaça

Transcrição de Entrevista nº 4

ECOLOGIA GERAL ECOLOGIA DE POPULAÇÕES (DINÂMICA POPULACIONAL E DISPERSÃO)

O homem transforma o ambiente

Tipos de Sistema de Produção

Marxismo e Ideologia

Redação do Site Inovação Tecnológica - 28/08/2009. Humanos aprimorados versus humanos comuns

A Rainha, o guarda do tesouro e o. papel que valia muito ouro

MALDITO. de Kelly Furlanetto Soares. Peça escritadurante a Oficina Regular do Núcleo de Dramaturgia SESI PR.Teatro Guaíra, no ano de 2012.

O céu. Aquela semana tinha sido uma trabalheira!

Faculdade de Ciências Sociais e Humanas Universidade Nova de Lisboa

Educação Ambiental: uma modesta opinião Luiz Eduardo Corrêa Lima

Objectivos PLANEAR 2/90. O que se pretende comunicar ou expor. Queremos:

22/05/2006. Discurso do Presidente da República

Escola Secundária de Paços de Ferreira Trabalho Pratico Organização de Eventos

Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.

ENTREVISTA Coordenador do MBA do Norte quer. multiplicar parcerias internacionais

Á frente no controle da varroa resistente. Cuidamos das suas abelhas

AS AVES DA MINHA ESCOLA

Capítulo II O QUE REALMENTE QUEREMOS

Análise spot publicitário

Setembro, Fátima Barbosa

Origem da vida. Valdir estava doido para ir à praia e curtir. A voz do professor

Objetivo principal: aprender como definir e chamar funções.

Métodos de treino da resistência


O Treino no BTT. COALA Clube Orientação Aventura Litoral Alentejano

Violações das regras do ordenamento do território Habitação não licenciada num parque natural EFA S13 Pedro Pires

2015 O ANO DE COLHER ABRIL - 1 A RUA E O CAMINHO

Atividades Lição 5 ESCOLA É LUGAR DE APRENDER

Jesus declarou: Digo-lhe a verdade: Ninguém pode ver o Reino de Deus, se não nascer de novo. (João 3:3).

"Organizar evento é como uma grande orquestra"

O QUE É A ESCALA RICHTER? (OU COMO SE MEDE UM TERREMOTO)

Educação Patrimonial Centro de Memória

de França. O avô faz tudo parecer tão interessante! Tem andado a ensinar-me a Revolução Francesa. A última rainha de França foi Maria Antonieta.

Meu nome é José Guilherme Monteiro Paixão. Nasci em Campos dos Goytacazes, Norte Fluminense, Estado do Rio de Janeiro, em 24 de agosto de 1957.

18/11/2005. Discurso do Presidente da República

2015 O ANO DE COLHER JANEIRO - 1 COLHER ONDE PLANTEI

Recenseamento Geral da População e Habitação 2014

INTRODUÇÃO À ESTATÍSTICA

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

Boletim Econômico Edição nº 86 outubro de Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Profa. Maria Fernanda - Química nandacampos.mendonc@gmail.com

Dicas para investir em Imóveis

3) As afirmativas a seguir referem-se ao processo de especiação (formação de novas espécies). Com relação a esse processo é INCORRETO afirmar que

Sumário executivo. ActionAid Brasil Rua Morais e Vale, 111 5º andar Rio de Janeiro - RJ Brasil

História. Programação 3. bimestre. Temas de estudo

Nasci com água no cérebro. Tudo bem, esta não é exatamente a verdade. De fato, nasci com excesso de fluido cerebroespinhal dentro do crânio.

30/09/2008. Entrevista do Presidente da República

MÓDULO 5 O SENSO COMUM

GRUPO III 1 o BIMESTRE PROVA A

é de queda do juro real. Paulatinamente, vamos passar a algo parecido com o que outros países gastam.

A COLOCAÇÃO DE ESCRITÓRIOS PODE VOLTAR AOS 150 MIL/170 MIL M2 EM 2009

CENTRO HISTÓRICO EMBRAER. Entrevista: Eustáquio Pereira de Oliveira. São José dos Campos SP. Abril de 2011

Entrevista Noemi Rodrigues (Associação dos Pescadores de Guaíba) e Mário Norberto, pescador. Por que de ter uma associação específica de pescadores?

tunel_sabato 24/7/09 16:49 Página 9

Resistência de Bactérias a Antibióticos Catarina Pimenta, Patrícia Rosendo Departamento de Biologia, Colégio Valsassina

CONFERÊNCIA ENERGIA NUCLEAR O debate necessário. Lisboa, 22 de Fevereiro de Senhor Director Geral Responsável pela Energia Nuclear da UE

De repente sua bateria LiPO fica grávida. O que fazer?

1.1. Viagens com GPS. Princípios básicos de funcionamento de um GPS de modo a obter a posição de um ponto na Terra.

PERNAMBUCO TERÁ UMA USINA NUCLEAR?

1.6 Têxtil e Confecções. Diagnóstico

TER NOÇÃO DA CONSTRUÇÃO DE UMA NAÇÃO

Gênero em foco: CARTA PESSOAL

Viagem de Santo António

ESTATÍSTICAS, O ABECEDÁRIO DO FUTURO

Motivação: Empresarial e Escolar

Disciplina: Matemática Data da realização: 24/8/2015

junho/june Revista O Papel

PREGAÇÃO DO DIA 08 DE MARÇO DE 2014 TEMA: JESUS LANÇA SEU OLHAR SOBRE NÓS PASSAGEM BASE: LUCAS 22:61-62

Dia 4. Criado para ser eterno

DOSSIER INFORMATIVO. Descodificar o conceito dos antioxidantes

A formação moral de um povo

O sucesso de hoje não garante o sucesso de amanhã

Com 102 anos de história, suporta alta do aluguel e é despejada no centro do Rio

Excelência no Atendimento ao Cliente. / NT Editora. -- Brasília: p. : il. ; 21,0 X 29,7 cm.

Supremo Tribunal Federal

ED WILSON ARAÚJO, THAÍSA BUENO, MARCO ANTÔNIO GEHLEN e LUCAS SANTIGO ARRAES REINO

0, OU COMO COLOCAR UM BLOCO QUADRADO EM UM BURACO REDONDO Pablo Emanuel

A última relação sexual

INQ Já alguma vez se sentiu discriminado por ser filho de pais portugueses?

CLASSIFICAÇÃO DOS AMBIENTES MARINHOS

Unidade I Tecnologia: Corpo, movimento e linguagem na era da informação.

4 π. Analisemos com atenção o sistema solar: Dado que todos os planetas já ocuparam posições diferentes em relação ao Sol, valerá a pena fazer uma

Ferrarezi News. Setembro/2015. News. Ferrarezi. Onda de virose? Tudo é Virose? Programa - PRO Mamãe & Bebê. Depressão

DICAS PARA VOCÊ PILOTAR MOTO COM MAIS SEGURANÇA E PERDER O MEDO

Mostra Cultural 2015

Consumidor e produtor devem estar

EDUCAÇÃO FINANCEIRA PARA CRIANÇAS E JOVENS PROJETO É TEMPO...

Desafio para a família

IUCN Red List Categories - Version 3.1

OS MITOS À VOLTA DA HIPERTROFIA

O administrador da Portway, José Manuel Santos, recorda que, no início da operação na região autónoma, a empresa iria co

Transcrição:

A SANIDADE APÍCOLA OU A INSANIDADE HUMAMA?... Joaquim Pífano ADERAVIS Os apicultores mais velhos costumam contar que até à década de 1980 era muito raro morrer uma colónia de abelhas. Ao que parece, a moléstia mais mortífera era mesmo a traça, ou tinha como lhe chamavam. As visitas aos apiários serviam para capturar enxames, crestar e estinhar, pouco mais. Contaram-me também que até essa data ainda se registaram alguns casos de Loque Americana, mas que eram facilmente controlados. O piolho da abelha pouco mais era que uma anedota, e nem me estou a referir ao nome cientifico (Braula coeca) nem ao seu aspecto..., tratavase com fumo de tabaco. A meio da década de 1980 surgiu o verdadeiro carrasco das abelhas, o ácaro Varroa jacobsoni, rebaptizado mais tarde como Varroa destructor, tal não foi a razia que provocou, e provoca. Daí para cá, doenças como a Ascosferiose (forma de micose), a Nosemose, a Acariose, as Viroses, a Senotaniose, a Loque Europeia, a Loque Americana (com fôlego redobrado) entre outras, também causaram estragos dignos de registo. Já no novo milénio somos brindados com a Aetina Thumida e o Tropilaelaps, tão amistosas que nem o nome lhe conseguimos pronunciar. Finalmente, last but not least, o Síndroma do Despovoamento de Colmeias, anomalia tipo crime perfeito, nem o culpado conseguimos identificar... Digam-me lá que não sou o único a reparar nisto: mas não há aqui qualquer coisa de estranho? Não acham anormal que em décadas (séculos) poucos eram os inimigos das abelhas e em pouco mais de uma dúzia de anos parece que todos os seres vivos conspiram contra elas? *** É do conhecimento geral que há milhares de anos, antes do Homem praticar a agricultura ou a criação de gado, sobrevivia da actividade recolectora. Limitava-se a recolher tudo o que a terra lhe oferecia, consoante os locais e estações do ano: caça, pesca, frutos, vegetais e inclusivamente o próprio mel. Nesse tempo uma refeição durava quase todo o dia, nos dias em que havia refeição, os géneros alimentícios não estavam propriamente na horta, menos ainda no mercado. A raridade ou escassez de alimentos como alguns vegetais, frutos, carne e peixe, tornavam esta actividade muito morosa. Como se pode ver na imagem anterior as árvores de fruto eram raras, os frutos em pequena quantidade eram também muito pequenos. Os cereais como o trigo e o milho, misturados com a restante vegetação pouco mais eram que protótipos muito imperfeitos dos que conhecemos actualmente, as espigas eram pequenas e continham poucos grãos.

Foi com a actividade agrícola e pecuária que o Homem foi seleccionando os exemplares com melhores características para a alimentação humana, reproduzindo-os segundo o seu interesse e direccionando dessa forma a evolução. Ainda relativo à primeira imagem, podemos perceber que qualquer praga ou doença que afectasse o trigo por exemplo, não teria grandes hipóteses de sucesso. As espigas diminutas, com grãos pobres em amido e em pequena quantidade, tal como a própria planta muito dispersa pela vegetação, tornavam a disseminação de pragas muito difícil. Havia como que um escudo de contenção natural que impedia doenças e moléstias de atingirem grandes proporções. Actualmente o abandono da pequena agricultura familiar pelas populações rurais, e a consequente concentração nos grandes centros urbanos, são dois fenómenos complementares e que actuam sinergeticamente de forma a justificarem as mega-explorações agrícolas aliadas das grandes cadeias de distribuição. Nessa forma de agricultura, intensiva, são comuns os campos de cultivo com centenas e milhares de hectares contínuos de cereais, pomares ou hortícolas. As criações de gado alcançam igualmente números e dimensões que vão para lá da nossa imaginação. Para o olho humano, um campo de trigo mesmo que de grandes dimensões não passa de um campo de trigo, mas para uma praga ou doença que o afecte pode representar uma grande oportunidade. Se conseguíssemos ver um campo de cereais pelos olhos de um fungo, de um insecto ou de uma bactéria que dele se alimentasse, apenas veríamos como que uma manta de amido (açúcares) de centenas de hectares, com dez a vinte centímetros de espessura e elevada a pouco mais de meio metro do solo:

O milho ainda tem uma característica mais curiosa: como produz uma espiga na extremidade e outra (pelo menos) um pouco mais abaixo, representaria para as pragas duas mantas de amido sobrepostas. Tal como na história infantil, uma verdadeira casa de chocolate e doces à mercê de duas crianças... Exemplos semelhantes podiam ser dados para culturas de dimensões arbustivas como a vinha, ou arbóreas como os pomares: Nestas circunstâncias, qualquer praga ou doença pode propagar-se de uma forma exponencial e causar enormes estragos. A inexistência de qualquer barreira ou impedimento poderia levar à destruição de tais campos de cultivo em poucos dias, não fossem os produtos químicos.

Mas de facto. Um ou mais focos de doença que surjam nestas circunstâncias irradiam a partir do centro e propagam-se como as ondas geradas por uma pedra ao cair na água. Mas como já disse, os laboratórios têm cura para tudo, principalmente para a situação financeira deles... Vejam o caso da agricultura tradicional, aquela praticada pelos nossos pais, avós, bisavós e por aí a fora, hoje pomposamente chamada de Agricultura Biológica. A principal característica era a consociação de várias cultivares, um autêntico xadrez de canteiros e talhões de batatas, cenouras, espinafres, nabiças, etc. Nada de monoculturas: Vamos lá colocar de novo os nossos óculos-de-ver-como-as-pragas, para uma observação mais predadora dessa modalidade agrícola:

Não é lá uma visão muito apetitosa, encontra-se demasiado interrompida. Uma praga especializada no trigo poderá destruir um talhão, mas encontra uma série de barreiras para atacar o seguinte. A maior parte das vezes nem o consegue fazer. A praga do trigo não tem necessariamente de atacar também o milho, as videiras ou outra espécie qualquer. Estas moléstias habitualmente são especializadas.

E o esquema anterior é muito esquemático, monótono e repetitivo. Na realidade, a manta de retalhos agrícola era muito mais variada, e por isso com mais armadilhas para os agentes infecciosos e predadores: E com a apicultura? Não andaremos próximo de um problema semelhante? Não serão os grandes aumentos de efectivos verificados nas últimas duas décadas os culpados do crescente número de pragas e doenças? Não estaremos com isso a provocar um desequilíbrio ao aumentar e concentrar o número de presas/ hospedeiros? A capacidade de suporte de um determinado meio, factor que nos informa da quantidade/densidade de determinados seres vivos por unidade de área é igualmente um indicador do estado de equilíbrio desse mesmo meio. A capacidade de suporte do meio está dependente de factores como: A disponibilidade de alimento/água. A disponibilidade de ninhos (locais de procriação). A frequência de predadores/parasitas/doenças. Etc... Para os apicultores é fácil, o primeiro ponto é o mais respeitado, só instalamos um apiário se abundarem os recursos (néctar, pólen e água), caso contrário comprometeríamos a produção e até a sobrevivência das abelhas. O segundo ponto é mais manipulável, se houver liquidez ou jeito, adquirem-se/constroem-se as colmeias que forem necessárias. O terceiro ponto é a principal incógnita, e sobretudo muito variável. Não será a capacidade de suporte do meio muito mais sensível ao aspecto dos predadores/parasitas/doenças que aos restantes? Não será este factor muito mais condicionante da densidade de colónias a implantar? Um local que nos parece suficientemente produtivo com 20 colmeias poderá não as suportar do ponto de vista sanitário. Boas perguntas (modéstia à parte), o pior é o resto... Vamos lá de novo aos bonequinhos: Imaginem uma paisagem bucólica de há 10.000 ou 20.000 anos atrás:

De facto, as abelhas e respectivos ninhos são muito mais discretos que os campos de milho e trigo, mesmo dos milhos e trigos ancestrais. Mais uma vez vamos recorrer à visão das pragas e doenças das abelhas para encontrar o mel, abelhas e respectivas larvas: Se calhar exagerei. Três enxames selvagens numa área tão exígua foi mesmo fruto da minha imaginação. Apenas um, seria o mais correcto. Há 20.000 anos atrás ainda não havia Programa Apícola (já cá faltava...), nem as respectivas Declarações de Existências de Apiários, na volta nem havia mês de Junho... De uma vez por todas, o autor do Programa Apícola, se é que se trata de um autor, já deve viver constrangido com tanta crítica. Mas se existir acredite, a culpa não é sua. A culpa é mesmo nossa... Voltando ao nosso assunto, o mel, abelhas e larvas disponíveis para as doenças, parasitas e predadores não oferecem um petisco assim tão apetecível. Claro que me refiro à sua abundância (frequência).

Se viajarmos até ao século passado, primeiros dois terços do século XX, a apicultura fixista, os cortiços, os muros apiários, encontramos uma densidade de abelhas mais acentuada que a da imagem anterior. Agora com a dita visão especial: Não me parece grande coisa. Ainda não é com estas densidades que compensa às pragas e doenças reproduzirem-se até à exaustão, com o risco de passarem fome... Trata-se obviamente do período em que apenas a tinha afectava os cortiços dos nosso avós. Agora o período pós Varroa, o último 1/5 do século XX. Nesta fase, motivados pela forte procura do mel, pelas ajudas do Programa Apícola (e outros apoios) e pelo crescente número de associações de produtores organizadas, os apicultores aumentaram muito os efectivos, aumentaram o número de apicultores e substituíram a maioria dos cortiços por colmeias móveis. Em Espanha, ajudas regionais (não comunitárias) para incentivar o aumento de efectivos, fizeram com que houvessem muitos apicultores detentores de mais de 5.000 colónias. Com as consequentes invasões e consequências nas regiões fronteiriças do território português de há uns anos até esta data.

De facto a diferença já parece ser significativa. Ainda assim, as abelhas e as suas casas parecem ser sempre suficientemente discretas para as respectivas pragas, doenças e predadores. Não devemos é esquecer que apesar do pequeno tamanho, as abelhas se deslocam muito longe, com muita facilidade e existem em grandes quantidades.

Sou quase tentado a dizer que se classificarmos a colónia como um único organismo, seria equivalente a uma vaca com dez hectares... Tal imensidão torna as abelhas bem mais visíveis por quem lhes quer mal e por isso em alvos muito mais acessíveis. Será a diferença de populações/produções entre uma colmeia móvel e um cortiço tão significativa? Ao que parece a resposta é afirmativa. Em termos de legislação de ordenamento apícola, uma colmeia equivale a dois cortiços. Na realidade creio que a diferença ainda é maior. Segundo as referências, uma boa colmeia em plena época produtiva chega a ter 80.000 e até 100.000 abelhas. Há produções referenciadas (sem transumância) de mais de 100kg/colmeia/cresta. Os cortiços têm números bem mais modestos. Não ultrapassarão muito as 30.000 ou 40.000 abelhas, e as produções pouco vão além dos dois ou três quilos de mel por época. Pelo que pouco impacto terão em termos de densidade de seres vivos:

A última razão deste post, nem tal me passa p'la cabeça, seria apontar o dedo aos grandes apicultores, ou a quem procura aumentar os efectivos. A minha opinião é que estamos ainda muito aquém dos números de colónias necessários a uma polinização eficaz e respectivas benesses ambientais. Os argumentos que aqui apresento, se é que lhes posso/devo chamar argumentos, pouco mais resultam que de uma reflexão sobre a temática da sanidade e do crescente (quantitativo e qualitativo) de doenças e moléstias das abelhas.