O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO O F E R E C I M E N T O DO NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1229 - SEGUNDA-FEIRA, 22 / ABRIL / 2019 511 mi De Dólares já faturou Sebastian Vettel em premiação na Fórmula 1, o recordista da categoria segundo a Forbes Renda 'baixa' mostra desafio com Maracanã Na quinta-feira (18), a Odebrecht deixou oficialmente a gestão do Maracanã, e o estádio passou a ser gerido pela dupla Flamengo e Fluminense. No domingo (21), pela decisão do Campeonato Carioca, o time rubro- -negro fez o primeiro jogo com a nova responsabilidade. E, na bilheteria, que deverá representar a principal fonte de renda do empreendimento neste ano, o resultado mostrou que tornar a arena sustentável será um enorme desafio. POR REDAÇÃO Flamengo e Vasco jogaram para 48 mil pessoas, o que gerou uma renda de R$ 2,1 milhões. Mesmo com ingressos que partiam de R$ 32 para sócios-torcedores, tanto para flamenguistas quanto para vascaínos, o estádio não lotou; houve cadeiras vazias no setor destinado aos fãs da equipe de São Januário. Quem não era associado ao time teve que arcar com R$ 80, no mínimo, para estar no Maracanã. 1
A renda de R$ 2 milhões não pode ser considerada fraca no futebol brasileiro, mas é baixa ao considerar o outro principal mercado do Brasil. Em São Paulo, a Arena Corinthians recebeu 46,4 mil torcedores, mais de mil a menos que o Maracanã. O resultado da bilheteria, por outro lado, foi muito superior: R$ 5,1 milhões. Em Porto Alegre, no jogo entre Grêmio e Internacional, o faturamento também foi maior, com quase R$ 3 milhões para um público parecido, de 47,7 mil pagantes. Com os custos altos de manutenção, uma maior bilheteria será fundamental para a dupla Flamengo e Fluminense arcar com o Maracanã. Os custos fixos estão em R$ 2 milhões mensais, além de uma mensalidade de R$ 166 mil ao Governo do Estado. Nos últimos jogos, a operação do local tem passado de R$ 300 mil. Seja pela força econômica do mercado carioca, seja pelo costume do torcedor do Rio de Janeiro, os times da cidade têm dificuldade em encher estádios com ingressos caros, uma exigência em arenas que não conseguem render mais com outras propriedades, como camarotes e assentos VIP. É o caso do Maracanã. No Campeonato Brasileiro de 2018, o Flamengo conseguiu uma média de público fora do comum para os padrões nacionais, com 47 mil pessoas por partida. A renda bruta, no entanto, foi a mesma do Corinthians com 15 mil pessoas a menos. O Palmeiras, com 32 mil pessoas por jogo, faturou R$ 37 milhões. Para o Fluminense, a situação é ainda pior. No Brasileirão de 2019, a melhor renda do time no Maracanã foi na partida contra o Palmeiras, com 21,4 mil pessoas e renda de R$ 565 mil. Neste ano, contra o Flamengo pelo Carioca, o time resolveu aumentar o tíquete médio do jogo. Com a medida, a bilheteria passou dos R$ 800 mil, mas o público pagante não chegou a 22 mil pessoas.
OPINIÃO Futebol precisa se reconectar com povo POR ERICH BETING diretor executivo da Máquina do Esporte A polêmica do final de semana no futebol foi o veto que o Flamengo havia feito ao uso da expressão "Festa na Favela" em sua comunicação oficial. O caso gerou para o clube uma crise em rede social que aparentemente acabou sendo rapidamente contornada com a conquista de mais um título estadual. O episódio reforça um problema que tem se tornado cada vez mais comum no futebol mundial, que é o afastamento do esporte do povo. Característica fundamental para o seu sucesso, o esporte é o que há de mais democrático no entretenimento. Não existe distinção por raça, gênero ou classe social para a paixão pelo esporte. A música pode ser fenômeno popular, mas não é qualquer tipo de música que agrada a todos. O problema é que, com o desenvolvimento cada vez maior do esporte como negócio, a necessidade de gerar mais dinheiro começou a gerar uma exclusão de quem não tem poder de consumo. Na Europa e nos EUA, nos anos 90, o aumento de receita via TV a cabo e PPV já tinham Na Europa, ingressos caros fizeram deixado o público sem dinheiro distante. Com a construção dos estádios modernos, esse movimento acentuou-se ainda mais. Agora, é o Brasil quem passa por isso. Equilibrar as contas sem fechar as portas do futebol para o povo parece ser uma difícil tarefa a ser alcançada. Para piorar, movimentos dos próprios dirigentes em redes sociais criam ainda mais essa segregação. Na Inglaterra, após solucionar o problema com os hooligans, os dirigentes se deparam com uma nova crise. Como reaproximar o futebol das pessoas? A bilionária Premier League encanta aos olhos dos amantes da bola, mas se torna cada vez mais um objeto meramente de desejo de consumo, muito distante da realidade. O problema disso é que aos poucos o futebol vai se transformando em mais uma fonte de segregação das pessoas, gerando ainda mais ódio e discriminação. Não por acaso, movimentos de ultra direita vão se tornando cada vez mais comuns dentro dos estádios pela Europa. O ambiente que deveria ser de união se transforma ainda mais num pólo de exclusão das pessoas e de disseminação do preconceito. No Brasil, em que os clubes ainda não encontraram o equilíbrio entre valor do ingresso e presença de público nos estádios, temos uma ótima chance de mudar essa preocupante realidade. O estádio pode ser para o rico e para o pobre. Assim como o acesso ao clube. Para isso, temos de aprender cada vez mais com os alemães. Por lá, a regra é fazer do futebol um organismo democrático. Há espaço para todos. dos estádios um novo ambiente para a segregação e disseminação do ódio
São Paulo quebra "regra" e lança uniforme na final POR REDAÇÃO BRAHMA EXALTA FUTEBOL EM NOVA CAMPANHA A Brahma lançou uma nova campanha publicitária com foco no futebol. Com o tema "não é só futebol", a ideia é mostrar histórias de torcedores com o esporte de pano de fundo. A ideia da agência África junta vídeos reais que ganharam fama na internet e que mostram situações relacionadas ao futebol. Há, por exemplo, a história de guias-intérpretes que ajudaram um amigo com deficiência visual a acompanhar uma partida da Copa do Mundo. O São Paulo e a Adidas quebraram um costume do futebol brasileiro de não fazer a estreia de um novo uniforme antes de um jogo importante. O time jogou com uma inédita camisa 2 no último domingo (21), na partida contra o Corinthians, pela decisão do Campeonato Paulista. O costume de poupar a estreia em grandes eventos está na suposta superstição do torcedor. Se a camisa perder, ela dá azar. São Paulo e Adidas deixaram a questão em segundo plano e apostaram na alta exposição da partida decisiva. Por trás da estratégia estava o plano de vender mais na empolgação pelo título, o que não acontecerá; o São Paulo perdeu o jogo e viu a taça ficar com o Corinthians. A Adidas abrirá venda oficialmente nesta segunda-feira (22), um dia após a decisão do Paulistão. A camisa custará R$ 249, tanto para a versão masculina quanto para a feminina. "É uma satisfação trazer um novo uniforme tão inovador para a torcida são paulina, especialmente neste momento de decisão que vivemos", comentou em nota o presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva. Os principais destaques da camisa fazem referência à própria Adidas, fornecedora de material do time paulista. As listras pretas têm efeito em dégradé, que remetem à bola Telstar 18, usada na última Copa do Mundo. Além disso, o novo uniforme volta a colocar as três listras da empresa nos ombros da camisa. Atualmente, a vestimenta branca tem a região lisa, sem a marca da companhia alemã. COPA FEMININA BATE RECORDE DE VENDAS DE INGRESSOS A 50 dias do início da Copa do Mundo de Futebol Feminino 2019, a Fifa, em parceria com o Comitê Organizador Local, divulgou os números parciais das vendas de ingressos até o momento. Com mais de 720 mil bilhetes comercializados, o torneio já entra para a história do futebol feminino como recordista nesse quesito. De acordo com a entidade que comanda o futebol mundial, a partida de abertura da competição, entre França, dona da casa, e Coreia do Sul, no Parc de Princes, em Paris, no dia 7 de junho, já não tem mais ingressos disponíveis. O mesmo acontece para as duas semifinais e também para a final do torneio.
Fla adota 'favela' para estancar crise pré-final POR POR ERICH REDAÇÃO BETING O canto 'festa na favela' foi o tema do título carioca do Flamengo. A frase esteve no mosaico do estádio, no telão do Maracanã e em praticamente todas as mensagens do time nas redes sociais para celebrar o título. O uso da expressão foi, na verdade, uma resposta ao vazamento de que a nova diretoria do clube havia proibido o uso do termo 'favela' nas comunicações oficiais. A informação foi divulgada no site do "Extra", do grupo Globo, no sábado (20). A publicação vazou mensagens distribuídas no grupo de WhatsApp dos profissionais que cuidam das redes sociais do Flamengo. A justificativa era que o termo 'favela' estava associado à violência, relação de desagradou parte dos torcedores. A decisão foi tomada pela agência X-Tudo, que gere as redes sociais flamenguistas. A empresa foi contratada pela atual vice-presidência de comunicação do Flamengo. Gerente da conta do time, Diogo Rocha ainda acrescentou nas mensagens do grupo: "Temos que evitar qualquer tipo de segmentação". A orientação teria irritado parte dos funcionários responsáveis pelo meio online do clube carioca. O "Extra" ainda publicou que o clube respondeu à reportagem por meio do diretor de comunicação Bernardo Monteiro, que negou a proibição, "de forma truculenta, usando palavrões". Oficialmente, a agência também negou o veto, ainda que tenha afirmado que o termo tem sido, de fato, evitado nas redes sociais. Na noite de sábado (20), o Flamengo soltou uma nota oficial sobre o caso. Após criticar o vazamento das conversas, o clube afirmou que não há veto, mas que essa "não necessariamente precisa ser a melhor maneira para a comunicação da instituição". No domingo (21), para estancar a crise, a "favela" acabou sendo abraçada. 5