INTERVENÇÕES RECENTES NO PATRIMÓNIO LOCAL
ÍNDICE: INDRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS ALGUNS EXEMPLOS DE INTERVENÇÃO 2.1 Braga, Edifício, Rua do Anjo 2.2 Braga, Mosteiro de Tibães Reabilitação de coberturas 2.3 Vila Verde, Solar de Gomariz Reabilitação da Torre, Solar, construção nova 2.4 Guimarães, Quinta dos Eidos Reabilitação da casa 2.5 Guimarães, Reabilitação de Solar CONCLUSÕES
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS O património representa, em termos gerais, uma herança, um conjunto de bens naturais ou culturais de importância reconhecida num determinado lugar, região, país ou até da humanidade. O caso particular do património arquitectónico engloba todos os monumentos, conjuntos arquitectónicos e sítios. Representa a herança cultural de um povo, com os seus costumes e a sua história. Também se aplica às obras modestas que, com o tempo, adquiriram significado cultural. Conseguimos identificar imediatamente um sítio, um monumento nas regiões por onde os nossos antepassados andaram e deixaram memória.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Edifícios antigos Todos os que foram construídos antes do advento do Betão Armado. Conservação Medidas necessárias para salvaguardar e prevenir a degradação, para prolongar o tempo de vida e salvaguardar os valores históricos e arquitectónicos de um edifício. Restauro Conjunto de ações altamente especializadas desenvolvidas, de modo a recuperar a imagem, a concepção original ou o momento áureo da história do edifício, no qual a sua arquitetura apresentava maior coerência.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Reabilitação Conjunto de ações destinadas a tornar funcional um edifício, ou conjunto urbano, envolvendo, frequentemente, melhoramentos. Reabilitação de um edifício histórico Ato ou processo de possibilitar um uso eficiente e compatível de um edifício, através de reparações, alterações e acrescentos. Deverão ser preservadas as partes ou características que transmitem o seu valor histórico, cultural e arquitetónico. Reabilitação urbana Requalificação da cidade existente, mediante estratégias e ações destinadas a potenciar os valores socioeconómicos, ambienteis e funcionais de determinadas áreas urbanas, para melhorar a qualidade de vida das populações.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Problemas sociais resultantes da construção desenfreada das décadas passadas, com a degradação do existente; Fachadismo, com perda de autenticidade (que depende da natureza do património e do seu contexto cultural), não respeitando: A forma, seja arquitetural ou outra; A função para qual foi criada; Tradições e técnicas; Situação e localização; A utilização que teve; A superfície exposta; Os materiais; A estrutura. Predomínio do BA, em detrimento novos materiais e novas práticas mais adequadas à reabilitação.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Fachadismo (perda de autenticidade)
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Neste momento estamos a sofrer as consequências da falta de controlo na construção: Critérios muito restritivos no crédito à habitação; Redução drástica do número de habitações construídas e consequente aumento da taxa de desemprego e diminuição do nível de confiança das famílias e empresas; Sobre-endividamento das famílias, aliada à conjuntura nacional e internacional; Endividamento assinalável das empresas; Contenção orçamental do investimento público
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS ESTADO DO SECTOR DA CONSTRUÇÃO O Sector da construção civil engloba, no caso da construção para habitação : A Construção Nova de habitação; A Reabilitação dos edifícios existentes.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Em 2001 a Reabilitação de edifícios correspondia a cerca de 5,6% do volume de negócios do sector da construção (cerca de 50% em certos países da Europa) Portugal investiu, durante décadas, muito pouco na reabilitação e mais na construção nova.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Como abordar o problema: Deverá ser pensado uma nova abordagem do problema, atendendo a: Uma nova FORMA DE VIVER; De preferência no núcleo urbano na baixa ; Intervenção em pequenas frentes; Nos centros históricos, famílias pequenas, jovens; Mercado de arrendamento; Criação de Cursos orientados para a reabilitação;
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Como abordar o problema: Nova abordagem do problema: Resolução para: Espaço reduzido e dificuldades de acesso; Ter presente o aumento do volume de tráfego; Edifícios vizinhos com estrutura antiga e frágil; Dificuldade legal em desmontes provisórios; Dificuldades de financiamento; Realojamento de inquilinos; Demora na aprovação de processos; Dificuldade de estacionamento; Tendo sempre em atenção, o edifício em causa: A autenticidade.
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Como abordar o problema: A especificidade da reabilitação de edifícios: Envolve uma grande especificidade e complexidade, contenção e maior rigor na abordagem e execução; Reabilitar é, por vezes, mais complexo do que construir de raiz; Consideração de novas práticas e novos materiais (madeira, alvenaria, ferro, compósitos..) Utilização de materiais tradicionais, com técnicas ainda desconhecidas e muitas vezes incompatíveis com o ritmo rápido da construção atual; Utilização de materiais não tradicionais, emergentes e a adequabilidade e compatibilidade com as estruturas e materiais primitivos atualmente;
1. INTRODUÇÃO ALGUNS CONCEITOS Como abordar o problema: A especificidade da reabilitação de edifícios: Formação dos quadros técnicos, desde os projectistas até à produção; Alteração da lei dos alvarás, de modo a que as empresas que se dediquem à reabilitação, bem como as que se dedicam à conservação e restauro do Património Arquitectónico, sejam classificadas em conformidade, após fazerem prova das suas competências Evitar que empresas sem qualificação possam fazer concorrência desleal às que têm as habilitações necessárias para estes trabalhos; Problema dos empreiteiros generalistas, por exemplo;
2.1 Braga, Edifício, Rua do Anjo 2.2 Braga, Mosteiro de Tibães Reabilitação de coberturas 2.3 Vila Verde, Solar de Gomariz Reabilitação da Torre, Solar, construção nova 2.4 Guimarães, Quinta dos Eidos Reabilitação da casa 2.5 Guimarães, Reabilitação de Solar
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo
2.1 Braga - Edifício de habitação e comércio, rua do Anjo Ficha técnica: Dono de Obra: Cardoso e Filho, Lda. Projeto: Arquitetura est.] LOFTSPACE - PROJECTOS, Lda Técnico Responsável: Rui Correia [arq.] Colaboradores: Catarina Sampaio [arq. Mariana Costa [arq. est.] Execução: AOF
2.2 Braga, Mosteiro de Tibães Reabilitação de coberturas
2.2 Braga, Mosteiro de Tibães Reabilitação de coberturas Ficha técnica: Dono de Obra: Direcção Regional da Cultura Norte, DRCN Projeto: Arquitetura João Carlos dos Santos, Arq.to Execução: AOF
2.3 Vila Verde, Cervães, Solar de Gomariz: Reabilitação de torre, solar e construção nova TORRE
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ 1. INTRODUÇÃO A Torre de Gomariz é um edifício, de planta quadrada, datado dos séculos finais da idade média, de características defensivas. Apresenta uma estrutura resistente em alvenaria de granito, de aparelho cuidado e relevantes elementos ornamentais.
TORRE : DO SOLAR DE GOMARIZ edifício não teve quaisquer obras de manutenção ou conservação nos últimos cem anos, estando exposto, entre outros, a: Condições climatéricas adversas, (lixiviação provocada pelas águas das chuvas, gelo-degelo, entre outras); Ataque dos insectos xilófagos Apresentava fortes evidências de ruína, a nível estrutural. O seu interior encontrava-se desprovido de qualquer estrutura de pavimento ou outra. Apresentava grande colonização biológica.
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ Em consequência estão a ser executadas obras na edificação, no sentido de lhe restituir a imagem original e que compreendem os seguintes trabalhos: Obras de consolidação; Obras de conservação; Obras de reconstrução.
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ Trabalhos realizados: TRABALHOS PREPARATÓRIOS ALVENARIARIAS COBERTURA PAVIMENTOS SERRALHARIAS PINTURAS DIVERSOS Implantação e marcação da obra Reconstrução de paredes em alvenaria de granito Execução de cobertura plana Alçapão de acesso à cobertura Estrado de madeira Lajeado de granito Fornecimento e colocação de escada metálica Pintura sobre metais com tinta de esmalte Limpeza do edifício
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ 3. PROCESSO DE INTERVENÇÃO (CONT.): Alvenarias Reconstrução de paredes em alvenaria de granito Parte superior da torre em estado de ruína. Desmonte e remoção dos elementos em risco de queda ou que origem obstáculos aos trabalhos de consolidação estrutural; Escolha e numeração dos elementos dispersos na periferia da construção para reaplicação ou armazenagem em vazadouro;
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ PROCESSO DE INTERVENÇÃO (CONT.): Alvenarias Reconstrução de paredes em alvenaria de granito Parte superior da torre em estado de ruína. Colocação de elementos novos em substituição dos perdidos, reproduzindo, o mais fielmente possível, as peças iniciais; Limpeza cuidadosa dos paramentos, antes e depois da reconstrução.
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ PROCESSO DE INTERVENÇÃO (CONT.): Alvenarias Reconstrução de paredes em alvenaria de granito (cont.) Consolidação dos paramentos, compreendendo: Colocação de pedras nas restantes zonas em falta; Travamento dos panos de parede com colocação de pedras pequenas, rachas, para uniformização dos esforços ao longo das superfícies das pedras; Refechamento e guarnecimento das juntas à cor da pedra; Injecção com caldas de cal e meta caulinos posolânicos, nas juntas dos paramentos de pedra, compreendendo, colocação de tubos de injecção, em polietileno.
TORRE DO SOLAR DE GOMARIZ Cobertura Execução de cobertura plana Isolamento térmico com placas rígidas de poliestireno extrudido, 60 mm de espes; Camada de forma realizada com betão de argila expandida; Tela impermeabilizante, constituída por duas membranas de betume modificado elastómero e armadura de poliéster, com espessura de 4+4mm; Camada de betão poroso, para drenagem, com aplicação de filtro separador em manta geotêxtil, não tecido e impermeável ao vapor de água; Estrado de madeira, composto por réguas de madeira de IPÊ, sobre estrutura. Fornecimento e aplicação de caleiras, incluindo descargas para as gárgulas existentes, com rufagens em zinco nº 12, na impermeabilização de muretes e outras partes; Fornecimento e aplicação de estrutura metálica, de acesso à cobertura; Revestimento da estrutura metálica da cobertura, com chapa de zinco;
2.3 Vila Verde, Cervães, Solar de Gomariz: Reabilitação de torre, solar e construção nova Ficha técnica: Dono de Obra: José Carlos de Castro Silva Couto.Dr Projeto: Arquitetura Estrutura Paulo Braga Soares, Arq.to Paulo Lourenço, Prof. Eng Luis Ramos, Prof. Eng Execução: AOF
2.4 Guimarães, Quinta dos Eidos Reabilitação da casa
2.4 Guimarães, Quinta dos Eidos Reabilitação da casa
2.4 Guimarães, Quinta dos Eidos Reabilitação da casa Ficha técnica: Dono de Obra: Maria Augusta Vieira Coelho, Dra Projeto: Arquitetura: Pedro Guedes de Oliveira, Arq.to Execução: AOF Fotografia: Armenio Texeira
2.5 Guimarães, Reabilitação de Solar
3. CONCLUSÕES A. Deveremos considerar a reabilitação como solução para os problemas atuais, aproximando-nos dos níveis europeus. B. Deveremos ter sempre em atenção o património que temos, não permitindo que seja destruído, pela ruína ou com intervenções mal pensadas. C. É possível fazer reabilitação, respeitando a pré-existência. D. Deverá haver uma mudança de mentalidade a vários niveis: legislativo, educação, formação e inovação. E. Deverá haver uma distribuição entre investimento em construção nova e em reabilitação. Não é admissível passarmos de uma situação de predomínio do primeiro para outra de predomínio do segundo. F. Por último, não podemos permitir que se cometam os mesmos erros do passado, com a construção nova, na REABILITAÇÃO! MUITO OBRIGADO!