PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: DESCORTINANDO CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS

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Transcrição:

PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE: DESCORTINANDO CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS Mirella Shayanne Barbosa Vital 1 EBSERH mirella.vital@ebserh.gov.br Paulyne Souza Silva Guimarães 2 UFAL paulyne.guima@gmail.com Tipo de Apresentação: < Pôster> Resumo: Introdução: Os problemas ambientais causados pelo homem provêm da utilização de forma inadequado do meio ambiente. Os resíduos hospitalares, se descartados sem o devido tratamento ou sem a observância das leis existentes, podem constituir perigo à população, aos profissionais de saúde e aqueles que participam do manejo dos mesmos. Nos hospitais, esse tema cria enormes proporções quando discutido sob o foco da saúde do trabalhador. É importante e necessária a formação e a capacitação de profissionais de saúde qualificados e conscientes do manuseio dos resíduos gerados, para formar cidadãos críticos, com posturas mais éticas e comprometidas com a sustentabilidade socioambiental. Objetivo: Descortinar o conhecimento dos Coordenadores de Enfermagem sobre os Resíduos de Serviços de Saúde. Método: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo relato de experiência, desenvolvido em um Hospital Público de Ensino, situado em Maceió- AL, único na esfera Federal, no período de agosto e setembro de 2017. Foi elaborado um questionário semiestruturado contendo perguntas referentes ao gerenciamento de resíduos. Resultados: Os dados foram coletados através de entrevistas a 29 Coordenadores de enfermagem. A análise dos dados demonstrou que 96% dos entrevistados eram do sexo feminino, 86% possuem pelo menos pós-graduação, 45% estão na profissão a mais de 15 anos, 93% já ouviram falar em gerenciamento de resíduos, porém apenas 55% disseram saber classificá-los e somente 25% souberam segregá-los da maneira correta. Conclusão: Constatou-se que o conhecimento dos Coordenadores acerca da temática era principiante, colaborando para que impactos negativos no meio ambiente fossem gerados. Portanto, faz-se necessário investimentos em processo de educação permanente, contribuindo para a consolidação de valores ambientais, promovendo qualidade de vida associada à preservação e a sustentabilidade. Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos; Resíduos de Serviços de Saúde; Enfermeiras Administradoras. 167

1. Introdução A origem humana, que, de acordo com Donaire (1999), está intrinsecamente ligada a produção de lixo, que nos primórdios da vida terrestre eram somente excretas corporais e restos de alimentos. Entretanto, com o passar da evolução terrestre, o homem passou a participar de uma dinâmica global ligada a produção exponencial de resíduos. Frente a isso, há uma preocupação constante com o gerenciamento de resíduos, que se não for feito de forma correta, acarreta vários problemas ambientais, como poluição do solo, da água e do ar, todavia, avanços científicos e tecnológicos vêm mostrando novos caminhos para a destinação dos resíduos aliados à preservação da qualidade da saúde pública e ao meio ambiente. Para Luna (2001) os problemas relativos aos resíduos sólidos, especificamente, os relacionados à geração e ao destino final constituem, sem dúvida alguma, um dos grandes desafios a serem equacionados pela sociedade. Os Resíduos de Serviços de Saúde (RSS) de acordo com Resolução CONAMA, no seu art. 358 de 29 de abril de 2005, são todos aqueles resultantes de atividades exercidas por estabelecimento de saúde, por suas características, necessitam de processos diferenciados no manejo, exigindo ou não um tratamento prévio para a disposição final, a fim de evitar impactos na sociedade. Conforme Resolução RDC nº 306, o gerenciamento de resíduos é o conjunto de atividades técnicas e administrativas aplicáveis ao manuseio, à minimização da geração, à segregação na origem, à coleta, ao acondicionamento, ao transporte, ao armazenamento, ao tratamento, ao controle, ao registro e à disposição final dos resíduos. Segundo Almeida e Amaral (2005) acredita-se que o manejo inadequado dos RSS, vem contribuindo para a agressão ao meio ambiente, necessitando nos trabalhadores de saúde, em especial a equipe de enfermagem, promover discussão e sensibilização, bem como uma nova postura ética, de renovação de valores, cidadania, compromisso com o social, num entendimento de que tudo está interligado, implicando em uma nova consciência, comprometimento e responsabilidade nas ações. É importante salientar que a preocupação com o gerenciamento dos RSS pode ser considerada recente no contexto hospitalar, pois somente com a publicação da RDC nº 306 ficou determinado que todo gerador de RSS deve elaborar um Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde - PGRSS baseado nas características de tais resíduos e em sua classificação. Nesse sentido, torna-se relevante problematizar essa questão, num entendimento de que, para implantar técnicas de gerenciamento de resíduos nas diferentes fontes geradoras, faz-se necessário um investimento em todos os profissionais que atuam nos âmbitos da saúde, de forma a prepará-los e instrumentalizá-los para lidar com essa questão. Nesse cenário, o Hospital Universitário Prof. Alberto Antunes - HUPAA não pode ficar alheio a essas mudanças. É a partir dessa consideração que surgiu a pergunta norteadora da pesquisa: Qual o conhecimento dos Coordenadores de Enfermagem sobre os Resíduos de Serviços de Saúde e o correto gerenciamento? 168

2. Referencial Teórico No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em sua Resolução (RDC) n 306/04 e o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) com a Resolução 358/05, são órgãos que dispõe sobre a Legislação dos RSS. O PGRSS é regulamentado pela ANVISA, na Resolução acima citada, e abrange todos os geradores de RSS, determinando todas as suas etapas: planejamento, manejo, segregação, acondicionamento, identificação, transporte interno, armazenamento temporário, tratamento, armazenamento externo, coleta, transporte externo e destinação final, além de normatizar os recursos físicos, materiais e as obrigatoriedade da capacitação dos indivíduos envolvidos no manejo desses resíduos (BRASIL, 2004). A legislação voltada para o correto manejo dos resíduos se tornou mais completa com a aprovação da Lei 12.305 referente a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), englobando os RSS. Essa lei consiste no envolvimento de diferentes órgãos da administração pública e da sociedade civil com o propósito de realizar a limpeza urbana, a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos sólidos, melhorando a qualidade de vida da população, levando em consideração as características das fontes de produção, o volume e os tipos de resíduos, as características sociais, culturais e econômicas dos cidadãos e as peculiaridades demográficas, climáticas e urbanísticas locais. Vale ressaltar que a gestão e o gerenciamento dos resíduos sólidos buscam atender aos objetivos do conceito de prevenção da poluição, evitando-se e/ou reduzindo a geração de resíduos e poluentes prejudiciais ao meio ambiente e à saúde pública. Destaca-se ainda, que um dos principais objetivos destacados pela Lei 12.305/2010 é a hierarquia de prioridades para a gestão e o gerenciamento de resíduos, que envolvem a não geração, redução, reutilização, o tratamento e a disposição ambientalmente adequada dos rejeitos (BRASIL, 2010). Conforme ORTIGOZZA (2003) o consumo sustentável deve ser realizado como uma das possibilidades de minimização dos impactos gerados pelos resíduos sólidos no meio ambiente, mas para que haja efetivo resultado se faz necessário criar mecanismos de redução desta geração, o que sem dúvidas, se inicia com mudanças comportamentais nas relações de consumo. 3. Metodologia Trata-se de um projeto de intervenção sobre o PGRSS e o conhecimento dos Enfermeiros Coordenadores de Enfermagem a esse respeito. O local de aplicação do referido projeto será o Hospital Universitário Alberto Antunes (HUPAA), sendo este um Hospital Público de Ensino, situado em Maceió- AL, único na esfera Federal. Possui o PGRSS, no qual desde 2016 tem como Responsável Técnico uma enfermeira. O procedimento para coleta dos dados será a aplicação de um formulário de entrevista semiestruturado que no primeiro momento será abordado as questões sociodemográficas. Logo após, serão efetuadas questões no intuito de responder ao objetivo proposto. O questionário será aplicado em reunião da Comissão Técnica de Coordenadores de Enfermagem (CTCENF) em 12 de setembro de 2017, conforme agendado em acordo com a Divisão de Enfermagem. 169

4. Resultados e Discussões Os dados foram coletados através de entrevistas a 29 Coordenadores de enfermagem. A análise dos dados demonstrou que 96% dos entrevistados eram do sexo feminino, a faixa etária predominante foi entre 29 e 38 anos (48%), 86% possuem pelo menos pós-graduação, 45% estão na profissão a mais de 15 anos. Em relação a temática abordada, 93% já ouviram falar em gerenciamento de resíduos, 100% consideram importante o papel do enfermeiro no plano de gerenciamento, porém apenas 55% disseram saber classificá-los e somente 25% souberam segregá-los da maneira correta. Conclusão: Constatou-se que o conhecimento dos Coordenadores acerca da temática era principiante, colaborando para que impactos negativos no meio ambiente fossem gerados. Portanto, faz-se necessário investimentos em processo de educação permanente, contribuindo para a consolidação de valores ambientais, promovendo qualidade de vida associada à preservação e a sustentabilidade. 5. Considerações finais O presente estudo possibilitou analisar as percepções dos Coordenadores de enfermagem acerca da questão ambiental. Constatou-se que o conhecimento destes profissionais acerca da temática era principiante, colaborando para que impactos negativos no meio ambiente fossem gerados. E que o papel do enfermeiro frente às questões ambientais, deve envolverse com ações educativas relacionadas à educação ambiental com vistas à conscientização desses profissionais e dos pacientes. Portanto, faz-se necessário investimentos em processo de educação permanente, contribuindo para a consolidação de valores ambientais, promovendo qualidade de vida associada à preservação e a sustentabilidade. Referências ALMEIDA, R. A. J.; & AMARAL, S. P. Gerenciamento ecologicamente correto de resíduos como diferencial de mercado em unidades de serviços de saúde. In: SIMPOSIO DE ENGENHARIA DE PRODUCAO, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004 Resíduos Sólidos classificação. Rio de Janeiro: ABNT,2004. BRASIL, Lei N 12.305 de 02 de agosto de 2010 - Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). DONAIRE, Denis. Gestão Ambiental na Emprebsa. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1999. LUNA FILHO, Eury P. A Coleta e a Disposição Municipal de Resíduos Sólidos: Gestão Integrada. Aspectos Administrativos, Jurídicos e Gerenciais. Brasília: 2001. 170

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº306 de 07 de dez. 2004. Dispões sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF, 2004. ORTIGOZA, S.A.G. Do consumo dirigido ao consumo sustentável: uma abordagem geográfica da questão. IX RCSP, Rio Claro- SP, 2003. 171