a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS 2013/2014

Documentos relacionados
a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS 2014/2015

Título. Editor. IPS em Números Instituto Politécnico de Setúbal. Edifício Sede Campus do IPS Estefanilha Setúbal Portugal

a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS 2015/2016

a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS, no ano letivo 2012/2013

A transição do ensino para a vida ativa:

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

Gabinete de Apoio ao Estudante e Inserção na Vida Ativa (GAEIVA)

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

GABINETE DE AVALIAÇÃO E QUALIDADE RELATÓRIO DE ANÁLISE DA AUSCULTAÇÃO DOS ANTIGOS ESTUDANTES DO IPVC

Gabinete de Apoio ao Estudante e Inserção na Vida Ativa (GAEIVA)

«Empregabilidade dos Diplomados pelo IPP Ano letivo 2013/2014» Observatório Académico Maio de 2016

Gabinete de Apoio ao Estudante e Inserção na Vida Ativa (GAEIVA)

«Empregabilidade dos Diplomados pelo IPP. Ano letivo 2014/2015

Relatório de Empregabilidade

Relatório de Empregabilidade

Relatório de Empregabilidade 2014

Secretariado e Trabalho Administrativo

Relatório de Empregabilidade

Relatório de Empregabilidade

Grupo Lusófona Construir Futuro. Relatório de Empregabilidade

A PROCURA DE EMPREGO DOS DIPLOMADOS DESEMPREGADOS COM HABILITAÇÃO SUPERIOR JUNHO DE 2007

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 2017/18 Curso Licenciatura em Gestão da Distribuição e Logística Escola Superior de Ciências Empresariais

PERCURSO PROFISSIONAL DOS DIPLOMADOS DO IPG

AVALIAÇÃO DA EMPREGABILIDADE DOS DIPLOMADOS PELA UNIVERSIDADE DOS AÇORES

Inquéritos de Empregabilidade aplicados aos Diplomados Apresentação de Resultados

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 15/16 Licenciatura em Gestão da Distribuição e Logística Escola Superior de Ciências Empresariais

Inquérito de Empregabilidade

2013/2014 RELATÓRIO DE EMPREGABILIDADE

Resumo do Relatório dos Indicadores de Empregabilidade, Avaliação e Satisfação das Pessoas Diplomadas pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde de

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 15/16 Curso Organização e Gestão Empresariais Escola Superior de Ciências Empresariais

EMPREGABILIDADE DOS ESTUDANTES ESEL GRADUADOS EM

A taxa de desemprego situou-se em 10,5% no 4.º trimestre e em 11,1% no ano de 2016

Inquérito ao Emprego 2013

Inquérito ao Emprego 2013

Inquérito aos recém-diplomados

2012/2013 RELATÓRIO DE EMPREGABILIDADE

INSTITUTO POLITÉCNICO DE SETÚBAL

AS DESIGUALDADES ENTRE HOMENS E MULHERES NÃO ESTÃO A DIMINUIR EM PORTUGAL

Observatório Nacional de Recursos Humanos Resultados Nacionais Agregados de 2013

2012/2013 RELATÓRIO DE EMPREGABILIDADE

INQUÉRITO À EMPREGABILIDADE DOS DIPLOMADOS DA ULISBOA. - Edição Gabinete de Estudos e Planeamento Empregabilidade

Estatísticas. Caracterização dos desempregados registados com habilitação superior - dezembro de 2014

Vou entrar no Ensino Secundário. E agora? Que via escolher?

Estatísticas. Caracterização dos desempregados registados com habilitação superior - junho de 2016

Relatório dos Inquéritos Novos Alunos (Licenciaturas, Mestrados e Pós-Graduações)

OBSERVATÓRIO DO PERCURSO PROFISSIONAL OPINIÃO DOS STAKEHOLDERS 2015

OBSERVATÓRIO DO PERCURSO PROFISSIONAL DA UTAD

ANEXO 1. Em termos mais pormenorizados, podemos referir os dados para o ano 2002, fornecidos gentilmente pelo Instituto Nacional de Estatística.

Um quarto dos doutorados vão para as microempresas //PÁGS

Mulheres e Homens em Portugal, Retrato Estatístico da Década de 90

RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO PEDAGÓGICA

A taxa de desemprego de novembro de 2016 foi de 10,5%

PRIMEIRO INQUÉRITO ÀS PRÁTICAS PROFISSIONAIS DOS DIPLOMADOS EM SOCIOLOGIA. SÍNTESE DOS PRINCIPAIS RESULTADOS

Estimativa da taxa de desemprego em maio: 13,2%

ESTUDO DE INSERÇÃO PROFISSIONAL Direção de Formação Departamento de Gestão Pedagógica e Certificação

2. Ambientes de Ensino/Aprendizagem Resultados de inquéritos de satisfação dos estudantes -processo ensino/aprendizagem...

A taxa de desemprego de agosto foi de 8,8%

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 2017/18 (Curso Licenciatura em Engenharia Informática) Escola Superior de Tecnologia e Gestão

2011/2012 RELATÓRIO DE EMPREGABILIDADE

«Empregabilidade dos Diplomados pelo IPP. Ano letivo 2015/2016

A taxa de desemprego de março foi de 9,8%

A taxa de desemprego de junho foi de 9,1%

NCE/11/01116 Relatório preliminar da CAE - Novo ciclo de estudos

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 2015/16. Curso Engenharia da Computação Gráfica e Multimédia. Escolha um item.

A PROCURA DE EMPREGO DOS DIPLOMADOS COM HABILITAÇÃO SUPERIOR

Observatório dos Percursos Escolares e Profissionais do ISVOUGA

Estrutura. 1. Enquadramento Objectivos Metodologia 7 4. Análise.. 11

SÍNTESE DE INFORMAÇÃO ESTATÍSTICA

A estimativa definitiva da taxa de desemprego de agosto de 2016 foi de 10,9%

A taxa de desemprego de novembro foi de 8,1%

IPS EM NÚMEROS

A estimativa definitiva da taxa de desemprego de setembro de 2016 foi de 10,9%

RELATÓRIO DO INQUÉRITO A DIPLOMADOS (2014)

A taxa de desemprego de setembro foi de 8,5%

INQUÉRITO DE OBSERVAÇÃO DOS PERCURSOS DE INSERÇÃO DOS EX-FORMANDOS DE CURSOS QUALIFICANTES- Terminados em 1999

A situação profissional dos recém-diplomados do IST

A taxa de desemprego de fevereiro de 2017 foi de 9,9%

1.2 Idade dos inquiridos Idade Frequência (N) Percentagem (%) , , , ,76 Média de idades 24,1 - Total

Estimativa da taxa de desemprego em agosto: 12,4%

DESEMPENHO A PORTUGUÊS DOS ALUNOS QUE INGRESSAM NO ENSINO SUPERIOR

Relatório sobre o Inquérito aos Diplomados da Escola Superior de Música de Lisboa: Ano letivo 2013/2014. Gabinete para a Cultura da Qualidade

Para consultar os relatórios do Grupo Infraestruturas de Portugal, aceda a

EVOLUÇÃO DA SITUAÇÃO SOCIOPROFISSIONAL DOS LICENCIADOS EM GESTÃO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL

Resultados-Chave Relatório de Bolonha do ISCTE-IUL (2010/2011)

A taxa de desemprego estimada para novembro foi 13,9%

EMPREGABILIDADE DOS ESTUDANTES ESEL GRADUADOS EM

Estimativa da taxa de desemprego em junho: 12,4%

I. INTRODUÇÃO ENQUADRAMENTO

A taxa de desemprego de fevereiro situou-se em 7,6%

RELATÓRIO DE MONITORIZAÇÃO PEDAGÓGICA

Empregabilidade e esclerose múltipla. Estudo quantitativo MODELO METODOLÓGICO 3 CARACETRIZAÇÃO DA AMOSTRA 5

Relatório de Empregabilidade. Inquérito a estudantes diplomados no ano letivo

2014/2015 Relatório de Empregabilidade. Resultados do inquérito estatístico aos diplomados de 2014/2015.

Estimativa da taxa de desemprego em julho: 12,1%

A taxa de desemprego situou-se em 6,7%

Perfil dos emigrantes portugueses no mercado de trabalho europeu

Preparados para trabalhar? Diana Vieira & Ana Paula Marques

RELATÓRIO ANUAL DE CURSO 2017/18. Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Transcrição:

a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS 2013/2014 1

Título A transição para a vida ativa: a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS - 2013/2014 Editor Instituto Politécnico de Setúbal Edifício Sede Campus do IPS Estefanilha 2910-761 Setúbal Portugal Tel.: (+351) 265 548 820 www.ips.pt dezembro/2016 2

Índice SUMÁRIO EXECUTIVO... 6 EXECUTIVE SUMMARY... 7 INTRODUÇÃO... 8 1 A inserção profissional dos diplomados do ensino superior... 10 2 O Estudo... 16 2.1 Metodologia... 16 2.2 - Caracterização da população em análise... 17 2.2.1 Género... 19 2.2.2 Idade... 21 2.2.3 Estado civil... 22 2.2.4 Situação perante o ensino... 22 3 Análise dos Resultados... 24 3.1 Instituto Politécnico de Setúbal... 24 3.1.1 - Situação Profissional... 24 3.1.2 Tempo de espera na obtenção de emprego... 27 3.1.3 Situação na profissão... 28 3.1.4 Duração do tempo de trabalho... 29 3.1.5 Vínculo contratual... 31 3.1.6 Tipo de empresa/organização... 34 3.1.7 Setor de atividade da empresa/organização... 35 3.1.8 Localização geográfica da empresa/organização... 36 3.1.9 Rendimento mensal líquido... 37 3.1.10 - Meios de acesso ao emprego... 43 3.1.11 - Relação entre o emprego e a área de formação académica... 45 3.1.12 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 46 4 Discussão dos Resultados... 48 Conclusão... 54 Bibliografia... 56 Anexo 1 Escola Superior de Tecnologia de Setúbal... 61 Situação Profissional... 61 Tempo de espera na obtenção de emprego... 61 Situação na profissão... 62 Vínculo contratual... 62 Tipo de empresa/organização... 63 Setor de atividade da empresa/organização... 63 Localização geográfica da empresa/organização... 64 Rendimento mensal líquido... 64 Meios de acesso ao emprego... 65 3

Relação entre o emprego e a área de formação académica... 66 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 66 Anexo 2 Escola Superior de Educação... 67 Situação Profissional... 67 Tempo de espera na obtenção de emprego... 67 Situação na profissão... 67 Vínculo contratual... 68 Tipo de empresa/organização... 68 Setor de atividade da empresa/organização... 69 Localização geográfica da empresa/organização... 70 Rendimento mensal líquido... 70 Meios de acesso ao emprego... 71 Relação entre o emprego e a área de formação académica... 71 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 72 Anexo 3 Escola Superior de Ciências Empresariais... 73 Situação Profissional... 73 Tempo de espera na obtenção de emprego... 73 Situação na profissão... 74 Vínculo contratual... 74 Tipo de empresa/organização... 75 Setor de atividade da empresa/organização... 76 Localização geográfica da empresa/organização... 77 Rendimento mensal líquido... 77 Meios de acesso ao emprego... 78 Relação entre o emprego e a área de formação académica... 78 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 78 Anexo 4 Escola Superior de Tecnologia do Barreiro... 80 Situação Profissional... 80 Tempo de espera na obtenção de emprego... 80 Situação na profissão... 80 Vínculo contratual... 81 Tipo de empresa/organização... 81 Setor de atividade da empresa/organização... 81 Localização geográfica da empresa/organização... 82 Rendimento mensal líquido... 82 Meios de acesso ao emprego... 82 Relação entre o emprego e a área de formação académica... 83 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 83 Anexo 5 Escola Superior de Saúde... 84 4

Situação Profissional... 84 Tempo de espera na obtenção de emprego... 84 Situação na profissão... 84 Vínculo contratual... 84 Tipo de empresa/organização... 85 Setor de atividade da empresa/organização... 86 Localização geográfica da empresa/organização... 86 Rendimento mensal líquido... 87 Meios de acesso ao emprego... 87 Relação entre o emprego e a área de formação académica... 87 Adequação do curso ao mercado de trabalho... 88 Anexo 6 Inquérito aplicado aos licenciados do IPS... 89 Anexo 7 Inquérito aplicado aos mestres do IPS... 94 5

SUMÁRIO EXECUTIVO O presente relatório analisa o percurso profissional dos diplomados do Instituto Politécnico de Setúbal, no ano letivo 2013/2014, um ano após a conclusão do curso. Para o efeito, utilizou-se uma metodologia quantitativa, com recurso ao inquérito por questionário, aplicado a 1093 diplomados (com uma taxa de resposta global de cerca de 75%). Os resultados evidenciam uma evolução muito positiva em termos de inserção profissional, em comparação com os dados obtidos no estudo anterior, pese embora persistam algumas assimetrias entre escolas e, em particular, entre cursos. Continua a assistir-se, igualmente, a algumas diferenças entre géneros, sendo as mulheres as mais vulneráveis ao fenómeno do desemprego e aos salários mais baixos. No que respeita às relações de trabalho mantidas com a entidade patronal, apesar de se observar uma variabilidade do tipo de vínculo laboral (contrato sem termo, a prazo, estágio profissional, prestação de serviços e outros) cerca de 82% dos diplomados do IPS possuem um contrato de trabalho sem termo ou a prazo, sendo que os resultados evidenciam a estabilidade contratual alcançada por um grupo significativo de licenciados do IPS. Os diplomados do IPS inserem-se, sobretudo, em empresas de grande dimensão, em setores como o dos serviços e da saúde e ação social, nos distritos de Setúbal e Lisboa, continuando a verificar-se uma diminuição dos que trabalham fora do país. Os meios privilegiados no acesso ao emprego foram a candidatura espontânea, a resposta a anúncios e o contacto de amigos ou colegas, verificando-se nalgumas escolas um peso significativo do estágio profissional como porta de entrada para o mercado de trabalho. Por fim, constata-se, que apesar da literatura evidenciar que os diplomados encontram, cada vez menos, relação entre o curso e a atividade profissional desenvolvida, os diplomados do IPS têm conseguido um elevado grau de correspondência entre a sua profissão e a área de formação. 6

EXECUTIVE SUMMARY This report analyzes the career path of Polytechnic Institute of Setubal (IPS) graduates, who completed their academic degree (bachelor or master) in the academic year 2013/2014, one year after graduating. For this purpose, we used a quantitative methodology with a survey questionnaire applied to 1093 graduates and a response rate around 75%. The results show us a positive trend in the employment rate compared with the data obtained in the previous study, although we can still observe some differences between faculties and, in particular, between courses. Gender differences are also evident: women are more vulnerable to unemployment and low salaries than men are. Regarding labor relationships maintained with their employer, even though we observe a variety of different statutes (permanent employment contract, fixed-term employment contract, professional internships, subcontracting, etc.), about 82% of IPS graduates have a permanent or fixed-term employment contract. The results show us that a significant group of graduates benefit from a contractual stability. IPS graduates mostly work in large companies in sectors such as services and health and social services, in Setúbal and Lisbon districts and the number of graduates working abroad is decreasing. The privileged form of access to employment has been the spontaneous application and through friends or colleagues contacts. In some faculties, professional internships played an important role as a gateway to the labor market. To conclude, although the literature shows that graduates find, less and less, a correspondence between the degree program and the professional activity they develop, the IPS graduates have achieved a high degree of correspondence between their profession and their area of study. 7

INTRODUÇÃO A educação superior tem, cada vez mais, uma importância estratégica para o desenvolvimento económico e social do país, assumindo a relação entre a educação e a entrada no mercado de trabalho dos diplomados especial relevo nas últimas duas décadas. Conforme refere Cardoso, et al. (2014), as instituições de ensino superior têm um papel fundamental na definição de uma agenda de cooperação com o tecido empresarial, no sentido de garantir formação para a empregabilidade (nomeadamente o ajustamento dos currículos às necessidades do mercado de trabalho). O relatório Global Skills Index 2015 1 (num estudo recente da Hays sobre a dinâmica do mercado de trabalho e que engloba mais de três dezenas de países) conclui que Portugal apresenta um desequilíbrio entre a oferta e a procura de trabalho. Com efeito, apesar dos níveis de desemprego existentes, os recursos humanos disponíveis não correspondem à procura dos empregadores, por inadequação de competências, formação e experiência. A empregabilidade dos diplomados ao nível do ensino superior tem sido, pois, tema de debate, existindo a perceção generalizada, quer entre os diplomados quer entre os empregadores, de que as qualificações obtidas nem sempre são adequadas para o emprego (Cardoso, et al., 2014). De acordo com Valente (2014), para mais de 60% dos empregadores na Europa, a capacidade de trabalhar em equipa, o conhecimento técnico na área de formação, a capacidade de comunicação, as literacias digitais, bem como a adaptação a novas situações, fazem parte de um conjunto de competências muito valorizadas em contexto de trabalho. No entanto, conforme refere a autora, 1 em cada 3 empregadores na Europa e 1 em cada 5 em Portugal, sentem dificuldade em recrutar diplomados do ensino superior com as competências procuradas. Para Vieira e Marques (2014, p. 49), as trajetórias de inserção profissional dos diplomados devem ser acompanhadas pelas Instituições de Ensino Superior (em estreita articulação com as entidades empregadoras), com o objetivo de preparação para o trabalho dos jovens diplomados, da aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de competências que lhes potenciem maior empregabilidade. Neste sentido, e dando continuidade aos anteriores estudos sobre a inserção profissional dos diplomados do IPS 2, já iniciados no ano letivo 2010/2011, o presente relatório apresenta os resultados do estudo desenvolvido pelo Núcleo de Estudos e Planeamento do IPS (NEP-IPS) que tem como principal 1 http://www.hays-index.com/wp-content/uploads/2015/09/hays-gsi-report_-2015.pdf 2 IPS (2015), A transição do ensino para a vida ativa: a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS no ano letivo 2012/2013. Núcleo de Planeamento, Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal. IPS (2014), A transição do ensino para a vida ativa: a inserção profissional dos licenciados e mestres do IPS no ano letivo 2011/2012. Núcleo de Planeamento, Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal. IPS (2013), Da educação superior para o mercado de trabalho: a inserção profissional dos licenciados no IPS. Núcleo de Planeamento, Instituto Politécnico de Setúbal, Setúbal. 8

objetivo analisar o percurso profissional dos seus diplomados licenciados e mestres no ano letivo 2013/2014, um ano após a conclusão do grau académico. Os estudos realizados anteriormente estiveram na base da estruturação da componente empírica do presente relatório, bem como na seleção das variáveis e na operacionalização metodológica do mesmo, que seguiu, igualmente, uma metodologia quantitativa, com recurso ao inquérito por questionário. A análise e discussão das variáveis em estudo (situação profissional, tempo de espera na procura de emprego, vínculo laboral, diferenças de género no acesso ao emprego, níveis salariais, caracterização das entidades empregadoras, meios de acesso ao emprego, relação existente entre a profissão e a área de formação académica e adequação do curso ao mercado de trabalho) são apresentadas, por ciclo de estudos, ao nível do IPS e por Escola, sendo que os resultados obtidos por curso apresentam-se em anexos. Pretende-se, igualmente, efetuar uma análise evolutiva da problemática da empregabilidade dos diplomados do ensino superior no contexto do IPS, tendo em conta as conclusões dos trabalhos anteriores realizados. O tratamento estatístico dos dados foi efetuado através do programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). O estudo encontra-se dividido em quatro capítulos. No primeiro, é apresentada a revisão de literatura realizada sobre a temática da empregabilidade dos diplomados do ensino superior, sendo, no segundo capítulo, descrita a metodologia de investigação utilizada, os objetivos, o instrumento de recolha de dados e a caracterização da amostra de inquiridos em análise. Numa terceira parte são analisados os resultados obtidos nas diferentes variáveis em estudo, sendo feita uma análise ao nível do IPS, com a desagregação ao nível das Escolas. Por último, no quarto capítulo, são discutidos os resultados obtidos, sendo também tecidas algumas considerações e sugeridas algumas linhas de investigação futuras. 9

1 A inserção profissional dos diplomados do ensino superior Em Portugal, em 2016, entraram no ensino superior cerca de 43 mil estudantes (1ª fase do Concurso Nacional de Acesso) verificando-se, face a 2015, um aumento de 2%. Assiste-se, nos últimos três anos, a um aumento do número de candidatos e de colocados ainda assim longe dos valores registados entre 2008 e 2010 -, conforme indicam os dados disponibilizados pela Direção-Geral do Ensino Superior (DGES) relativos à 1ª fase. Relativamente ao número de diplomados, as estatísticas publicadas pela DGEEC, dão conta de uma gradual evolução de 2010/2011 até 2012/2013 verificando-se, em 2013/2014, um decréscimo de 6,7%. No ano letivo 2014/2015 diplomaram-se em Portugal 89476 estudantes 3, constatando-se um aumento de 1,1 % em relação ao ano letivo transato, conforme se afere no gráfico 1. Gráfico 1 Evolução do número de diplomados do ensino superior 94264 94867 89476 87129 88503 2010/11 2011/12 2012/13 2013/14 2014/15 Por outro lado, no que respeita ao número de desempregados, com habilitação superior, verificou-se no último ano (dados publicados pela DGEEC a dezembro de 2015) um ligeiro decréscimo de cerca de 5%, situando-se a taxa de desemprego nacional em 8,1%. O gráfico 2 apresenta a evolução do número de desempregados com habilitação superior, nos últimos 5 anos, sendo possível constatar que o mesmo apresenta uma evolução significativa de 2011 a 2013 (um incremento de 47,2 %) apresentando, em 2015, o valor mais baixo dos últimos 4 anos. Gráfico 2 Evolução do número de desempregados do ensino superior 63470 88741 93409 77730 74085 2011 2012 2013 2014 2015 No que respeita à taxa de desemprego nacional (diplomados do ensino superior) verifica-se que os desempregados do sexo feminino continuam a apresentar valores substancialmente superiores. Com efeito, do universo de 8,1% de desempregados, 65,7% são mulheres e 34,3% são homens. No entanto, a taxa de desemprego por nível de escolaridade em Portugal mostra que, ao longo do tempo, o grupo dos diplomados do ensino superior tem-se mantido com reduzida expressão de entre o 3 Não estão contabilizados os diplomados em Cursos de Especialização Tecnológica. 10

grupo dos desempregados (Valente, 2014). Os dados disponibilizados pela DGEEC dão conta, que de entre o total de desempregados em dezembro de 2015, apenas 13,3% tem um grau académico superior. A aposta na obtenção do diploma do ensino superior constitui, em Portugal, um recurso estratégico para a concretização das aspirações a trajetórias profissionais de sucesso. Segundo Chaves (2010), Marques e Alves (2010), a posse de um diploma do ensino superior traduzia-se, até há relativamente pouco tempo, no acesso aos melhores empregos (em termos de remuneração, estabilidade, segurança, possibilidades de progressão na carreira e de promoção), comparativamente aos que não detinham o diploma. Para Vieira e Marques (2014, p. 79) atualmente, a posse de um diploma já não constitui um recurso suficiente para enfrentar a inserção profissional, pelo que o acompanhamento do percurso profissional dos diplomados no mercado de trabalho passa a constituir, assim, um novo campo de estudos técnicos por parte das instituições com responsabilidade pelo acompanhamento das trajetórias profissionais dos diplomados (Sistema de Observação de Percursos de Inserção dos Diplomados do Ensino Superior - ODES, Observatório da Ciência e do Ensino Superior - OCES, Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - GPEARI, Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior - A3ES, Observatórios de empregabilidade de instituições do ensino superior), como resultado de novas políticas educativas do ensino superior (Cabral, 2014). Também Veloso et al. (2010, p. 117) apontam para a importância dos mecanismos de inserção profissional disponibilizados pelas instituições que, através de diversas atividades - aconselhamento e/ou orientação profissional, desenvolvimento de competências para a procura e candidatura a oportunidades de emprego, divulgação de oportunidades de emprego - apoiam o estudante e diplomado na entrada efetiva no mercado de trabalho. Segundo o relatório da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económico (OCDE), de 2015 4, Portugal está a recuperar da crise económica e financeira mais grave que o país viveu na história recente. Os sinais da recuperação são mais evidentes no que respeita ao desemprego juvenil e taxas de desemprego a longo prazo, que se encontram atualmente a diminuir, mesmo que os níveis permaneçam demasiado elevados. A criação de emprego está a aumentar e a maioria dos novos postos de trabalho criados em 2014 apresentam vínculos contratuais mais estáveis, nomeadamente contratos sem termo, o que é uma boa indicação de que o dualismo do mercado de trabalho de longa data de Portugal foi reduzido pelas recentes reformas. Ainda de acordo com o relatório, os níveis de educação e os resultados da aprendizagem estão a aumentar de forma constante, tal como refletido nos resultados do maior estudo nesta área, que testa a literacia junto dos estudantes de 72 países e regiões, o Programme 4 Skills will drive inclusive economic growth in Portugal, OCDE, 2015, consultado em 20/12/2016 http://oecdeducationtoday.blogspot.pt/2015/04/skills-will-drive-inclusive-economic.html 11

for International Students Assessment (PISA) 5 2015 onde, pela primeira vez em seis edições, Portugal se situa acima da média da OCDE. Foram introduzidas medidas para estimular o espírito empresarial e, em 2014, Lisboa foi selecionada como uma das Regiões Empresariais Europeias (EER), em reconhecimento das suas estratégias para promover o empreendedorismo e difundir a inovação entre as pequenas e médias empresas. Para Standing (2014, p. 19) a crescente competitividade, as novas tecnologias de informação e comunicação, a viabilidade das economias e das empresas, têm surgido como argumentos para legitimar novas formas de estruturar as relações de trabalho. Para o autor, estas questões têm resultado em profundas alterações sociais, assistindo-se a um mercado de trabalho aberto e flexível. De acordo com Atkinson (2010), a flexibilidade tornou-se o conceito-chave para a dissolução da perspetiva de emprego para a vida e o alastrar da insegurança laboral. Segundo Castel (2013) assiste-se a uma crescente desregulação do trabalho que resulta na existência de várias modalidades flexíveis e precarizadas de trabalho, na massificação do desemprego e na pressão permanente para que os trabalhadores aceitem trabalho disponível independentemente das condições. As formas precarizadas de emprego são também poderosos vetores de segregação sexual no mercado de trabalho contemporâneo que, incidindo sobre as mulheres, perpetuam as desigualdades de género (Casaca, 2010, p. 283). Uma primeira análise da situação profissional dos diplomados no mercado de trabalho chama a atenção para a existência de diferenças tendo em conta o género. Com efeito, estudos sobre a inserção na vida ativa dos diplomados do ensino superior continuam a evidenciar diferenças significativas entre homens e mulheres no mercado de trabalho. A discriminação assiste-se desde o recrutamento, à progressão na carreira, à remuneração e à cessação da relação laboral. O mais recente relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) também vem destacar desigualdades existentes entre géneros, apesar de alguns avanços. Para Guy Ryder, Diretor Geral da OIT, as mulheres continuam a enfrentar enormes desafios para encontrar e manter empregos decentes. O relatório Mulheres no Trabalho: tendências de 2016 vem mostrar que, ao longo dos últimos 20 anos, se tem assistido a progressos significativos realizados pelas mulheres no que respeita à educação, mas que não se traduziram em melhorias comparáveis nas suas posições de trabalho. Resultados recentes, fornecidos pela OIT, confirmam que as mulheres continuam a trabalhar mais horas por dia que os homens, assistindo-se a esta participação desequilibrada sobretudo no trabalho não remunerado. Perista et al. (2016) referem que o recurso ao trabalho a tempo parcial é mais frequente entre as mulheres, pelo que o tempo dedicado pelos homens ao trabalho pago é superior. Neste sentido, conforme destacam as autoras, por dia, em termos médios, as mulheres afetam menos 27 minutos, comparativamente aos homens, à sua atividade profissional remunerada. 5 Face aos padrões de desempenho estabelecidos pela OCDE e ao retrato de cada país comparativamente com os restantes, o PISA avalia a eficácia do sistema educativo de cada país. 12

Por outro lado, quando considerado o tempo dedicado ao trabalho não pago verifica-se uma acentuada assimetria entre géneros, sendo as mulheres a afetar, em média e por dia, 4 horas e 23 minutos e os homens 2 horas e 38 minutos. Também Rodrigues et al. (2015) consubstanciam estes resultados, reforçando que são sobretudo os homens que trabalham mais horas a tempo inteiro e menos horas a tempo parcial, observando-se que são estes que menos contribuem para a conciliação família-trabalho. Para os autores, existem ainda diferenças ao nível do salário médio mensal e setor de atividade onde trabalham homens e mulheres. A maioria dos homens empregados, em Portugal, trabalha nos setores da indústria, da construção e do comércio, na administração pública e na agricultura e pesca. Por outro lado, as mulheres inserem-se, maioritariamente, nos setores da indústria, do comércio, da saúde e serviço social e da educação. No que respeita à igualdade de género na situação económica, os autores confirmam a existência de diferenças significativas em termos salariais, verificando-se um agravamento destas diferenças nos grupos etários mais elevados sendo que, em média, os homens com 45 e mais anos auferem mais 474 euros que as mulheres (estas discrepâncias dizem respeito não só ao valor base do vencimento, mas também a prémios e subsídios). Pese embora a legislação em vigor pretenda promover e garantir a Igualdade de Oportunidades entre mulheres e homens no mercado de trabalho, continuam a verificar-se diferentes participações e usos do tempo no que respeita ao trabalho pago e não pago, a existir um gap salarial e diferentes oportunidades de carreira. Outra problemática relacionada com a inserção profissional dos diplomados diz respeito ao tempo de acesso ao emprego, sendo que, de acordo com Chaves e Morais (2016), o tempo que o diplomado demora a obter trabalho está, na maioria das vezes, relacionado com o nível de instrução superior que obteve e/ou com a área de formação académica. Com efeito, as suas experiências de transição do mundo académico para o mundo do trabalho tendem, com maior frequência, a não serem imediatas, constituindo-se como um estado de inatividade, cada vez maior, das vidas dos diplomados. Os autores, num estudo realizado junto dos licenciados da Universidade de Lisboa e da Universidade Nova de Lisboa, que concluíram o curso em 2004/2005, constataram que cerca de 42% destes diplomados obtiveram emprego no período máximo de 6 meses após a obtenção do grau, sendo apenas 32,6% os que encontraram um emprego adequado à área de formação académica. Com efeito, de acordo com os autores, no momento da transição para o mercado de trabalho é possível observar algumas desigualdades entre diplomados, nomeadamente o peso explicativo da área científica de formação. São, sobretudo, os diplomados da área da Matemática, Estatística e Informática, Economia e Gestão e Saúde que encontraram, mais rapidamente, um trabalho adequado à área de formação obtida, sendo os diplomados em Artes e Humanidades, Ciências da Vida, Ciências Sociais e Jornalismo os que mais tempo levaram para ter um emprego ajustado à sua formação. 13

Também a emigração dos indivíduos com qualificações académicas ao nível superior tem aumentado nos últimos anos, sendo Portugal um dos países europeus onde esta realidade mais se acentuou na última década. Os dados disponibilizados pelo Observatório da Emigração (2015) 6 indicam situar-se em 11% (2011) a taxa de emigração da população altamente qualificada em Portugal, sendo que a taxa de emigração total se situa nos 20%. De acordo com Cerdeira et al. (2015), o número de emigrantes portugueses, com qualificação académica superior, aumentou nos últimos 10 anos de 77790 para 145833 (um crescimento de cerca de 88%). Os autores referem, ainda, que a grande maioria destes emigrantes possui o grau de mestre e provém, sobretudo, das áreas da Ciência, Matemática e Informática, Ciências Sociais, Comércio e Direito, Engenharia, Indústrias Transformadoras e Construção, Saúde e Proteção Social sendo, essencialmente, jovens até aos 39 anos. Os autores corroboram também os dados estatísticos disponibilizados pela OCDE (2014) relativamente à emigração por género, destacando-se as mulheres (com habilitação superior) com ligeira maioria (54%). Cerdeira et al. (2015) referem que as principais razões apontadas pelos diplomados para a sua saída do país prendem-se, sobretudo, com a possibilidade de progressão na carreira e melhores condições de trabalho oferecidas. Pese embora as dificuldades que os diplomados encontram na inserção no mercado de trabalho, Dias et al. (2015) referem que a integração do estágio curricular nos planos de estudo dos cursos de licenciatura tende a reduzir a taxa de desemprego dos licenciados. Os autores estimam que, no que diz respeito ao subsistema de ensino politécnico, a redução da taxa de desemprego através da prática de estágios curriculares pode ir até 28%. Esta redução tende a ser maior quando os planos de estudos dos cursos de licenciatura integram mais do que um estágio. Porém, são vários os autores que reforçam a importância do desenvolvimento de soft skills nos licenciados, uma vez que as competências técnicas e específicas de cada área profissional tendem a não ser suficientes para o desempenho de determinada função. Santos (2016), num estudo sobre as competências transversais na formação dos estudantes, conclui que tanto os empregadores como os alunos reconhecem a importância das mesmas para ingresso no mercado de trabalho, destacando-se o planeamento e organização, adaptação à mudança, inovação/criatividade, comunicação oral, liderança e motivação, como as mais importantes. Também Swiatkiewicz (2014) reforça que em Portugal as organizações valorizam, sobretudo, as competências transversais (78,7%), sendo que as competências técnicas (17,54%) assumem um papel secundário. As competências morais (3,76%), de acordo com o autor, são pouco procuradas/valorizadas pelos empregadores. Quando analisadas quais as competências transversais 6 http://observatorioemigracao.pt/np4/file/4447/oem_emigracaoportuguesa_relatorioestatis.pdf 14

mais valorizadas pelos empregadores, André (2013) destaca a flexibilidade, o relacionamento interpessoal, a adaptação à mudança e o trabalho em equipa. De acordo com Valente (2014), para mais de 60% dos empregadores na Europa, a capacidade de trabalhar em equipa, o conhecimento técnico na área de formação, a capacidade de comunicação, a literacia digital, bem como a adaptação a novas situações, fazem parte de um conjunto de competências mais valorizadas em contexto de trabalho. 15

2 O Estudo Na prossecução dos estudos realizados junto dos diplomados no ano letivo 2010/2011, 2011/2012 e 2012/2013, o Observatório de Inserção na Vida Ativa do IPS concretiza a atualização dos dados, tendo como principal objetivo, compreender e caracterizar o processo de transição para o mercado de trabalho, dos diplomados do IPS no ano letivo 2013/2014, um ano após a conclusão do grau académico. A análise dos resultados apresentada reporta, apenas, ao nível do IPS e suas unidades orgânicas, sendo que em anexo (1 a 5) serão apresentados os resultados das variáveis por curso. 2.1 Metodologia Os estudos realizados anteriormente estiveram na base da estruturação da componente empírica do presente relatório, bem como na seleção das variáveis e na operacionalização metodológica do mesmo que seguiu, igualmente, uma metodologia quantitativa, com recurso ao inquérito por questionário (anexos 6 e 7). Para o efeito, foram construídos 2 questionários (um deles aplicado aos licenciados e outro aos mestres) que tiveram como ponto de partida o instrumento aplicado no estudo anterior, tendo sido incluídas e, nalguns casos, retiradas algumas questões, por forma a adequar o seu conteúdo, quer às especificidades da formação pós-graduada, quer à complementaridade de algumas questões. Foram disso exemplo, a introdução de questões relacionadas com a satisfação global com o curso concluído e com a escola frequentada. As questões relacionadas com a participação, no decorrer do curso, em atividades de internacionalização/mobilidade, do benefício dos Serviços de Ação Social do IPS e do conhecimento do concurso Poliempreende, bem como a relevância das competências adquiridas ao longo do curso, foram retiradas do questionário pelo facto do mesmo estar demasiado extenso, o que se verificou no último estudo, condicionar a taxa de resposta ao mesmo. Após a redação da primeira versão dos questionários efetuou-se um pré-teste, no sentido de aferir a clareza das perguntas, junto de um conjunto de diplomados do 1º e 2º ciclo o que possibilitou a reformulação de algumas questões. O questionário dirigido aos licenciados, constituído por 29 questões, na sua maioria fechadas, com um conjunto diversificado de alternativas de resposta, foi estruturado por forma a dar resposta à caracterização sociográfica dos inquiridos, à sua situação profissional, tempo de espera na procura de emprego, vínculo contratual, tipo de empresa ou organização onde trabalham, concelho onde se situa a empresa/organização onde trabalham, rendimento mensal líquido, relação existente entre a profissão e a formação académica, classificação da adequação do curso ao mercado de trabalho e razões apontadas para a não continuação dos estudos ao nível do mestrado. O segundo questionário, aplicado junto dos mestres, contém 25 questões, na maioria fechadas, que pretendem dar resposta às mesmas variáveis constantes no inquérito aplicado aos licenciados (com exceção das questões relacionadas com a não prossecução dos estudos ao nível do mestrado). 16

O contacto com os diplomados foi, inicialmente, efetuado por correio eletrónico através do envio do questionário, no mês de janeiro de 2015, tendo os inquiridos sido informados do propósito do estudo e do seu carácter confidencial. Contudo, por se ter verificado uma taxa de resposta reduzida através desta via (cerca de 100 questionários válidos), tornou-se necessário inquirir telefonicamente os diplomados em estudo, tendo em vista o aumento do número de respondentes. Como ferramenta estatística para análise dos dados recolhidos, utilizou-se o programa SPSS. 2.2 - Caracterização da população em análise O universo de análise desta investigação são os licenciados e mestres que se diplomaram no ano letivo de 2013/2014 (registados no sistema de informação do IPS até dezembro de 2014), na Escola Superior de Tecnologia de Setúbal (ESTSetúbal/IPS), da Escola Superior de Educação (ESE/IPS), da Escola Superior de Ciências Empresariais (ESCE/IPS), da Escola Superior de Tecnologia do Barreiro (ESTBarreiro/IPS) e da Escola Superior de Saúde (ESS/IPS), do Instituto Politécnico de Setúbal (IPS). De acordo com os dados obtidos no Sistema de Informação do IPS, o universo de análise corresponde a 1093 diplomados (856 licenciados e 237 mestres), nos diversos cursos ministrados nas Escolas do IPS. Conforme se pode aferir no quadro 1, é na ESCE/IPS que se encontra o maior número de licenciados (335) sendo no curso de Gestão de Recursos Humanos, ministrado na ESCE/IPS, que se encontra o maior número de diplomados (61). No que concerne aos mestrados (quadro 2) é igualmente a ESCE/IPS que apresenta o maior número de mestres (75) no ano letivo em apreço, registando o curso de Educação Pré-Escolar da ESE/IPS o maior número de diplomados em mestrado (30). Tendo em conta a opção metodológica implementada e o universo de análise, os quadros 1 e 2 traduzem a amostra considerada no estudo, sendo a taxa de resposta de 76,3% no que respeita aos inquiridos licenciados e de 72,2% relativamente aos mestres inquiridos. 17

Quadro 1 Distribuição do número de licenciados e respondentes por curso Licenciaturas N.º de Licenciados N.º de Respondentes % de Resposta Engenharia Biomédica 18 12 66,7% Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação 17 13 76,5% Engenharia do Ambiente 14 10 71,4% Engenharia Eletrotécnica e Computadores 33 22 66,7% Engenharia Informática 24 14 58,3% Engenharia Mecânica 38 26 68,4% Tecnologia e Gestão Industrial noturno 43 37 86,0% TOTAL ESTSetúbal/IPS 187 134 71,7% Animação e Intervenção Sociocultural 22 14 63,6% Comunicação Social 21 17 81,0% Educação Básica 22 19 86,4% Desporto 59 44 74,6% Promoção Artística e Património 9 7 77,8% Tradução e interpretação da Língua Gestual Portuguesa 15 8 53,3% TOTAL ESE/IPS 148 109 73,6% Contabilidade e Finanças 57 47 82,5% Contabilidade e Finanças noturno 24 23 95,8% Gestão da Distribuição e da Logística 41 33 80,5% Gestão da Distribuição e da Logística pós laboral 28 26 92,9% Gestão de Recursos Humanos 61 46 75,4% Gestão de Recursos Humanos pós laboral 34 28 82,4% Gestão de Sistemas de Informação 37 32 86,5% Marketing 53 41 77,4% TOTAL ESCE/IPS 335 276 82,4% Engenharia Civil 27 18 66,7% Engenharia Civil noturno 8 6 75,0% Engenharia Química 10 6 60,0% Gestão da Construção 2 2 100,0% Gestão da Construção noturno 10 8 80,0% TOTAL ESTBarreiro/IPS 57 40 70,2% Enfermagem 46 35 76,1% Fisioterapia 48 30 62,5% Terapia da Fala 35 29 82,9% TOTAL ESS/IPS 129 94 72,9% TOTAL IPS 856 653 76,3% 18

Quadro 2 Distribuição do número de mestres e respondentes por curso Mestrados N.º de Mestres N.º de Respondentes % de Resposta Energia 2 2 100,0% Engenharia Biomédica 1 1 100,0% Engenharia Eletrotécnica e de Computadores 5 3 60,0% Engenharia de Produção 5 5 100,0% Informática de Gestão 1 1 100,0% Tecnologia Ambiental 1 1 100,0% TOTAL ESTSetúbal/IPS 15 13 86,7% Educação Pré Escolar 30 23 76,7% Educação Pré Escolar e Ensino do 1.º ciclo no Ensino Básico 25 20 80,0% Educação Pré Escolar e Ensino do 1.º e 2.º ciclo no Ensino Básico 1 1 100,0% Ensino de Educação Musical no Ensino Básico 13 8 61,5% Ensino de Educação Visual e Tecnológica no Ensino Básico 1 1 100,0% TOTAL ESE/IPS 70 53 75,7% Ciências Empresariais 15 12 80,0% Contabilidade e Finanças 15 6 40,0% Gestão Estratégica de Recursos Humanos 13 8 61,5% Segurança e Higiene no Trabalho 29 18 62,1% Sistemas de Informação Operacionais 3 2 66,7% TOTAL ESCE/IPS 75 46 61,3% Engenharia Civil 4 4 100,0% TOTAL ESTBarreiro 4 4 100,0% (Re)Habilitação Vocal 1 0 0,0% Enfermagem Médico-Cirúrgica 21 16 76,2% Enfermagem Perioperatória 12 9 75,0% Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria 20 14 70,0% Fisioterapia 19 16 84,2% TOTAL ESS/IPS 73 55 75,3% TOTAL IPS 237 171 72,2% 2.2.1 Género A amostra de licenciados inquiridos é maioritariamente feminina (55,9%) verificando-se, ao nível das escolas, algumas diferenças relacionadas, sobretudo, com as áreas de formação lecionadas. A ESTSetúbal/IPS e ESTBarreiro/IPS apresentam um maior número de inquiridos do género masculino (88,0% e 62,5% respetivamente), sendo que na ESE/IPS e na ESS/IPS são os licenciados do género feminino que predominam (78,9% e 84% respetivamente). É a ESCE/IPS que apresenta uma maior homogeneidade entre géneros, pese embora predominem os inquiridos do género feminino (61%). Ao nível do mestrado a amostra é maioritariamente do género feminino (70,2%) verificando -se, por outro lado, que na ESTSetúbal/IPS 84,6% dos mestres são homens e na ESE/IPS e ESS/IPS os diplomados em mestrado são, na sua grande maioria, mulheres (86,8% e 76,4% respetivamente). 19

Quadro 3 Distribuição dos inquiridos por género, ciclo de estudos e escola (%) 1º CICLO Masculino Feminino ESTSetúbal 88,0% 12,0% ESE 21,1% 78,9% ESCE 39,0% 61,0% ESTBarreiro 62,5% 37,5% ESS 16,0% 84,0% IPS 44,1% 55,9% 2º CICLO Masculino Feminino ESTSetúbal 84,6% 15,4% ESE 13,2% 86,8% ESCE 39,1% 60,9% ESTBarreiro 50,0% 50,0% ESS 23,6% 76,4% IPS 29,8% 70,2% Como se pode aferir no gráfico 3, nos cursos de licenciatura em Engenharia de Automação, Controlo e Instrumentação (100%), Engenharia Mecânica (100,0%), Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (95,5%), Engenharia Informática (92,9%) e em Tecnologia e Gestão Industrial (91,9%) verifica-se uma maior masculinização entre os inquiridos. São, por outro lado, nos cursos de licenciatura em Tradução Interpretação da Língua Gestual Portuguesa (100,0%), Educação Básica (97,7%), Terapia da Fala (96,6%) e em Animação e Intervenção Sociocultural (92,9%), onde se regista um maior número de mulheres licenciadas. Ao nível do mestrado a amostra é totalmente masculina nos cursos de Engenharia de Produção, Engenharia Eletrotécnica e de Computadores, Informática de Gestão, Tecnologia Ambiental (cursos ministrados na ESTSetúbal/IPS). São os cursos de Engenharia Biomédica Desporto e Reabilitação, Educação Pré-escolar e Ensino do 1º e 2º ciclo no Ensino Básico, que apresentam uma representação unicamente feminina. 20

Gráfico 3 - Distribuição dos inquiridos por género e curso, no 1º ciclo de estudos (%) Engenharia Biomédica Engenharia Aut. Controlo Inst. Engenharia do Ambiente Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Informática Engenharia Mecânica Tecnologia Gestão Industrial noturno Animação e Intervenção Sociocultural Comunicação Social Desporto Educação Básica Promoção Artística e Património Tradução e Interpretação da Língua Gestual Portuguesa Contabilidade e Finanças Contabilidade e Finanças noturno Gestão Dist. Logistica Gestão Dist. Logistica pós lab. Gestão Rec. Humanos Gestão Rec. Humanos pós lab. Gestão Sistemas Informação Marketing Engenharia Civil Engenharia Civil noturno Engenharia Química Gestão da Construção Gestão da Construção noturno Enfermagem Fisioterapia Terapia da Fala 7,1% 2,3% Masculino 30,0% 29,4% 27,7% 30,4% 21,7% 28,6% 16,7% 17,1% 26,7% 3,4% 42,9% 41,5% 58,3% 54,5% 53,8% 50,0% Feminino 68,4% 65,6% 66,7% 66,7% 100,0% 95,5% 92,9% 100,0% 91,9% 92,9% 87,5% 97,7% 100,0% 70,0% 70,6% 72,3% 69,6% 78,3% 71,4% 83,3% 82,9% 73,3% 96,6% 57,1% 58,5% 41,7% 45,5% 46,2% 50,0% 31,6% 34,4% 33,3% 33,3% 4,5% 7,1% 8,1% 12,5% Gráfico 4 - Distribuição dos inquiridos por género e curso, no 2º ciclo de estudos (%) Masculino Feminino Energia Engenharia de Produção Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Informática de Gestão Engenharia Biomédica-Desporto e Reabilitação Tecnologia Ambiental Educação Pré Escolar Educação Pré Escolar 1.º ciclo EB Educação Pré Escolar 1.º e 2.º ciclo EB Educação Musical EB Educação Visual EB Ciências Empresariais Contabilidade e Finanças Gestão Estratégica de RH Segurança e Higiene no Trabalho Sistemas de Informação Organizacionais Engenharia Civil Enfermagem Médico-Cirurgica Enfermagem Perioperatória Enfermagem Saúde Mental e Psiquiatria Fisioterapia 4,3% 5,0% 7,1% 50,0% 33,3% 25,0% 22,2% 50,0% 50,0% 37,5% 22,2% 25,0% 62,5% 75,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 95,7% 95,0% 100,0% 100,0% 50,0% 66,7% 75,0% 77,8% 50,0% 50,0% 62,5% 77,8% 92,9% 75,0% 37,5% 25,0% 2.2.2 Idade O grupo etário com maior expressão que representa cerca de metade dos inquiridos licenciados é dos 24 aos 29 anos (44,7%). Verifica-se, contudo, que os licenciados mais jovens se encontram 21

maioritariamente representados na ESE/IPS (35,8%). É, sobretudo, na ESTSetúbal/IPS (22,3%) e na ESTBarreiro/IPS (17,5%) que se encontra o maior número de inquiridos licenciados com 40 anos ou mais. De referir que, ao nível do 1º ciclo, o inquirido licenciado mais jovem tem 21 anos, situando-se a média de idades nos 30 anos. No mestrado, a amostra situa-se, sobretudo, nos 24-29 anos (40%), encontrando-se os mais jovens (até 23 anos) representados apenas na ESE/IPS (3,8%). A média de idades destes inquiridos diplomados em mestrado é de 34 anos. Quadro 4 Distribuição dos inquiridos por grupo etário, ciclo de estudos e escola (%) 1º CICLO até 23 anos 24 29 anos 30 39 anos 40 anos ou mais ESTSetúbal 6,2% 46,2% 25,4% 22,3% ESE 35,8% 41,3% 13,8% 9,2% ESCE 21,1% 42,5% 22,2% 14,2% ESTBarreiro 12,5% 35,0% 35,0% 17,5% ESS 33,3% 57,0% 5,4% 4,3% IPS 21,8% 44,7% 19,8% 13,8% 2º CICLO até 23 anos 24 29 anos 30 39 anos 40 anos ou mais ESTSetúbal 0,0% 15,4% 53,8% 30,8% ESE 3,8% 71,2% 17,3% 7,7% ESCE 0,0% 32,6% 39,1% 28,3% ESTBarreiro 0,0% 50,0% 0,0% 50,0% ESS 0,0% 21,8% 45,5% 32,7% IPS 1,2% 40,0% 34,7% 24,1% 2.2.3 Estado civil No que respeita ao estado civil a maioria dos inquiridos licenciados é solteiro (74,1%), representando os casados e em união de facto, cumulativamente, 22,7% da amostra. Por outro lado, 58,5% dos mestres são solteiros e 31,6% são casados, sendo apenas 6,4% os que se encontram em união de facto e 2,9% estão divorciados. Quadro 5 Distribuição dos inquiridos por estado civil, ciclo de estudos e escola (%) 1º CICLO Solteiro(a) Casado(a) União de Facto Divorciado(a) Viúvo(a) ESTSetúbal 64,7% 30,1% 3,0% 2,3% 0,0% ESE 84,4% 9,2% 2,8% 2,8% 0,9% ESCE 71,8% 17,7% 6,1% 4,3% 0,0% ESTBarreiro 62,5% 25,0% 7,5% 5,0% 0,0% ESS 87,2% 7,4% 5,3% 0,0% 0,0% IPS 74,1% 17,8% 4,9% 3,1% 0,2% 2º CICLO Solteiro(a) Casado(a) União de Facto Divorciado(a) Viúvo(a) ESTSetúbal 38,5% 46,2% 15,4% 0,0% 0,0% ESE 79,2% 9,4% 5,7% 3,8% 1,9% ESCE 54,3% 37,0% 6,5% 2,2% 0,0% ESTBarreiro 50,0% 50,0% 0,0% 0,0% 0,0% ESS 47,3% 43,6% 5,5% 3,6% 0,0% IPS 58,5% 31,6% 6,4% 2,9% 0,6% 2.2.4 Situação perante o ensino Relativamente à situação perante o ensino, verifica-se que 58,6% dos inquiridos licenciados eram apenas estudantes no decorrer da licenciatura e que 41,4% conciliavam os estudos com a atividade profissional que desenvolviam. É na ESTBarreiro/IPS que se verifica a taxa mais elevada de 22

trabalhadores estudantes (67,5%), logo seguida da ESTSetúbal/IPS que também apresenta uma taxa de 51,5%. Cerca de 69% dos mestres eram trabalhadores estudantes no decorrer do mestrado, sendo que estes se encontram representados, sobretudo, na ESS/IPS (100%) e na ESTSetúbal/IPS (84,6%). Por outro lado, são 71,7% dos inquiridos da ESE/IPS que indicam ter sido apenas estudantes, não desenvolvendo qualquer atividade profissional, no decorrer do mestrado. Quadro 6 Distribuição dos inquiridos por situação perante o ensino, ciclo de estudos e escola (%) 1º CICLO Estudante Trabalhador Estudante ESTSetúbal 48,5% 51,5% ESE 65,1% 34,9% ESCE 55,2% 44,8% ESTBarreiro 32,5% 67,5% ESS 86,2% 13,8% IPS 58,6% 41,4% 2º CICLO Estudante Trabalhador Estudante ESTSetúbal 15,4% 84,6% ESE 71,7% 28,3% ESCE 26,1% 73,9% ESTBarreiro 50,0% 50,0% ESS 0,0% 100,0% IPS 31,6% 68,4% 23

3 Análise dos Resultados Neste capítulo pretende-se analisar os principais resultados empíricos obtidos com o estudo, tendo em conta os objetivos anteriormente definidos. No que diz respeito à amostra, obtiveram-se 824 respostas válidas (1º e 2º ciclo), o que representa cerca de 75% do universo (76,3% licenciados e 72,2% mestres). As percentagens de resposta variam consoante o curso, existindo casos, nomeadamente nos cursos de Licenciatura em Contabilidade e Finanças (regime noturno), Gestão da Distribuição e da Logística (regime pós-laboral), Gestão da Construção, onde as taxas de resposta se apresentam superiores a 90%. Ao nível do mestrado a maioria dos cursos apresenta taxas de resposta de 100%, pese embora o número de diplomados em alguns cursos ser muito reduzido. Apresenta-se, ainda, a distribuição do número de respondentes por género e situação profissional efetuando-se, posteriormente, a análise dos resultados relativos às variáveis em estudo. Para mais fácil compreensão, a análise dos resultados obtidos será efetuada ao nível do IPS e por escola. 3.1 Instituto Politécnico de Setúbal 3.1.1 - Situação Profissional São 82,4% os licenciados inquiridos que desenvolvem uma atividade profissional remunerada (empregados e a realizar estágio remunerado). A estudar a tempo inteiro estão atualmente 7,0% dos inquiridos e 10,4% encontram-se em situação de desemprego. Na análise por escola verifica-se que são, sobretudo, os licenciados da ESE/IPS que apostam na prossecução dos estudos a tempo inteiro (21,1%), - o que provavelmente está relacionado com o facto dos licenciados em Educação Básica necessitarem do grau de mestre para obterem a habilitação para a docência -, sendo na ESS/IPS que esta taxa se apresenta menos expressiva (2,1%). Na análise por escola verifica-se, ainda, que em termos de desemprego apresentam-se taxas consideravelmente inferiores aos resultados obtidos no estudo realizado com os licenciados no ano letivo 2012/2013, sobretudo na ESTBarreiro/IPS, onde se pode observar um crescimento de 8,6 p.p. relativamente aos valores da situação profissional (empregado e a realizar estágio remunerado) apresentados no estudo anterior. Na ESTSetúbal/IPS, na ESCE/IPS e na ESS/IPS mais de 80% dos inquiridos licenciados desenvolvem uma atividade profissional remunerada (85,0%, 87,0% e 91,5% respetivamente). No que respeita ao 2º ciclo, cerca de 86% desenvolve uma atividade profissional remunerada, um ano após conclusão do mestrado, sendo 14,6% os que se encontram em situação de desemprego. 24

Conforme se constata (diplomados do 1º e 2º ciclo), 83,0% estão a trabalhar e a receber um salário, 0,1% encontram-se a realizar um estágio não remunerado, 5,6% estudam a tempo inteiro e 11,3% estão desempregados. Quadro 7 Distribuição dos inquiridos por situação profissional, ciclo de estudos e escola (%) 1º CICLO Empregado Realizar estágio Realizar estágio Estudar a tempo Desempregado remunerado não remunerado inteiro ESTSetúbal 80,5% 4,5% 0,0% 11,3% 3,8% ESE 58,7% 2,8% 0,0% 17,4% 21,1% ESCE 82,3% 4,7% 0,4% 8,7% 4,0% ESTBarreiro 72,5% 5,0% 0,0% 10,0% 12,5% ESS 88,3% 3,2% 0,0% 6,4% 2,1% IPS 78,3% 4,1% 0,2% 10,4% 7,0% 2º CICLO Empregado Realizar estágio Realizar estágio Estudar a tempo Desempregado remunerado não remunerado inteiro ESTSetúbal 84,6% 0,0% 0,0% 15,4% 0,0% ESE 71,7% 1,9% 0,0% 26,4% 0,0% ESCE 76,1% 6,5% 0,0% 17,4% 0,0% ESTBarreiro 75,0% 0,0% 0,0% 25,0% 0,0% ESS 100,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% IPS 83,0% 2,3% 0,0% 14,6% 0,0% 91,7% 0,0% 0,0% 8,3% TOTAL GERAL (1º e 2º CICLO) Empregado Realizar estágio remunerado Realizar estágio não remunerado Desempregado Estudar a tempo inteiro ESTSetúbal 80,8% 4,1% 0,0% 11,6% 3,4% ESE 63,0% 2,5% 0,0% 20,4% 14,2% ESCE 81,4% 5,0% 0,3% 9,9% 3,4% ESTBarreiro 72,7% 4,5% 0,0% 11,4% 11,4% ESS 92,6% 2,0% 0,0% 4,0% 1,3% IPS 79,2% 3,8% 0,1% 11,3% 5,6% No universo de inquiridos licenciados são os homens que apresentam a taxa de emprego mais elevada (84,0%), sendo também os homens que em maior número desenvolvem uma atividade profissional remunerada (88,2%). Por outro lado, conforme se pode aferir na figura 5, é entre as mulheres licenciadas que a taxa associada à prossecução dos estudos a tempo inteiro se verifica mais elevada (9,9%). Ao nível do desemprego são, igualmente, as mulheres a apresentar a taxa mais elevada, superior em 3,9 p.p. relativamente à dos homens licenciados. Ao nível do mestrado constata-se que 92,2% dos homens desenvolvem uma atividade profissional remunerada e, nesta situação, encontram-se 82,5% das mulheres. Em situação de desemprego, a taxa mais expressiva (17,5%) situa-se entre as mulheres. Na amostra de inquiridos licenciados e mestres verifica-se que 88,8% dos homens estão empregados ou a realizar estágio remunerado, sendo 79,0% as mulheres que se encontram na mesma situação. As mulheres apresentam níveis mais elevados na taxa de desemprego (13,4%) e a estudar a tempo inteiro (7,4%). 25

Gráfico 5 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género, no 1º ciclo de estudos (%) 84,0% 73,7% Masculino Feminino 4,2% 4,1% 0,0% 0,3% 8,3% 12,1% 9,9% 3,5% Empregados Realizar um estágio remunerado Realizar um estágio não remunerado Desempregados Estudar a tempo inteiro Gráfico 6 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género, no 2º ciclo de estudos (%) Masculino Feminino 92,2% 79,2% 3,3% 7,8% 17,5% Empregados Realizar um estágio remunerado Desempregados Gráfico 7 - Distribuição dos inquiridos por situação profissional e género (%) 85,3% 75,1% Masculino Feminino 3,5% 3,9% 0,0% 0,2% 8,3% 13,4% 2,9% 7,4% Empregados Realizar um estágio remunerado Realizar um estágio não remunerado Desempregados Estudar a tempo inteiro Como se observa no quadro oito, o desemprego entre os licenciados situa-se, maioritariamente, entre os inquiridos até aos 23 anos (13,5%) sendo também, neste grupo etário, onde se situa a taxa mais elevada dos que estudam, atualmente, a tempo inteiro (13,5%). A taxa de emprego mais alta surge entre os licenciados com 40 anos ou mais (92,1%), verificando-se que é nos grupos etários mais baixos que as taxas de realização de estágio remunerado são mais elevadas (7,8% até aos 23 anos e 4,5% dos 24 aos 29 anos). De entre os inquiridos mestres, o estágio remunerado surge apenas para os que se inserem no grupo dos 24-29 anos (5,9%) sendo que a grande maioria dos mestres, com 30 anos ou mais, encontram-se em situação de emprego. Globalmente, destacam-se os mais novos (até aos 23 anos) que estudam a tempo inteiro (13,3%). No grupo etário dos que têm 40 anos ou mais, 92,3% indicam ter um trabalho remunerado. As taxas de desemprego mais elevadas surgem entre os mais novos (14% até aos 23 anos e 15,1% dos 24-29 anos). 26