IDENTIFICANDO A OCORRÊNCIA DE TRAUMA MAMILAR EM MULHERES ATENDIDAS NO PROJETO CEPP

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Transcrição:

1 ÁREA TEMÁTICA: ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( X) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO IDENTIFICANDO A OCORRÊNCIA DE TRAUMA MAMILAR EM MULHERES ATENDIDAS NO PROJETO CEPP Aline Sedorko (alinesedorko@outlook.com) 1 Heloyse Stadler (helo_stadler@hotmail.com) 2 Ana Paula Xavier Ravelli (anapxr@hotmial.com) 3 Resumo: Introdução: Alguns problemas enfrentados pelas lactantes durante a amamentação, a exemplo dos traumas mamilares podem contribuir para baixas prevalências do Aleitamento Materno. Objetivo: Conhecer a ocorrência de trauma mamilar nos ano de 2015 a 2017, em puérperas participantes do Projeto CEPP. Metodologia: Pesquisa quantitativa, descritiva, realizada em Maternidade de referência à gestação de risco habitual na cidade de Ponta Grossa por meio de entrevista estruturada e individual totalizando 412 mulheres. Resultados: Das 412 mulheres, em sua maioria 37.3% (153) eram casadas, 33,2% (137) mantinham uma relação estável e 29.5% (122) eram solteiras. Em relação à escolaridade, 52,5% (217) possuíam o ensino médio completo, 37,5% (155) o ensino fundamental completo, e apenas 10% (40) o ensino superior completo. Constatou-se que 48,3% (199) puérperas estavam grávidas pela primeira vez (primigestas) e 51,7% (213) tiveram mais de uma gestação (multigestas). Em relação aos problemas mamários 30% das puérperas apresentaram trauma na mama esquerda e 28,7% apresentaram trauma em mama direita. Conclusões: Evidenciou-se uma considerável porcentagem de puérperas acometidas por traumas mamilares nas primeiras 48 horas por uma possível falha de intervenção do profissional quanto a educação em saúde. O CEPP intervém na detecção precoce das lesões, auxiliando a mãe no manejo das dificuldades. Palavras-chave: Aleitamento Materno. Trauma Mamilar. Educação em Saúde. INTRODUÇÃO De acordo com a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), Ministério da Saúde (MS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (UNICEF), salientam que a mãe precisa oferecer aleitamento exclusivamente ao bebê até os seis meses de 1 Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem/UEPG. Membro do Projeto Consulta de Pré-Natal e Pós- Parto CEPP. alinesedorko@outlook.com 2 Acadêmica do curso de Bacharelado em Enfermagem/UEPG. Membro do Projeto Consulta de Pré-Natal e Pós- Parto CEPP. helo_stadler@hotmail.com 3 Dra em Enfermagem. Professora Adjunta pelo Departamento de Enfermagem e Saúde Pública/Densp/UEPG. Coordenadora do Projeto Consulta de Enfermagem no Pré-Natal e Pós-Parto CEPP. anapxr@hotmail.com

idade, uma vez que não é necessário nenhum outro alimento nesse período (URASAKI; TEIXEIRA; CERVELLINI; 2017) Neste contexto, amamentar é muito mais do que nutrir a criança. É um processo que envolve interação profunda entre mãe e filho, com repercussões no estado nutricional da criança, em sua habilidade de se defender de infecções, em sua fisiologia e no seu desenvolvimento cognitivo e emocional (BRASIL, 2015). Entretanto, alguns problemas enfrentados pelas lactantes durante a amamentação, a exemplo dos traumas mamilares podem contribuir para baixas prevalências do Aleitamento Materno (DIAS; VIEIRA; VIEIRA; 2017). Cabe salientar que ao iniciar a prática do aleitamento materno, a nutriz pode apresentar desconforto ou uma discreta dor nos mamilos. No entanto, a permanência dos mamilos dolorosos e/ ou machucados, não são fatos normais e podem ser causados na maioria das vezes por uma técnica de amamentação inadequada mau posicionamento da mãe ou do bebê, e/ou pega incorreta do bebê (AMARO; SIMÃO; BERNARDES; 2016). Segundo Dias; Vieira e Vieira (2017) os traumas mamilares são caracterizados por eritema, edema, rachaduras, fissuras, bolhas, escoriações e equimoses. Em relação à atuação do enfermeiro no contexto da Política Nacional de Aleitamento Materno, ele deve estar preparado para prevenir, reconhecer e resolver as dificuldades na interação nutriz e filho, especialmente no que se refere à amamentação, como os obstáculos identificados para que a sua prática seja bem sucedida (AZEVEDO, 2015). O sucesso do Aleitamento Materno depende de vários fatores, dentre eles, as orientações prévias ao nascimento, assim como no pós-parto, com os objetivos de preparar a mãe para superar as dificuldades que possam surgir, minimizar as preocupações e fortalecer sua autoconfiança, acreditando que quanto mais instruída sobre o assunto, maior facilidade terá para superar os obstáculos (MARINHO; ANDRADE; ABRÃO; 2015). O projeto de extensão CEPP (Consulta de Enfermagem no Pré-Natal e Pós-Parto) estruturado e implementado em agosto de 2006 atende a partir de Educação em Saúde mulheres que estiverem vivenciando o período Pós-Parto em uma Maternidade Escola na cidade de Ponta Grossa. Tal ação extensionista (educação em saúde) acontece com acadêmicos do curso de Bacharelado em Enfermagem frente ao período de pós-parto, esclarecendo dúvidas maternas frente ao período puerperal e aleitamento materno, por meio de palestras coletivas, oferta de folder explicativo e atualmente jogo educativo. Nesta perspectiva, após educação em saúde coletiva, todas as puérperas são convidadas a participar de uma pesquisa, por meio de entrevista estruturada, assinando o 2

termo de consentimento livre e esclarecido, para obtenção de alguns dados. A cada questionamento, o acadêmico, concomitantemente, esclarece as dúvidas que não foram sanadas, utilizando materiais didáticos ilustrativos nas orientações realizadas. 3 OBJETIVO Conhecer a ocorrência de trauma mamilar nos anos de 2015, 2016 e 2017 em puérperas atendidas em uma Maternidade Escola na cidade de Ponta Grossa que participaram do Projeto Consulta de Enfermagem no Pós-Parto. METODOLOGIA Pesquisa quantitativa, descritiva, realizada em Maternidade de referência à gestação de risco habitual na cidade de Ponta Grossa por meio de entrevista estruturada e individual totalizando 412 mulheres atendidas no período puerperal entre os meses de Março de 2015 a dezembro de 2017. A análise dos dados deu-se por estatística descritiva com os valores expressos em frequências simples. O estudo aconteceu com participação extensionista de acadêmicas do curso de Bacharelado em Enfermagem. Os aspectos éticos foram assegurados contemplando a Resolução 466/2012 com parecer do Comitê de Ética e Pesquisa (COEP) 1.055.927 de 08 de maio de 2015 pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). RESULTADOS Das 412 mulheres participantes da pesquisa no período puerperal entre os meses de Março de 2015 a Dezembro de 2017, 29% (73) tem menos de 21 anos de idade, 47,3% (119) idades entre 21 a 30 anos, e 27.3% (60) acima de 30 anos. Em sua maioria 37.3% (153) eram casadas, 33,2% (137) mantinham uma relação estável e 29.5% (122) eram solteiras. Em relação à escolaridade, 52,5% (217) possuíam o ensino médio completo, 37,5% (155) o ensino fundamental completo, e apenas 10% (40) o ensino superior completo. Constatou-se que 48,3% (199) puérperas estavam grávidas pela primeira vez (primigestas) e 51,7% (213) tiveram mais de uma gestação (multigestas).

Em relação aos problemas mamários 30% das puérperas apresentaram trauma na mama esquerda e 28,7% apresentaram trauma em mama direita. Destaca-se que as lesões mamilares são muito dolorosas e, com frequência são a porta de entrada para bactérias. Por isso, além de corrigir o problema que está causando a dor mamilar (na maioria das vezes a má pega), faz-se necessário intervir para aliviar a dor e promover a cicatrização das lesões o mais rápido possível (BRASIL, 2015). Como consequência podem ocorrer a interrupção precoce da amamentação e o aumento do uso de mamadeiras e bicos artificiais, favorecendo comorbidades (URASAKI, 2017). Neste contexto, a educação em saúde sobre o posicionamento adequado e pega correta é a melhor intervenção para dor nos mamilo. (BRASIL, 2015, p. 58). Sendo assim, os acadêmicos de Enfermagem, integrantes do projeto CEPP, por meio da educação em saúde, proveram conhecimento às puérperas sobre trauma mamilar, contribuindo assim no aprendizado da mãe, pois assim, há correção do posicionamento e a má pega do bebê, minimizando assim, risco para o desmame precoce. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Evidenciou-se uma considerável porcentagem de puérperas acometidas por traumas mamilares nas primeiras 48 horas por uma possível falha de intervenção do profissional quanto a educação em saúde. A falha vem desde o pré-natal que deve ser o momento de esclarecimentos e precede no momento pós parto, fase de adaptação a nova condição. Independente de ser primípara ou multípara os dados mostram que ambas são acometidas pelo mesmo problema. O Projeto CEPP intervém na detecção precoce das lesões auxiliando a mãe no manejo das dificuldades encontradas na fase puerperal, favorecendo a pega correta, evitando complicações mamárias como a mastite e consequentemente o desmame precoce. REFERÊNCIAS AMARO, Fernanda Gomes; SIMÃO, Michele Jeremias; BERNARDES, Nicole de Oliveira. Incidência de trauma mamilar no puerpério imediato. Saúde em Redes. 2016; 2 (2): 179 188.. AZEVEDO, Ana Regina et al. O manejo clínico da amamentação: saberes dos enfermeiros. Revista de Enfermagem. Rio de Janeiro, 2015.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de Atenção Básica.Saúde da criança: nutrição infantil aleitamento materno e alimentação complementar. Cadernos de Atenção Básica nº 32.Brasília, 2009. DIAS, Janaína Silva; VIEIRA, Tatiana de Oliveira; VIEIRA, Graciete Oliveira. Fatores associados ao trauma mamilar no período lactacional: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 17 (1): 43-58 jan. / mar., 2017. 5 MARINHO, Maykon dos Santos; ANDRADE, Everaldo Nery de; ABRÃO, Ana Cristina Freitas de Vilhena. A atuação do(a) enfermeiro(a) na promoção, incentivo e apoio ao aleitamento materno. Revista Enfermagem Contemporânea. 2015 Jul./Dez.;4(2):189-198. URASAKI, Maristela Belletti Mutt; TEIXEIRA, Camila Inicencio; CERVELLINI, Marina Possato. Trauma Mamilar: Cuidados Adotados por Mulheres no Pós-parto. ESTIMA, v.15 n.1, p. 26-34, 2017.