POTENCIAL ANTIOXIDANTE E ANÁLISE DE COR DE GELEIAS DE MORANGO CONVENCIONAIS

Documentos relacionados
COMPARAÇÃO DE PARÂMETROS LABORATORIAIS EM DIFERENTES TIPOS DE GELEIAS CONVENCIONAIS DE MORANGO

CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO SUCO DE AMORA-PRETA (Rubus sp.) PASTEURIZADO

TÍTULO: AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPAS DE FRUTAS COMERCIALIZADAS EM MONTES CLAROS-MG

Avaliação sensorial de requeijão cremoso de diferentes marcas comerciais

CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO SUCO VERDE

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE DIFERENTES CULTIVARES DE ALFACE ATRAVÉS DA TÉCNICA DE NEUTRALIZAÇÃO DO RADICAL ABTS+

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

ELABORAÇÃO DE GELEIA TRADICIONAL E LIGHT DE GUABIROBA BRUNA NAPOLI¹; DAYANNE REGINA MENDES ANDRADE²; CRISTIANE VIEIRA HELM³

PALAVRAS-CHAVE Ensino Médio. Engenharia de Alimentos. Geleia. Novos Talentos.

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA AMORA-PRETA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM CONVECTIVA

17/05/2014 POLPAS DE FRUTAS POLPAS DE FRUTAS

Avaliação de parâmetros de qualidade de doce em massa e das matérias primas utilizadas na formulação

AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM DE ERVAS AROMÁTICAS NO POTENCIAL ANTIOXIDANTE

ELABORAÇÃO E AVALIAÇÃO DA COR DE EXTRATOS HIDROSSOLÚVEIS DE SOJA SABOR MORANGO

Tipos de TesTes 1. Cor da epiderme 2. Consistência da polpa 3. Concentração de açúcares 4. Acidez total 5. Teor de amido

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E SENSORIAL DE ABÓBORA E MORANGA CRISTALIZADAS PELO PROCESSO DE AÇUCARAMENTO LENTO.

PARÂMETROS DE QUALIDADE DA POLPA DE LARANJA

CARACTERIZAÇÃO DA CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DE DUAS ESPÉCIES DE PITAIA

AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DE COMPOSTOS BIOATIVOS DE GELEIAS DE AMORA-PRETA ARMAZENADAS EM DIFERENTES TEMPERATURAS

Influência de hidrocolóides na cor de estruturado de maracujá-do-mato

Desenvolvimento de uma metodologia de auditoria nutricional ao processamento do morango

ANÁLISE DE COMPOSTOS FENÓLICOS E ANTOCIANINAS EM EXTRATO AQUOSA DA CASCA E POLPA DE JABUTICABA

Aceitabilidade de Geleia Light de Morango com Associação dos Edulcorantes Acesulfame-k e Sucralose

2. COQUETEL DE FRUTAS VERMELHAS

CARACTERIZAÇÃO DA COR INSTRUMENTAL DE FARINHAS DE MANDIOCA COMERCIALIZADAS EM JANAÚBA, MG

Assunto: posicionamento da Coordenação Geral do Programa de Alimentação Escolar a respeito da aquisição de suco de laranja para a alimentação escolar.

ESTUDO DO DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE GELEIA DE HIBISCO


Alimentos funcionais. Vanessa Rosse de Souza Nutricionista - UFF Rio de Janeiro

AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE DO NÉCTAR DE GUABIROBA (CAMPOMANSEIA XANTHOCARPA BERG) EM DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO

ANEXO I ESPECIFICAÇÃO DETALHADA DO OBJETO

AVALIAÇÃO DE COMPOSTOS BIOATIVOS PRESENTES NO SUCO MISTO DE JUÇARA E FALSO GUARANÁ

Departamento de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, Asa Norte, D. F., Brazil;

IV Semana de Ciência e Tecnologia IFMG - campus Bambuí IV Jornada Científica 06 a 09 de Dezembro de 2011

ELABORAÇÃO DE NÉCTAR DE JABUTICABA ADICIONADO DE AMORA E MORANGO

WALISSON JUNIO MARTINS DA SILVA 1, FERNANDO TORRES MACHADO 2, LUISA TROILES ROMERO 2, ALESSANDRA LOPES DE OLIVEIRA 3

DETERMINAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA E PERFIL DE TEXTURA DE BOLACHA TIPO CREAM CRACKER

INFLUÊNCIA DA CULTIVAR NAS CARECRISTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E REOLÓGICAS DA GELEIA DE MORANGO

Rural do Rio de Janeiro, pesquisador da Embrapa Agroindústria de Alimentos RJ e orientador.

Características Químicas de Néctar e Suco de Mirtilo Obtido pelo Método de Arraste de Vapor

AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE BISCOITO ELABORADO COM RESÍDUO DE POLPA DE AMORA-PRETA (Rubus spp.) 1. INTRODUÇÃO

27/06/2011 TECNOLOGIA DE FABRICAÇÃO DE GELÉIA HISTÓRICO LEGISLAÇÃO. CLASSIFICAÇÃO Detalhes do Produto:

PREFEITURA MUNICIPAL DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE POLPA DE ACEROLA IN NATURA E LIOFILIZADA PARA PREPARAÇÃO DE SORVETES

AUTOR(ES): LETICIA FERNANDA VAROL, GUSTAVO MORAIS DA SILVA, LALESKA OLIVEIRA, LUCIETE FERRAZ DO NASCIMENTO

POLIFENÓIS TOTAIS E CAPACIDADE ANTIOXIDANTE EM CAFÉ SOLÚVEL TRADICIONAL E DESCAFEINADO

FICHA TÉCNICA DE PRODUTO CHÁ VERDE COM LARANJA E GENGIBRE

PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTO ÂNGELO SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO CHAMADA PÚBLICA ALIMENTAÇÃO ESCOLAR 2 SEMESTRE ANO 2017 QUANTIDADE ESTIMADA

POTENCIAL OXI-REDOX FAVORÁVEL EM RESÍDUOS SÓLIDOS DE UVAS PROCESSADAS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE GELEIA DE CUPUAÇU E AÇAÍ (BLEND) ORIUNDAS DA REGIÃO AMAZÔNICA

EXTRAÇÃO DE FITOQUÍMICOS DO BAGAÇO DA AMORA- PRETA EMPREGANDO A TÉCNICA LIMPA DE EXTRAÇÃO COM LÍQUIDO PRESSURIZADO

REGULAÇÃO HORMONAL NA MATURAÇÃO DE FRUTOS NÃO CLIMATÉRICOS Ricardo Antônio Ayub Doutor em Biologia Molecular, Universidade Estadual de Ponta Grossa

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

COMPARAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE DOCE EM PASTA DE PITAIA COM OUTROS COMERCIAIS PHYSICALCHEMICAL COMPARISON OF SWEET PASTE OF PITAYA WITH OTHER COMMERCIALS

ANÁLISE DA DESIDRATAÇÃO DE RESÍDUOS DE PROCESSAMENTO DE MARACUJÁ (Passiflora Edulis) UTILIZANDO AR QUENTE

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante

III BENEFÍCIOS DO RESFRIAMENTO EM GRÃOS DE MILHO

Prefeitura Municipal de Venda Nova do Imigrante

Congresso Brasileiro de Fruticultura Natal/RN 17 a 22 de Outubro de 2010

COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DE MORANGO ORGÂNICO E CONVENCIONAL

INIBIÇÃO DO ESCURECIMENTO ENZIMÁTICO DE GUARIROBA MINIMAMENTE PROCESSADA

QUALIDADE PÓS-COLHEITA DE Citrus deliciosa Tenore SUBMETIDA A ARMAZENAMENTO REFRIGERADO.

RENDIMENTO E PERFIL FÍSICO E QUÍMICO DE SUCOS CLARIFICADOS DE CULTIVARES DE PÊSSEGOS BRASILEIROS. (Prunus persica (L.) Batsch). 1.

Produção e estudo da aceitabilidade sensorial do licor de jambo vermelho

REDUÇÃO PERCEPTÍVEL E REDUÇÃO ACEITÁVEL DE AÇÚCAR EM NÉCTAR DE UVA: ANÁLISE SENSORIAL COMO FERRAMENTA PARA REFORMULAÇÃO

PREFEITURA MUNICIPAL DE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

Berries, as pequenas notáveis

DESENVOLVIMENTO DE NÉCTAR DE UMBU: POTENCIAL PARA AGREGAÇÃO DE VALOR AO FRUTO DO UMBUZEIRO

Caracterização físico-química do fruto de ameixa selvagem (Ximenia americana L.)

Área: Tecnologia de Alimentos INFLUÊNCIA DO TEMPO DE CONTATO E CONCENTRAÇÃO DE ANTIOXIDANTE CONVENCIONAL NO PURÊ DE MAÇÃ DA VARIEDADE FUJI E GALA

OBTENÇÃO DE ESFERAS DE PIMENTA DE CHEIRO PELO PROCESSO DE GELIFICAÇÃO IÔNICA: ESTUDO DA ACEITABILIDADE SENSORIAL

BARRINHA DE CEREAL COM USO DE MEL EM SUBSTITUIÇÃO DO XAROPE DE AGLUTINAÇÃO

TESTE DE COMPARAÇÃO PAREADA PARA ANÁLISE SENSORIAL DO SUCO DE UVA

EXTRAÇÃO DE DNA UTILIZANDO DIFERENTES PLANTAS COMO ALTERNATIVA PARA AS AULAS PRÁTICAS DE BIOQUÍMICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS E DE BIOLOGIA

INOVANDO AS AULAS PRÁTICAS DE ENSINO DE CIÊNCIAS UTILIZANDO DIFERENTES FRUTAS PARA A EXTRAÇÃO DE DNA

POLPA DE FRUTA NÉCTAR SUCO

CARACTERIZAÇÃO DOS ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO DE BANANA RESISTENTE À SIGATOKA NEGRA VARIEDADE CAIPIRA

INFLUÊNCIA DOS PROCESSOS DE DESIDRATAÇÃO NOS COMPOSTOS BIOATIVOS EM POLPA DE NONI (MORINDA CITRIFOLIA)

Introdução. Orientadora do TCC e Professora do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 4

AVALIAÇÃO DA COR DE POLPAS E GELEIAS ELABORADAS COM DIFERENTES VARIEDADES DE MANGA

Antioxidantes são compostos oxi-redox favoráveis (oxi-redox f ) e podem ser

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL PARA PROCESSAMENTO NA FORMA DE GELEIA DE DIFERENTES CULTIVARES DE MORANGO

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE FRUTOS DO MORANGUEIRO CULTIVADOS SOB SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTEGRADA, ORGÂNICA E CONVENCIONAL

02/05/2016 INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO NORTE ANÁLISE DE ALIMENTOS

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E QUÍMICA DE GELÉIA DE AMORA-PRETA 1

EMBALAGEM NA CONSERVAÇÃO PÓS-COLHEITA DE AMORAS-PRETAS cv. XAVANTE

Análise bromatológica da cana-de-açúcar armazenada e hidrolisada com óxido de cálcio

ESTUDO DE CARACTERIZAÇÃO NUTRICIONAL E DE FITONUTRIENTES EM VARIEDADES DE MAÇÃ DO OESTE

ACEITABILIDADE SENSORIAL DE GELEIA DE AÇAÍ E BANANA

Ficha Técnica ISOTÔNICO 22g TODOS OS SABORES

CARACTERIZAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE DIFERENTES FORMULAÇÕES DE DOCE DE UMBU PROCESSADO EM BATEDOR DE MASSA

Área: Ciência de Alimentos. Controle do escurecimento emzimático em maçãs cvs. Fuji e gala minimamente processadas.

Efeito Do Tempo De Armazenamento Na Qualidade De Geleias De Duas Cultivares De Uva

Palavras-chave: Fitotecnia, fruticultura, qualidade de frutos.

IV BENEFÍCIOS DO RESFRIAMENTO EM GRÃOS DE ARROZ

ANÁLISE DE AMIDO EM SUPLEMENTO DE PROTEÍNA PELO TESTE QUALITATIVO DE IODO

ELABORAÇÃO DE DOCE EM PASTA DO TIPO EM MASSA A PARTIR DE FRUTAS DO SEMIÁRIDO

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

Transcrição:

POTENCIAL ANTIOXIDANTE E ANÁLISE DE COR DE GELEIAS DE MORANGO CONVENCIONAIS Laura de Souza Araújo*1, Bruno M. Dala Paula*2 *Universidade Federal de Alfenas/Faculdade de nutrição/curso de nutrição 1 email: lauraaraujo18@hotmail.com 2 email: bruno.paula@unifal-mg.edu.br Resumo: No Brasil, o morango é a principal fruta vermelha consumida, e possui inúmeros benefícios à saúde. O processamento na forma de geleia é uma das alternativas mais indicadas de consumo da fruta durante todo o ano devido ao seu alto grau de perecebilidade. Entretanto, o processamento e o armazenamento podem afetar a composição desse produto. Este trabalho apresenta a verificação do poder antioxidante em 4 amostras de geleias de morango convencionais e análise de cor em colorímetro utilizando o sistema de coordenadas retangulares L* a* b* conforme a CIE (Comission Internatinale de E clairage). Palavras-chave: morango, geleia, potencial antioxidante, análise de cor 1. Introdução: O morangueiro, Fragaria spp, tem como fruto, parte comestível carnosa de cor rosada ou vermelha, o morango (PINELI, 2009). No Brasil, o morango é a principal fruta vermelha consumida, sendo que seu consumo exerce efeito antioxidante, antiinflamatório, anticarcinogênico e antineurodegenerativo (HANNUM, 2004 citado por PINELI, 2009). Essas propriedades devem-se ao ácido ascórbico, abundantemente presente na polpa, e aos compostos fenólicos. Estes são componentes não essenciais à dieta, encontrados em alimentos de origem vegetal, e apresentam efeitos benéficos à saúde como o combate a radicais livres gerados pelo metabolismo celular (PINELI, 2009). Apesar das vantagens do consumo de morango para a saúde, pelo seu conteúdo de compostos fenólicos, sua alta taxa respiratória e curta vida pós-colheita dificultam o aumento da oferta do fruto. Sendo assim, o processamento do morango na forma de 1

congelados, enlatados, sucos e geleias é uma das alternativas mais indicadas de consumo do produto durante todo o ano devido seu alto grau de perecibilidade (MOTA, 2006, FILGUEIRA, 2003 citado por PINELI, 2009). Diversas frutas são utilizadas na industrialização de geleias, tais como morango, uva, maçã e laranja, entre outras (CAETANO et. al, 2012). Segundo as Normas Técnicas Relativas a Alimentos e Bebidas, constantes da Resolução n 12 de 24 de julho de 1978, a definição de geleia de frutas é o produto obtido pela cocção, de frutas sãs, limpas, inteiras ou em pedaços, polpa ou suco de frutas, com açúcar e água e concentrado até consistência gelatinosa, podendo ser adicionado de glicose ou açúcar invertido e também de acidulantes e de pectina para compensar a quantidade deficiente no conteúdo natural de pectina ou de acidez própria da fruta. A consistência gelatinosa deve ser mantida no estado semisólido quando extraído de seu recipiente e não deverá ser adicionado de aromatizantes artificiais ou substâncias estranhas a sua composição. A cor e o cheiro devem ser próprios da fruta de origem bem como o sabor deve ser doce, semi-ácido (BRASIL,1978). O sabor e a cor são os principais fatores para a seleção de derivados de frutas processados pelos consumidores, podendo citar como exemplo os produtos de morango com uma cor atraente e estável tendem a ser associados com alta qualidade (PINELI et. al, 2015). Entretanto, o processamento e o armazenamento podem afetar a composição dos frutos e consequentemente, suas propriedades benéficas à saúde (MOTA, 2006). Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo realizar a análise de cor e o potencial antioxidante de diferentes marcas de geleias convencionais de morango encontradas no mercado. 2. Metodologia Quatro geleias de morango convencionais, de marcas diferentes, foram adquiridas em três supermercados de Alfenas- MG. A análise de cor foi realizada em triplicata em colorímetro da marca Minolta utilizando o sistema de coordenadas retangulares L* a* b* conforme a CIE (Comission Internatinale de E clairage). Os valores de 2

luminosidade são expressos em porcentagem segundo L* (0%= negro e 100%= branco); a* representa as cores vermelha (+) ou verde (-) e b*, as cores amarela (+) ou azul (-). Os compostos antioxidantes das amostras foram extraídos em duplicatas de cada marca de geleia utilizando a água como solvente, na proporção de amostra/solvente equivalente a 1:9 (p/p), sendo sem seguida homogeneizada em vórtex de bacanda por 1 minuto, agitada por 60 minutos em agitador de tubos sob temperatura de refrigeração (4 C) e finalmente centrifugadas por 10 min a 3000 rpm. O potencial antioxidante das amostras foi verificado a partir do método de descoloração do radical livre catiônico ABTS+ (2,2 - azinobis (3-etilbenzoatiazolina-6-ácidosulfônico), obtida pela sua neutralização com compostos antioxidantes presentes nas amostras, conforme metodologia descrita por Re et al. (1999) em duplicata para cada extração realizada de forma independente. 3. Análise e Interpretação dos Dados A figura 1 mostra os resultados de análise de cor para os parâmetros L*, a* e b* para as geleias de morango convencionais. Os valores de luminosidade (L*) variaram de 28,13 a 36,03, sendo os menores valores observados nas amostra 1, 3 e 4 (conforme análise de variância e Teste de Tukey), enquanto o maior valor na amostra 2. O parâmetro de cor a* (+) indica a presença de componentes de cor vermelha nas geleias e variou de 15,40 a 25,67, sendo observada diferença estatística somente na amostra 3, que apresentou o menor valor, enquanto as demais marcas não diferiram estatisticamente entre si. Já o parâmetro de cor b* (+) indica a presença de componentes de cor amarela nas geleias e variou de 8,17 a 17,47. Observou-se que os componentes de cor vermelha são mais elevados do que os componentes de cor amarela para as quatro amostras de geleia de morango convencionais analisadas. Isso se deve às antocianinas, compostos fenólicos do grupo dos flavonoides encontrados em grande quantidade nos morangos, a pelargonidina (cor vermelha brilhante) é a antocianina predominante e a cianidina (cor vermelha escura) está presente em menor quantidade (PINELI et. al, 2015). 3

Figura 1. Parâmetros de cor a*, b* e L*, em quatro marcas de geleias de morango convencionais adquiridas no mercado varejista do município de Alfenas. Resultados acompanhados por letras diferentes numa barra de mesma cor, diferem significativamente entre si pela análise de variância (ANOVA) com P 0,05 seguido do Teste de Tukey com P 0,05. Segundo Moura et al. (2011), a geleia de morango armazenada a 25 C tende a apresentar luminosidade (L*) e cor amarela (b* +) semelhante ao produto armazenado a 10 C, e menor intensidade de cor vermelha (a* +) a partir do segundo mês de avaliação. Um indicativo da degradação das antocianinas naturalmente presente nos morangos, ao longo do tempo de armazenamento. No presente artigo não foi realizada a análise de cor durante o período de armazenamento, a demais Pineli et al. (2015), também observou que as antocianinas são instáveis e suscetíveis à degradação durante o processamento e armazenamento, principalmente em elevadas temperaturas. O potencial antioxidante das amostras de geleias convencionais analisadas expressos em equivalentes de trolox pode ser verificado na Tabela 1. O Trolox é um antioxidante utilizado como referência para comparar a atividade antioxidante da amostra, a fim de padronizar e proporcionar comparações entre o potencial antioxidante encontrado em diferentes amostras de alimentos. Os resultados apresentados refletem o potencial antioxidante em 10 gramas de geleias de morango convencionais, quantidade aproximada a uma ponta de faca de 4

geleia, sendo que o menor valor obtido foi de 0,091 equivalente de Trolox (mol/l) por 10 g de amostra para a marca 2 e o maior valor de 0,171 equivalente de Trolox (mol/l)/10 g para a amostra 3. Tabela 1. Potencial antioxidante das amostras de geleias convencionais expresso em equivalente de Trolox. Marcas de geleias de morango Potencial Antioxidante* EqMTrolox/10g 1 0,148 b,c ± 0.09 2 0,091 d ± 0.01 3 0,171 a ± 0.09 4 0,141 c ± 0.01 *Os resultados apresentados são referentes à média de quatro replicadas da análise do potencial de antioxidante seguidos do desvio padrão. Valores acompanhados por letras diferentes na coluna, diferem significativamente entre si pela análise de variância (ANOVA) com P 0,05 seguido do Teste de Tukey com P 0,05. A amostra com o maior potencial antioxidante não apresentou correlação com a coloração vermelha mais intensa, como seria de se esperar, ao considerar a atividade antioxidante presentes nas antocianinas dos morangos. Tal fato pode ser explicado pela possibilidade (prevista pela legislação vigente da área) da indústria de alimentos acrescentar aditivos com propriedades antioxidantes nas geleias convencionais, aumentando essa propriedade sem alterar a cor do produto. 4. Conclusão As frutas vermelhas ou berries estão entre as fontes de compostos fenólicos mais importantes para as dietas. O morango, principal fruta vermelha consumida no Brasil, pelo seu alto grau de perecibilidade é utilizado na industrialização de geleias. Não foi possível observar correlação positiva entre a coloração vermelha e o potencial antioxidante. Porém, é importante ressaltar que fatores genéticos e ambientais nas fases pré e pós colheita podem afetar o metabolismo de síntese e consumo de antioxidantes fenólicos do fruto. Em relação a análise de cor, não houve diferença no predomínio dos parâmetros a*, b* e L*, sendo o L* superior em todas as amostras, seguido do a* e por fim o b*. O presente estudo apresentou limitações por não 5

acompanhar as alterações na geleia de morango em relação ao potencial antioxidante e a cor, ao longo do período de armazenamento. Referências BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Aprova Normas Técnicas Especiais do Estado de São Paulo, relativas a alimentos e bebidas. Resolução da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos. CNNPA n.12, de 24 de julho de 1978. Seção I, pt I. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/showact.php>. Acesso em: 11 out. 2018. CAETANO, P.K.; DAIUTO, E.R.; VIEITES, E.L. Características físico-químicas e sensorial de geleia elaborada com polpa e suco de acerola. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, v.15, n. 3, p.191-197, 2012. MOURA, S.C.S.R.; PRATI, P; VISSOTTO, F.Z.; ORMENESE, R.C.S.C.; RAFACHO, M.S. Color degradation kinetics in low-calorie strawberry and guava jellies. Ciência etecnologia de Alimentos, v. 31, n. 3, p. 758-764, 2011. MOTA, R.V. Caracterização física e química de geleia de amora-preta. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v. 26, n. 3, p. 539-543, 2006. PINELI, L.L.O. Qualidade e potencial antioxidante in vitro de morangos in natura e submetidos a processamentos. Tese de doutorado- Curso de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, da Faculdade de Ciências da Saúde, Universidade de Brasília, 2009. 222p. PINELI, L.L.O.; MORETTI, C.L.; CHIARELLO, M.; MELO, L. Influence of strawberry jam color and phenolic compounds on acceptance during storage. Revista Ceres, Viçosa, v. 62, n. 3, p. 233-240, 2015. RE, R.; PELLEGRINI, N.; PROTEGGENTE, A.; PANNALA, A.; YANG, M.; RICE-EVANS, C. Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Radical Biology & Medicine, v. 26, n. 9-10, p. 1231-1237, 1999. 6