A Independência/Autonomia do Banco Central



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Transcrição:

A Independência/Autonomia do Banco Central As campanhas presidenciais, estimuladas pelo marketing político, colocaram na ordem do dia a questão da independência ou da autonomia do Banco Central. Apesar de se tratar de tema da mais alta relevância, as colocações que tem sido feitas carecem de consistência técnica sob a ótica jurídica e confundem conceitos. Antes de qualquer decisão convém refletir melhor. Fernando Albino AAA/SP - falbino@albino.com.br. O Estado, latu sensu, não se divide; é uno e indissolúvel. As funções estatais, sim, são distribuídas entre vários órgãos públicos. A Revolução Francesa inaugurou a ordem democrática, superando a ordem monárquica. Nesta, vigia o princípio de que todas as funções de estado se concentravam em uma única pessoa, o monarca, cujo poder era absoluto. A nova ordem, exatamente, quebrou essa unicidade e conferiu a diferentes órgãos as funções estatais. Ao parlamento conferiu-se a discussão e edição das leis gerais, aplicáveis a todo o estado; ao executivo atribuiu-se a missão de executar as leis, propiciando meios para a sua aplicação in concreto; ao judiciário delegou-se a função de julgar a constitucionalidade das leis e a legalidade dos atos do executivo. Em síntese, criou-se o que se convencionou chamar de tripartição do poder, quando melhor seria denominar a nova ordem de tripartição das funções estatais. Desde então, nos países mais evoluídos, nunca a sociedade rompeu com essa nova ordem. Entretanto, a evolução econômica propiciada pela Revolução Industrial, o incremento das demandas de um mundo cada vez mais populoso, a complexidade das relações sociais e a criação de grandes estamentos burocráticos recomendou que as três funções estatais fossem, a seu turno, atribuídas a entidades autônomas ou independentes. Assim, os parlamentos passaram a admitir votações mais rápidas e concentradas, além de veículos legislativos excepcionais, como os decretos-leis e medidas provisórias e o judiciário aceitou conviver com outras formas de solução de conflitos, tal como a arbitragem, a conciliação e a mediação. No âmbito do executivo a administração foi dividida em direta e indireta, constituída esta de autarquias, empresas públicas e sociedades de economia mista.

2 A própria administração direta, e nesse ponto se insere a discussão aqui tratada, admitiu a presença de veículos jurídicos dotados de discrição técnica, especializados em determinados segmentos, como são as agências reguladoras, influenciadas pela construção jurídica das regulatory agencies do direito anglo-saxão. O Banco Central está inserto nesse fenômeno de descentralização administrativa do executivo, que veio sendo aperfeiçoado ao longo de quase três séculos. Dizer-se que algum órgão público é independente constitui erro conceitual dos mais graves, se essa independência vem confundida com poder jurídico. Todo e qualquer órgão público se insere no Estado e deve cumprir as suas funções de acordo com a Constituição e as leis e nenhum deles, nesse sentido, é independente. Afirmar-se, igualmente, que algum órgão público é autônomo contém erro conceitual grave, pois autonomia em direito implica no poder de editar as suas próprias regras e de fazer cumpri-las sem submissão a terceiros. Pode-se dizer, sem medo de errar, que em direito não existe agente ou órgão público independente ou autônomo. Na feliz dicção de Rui Cirne Lima, grande e saudoso administrativista gaúcho, administrar é aplicar a lei de officio. Porque, então, o tema da independência ou autonomia do Banco Central de tempos em tempos vem à baila e dessa vez assume contornos apaixonados no contexto de uma campanha presidencial? Aparte qualquer intenção de marketing de aumentar pontos em pesquisas eleitorais, essa discussão é recorrente porque a função de um Banco Central é das mais importantes na economia, pois ele é o chamado guardião da moeda, evitando que políticas do governo de plantão possam prejudicar a estabilidade monetária do estado. Entendeu-se ao longo do tempo, assim, que o executivo deve conter um sistema de freios e contrapesos, pelo qual nenhum órgão pode conter poder desmesurado, com isso havendo um equilíbrio de opiniões. Como a administração direta pode se enveredar por políticas públicas que não possam ser suportadas pelos limites econômicos, um órgão da administração deve ter o poder de dosar o volume de meios monetários e proporcionar estabilidade, evitando, quanto possível, surtos inflacionários ou deflacionários. Isso não quer dizer que esse órgão é independente ou autônomo. Apenas que se trata de um órgão especializado que na descentralização de funções do executivo fica com a de proteger a moeda de oscilações cíclicas ou provocadas por políticas públicas. Evidente que as boas práticas administrativas recomendam que esse órgão mantenha constante diálogo com o chefe do executivo, para entender a pretensão deste, com ele

3 discutir as consequências dessa pretensão e deliberar, na esfera de sua competência, para que ela não afete a moeda. Evidente, além disso, que esse órgão da administração não tem poder nem para confrontar a política que se quer ver adotada, muito menos para inibir o parlamento de editar leis, ainda que possam implicar em efeitos econômicos deletérios. Ou seja, o Banco Central pode apenas proteger a moeda, na esfera de sua atribuição; não pode e não deve se imiscuir nas determinações do executivo ou no funcionamento do parlamento. Por trás dessa discussão reside somente a questão de se saber qual modelo é o melhor para assegurar o funcionamento de um banco central, ou o atual ou o que tenha uma lei específica prevendo suas atribuições. Ambos os modelos tem vantagens e desvantagens e nenhum deles propicia, como visto, independência ou autonomia. Havendo uma lei que regule o Banco Central pode-se, entre outras, (i) criar mandatos fixos, que não coincidam com os do chefe do executivo; (ii) estabelecer critérios de designação dos diretores que não os submeta a decisões políticas tão somente; e (iii) obrigar a entidade a prestar contas a sociedade de seus atos. O Banco Central seria uma autarquia especial, tal como as agências reguladoras. A situação atual, por outro lado, propicia (i) uma maior interação entre a política fiscal, papel do executivo, e a política monetária, função do banco central, já que o banco central faz parte do mesmo governo; (ii) a possibilidade de troca de diretoria caso se chegue a conclusão que o órgão não está cumprindo adequadamente as suas funções; e (iii) maior liberdade de atuação, o que pode ser vantajoso em uma situação de crise. O fato é que a experiência brasileira recente tem mostrado estabilidade nos quadros do banco central e convivência harmônica entre a diretoria e a chefia do executivo. Não se pode dizer, de sã consciência, que o banco central tenha sido leniente com as suas funções ou subserviente ao chefe do executivo. Pode-se é claro sempre criticar suas decisões, mas nunca o seu posicionamento de órgão técnico preocupado com a estabilidade. Colocado nesses termos, o debate é bastante saudável.

Não Incidência do ICMS no Leasing Internacional O Supremo Tribunal Federal pacificou, recentemente, disputa que há anos vinha sendo travada entre os Fiscos estaduais e os contribuintes, referente à cobrança do ICMS sobre contratos de arrendamento mercantil (leasing) internacional. Cesar Andrade e Luis Meziara AAA/SP - candrade@albino.com.br e lmeziara@albino.com.br Conforme o juízo que prevaleceu na Corte, o fato gerador do ICMS, imposto que onera a circulação de mercadorias, exige que haja a transferência da titularidade do bem, o que não ocorre, necessariamente, nos contratos de arrendamento mercantil. Com isso, o STF acaba recepcionando o entendimento da doutrina, para quem a circulação de mercadorias onerada pelo ICMS é a circulação jurídica, que implique a transferência da propriedade, e não a mera movimentação física da mercadoria, sem alteração do domínio ou titularidade. O STF ressalvou que haverá a exigência do ICMS nos casos em que há a antecipação da opção de compra do bem, pois, nesta hipótese, haverá a transferência da propriedade, perfazendo, portanto, o fato gerador do imposto. Porém, se inexiste opção de compra, não há a transferência de domínio do bem. Logo, não ocorre o fato gerador do ICMS. Foram vencidos os Ministros Gilmar Mendes e Teori Zavascki, para quem a natureza jurídica do contrato que originou a entrada do bem em território nacional não é óbice à cobrança do ICMS. O Ministro Teori Zavascki, nesse sentido, chegou a assinalar que a Lei Kandir prevê a incidência do ICMS sobre a entrada de bem importado do exterior, por pessoa física ou jurídica, qualquer que seja a finalidade da operação. Aguarda-se, ainda, se haverá algum tipo de pronunciamento do STF, no acórdão a ser publicado, com relação à cobrança do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) sobre os contratos de leasing internacional, tendo em vista que o assunto chegou a ser tratado por parte dos Ministros durante o julgamento. O entendimento da Corte sobre esta matéria ainda não está definido.

2 A posição do STF com relação à não incidência do ICMS nos contratos de arrendamento mercantil internacional deverá ser aplicado para os demais casos semelhantes (estima-se que 406 processos estavam sobrestados, aguardando o julgamento), em função da repercussão geral.

Terceirização - Mitos e Realidades Está em pauta no Supremo Tribunal Federal a repercussão geral sobre a delimitação das hipóteses de terceirização diante do que se compreende por atividade-fim de uma empresa. Nesse sentido, indagamos o que seria mais relevante? Coibir as empresas de trabalhar em cadeia de produção ou assegurar a proteção aos trabalhadores que integram essas cadeias? Lilian Knupp Pettersen e Marcella Lange Del Vecchio AAA/SP - lpettersen@albino.com.br e mvecchio@albino.com.br Está em pauta no Supremo Tribunal Federal a repercussão geral sobre a delimitação das hipóteses de terceirização diante do que se compreende por atividadefim de uma empresa. Nesse sentido, indagamos o que seria mais relevante? Coibir as empresas de trabalhar em cadeia de produção ou assegurar a proteção aos trabalhadores que integram essas cadeias? É demasiada a resistência dos que combatem a terceirização por verem este processo como sinônimo de precarização do trabalho. Importante lembrar, no entanto, que em 1943, quando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foi criada, existia um modelo de empresas verticalizadas, produzindo praticamente tudo. Hoje, a preponderância é a produção horizontalizada, em que várias empresas atuam em parceria, assumindo etapas de produção e de serviços até que o produto final possa chegar ao seu destinatário, qual seja o consumidor. Convém e desmistificaremos algumas considerações envolvendo o tema. 1º mito: Precarização e redução de direitos trabalhistas A terceirização é um modelo atual de organização do processo produtivo da empresa, sendo uma forma de organização de gestão estratégica e de produção. Nos

2 dias atuais, poucas empresas conseguem fazer tudo sozinhas de forma eficiente e competitiva. Este novo modelo visa aumentar a competitividade, a eficiência produtiva, gerar mais recursos para novos investimentos, com consequente geração de empregos. A alegada precarização não decorre da terceirização, mas da existência de trabalhadores na informalidade ou quando não respeitada a legislação trabalhista, o que pode ocorrer em qualquer forma de contratação. De acordo com a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), cerca de 83% das grandes indústrias verificam o cumprimento dos encargos trabalhistas e das normas de saúde e segurança do trabalho pelas empresas contratadas. Nesse sentido, é infundado sustentar que a terceirização é sinônima à precarização e redução de direitos trabalhistas. 2º Mito: Informalidade Toda empresa que contrata trabalhadores deve zelar pelo cumprimento da legislação trabalhista vigente. A terceirização não gera a informalidade, em verdade, ela cria a oportunidade de um negócio formal exercido em parceria com uma empresa contratante. Segundo dados do Sindprest em 2012, a terceirização emprega formalmente cerca de 2,2 milhões de trabalhadores em 35 mil empresas prestadoras de serviços, correspondendo a 20% dos trabalhadores com carteira assinada em todo o país, com 11 milhões de pessoas envolvidas no processo de terceirização, recolhendo cerca de 8 bilhões de encargos sociais e 9 bilhões de outros encargos e impostos.

3 3º Mito: Trabalhador da contratada é considerado trabalhador de segunda classe O trabalhador de empresas contratadas possuem todos os direitos trabalhistas garantidos pela CLT, sendo vedada a contratação de empregados sem o devido registro e o pagamento de todos os direitos que possuem. 4º Mito: Desemprego O fortalecimento das cadeias de produção tem provocado o aumento do número de empregos formais. Esse novo modelo de descentralização das atividades produtivas tem gerado 85% dos novos empregos nos últimos dez anos. 5º Mito: Redução de custos A redução de custos, de fato, é um fator de grande relevância para 85% das empresas que contratam empresas parceiras. Segundo a pesquisa realizada pela Sondagem da CNI, há, também, outros fatores que demonstram ser de suma importância na decisão sobre a contratação de cadeias de produção, conforme demonstra o quadro abaixo: Fatores Relevantes Uso de Tecnologias Economia de Tempo Melhoria Qualidade Serviço Empresas Contratantes Redução de Custos 65,00% 70,00% 75,00% 80,00% 85,00% 90,00%

4 6º Mito: A responsabilidade solidária é a única forma de garantir o direito aos trabalhadores Na responsabilidade solidária é transferida para a empresa contratante, automaticamente, a responsabilidade da empresa contratada que, em tese, deveria ter o dever de assumir os riscos de seu empreendimento e, consequentemente, cumprir integralmente o que determina a lei, posto que se ignore o vínculo empregatício do trabalhador com a empresa contratada. Não obstante, a responsabilidade subsidiária atinge a finalidade principal que visa à garantia os direitos aos trabalhadores, sendo a contratante responsável subsidiariamente, caso a contratada não cumpra com suas obrigações trabalhistas e previdenciárias. 7º Mito: Maior risco de acidentes de trabalho Todos os empregados de empresas contratantes e contratadas estão submetidos à mesma legislação trabalhista. Sendo assim, todas empresas devem observar as normas constantes da CLT, instrumentos coletivos, Normas Regulamentares. Ademais, sendo a contratada empresa especializada no segmento, especializados serão seus trabalhadores e, consequentemente haverá menos acidentes de trabalho, posto que os empregados trabalham somente com aquela determinada atividade em que são especialistas. 8º Mito: Desestruturar o sistema sindical O que está por traz do discurso da não regulamentação da terceirização é a perda de representatividade sindical. Todavia, importante destacar que cada categoria

5 profissional possui o seu próprio sindicato que defende seus direitos e firma instrumentos coletivos com os empregadores. Esse discurso é meramente corporativista, tendo em vista que o sindicato dos trabalhadores está preocupado somente com o que arrecada e não com aqueles a quem protege. 9º Mito: Não se pode terceirizar atividade-fim Pouco importa se a terceirização ocorre na atividade meio ou fim. O que não pode é haver a terceirização como forma de burlar a lei, ou seja, como fraude à legislação trabalhista. Na próxima edição será apresentado a segunda parte sobre o tema onde discorreremos sobre a questão da atividade meio x atividade fim e a inconstitucionalidade da Súmula 331 do Tribunal Superior do Trabalho.

Responsabidade dos Advogados no Mercado de Capitais A responsabilização administrativa dos advogados por não evitar e/ou contribuir com fraudes no mercado de capitais é prática recorrente nos EUA desde a promulgação da Lei Sarbanes-Oxley ( SOX ), em 30 de julho de 2002. No Brasil, já se percebe movimentação investigativa da CVM mais intensa nesse sentido, o que requer atenção das companhias na escolha dos seus assessores jurídicos. Luciana Simões Rebello Horta AAA/SP - lsimoes@albino.com.br A atuação dos advogados no mercado de capitais é de suma importância, não só para o processo de abertura do capital das empresas e emissão dos seus ativos como, também, para a estruturação de operações, acompanhamento das suas obrigações administrativas, revisão das informações periódicas e eventuais e, sobretudo, avaliação dos riscos envolvidos nas suas contingências. É o trabalho dos advogados, na maioria dos casos invisível, que viabiliza as decisões dos administradores, desde a sua fase de aprovação e divulgação ao mercado até a sua execução, propriamente dita. Mais do que isso, a assessoria jurídica nesta área é fundamental para o processo de Governança Corporativa da companhia, a começar pela gestão jurídica dos seus riscos e adequação das suas regras de compliance. Essa é uma realidade assente na doutrina norte americana que, motivados pelo caso da empresa Enron, em 2002 o mais emblemático caso norte-americano de fraude contábil relacionado à gestão da companhia e sua assessoria jurídica deficitária previram na sessão 307 da Lei Sarbanes-Oxley ( SOX ), de 30.7.2002, regras gerais sobre a necessidade de padrões mínimos a serem estabelecidos para a conduta profissional dos advogados e a sua eventual responsabilização. De acordo com essas regras, seguidas internacionalmente por outros mercados que não somente o americano, deve a companhia se cercar de advogados aptos a alertar sobre as possíveis evidências de violação à legislação e, caso os seus diretores não respondam adequadamente a essas evidências, cabe ao advogado, inclusive, alertar os conselheiros e auditores da companhia sobre essas questões.

2 Para a doutrina americana, as seguintes categorias de profissionais são consideradas como gatekeepers do mercado, por auxiliarem o processo decisório, informacional e de condução da gestão das companhias: 1. Auditores; 2. Contadores; 3. Advogados; 4. Analistas; e 5. Agências de Classificação de Risco. No Brasil a fiscalização ainda é incipiente, pois não existe nenhuma previsão regulamentar semelhante. A primeira referência sobre o papel dos gatekeepers foi o voto proferido pelo Diretor Pedro Marcilio de Sousa no PAS CVM nº 12/2004, em 01.8.2006, que não avaliou a conduta dos advogados, porém, se utilizou do papel funcional do gatekeeper para analisar a conduta dos intermediários do mercado, como um dos pilares necessários à confiança e respeitabilidade do mercado de valores mobiliários, atuando como agentes asseguradores do cumprimento das regras estabelecidas por terceiros. Apesar disso, percebe-se que a atuação investigativa da CVM tem se preocupado cada vez mais com a repercussão da atuação dos gatekeepers no Brasil, na medida em que tem buscado inquirir esses prestadores de serviço a apresentar quais os critérios técnicos e profissionais adotados na assessoria à companhia suspeita de cometimento de irregularidade. Esse cenário reforça a preocupação das companhias, gestoras e demais intermediários em escolher assessores jurídicos tecnicamente habilitados e aptos a se dedicar com exclusividade às questões dos seus clientes perante os órgãos reguladores. Trata-se, portanto, de fator cada vez mais determinante no sucesso e lisura das estruturas e operações no mercado de capitais.

A Exclusão de Acionistas A legislação regula duas hipóteses de exclusão. No entanto, não regula a dissolução parcial, ainda que venha sendo aceita pela jurisprudência. Silvia Helena Bernaldo AAA/SP - sbernaldo@albino.com.br A lei 6.404/76, LSA., diploma que rege a sociedades anônimas no Brasil, disciplina as hipóteses de exclusão de acionistas: (i) resgate de ações (artigo 44 da LSA); ou, (ii) casos de venda forçada de ações de acionista remisso (aquele que deixa de integralizar a parte que lhe cabe no capital social da Companhia, na forma e prazo determinados por todos os acionistas artigo 107 da LSA). Destaque-se que existe a figura do reembolso de ações. Entretanto, diferentemente das situações acima, nas quais a companhia é que decide pela exclusão, no reembolso, a retirada ocorre por vontade do próprio acionista dissidente de Assembleia que, por maioria, tenha aprovado uma ou mais deliberações constantes das matérias taxativamente elencadas no art. 136 da LSA. Como exemplo das formas mais comuns de reembolso, pode-se tomar as operações de cisão, fusão e incorporação de uma companhia por outra, nas quais um acionista, dissidente do voto da maioria, tem o direito de retirar-se, mediante reembolso do valor de suas ações, desde que as ações dessa sociedade não tenham liquidez ou dispersão no mercado. Como visto, a retirada (como é o caso do reembolso ato unilateral do próprio acionista e não dos demais acionistas ou companhia) não se enquadra nas hipóteses de exclusão, de acordo com o que determina a LSA. Assim, as únicas formas expressamente previstas na LSA para exclusão de acionista, sejam em companhias de capital aberto ou fechado, são i) o resgate; e/ou ii) as situações de venda de ação de sócio remisso. Ocorre que uma modalidade que não se encaixa nas situações supra mencionadas também merece ser verificada que é a possibilidade de exclusão de acionista gerada em hipóteses de quebra de affectio societatis em sociedades anônimas. Tema que permanece com ressalvas, pois, em que pese doutrina e jurisprudência já terem se pronunciado a respeito, tal ponto ainda conserva aspecto controverso em razão da lacuna na lei societária.

2 É bem verdade que existe posicionamento do Superior Tribunal de Justiça, STJ, a favor da dissolução parcial com a retirada, judicialmente, de acionista de sociedade anônima de capital fechado, na qual prevaleça o caráter de sociedade contratual, isto é, intuito persona. Note-se que a aceitação da dissolução parcial (que não é sinônimo de exclusão judicial de acionista) em sociedades anônimas de caráter personalista está intimamente ligada com o ideal de manutenção das companhias, tendo em vista a necessidade de conservação da empresa como agente econômico gerador de emprego e renda. Este é o princípio norteador maior, ou seja, a preservação da empresa, pela própria função social desempenhada por este ente na sociedade. Assim, ainda que dissolução parcial e exclusão judicial de acionista não sejam sinônimos, vem se concluindo pela possibilidade da aplicação da exclusão em companhias de capital fechado de caráter personalíssimo, uma vez que: i) o STJ admite a dissolução parcial neste tipo de companhia, viabilizando a retirada de um acionista em hipóteses diversas daquelas estipuladas na Lei societária; e, ii) o Código Civil determina que nas omissões da Lei especial, isto é, nas omissões da LSA, sejam aplicadas às sociedades anônimas as disposições do citado código que, por sua vez, regra as hipóteses de dissolução parcial e exclusão de sócio que esteja turbando o cotidiano das sociedades disciplinadas pela lei civil. Assim é que o presente artigo defende a possibilidade de exclusão judicial de acionista de sociedade anônima de capital fechado, desde que se esteja presente a quebra da affectio societatis, aliado à falta grave no cumprimento de suas obrigações, uma vez que não basta o mero desentendimento entre os membros de uma companhia, mas também a presença, por parte do acionista a ser excluído, de comportamento que coloque em risco a atividade empresarial e a própria função social da companhia como um todo. Diante de todo o exposto, aliado ao posicionamento dos tribunais pátrios em aceitarem a dissolução parcial, concluímos pela possibilidade da exclusão judicial de acionista que coloque em risco a continuidade dos negócios nas sociedades anônimas fechadas com perfil personalista.

A PNAD e o Saneamento A ultima pesquisa PNAD, recém concluída, mostra números desalentadores em matéria de Saneamento Básico. Pouco mais da metade da população tem esgoto coletado e deste a maioria não é tratado. Trata-se de desafio a ser superado o mais breve possível. Vitor Amuri Antunes AAA/SP - vantunes@albino.com.br Na última sexta-feira, 19, após correções em dados que haviam sido publicados no dia anterior, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números consolidados do PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizado em 2013. O resultado da pesquisa põe à prova a efetividade das medidas adotadas há quatorze anos, com a edição da Lei Federal n.º 11.445/07, que instituiu a Política Nacional de Saneamento Básico. Na ocasião, tendo em vista a premente e secular necessidade de universalização do acesso ao sistema público de saneamento, foram instituídos diversos mecanismos de reorganização do setor, principalmente com vistas a incentivar o efetivo exercício das funções de planejamento e regulação dos serviços (vide, por exemplo, a exigência de formulação de Plano de Saneamento Básico no âmbito de cada ente federativo, bem como a necessidade de normatização da regulação dos serviços, como condições para delegação dos serviços). Nesse sentido, desde a entrada em vigor da Lei de Saneamento, diversos foram os entes municipais que, diante do encerramento dos contratos assinados na década de 70 junto às Companhias Estaduais de Saneamento, reorganizaram a prestação destes serviços, delegando, por vezes, funções a outros entes (por exemplo, a regulação a Consórcios Públicos Intermunicipais), e atribuindo sua prestação, freqüentemente, a agentes especializados, por meio de formas de delegação como a Concessão, as

2 Parcerias Público-Privadas e a Locação de Ativos, de modo a viabilizar investimentos tendentes a ampliar o atendimento à população. Ocorre, entretanto, que os números divulgados no âmbito do PNAD 2013 revelaram a existência, ainda, de expressiva lacuna quanto à população atendida pelos serviços de saneamento básico. Mais especificamente, os serviços de coleta de esgotos sanitários. Ao passo que estados mais ricos, como São Paulo e Rio de Janeiro, apresentam números expressivos de atendimento em esgotamento sanitário (92,3% e 80,4% da população, respectivamente), em outras unidades federativas a ligação da população à rede pública coletora de esgotos é praticamente insignificante. Veja-se, por exemplo, o caso de Rondônia (9,9% de cobertura), Pará (6,8%), Amapá (3,2%) ou, ainda, o pior dos índices: Piauí, com atendimento de apenas 1,8% da população. Também em perspectiva macro o resultado deixa a desejar. Ao todo, apenas 58,2% da população brasileira tem acesso ao sistema público de coleta de esgotos sanitários. Vale ressaltar que a pesquisa refere-se ao atendimento quanto ao serviço de coleta de esgotos. Após esta etapa, é ainda necessário o efetivo tratamento do material, antes de seu lançamento ao meio ambiente. Nesse sentido, vale ressaltar a estreita relação entre a adequação da prestação de tais serviços e os níveis de saúde pública. A inexistência de rede coletora de esgotos sanitários consiste, sabidamente, em um dos principais fatores para proliferação de doenças, em decorrência do contato da população com agentes patogênicos aos quais não se dá correta destinação. Dessa forma, num ambiente eleitoral de intensas discussões quanto a prioridades, em termos de políticas públicas tendentes à satisfação de necessidades

3 básicas da população, parece que os números trazidos pelo PNAD 2013 deixam evidente a carência de maior atenção ao setor de esgotamento sanitário; mais que satisfação de utilidade essencial à vida humana civilizada, os investimentos direcionados ao acesso ao sistema público de coleta de esgotos tendem, por via reflexa, a diminuir a demanda por atenção hospitalar outro conhecido gargalo da infraestrutura social.

Novidades Legislativas 08.09.2014 à 22.09.2014 União Federal Data Normativo Ementa 12/09/2014 Decreto 8.304/2014 Regulamenta a aplicação do Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras Reintegra. Receita Federal Data Normativo Ementa Disciplina os arts. 1º, 2º e 4º a 75 da Lei nº 12.973, de 13 de maio de 2014, que altera a legislação tributária 19/09/2014 18/09/2014 Instrução Normativa RFB 1.493/2014 Instrução Normativa RFB 1.492/2014 federal relativa ao Imposto sobre a Renda das Pessoas Jurídicas (IRPJ), à Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), à Contribuição para o PIS/Pasep e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e que revoga o Regime Tributário de Transição (RTT), instituído pela Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a Instrução Normativa RFB nº 1.397, de 16 de setembro de 2013, que dispõe sobre o Regime Tributário de Transição (RTT) instituído pelo art. 15 da Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009.

Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Data Normativo Ementa 15/09/2014 15/09/2014 Ofício- Circular 004/2014 Ofício- Circular 003/2014 Orientação aos administradores de fundos de investimento quanto ao preenchimento do item 11 do Anexo V (Perfil Mensal) da Instrução CVM no 409/04 acrescido pelo artigo 3º da Instrução CVM no 512/11. Ofício-Circular objetivando informar às companhias incentivadas, que para manutenção do registro atualizado, a partir de 01/10/2014 poderão ser enviadas as informações periódicas eventuais por intermédio da página da CVM ou da BM&FBovespa na rede mundial de computadores.