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Transcrição:

- Observatório de Política Externa Brasileira - Nº 54 03/06/05 a 09/06/05 China pode vetar reforma do Conselho de Segurança O governo brasileiro não considerou um problema diplomático a ameaça chinesa de vetar uma eventual reforma no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que inclua o Japão como membro permanente. Segundo o Palácio do Planalto, a oposição da China à ampliação do Conselho deve-se aos problemas históricos e estratégicos desta com seu vizinho e não a uma recusa à pretensão brasileira. O Brasil, em conjunto com Alemanha, Índia e Japão que formam o G4, apresentou um projeto de reforma que os tornariam membros permanentes. Contudo, apesar do apoio público das autoridades chinesas a candidatura brasileira, um eventual veto chinês inviabilizaria conseqüentemente a candidatura brasileira. Outro país que também não concordou com a proposta do G4 foi a Rússia, que acredita que o CS deve privilegiar um modelo compacto para agregar eficiência. O grupo dos 4, posteriormente, na tentativa de diminuir as resistências à reforma, apresentou uma nova proposta de mudanças na instituição, que adia pelos próximos 15 anos a discussão sobre o direito de veto dos possíveis novos membros permanentes. (Folha de S. Paulo Mundo 03/06/05; Folha de S. Paulo Brasil 09/06/05; O Estado de S. Paulo Nacional 03/06/05; O Estado de S. Paulo Nacional 04/06/05; O Globo O Mundo 03/06/05; O Globo O Mundo 09/06/05). Brasil notifica a OMC seus subsídios à agricultura O Brasil apresentou a Organização Mundial do Comércio (OMC) os dados referentes aos subsídios pagos à agricultura do país. O montante, apesar de se elevar a US$7,28 bilhões, não se caracterizou como irregular. De acordo com as regras da Organização, os agricultores brasileiros poderiam receber até 10% do produto nacional em ajuda financeira, o que não se verificou em nenhum dos produtos analisados. Contudo, o atraso com que o Brasil fez esta notificação foi alvo de protestos. O governo, aliado ao G-20 (grupo de países em desenvolvimento), apresentou ainda uma proposta para garantir que recursos usados para programas de agricultura familiar ou reforma agrária não sejam considerados como subsídios ilegais. (O Estado de S. Paulo Economia 03/06/05).

China é contra a prorrogação da Missão de Estabilização no Haiti A China se opôs a prorrogação da permanência da Missão de Paz da Organização das Nações Unidas (ONU), comandada pelo Brasil no Haiti. O delegado chinês, no Conselho de Segurança, defendeu a posição de seu país alegando que a maioria das missões da ONU opera com prazos fixos de seis meses e com o Haiti não deveria ser diferente. Contudo, o real motivo por trás deste incidente seria a disputa entre Taiwan e China para exercer influência sobre os países do Caribe. Diplomatas brasileiros afirmam que a intenção chinesa, nesta questão, não é enfraquecer a missão de paz, mas diminuir as relações do país caribenho com Taiwan. A China adotou uma postura mais intransigente depois que o presidente haitiano, Boniface Alexandre, anunciou uma visita a Taiwan em julho. (O Estado de S. Paulo Nacional 03/06/05). Missão da ONU no Haiti pode fracassar O general brasileiro Augusto Heleno Ribeiro Pereira, comandante da Força Militar da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), em entrevista, declarou que a missão fracassará caso não sejam tomadas medidas concretas para combater o caos social e econômico que se instaurou no país. "Se os atores envolvidos no Haiti não se convencerem de que o problema não é só militar, mas também de infra-estrutura, nossa missão vai fracassar, assim como fracassaram seis missões anteriores", ressaltou Heleno. O ministro brasileiro das Relações Exteriores, Celso Amorim, contudo, elogiou a atuação das tropas no Haiti, alegando que a dificuldade do trabalho está na situação econômica e social do país. O chanceler desmentiu ainda boatos de que tropas estadunidenses não seriam bem-vindas na operação. (Folha de S. Paulo Brasil 06/06/05; O Estado de S. Paulo Nacional 03/06/05; O Estado de S. Paulo Internacional 06/06/05). Celso Amorim antecipou retorno ao Brasil devido à crise boliviana O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, antecipou seu retorno da República Dominicana ao Brasil para acompanhar a crise política na Bolívia. Amorim, que se encontrou com o presidente dominicano, Leonel Fernández Reyna, sinalizou às forças políticas bolivianas que o Brasil espera que seja encontrada uma solução "pacífica, democrática e constitucional" à crise e afirmou que estará disponível para atuar como mediador, se La Paz pedir. (O Estado de S. Paulo Internacional 08/06/05).

Brasil enviou observadores à Bolívia Após uma nota do Ministério das Relações Exteriores do Brasil oferecendo ajuda à Bolívia na resolução da crise enfrentada pelo país, o presidente boliviano, Carlos Mesa, solicitou o envio de observadores. Na nota, o Itamaraty destacou a preocupação do governo brasileiro em relação à crise, e declarou acreditar que as forças políticas bolivianas saberão encontrar soluções próprias para os difíceis problemas do momento atual. Uma missão de observadores do Brasil, da Argentina e da Organização das Nações Unidas (ONU) foi enviada para acompanhar a sessão do Congresso que analisará a renúncia apresentada pelo presidente do país sul-americano. A equipe constituiu-se pelo assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, pelo ex-vice-chanceler argentino Raúl Alconada Sempé e pelo exdiretor da Comissão Econômica das Nações Unidas para a América Larina e o Caribe (Cepal) José Ocampo. (Folha de S. Paulo Brasil 09/06/05; Folha de S. Paulo Mundo 09/06/05; O Estado de S. Paulo Internacional 09/06/05; O Globo Mundo 04/06/05). Panamá é convidado a participar do Mercosul A presidência do Mercosul apresentou dia 05 de junho, durante encontro da Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), na Flórida, um convite oficial para que o Panamá faça parte do bloco de integração regional. O presidente panamenho, Martín Torrijos, foi convidado a acompanhar a Cúpula de Assunção que ocorrerá entre 17 e 20 de junho. O próximo passo para a integração será a assinatura de um acordo de complementação econômica e livre comércio. (Folha de S. Paulo Mundo 05/06/05). Brasil rejeitou intervenção pela democracia entre membros da OEA Contrária à proposta estadunidense de criação de um mecanismo de monitoramento das democracias americanas, a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi) composta por Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Equador, México, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela propôs um plano de ação hemisférico para assegurar o fortalecimento da eficácia e da aplicação da Carta Democrática Interamericana na defesa e promoção da democracia. Como resultado da 35 a Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), a Declaração da Flórida, assinada no dia 07 de junho nos Estados Unidos, acatou a proposta da Associação. Desse modo, estabeleceu-se que o secretáriogeral da OEA, José Miguel Insulza, visitará os países onde a democracia estiver sob ameaça e descreverá o caso ao Conselho Permanente da entidade. Os membros então discutirão a cooperação, respeitando a soberania daquele país e o conceito de autodeterminação dos povos. Frente à posição norte-americana, o chanceler brasileiro, Celso Amorim, defendeu que a democracia não pode ser

imposta e que tal mecanismo infere no princípio de não-intervenção da organização, além de destacar que a cooperação e o diálogo não podem ser usados como mecanismos intervencionistas. Amorim afirmou que as maiores dificuldades da região estão nas áreas econômica (como o comércio desigual entre países ricos e pobres) e social, questões que deveriam ser mais bem focados na instituição. Frente à crítica da secretária de Estado norte-americana, Condoleeza Rice, à ditadura cubana, Amorim disse que a cooperação construtiva entre os países é o melhor caminho, mesmo quando há diferenças de percepções. Para ele, ainda, a ausência de Cuba na organização é uma anomalia a ser superada através do diálogo. (Folha de S. Paulo Mundo 05/06/05; Folha de S. Paulo Brasil 06/06/05; Folha de S. Paulo Mundo 07/06/05; Folha de S. Paulo Mundo 08/06/05; Folha de S. Paulo Mundo 09/06/05; O Estado de S. Paulo Internacional 06/06/05; O Globo País 06/06/05; O Globo O Mundo 07/06/05). Amorim pediu ajuda ao Haiti durante Assembléia da OEA A presença das forças de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no Haiti foi pauta de discussão da 35 a Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), ocorrida nos Estados Unidos. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, cobrou as promessas de ajuda financeira feita pelos países desenvolvidos ao Haiti, argumentando que, sem esta, a própria missão brasileira no país ficaria comprometida e que o uso da força militar não é suficiente para que haja uma reconciliação nacional no país, destacando a importância da realização de uma eleição da qual participassem todas as correntes políticas. (Folha de S. Paulo Mundo 07/06/05; O Globo O Mundo 07/06/05). Brasil busca apoio ao uso de software livre Durante a Conferência Regional Ministerial da América Latina e Caribe sobre Sociedade da Informação, o governo brasileiro buscou apoio dos demais países da região para a adoção do software livre como modelo a ser adotado para promover a inclusão digital, bem como para a defesa pela democratização da gestão da internet. A busca da posição conjunta visa a fortalecer a posição brasileira na conferência mundial sobre o tema, que acontecerá em novembro, na Tunísia. (Folha de S. Paulo Brasil 06/06/05; Folha de S. Paulo Dinheiro 09/06/05). Brasil defendeu proposta conjunta de liberalização com Argentina e Índia Diante da proposta dos Estados Unidos de que a diferenciação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), concedida a países emergentes, fosse revista, o Brasil, a Argentina e a Índia reagiram apresentando uma proposta conjunta de

liberalização, defendendo que os países em desenvolvimento mantenham taxas de importação para produtos industriais como forma de reduzir os riscos causados por choques externos. O Brasil deixou claro, ainda, que só concordará com algum tipo de redução tarifária para produtos manufaturados quando perceber ganhos reais em agricultura. As discussões, ocorridas no dia 06 de junho, fazem parte das negociações para um acordo de liberalização do setor manufatureiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), que deve ser concluído até dezembro. (O Estado de S. Paulo Economia 07/06/05; O Estado de S. Paulo Internacional 08/06/05). Dirceu foi à Espanha tratar de investimentos O ministro da Casa Civil, José Dirceu, viajou à Madri, na Espanha, para participar da Confederação Espanhola de Organizações Empresariais, durante a qual tratou de investimentos em infra-estrutura, além de ter encontrado-se com empresários, intelectuais, políticos e artistas espanhóis. (Folha de S. Paulo Brasil 07/06/05). Lula e primeiro-ministro de Belize reuniram-se em fórum contra a corrupção Durante o 4 o Fórum Global de Combate à Corrupção, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encontrou-se com o primeiro-ministro de Belize, Said Musa. Na pauta de discussão estavam negociações comerciais, a reforma da Organização das Nações Unidas (ONU) e a cooperação internacional no combate à pobreza. O Fórum, que ocorre de dois em dois anos em diferentes países com o intuito de discutir experiências e cooperação internacional na prevenção e combate à corrupção, realizou-se em Brasília, de 06 a 10 de junho, e reuniu representantes de mais de 100 países, de organizações não-governamentais e de universidades. (Folha de S. Paulo Brasil 07/06/05; O Estado de S. Paulo Nacional 07/06/05). Brasil e Argentina teriam acordado em barrar importações chinesas Segundo o diário argentino Clarín, o Ministério da Economia da Argentina estaria analisando a aplicação de medidas que regulem a entrada de calçados chineses em seu mercado. A decisão teria sido tomada juntamente com o Brasil, reservando assim o mercado para os comerciantes argentinos e brasileiros, manobra que faria com que o impasse do setor calçadista entre os dois países fosse finalmente resolvido. A Argentina exige que as exportações brasileiras não ultrapassem 12 milhões de pares anuais. Em relação ao comércio de veículos, o governo argentino pretende prorrogar para 2008 a abertura de mercado entre ambos, prevista para 2006. O Brasil é o destino principal dos automóveis provenientes da Argentina. Entretanto, no passado, esta detinha cerca de 14,5%

do mercado brasileiro e hoje detém apenas 3%. (O Estado de S. Paulo Economia 07/06/05).