POR TRANSPARÊNCIA NOS ACORDOS COMERCIAIS DO BRASIL O livre comércio é uma falácia. Pois não existe nenhum bem ou serviço comercializado livremente no mundo de hoje. Os subsídios, incentivos dos governos, as trocas entre empresas do mesmo grupo transnacional, as trocas entre grupos transnacionais, as diversas práticas restritivas da concorrência afetam os preços e distorcem os mercados. Tratados de livre comércio significam liberdade para as grandes corporações e cativeiro para as nações e os povos, sobretudo os que vivem no hemisfério empobrecido do Sul. Fonte: Campanha Brasileira contra a Alca, o Livre Comércio, a Dívida Externa e a Militarização. Balança enganosa é abominação para o Senhor, mas o peso justo é o seu prazer. Provérbios 11:1 http://www.fale.org.br fale@fale.org.br 1
Melhor é o pouco havendo justiça, do que grandes rendimentos havendo injustiça Provérbios 16:8 O Brasil vem se envolvendo em vários acordos de integração e liberalização comercial. Este ano será chave para muitas dessas negociações, envolvendo uma multiplicidade de assuntos, que vão além dos temas clássicos do comércio internacional como importação e exportação de bens. Os acordos em discussão terão impacto sobre a vida cotidiana de milhões de pessoas. No tema de agricultura estão sendo negociadas reduções tarifárias que podem afetar a produção nacional de vários produtos vinculados à agricultura familiar um dos exemplos é a ameaça sobre a produção nacional de leite. A internacionalização da produção dos produtos agrícolas pode afetar negativamente a capacidade nacional de administrar preços, estoques e créditos nessa área. A área de serviços é um dos temas não tradicionais de comércio que estão em discussão. Neste caso, corre-se o risco de ser diminuído o controle sobre os mananciais nacionais de água, de haver dificuldades para proteger e incentivar a produção cultural nacional, e de ser perdido o controle sobre as políticas nacionais de saúde e educação. Na área de compras governamentais, dependendo de como caminharem as negociações, pode tornar-se inviável utilizar as encomendas de grandes empresas nacionais (como a Petrobrás) para alavancar políticas industriais no país, assim como poderá ser diminuída a capacidade de prefeituras promoverem encomendas de merenda escolar que viabilizem a produção agrícola regional. Há perigo de redução da produção interna, o que terá como conseqüência desemprego na área industrial ou a pressão por rebaixamento de salários e direitos para viabilizar a competição com os produtos importados. Em outras áreas, como a de propriedade intelectual, estão em jogo tanto a continuidade de programas nacionais de distribuição de medicamentos (como no caso da AIDS), quanto a possibilidade de manter em mãos nacionais o enorme potencial genético de nossas matas e a sabedoria popular sobre folhas e raízes. É, portanto, muito importante dar transparência às negociações do governo brasileiro a respeito dos acordos comerciais com outros países e organismos regionais ou multilaterais. A sociedade e suas representações, como o Congresso Nacional, devem ter acesso aos trâmites dos processos negociatórios e ter sua voz ouvida a respeito das decisões primordiais. Só assim, com transparência, poderão os acordos internacionais contribuir para o desenvolvimento sustentável do Brasil. 2
Não tenham em casa dois padrões para a mesma medida, um maior e outro menor.tenham peso e medidas exatos e honestos, para que vocês vivam muito tempo na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá. Pois o Senhor, o seu Deus, detesta quem faz essas coisas, quem negocia desonestamente. Deuteronômio 25:14-16 ORANDO Pelas negociações comerciais internacionais com a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) e com a União Européia (onde o Brasil participa como membro importante do Mercosul, juntamente comargentina, Uruguai e Paraguai), para que a preocupação central seja pela defesa da vida com qualidade e dignidade das populações envolvidas, especialmente dos mais pobres. Para que os acordos comerciais entre as nações se fundamentem não por uma lógica de lucro e de ganho ilimitado, mas sim pela preocupação social, pelo senso de justiça, pela preservação da vida e do meio ambiente. Para que seja possível a participação da sociedade civil em geral, e dos consumidores, em particular, nos processos de negociação internacional de acordos sobre serviços. Para que o governo brasileiro possa assumir sua condição soberana, agindo de forma transparente e comprometida com o bem comum de todos. Pelas organizações que têm se engajado nesta discussão e para que a igreja também assuma posição de protagonista neste assunto. Ore em especial pelos coordenadores das seguintes organizações: Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) Rede Brasileira pela Integração dos Povos (REBRIP), Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (FBOMS) e Frente Nacional de SaneamentoAmbiental (FNSA). AGINDO Transmita o conhecimento que você adquiriu sobre acordos comerciais internacionais. Ore pelos tópicos sugeridos ao lado. Leia o cartão postal endereçado ao Presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, assine e envie pelo correio. Visite os sites www.fale.org.br e www.rebrip.org.br para obter mais informações e dados. 3
Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja os direitos de todos os desamparados. Fale por eles e seja um juiz justo. Proteja os direitos dos pobres e dos necessitados. Pv 31:8-9 É uma rede que une estudantes, jovens, homens e mulheres com o propósito de levantar a voz contra a injustiça, combinando campanhas e oração pois cremos que ambas, juntas, são uma poderosa arma para trazer as transformações sociais. O Fale convida qualquer um que tenha paixão por justiça para participar de sua rede. De várias cidades do Brasil, estamos unindo pessoas para trocar informações, orar e agir. Você pode se envolver conscientizando pessoas e promovendo mobilizações locais em prol da justiça, ou também separando 10 minutos a cada dois meses para promover um momento de oração e conversa sobre o tema do cartão Ore e Envie em um grupo de sua igreja, família, escola, universidade, empresa ou vizinhança. Entre em contato e participe desta rede! Nunca duvide que um pequeno grupo de cidadãos conscientes e comprometidos pode mudar o mundo; na verdade, é a única coisa que pode. (Margaret Mead, antropóloga). Envie para: FALE fale@fale.org.br ou Caixa Postal 5133 86071-970 Londrina, PR Brasil Nome: Endereço: Cidade/UF: CEP: Telefone: E-mail: Igreja / Organização: Quantidade de cartões que deseja receber: ( )3 ( ) 10 ( ) 30 ( ) 50 ( ) Conselho de Referência: Anivaldo Padilha (Koinonia),Ariovaldo Ramos (AEVB), Arline Poubel e Silva (Tearfund), Carlos Queiroz (Visão Mundial), Gláucia Medeiros (CPPC), Jorge Barrientos-Parra (Inst. Agente), Judith Ramos (SEPAL), Luiz Caetano Grecco Teixeira (CLAI), Paul Freston (MEP), Péricles Couto (ABUB), Ricardo Barbosa (FTL), Ricardo Gondim (ICEC), Robinson Cavalcanti (IEAB), RubemAmorese (Comunicarte), Valdir Steuernagel (CPM), Ziel Machado (CIEE). 4
Excelentíssimo Senhor Senador Cristovão Buarque Presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional - CRE Senado Federal Ala Filinto Müller, Gabinete n 5 70165-900 Brasília, DF SELO POR TRANSPARÊNCIA NOS ACORDOS COMERCIAIS DO BRASIL APOIO 5
Excelentíssimo Senhor Senador Cristovam Buarque, O ano de 2005 é chave para as negociações comerciais nas quais o Brasil se envolveu nos últimos dez anos, em particular as negociações para a constituição da ALCA, as negociações bilaterais entre o Mercosul e a União Européia, e as negociações da rodada de Doha. Como é do seu conhecimento, esse conjunto de negociações envolve muito além dos chamados temas clássicos de comércio e tem enorme capacidade de alterar o cotidiano das pessoas. Negociações como as que envolvem serviços e investimentos podem se tornar severos obstáculos para o atendimento das demandas da maioria da população por serviços públicos de qualidade. No caso específico do tema de serviços, a chave da negociação inclusive é considerar a sua prestação como uma mercadoria, contrariando inclusive a visão expressa na Constituição Brasileira de 1988, que coloca muito dos serviços como direitos da população e dever do Estado no Brasil, como os de saúde, educação, fornecimento de água, entre outros. Essa visão mercantilista inclusive tem sido a base de sérios problemas na área de serviços em países vizinhos, como a Bolívia. Pedimos a Sua Excelência, na qualidade de presidente desta importante comissão, pela qual devem passar estas questões, que contribua para garantir a maior transparência possível em temas que tanto podem afetar a população brasileira e seu futuro, além de que zele para que todos os acordos em curso procurem primar pela defesa do comércio justo e que sejam negados acordos que no futuro possam trazer algum tipo de limitação da gestão do país, inclusive na sua capacidade legislativa, como resultado das negociações comerciais ora em curso. Respeitosamente, Assinatura: Nome: Endereço: Fale é uma rede de pessoas que oram e se manifestam contra a injustiça. Fale Caixa Postal 5133 Londrina, PR 86071-970 Brasil www.fale.org.br E-mail: fale@fale.org.br 6