Exmo(a). Senhor(a) Doutor(a) Juiz de Direito do Tribunal Judicial de Vila Nova de Famalicão 3º Juízo Cível Processo nº 820/12.3TJVNF V/Referência: Data: Nuno Rodolfo da Nova Oliveira da Silva, Economista com escritório na Quinta do Agrelo, Rua do Agrelo, nº 236, Castelões, em Vila Nova de Famalicão, contribuinte nº 206 013 876, Administrador da Insolvência nomeado no processo à margem identificado, vem requerer a junção aos autos do relatório a que se refere o artigo 155º do C.I.R.E., bem como os respectivos anexos (lista provisória de créditos e inventário). P.E.D. O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Castelões, 14 de Maio de 2012 Página 1
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) I Identificação do Devedor Transportes Pereira & Milheirão, Lda., sociedade comercial por quotas, com sede social na Rua Santa Maria, nº 104, Bragadela, freguesia de Ribeirão, concelho de Vila Nova de Famalicão, com o NIPC 508 307 244, tendo por objecto social a prestação de serviços de transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem e serviços de edição e publicidade. A sociedade, constituída em 16 de Novembro de 2007, encontra-se matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Vila Nova de Famalicão sob o nº 508307244 e tem actualmente a seguinte estrutura societária: Sócios Valor da Quota Ana Paula dos Santos Milheirão 25.000,00 Ana Paula dos Santos Milheirão 25.000,00 Total do Capital Social 50.000,00 A gerência da sociedade insolvente está atribuída à sócia Ana Paula dos Santos Milheirão desde a data de constituição da sociedade. Entre esta mesma data e 11 de Fevereiro de 2010 foi também gerente da sociedade Diana Raquel Fernandes Pereira (que também foi até esta data sócia). É necessária a intervenção de um gerente para obrigar a sociedade. Código da certidão permanente: 8884-5708-2004 II Actividade do devedor nos últimos três anos e os seus estabelecimentos (alínea c) do nº 1 do artigo 24º do C.I.R.E.) A sociedade insolvente actualmente tem o seu estabelecimento no local a que corresponde a sua sede social. O local em causa é propriedade da sua sócia e gerente. A sociedade iniciou a sua actividade em 2007, tendo como actividade principal transportes rodoviários de mercadorias por conta de outrem. Em de 2008 surge a oportunidade de se dedicar a mais uma actividade, a publicidade, com o intuito de expandir a empresa e facilitar a liquidez, uma vez que no ramo dos transportes os prazos de pagamento são muito extensos e tardios, o que não acontecia na publicidade. Página 1
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) Apesar de ser uma única empresa, foi feita uma separação nas actividades, optando por a sócia e gerente Ana Paula Santos Milheirão gerir a actividade dos transportes e a então sócia e gerente Diana Raquel Fernandes Pereira gerir a da publicidade. A actividade da publicidade, consistia em elaborar guias turísticos e publicitários do tecido empresarial das diversas regiões do país. Para isso adquiriu 9 viaturas comerciais ligeiras e duas máquinas fotocopiadoras, aquisições feitas através de contratos de créditos e de locação financeira, dando assim início à expansão da actividade. Em meados de 2009, ano de eleições autárquicas, as respectivas autarquias não emitiam credenciais para o exercício da actividade, das quais dependiam para visitar os potenciais clientes do tecido empresarial, motivo que causou um decréscimo no volume de negócios, acabando por conduzir a sociedade ao incumprimento das suas obrigações. Em finais de 2009 as sócias, após análise da situação da empresa, propuseram a restruturação da actividade da publicidade pois o investimento tinha sido muito elevado face aos proveitos da actividade publicitária e esta começava a pesar junto da actividade dos transportes, ao contrário do que era inicialmente pretendido. Foi proposto a diminuição de encargos, tais como a redução da frota automóvel, eventualmente usar parte da frota da publicidade para renovar a frota dos transportes. Não havendo consenso entre as sócias quanto ao que fazer e como fazer, foi decidida a saída da sócia Diana Raquel Fernandes Pereira, que iria constituir uma outra sociedade vocacionada para a publicidade e que assumiria os encargos relacionados com esta actividade. Este compromisso não foi cumprido pela sócia Diana Raquel Fernandes Pereira e não tendo a sociedade capacidade para cumprir todos os contratos de crédito e de locação financeira, decidiu entregar a viaturas e as máquinas fotocopiadoras, pensando que seriam vendidos por um valor justo e no final o remanescente seria renegociado, libertando assim encargos e moras para poder continuar a laborar na sua actividade principal. Tal não aconteceu, os carros foram vendidos por valores reduzidos e no caso das máquinas fotocopiadoras não foram retomadas. Página 2
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) A sociedade tentou renegociar o seu passivo junto das instituições financeiras mas sem sucesso, face às dificuldades de acesso a novos créditos e à situação de mora em que se encontrava. Esta situação conduziu a que em Dezembro de 2011 as contas bancárias da sociedade fossem penhoradas no âmbito de um processo judicial, condicionando de forma significativa a sua actividade. Com efeito, a existência de alguns clientes incobráveis, a aquisição de uma viatura com defeitos de fabrico que originou custos de manutenção elevados e uma coima avultada por excesso de peso numa viatura em circulação, foram situações que levaram a sociedade a uma situação de asfixia financeira. Uma das formas que a sociedade encontrou para reduzir custos, foi recorrer a mão-de-obra subcontratada de acordo com os serviços de transporte que tem de realizar. Desta forma, a sociedade reduziu substancialmente os seus custos com o pessoal. O volume de negócios e o resultado líquido da sociedade têm sido os seguintes: Ano 2008 2009 2010 2011 Volume de Negócios 155.577,96 301.310,45 150.376,07 91.671,13 Resultado Líquido 1.112,98-38.137,06 473,21 Nem sempre maior volume de negócios é sinónimo de melhores resultados. Sem dúvida que a incursão na área da publicidade foi uma (muito) má opção, já que não houve a ponderação necessária sobre o volume de investimento a ser feito e sua forma de financiamento. A incapacidade da sociedade em renegociar os contratos celebrados ditou o seu estrangulamento financeiro e suas actuais dificuldades. III Estado da contabilidade do devedor (alínea b) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Foi solicitado à Técnica Oficial de Contas da sociedade, Dra. Lúcia Neves, informação contabilística sobre o exercício de 2011. Até à data da elaboração deste Página 3
Relatório (artigo 155º do C.I.R.E.) relatório nenhum elemento foi facultado, apesar do compromisso assumido de envio da mesma. Assim, o signatário encontra-se impedido de emitir opinião sobre o estado da contabilidade da sociedade insolvente. IV Perspectivas futuras (alínea c) do nº 1 do artigo 155º do C.I.R.E.) Apesar de todas as dificuldades, a sociedade mantém-se em actividade e pretende regularizar o seu passivo. Para tal é imperioso a manutenção da sua actividade, pois essa é a única forma que tem de libertar meios para colocar ao serviço da sua dívida, já que não dispõe de outros activos que possa colocar à disposição dos credores. Esta é a vontade férrea da sua sócia, que acredita no futuro da sociedade e na capacidade desta honrar os compromissos que assumiu. Assim, entendo que os credores deverão: a. Determinar a manutenção da actividade do estabelecimento do devedor e, consequentemente, determinar a suspensão da liquidação e partilha da massa insolvente, b. Cometer ao devedor o encargo de elaborar o plano de insolvência em prazo a fixar na assembleia de credores; c. Cometer ao devedor a administração do estabelecimento compreendido na massa insolvente, e, posteriormente, ser designada a data para a realização da assembleia de credores para discutir e votar a proposta de plano de insolvência apresentada pela sociedade insolvente, nos termos previstos no artigo 209º do Código da Insolvência e da Recuperação de Empresa. Castelões, 14 de Maio de 2012 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 4
Lista Provisória de Credores (Artigo 154º do C.I.R.E.)
Insolvência de "Transportes Pereira & Milheirão, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Auto Ribeirense, Lda 1 Rua de S. Mamede, 230 4760 725 Ribeirão 388,04 388,04 0,2237% Mandatário Banco Banif Mais, S.A. Tomaz Andrade Rocha, Dr. 2 Avenida 24 de Julho, nº 98 20.116,24 20.116,24 11,5966% Av. Fontes Pereira de Melo, nº 3 9º Dto. 1200 870 Lisboa 1069 108 Lisboa NIF / NIPC: 500 280 312 Banco Credibom, S.A. 3 Av. General Norton de Matos, 71 3º 7.600,40 7.600,40 4,3815% 1495 146 Miraflores Algés Banco Espírito Santo, S.A. 4 Av. da Liberdade, 195 1250 142 Lisboa 550,59 550,59 0,3174% Banco Primus, S.A Filipa Ruano Pinto, Drª 5 Quinta da Fonte D. João I, 1º andar Sala A 27.380,89 27.380,89 15,7845% Rua General Firmino Miguel nº 5 11º 2780 000 Paço de Arcos 1600 100 Lisboa NIF / NIPC: 506 178 129 NIF: 219 928 142 Banco Santander Consumer Portugal, S.A. Madalena Costa Ferreira, Drª 6 Rua Castilho nº 2/4 1.796,56 6.062,96 1.796,56 6.062,96 1,0357% Av António Augusto Aguiar, 11 R/C Esq. 1269 073 Lisboa 1050 010 Lisboa NIF / NIPC: 503 811 483 NIF: 146 844 939 7 Banif Banco Internacional do Funchal, S.A. Rua de João tavira, nº 30 9004 509 Funchal 1.380,00 1.380,00 0,7955% Caixa Económica Montepio Geral 8 Rua Áurea, 219 241 Apartado 2882 1122 606 Lisboa 6.953,07 6.953,07 4,0083% Fazenda Nacional 9 701,23 701,23 0,4042% Magistrado do Ministério Público Finicrédito Instituição Financeira de Crédito S.A. Jorge Ferraz, Dr. 10 Rua Júlio Dinis 158 160 2º 45.451,83 45.451,83 26,2021% Rua Teixeira Lopes nº 191 2º 4050 318 Porto 4400 320 Vila Nova de Gaia NIF / NIPC: 502 774 312 NIF: 208 672 710 11 Fuel Iberia S. L. U. C/ Serrano, 21 1º 0028 001 Madrid España 2.695,00 2.695,00 1,5536% GE Consumer Finance I.F.I.C. Instituição Financeira de Crédito, S.A. Rui Calvet Ricardo, Dr. 12 Quinta da Fonte Edf. D. José, Piso 0 23.512,01 23.512,01 13,5542% Av. António Augusto Aguiar, 11 R/C Esq. 2780 730 Paço de Arcos 1050 010 Lisboa NIF / NIPC: 501 211 128 NIF: 197 592 791 13 Imotrans, Lda Rua de Penacorvo, nº 54 149,00 149,00 0,0859% Instituto da Segurança Social, I.P. Paulo Correia, Dr. 14 Praça da Justiça 117,23 3.798,64 3.915,87 2,2574% Praça da Justiça 4714 505 Braga 4714 505 Braga NIF / NIPC: 505 305 500 NIF: 147 853 664 Interpev Segurança, Higiene e Saúde de Trabalho, Lda. Ana Isabel Ginja, Drª 15 Alameda Pêro da Covilhã, Lote 3 R/Ch 151,33 151,33 0,0872% Alameda Pêro da Covilhã, Lote 3 R/Ch 6200 507 Covilhã 6200 507 Covilhã NIF / NIPC: 507 072 065 NIF: 220 186 065 Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 1 de 2
Insolvência de "Transportes Pereira & Milheirão, Lda" Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) # Identificação do Credor Montante dos Créditos e sua Natureza Valor do Crédito Garantidos Privilegiados Comuns Subordinados Sob Condição C/ Voto S/ Voto % Fundamento Lúcia Maria Paiva Neves 16 Rua do Portão Preto, 113 4785 365 Trofa 1.894,20 1.894,20 1,0920% Mandatário Petrogomes Combustiveis, Lda 17 Lugar do Quintão Muro 4785 000 Trofa 625,83 625,83 0,3608% RCI Banque Sucursal Portugal Paulo Ferraz, Dr. 18 Rua Dr. José Espírito Santo, Lote 12 E 17.593,70 17.593,70 10,1424% Rua Rainha D. Estefânia, 246 6º 1950 096 Lisboa 4150 303 Porto NIF / NIPC: 980 190 401 TMN Telecomunicações Móveis Nacionais, S.A. 19 Av. Álvaro Pais, 2 1.661,14 1.661,14 0,9576% 1649 041 Lisboa Vodafone Portugal Comunicações Pessoais, S.A. 20 Av. D. João II, Lote 1.04.01, 2º Piso, Parque das Nações 1990 083 Lisboa 8.852,17 8.852,17 5,1031% ZON TV CABO Portugal, S.A. 21 Av. 5 de Outubro, nº 208, 10º 1059 203 Lisboa 97,30 97,30 0,0561% 22 Total 117,23 173.349,17 6.062,96 173.466,40 6.062,96 100,0000% O Administrador da Insolvência 14 de Maio de 2012 (Nuno Oliveira da Silva) Elaborado por Nuno Oliveira da Silva Lista Provisória de Credores (nº 1 do artigo 154º do C.I.R.E.) - Folha 2 de 2
Inventário (Artigo 153ºdo C.I.R.E.)
Inventário (artigo 153º do C.I.R.E.) Relação dos bens e direitos passíveis de integrarem a massa insolvente: I - Bens cuja propriedade pertence à sociedade insolvente: Equipamento de escritório: 1. Secretária de canto, 1 cadeira c/ apoio braços, 2 pequenas estantes, 1 móvel de apoio c/portas, 1 computador "Our PC", 1 impressora multifunções HP II - Bens cuja propriedade não pertence à sociedade insolvente: Equipamento de Transporte: 2. Ligeiro de mercadorias da marca Citroên, modelo Jumper, com matricula 06- GR-33, adquirida em 28-10-2008, sobre a qual existe uma reserva de propriedade a favor de GE Consumer Finance, IFIC Instituição Financeira de Crédito, S.A. 3. Ligeiro de mercadorias da marca Mercedes, modelo 416 CDI, com matricula 87-66-ZO, adquirida em 23-05-2009, sobre a qual existe uma reserva de propriedade a favor de Banco Mais, S.A. 4. Ligeiro de mercadorias da marca Mercedes, modelo 515 CDI com a matrícula 36-FD-86, objecto do contrato de locação financeira nº 2007/050256/01 celebrado com o Banco Santander Consumer Portugal, S.A. 5. Ligeiro de mercadorias da marca Mercedes, modelo 315 CDI com a matrícula 16-FO-44, objecto do contrato de locação financeira com o nº 2008/002925/01 celebrado com o Banco Santander Consumer Portugal, S.A. Castelões, 14 de Maio de 2012 O Administrador da Insolvência (Nuno Oliveira da Silva) Página 1 de 1