A Família McCloskey: A Adversidade Fortalece a Fé

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A Família McCloskey: A Adversidade Fortalece a Fé Original em Inglês: https://www.bdmsua.org/s/brian_lb_experience.pdf Brian Daisaku McCloskey morreu em 16 de agosto de 2003 em Washington, D.C., pelo resultado de ferimentos sofridos em um acidente de moto. Sua mãe conversou com ele no ano passado sobre suas preocupações depois que ele fez a mudança de pilotar uma Harley para uma moto esportiva mais rápida e perigosa. Ele disse a ela: Mãe, eu não posso viver minha vida com base em seus medos. Se eu morrer pilotando esta moto, não vou me arrepender. Brian acreditava que sua prática budista existia com o propósito de realizar o impossível, e ele fez muitas mudanças aparentemente impossíveis durante sua vida de 29 anos. Sentimos muito a falta dele, mas prezamos cada momento que tivemos com ele. A morte de um praticante jovem é difícil de entender, mas se as pessoas especialmente seus pais nutrissem dúvidas por causa dela, isso apenas agravaria a tragédia. Brian esteve por um triz várias vezes em sua juventude, mas ele foi capaz de prolongar sua vida e venceu cada desafio. Ele morreu jovem, mas ele certamente foi vitorioso. Brian dedicou-se de todo o coração à SGI e aos membros, contribuindo para a paz mundial. Somos inspirados pelos muitos relacionamentos profundos que ele criou com todo tipo de pessoas, em todo o mundo. Seu legado é: Sonhe o impossível! Faça o impossível! O Fundo Estudantil Brian Daisaku McCloskey foi instituído na Soka University of America, 1 University Drive, Aliso Viejo, CA 92656. Doris e Guy McCloskey Brian Daisaku McCloskey, Nova York Meus pais começaram a praticar este budismo antes de eu nascer, mas eu nunca gostei do termo fukushi ("fortune baby"). Sempre senti que isso fazia a vida parecer fácil. Eu tive uma ótima infância. Nunca faltou comida ou roupas. Meus pais me davam muito suporte e eu nunca os culpei conscientemente por estarem o tempo todo em atividades budistas. No entanto, eu sempre tive "problemas de comportamento." Na época que eu fiz 16 anos quando eu comecei a fumar, beber e experimentar drogas eu tinha sido expulso de duas escolas e estava prestes a ser expulso de uma terceira. Isso foi em 1991; meu pai estava sendo transferido de Maryland para Chicago. Minha família estava, é claro, se mudando com ele e ninguém ficou entusiasmado com a mudança ou prestou muito apoio ao meu pai. Assim que cheguei em Chicago, comecei a encontrar meios para descontar toda a violenta raiva que eu estive acumulando durante a minha vida. Eu bebia muito e saía todas as noites procurando por uma briga, vagueando em becos e encontrando outras pessoas que estavam buscando o mesmo. Passei os próximos três anos entrando e saindo da prisão, indo para o tribunal, sendo expulso de mais duas escolas e recebendo meu diploma do supletivo. Certa noite, cheguei em casa e tive que acordar o meu pai para ajudar a costurar meus ferimentos, pois eu havia sido esfaqueado em uma briga de bar. Eu não quis ir ao hospital porque a polícia certamente estava me vigiando. Eu tinha esfaqueado vários outros jovens e não sabia se tinha matado algum deles ou não. Nada poderia ter machucado mais o meu pai. Foi assim que passei o meu tempo dos 16 aos 19 anos.

Eu ainda participava das atividades da SGI e até ofereci apoio no Chicago Culture Center. Era irônico, já que o grupo se dedicava a proteger as pessoas algo que a minha vida se opunha naquele momento. Um dia, no centro, outro jovem me disse: "Eu vi você na outra noite." Perguntei onde, e ele me disse que enquanto comia com alguns amigos eles notaram um tumulto fora do restaurante. Quando olhou para fora, ele disse: "Ei, aquele é o Brian McCloskey! Ele está esmagando a cabeça daquele cara!" Foi um choque para mim. Antes disso, eu achava que poderia viver duas vidas separadas e que o que fazia em particular não refletiria sobre minha participação na SGI. De alguma forma, quando fiz 19 anos, eu não queria ter mais nada a ver com a violência. Foi uma revolução estranha. Eu não estava recitando muito, e mesmo tendo sido capaz de me libertar das influências mais violentas da minha vida, caí na violência autoinfligida pelo uso de drogas pesadas. Naquele ano, alguns amigos do ensino médio de Maryland estavam atravessando Chicago no caminho de volta para a Costa Leste e me perguntaram se eu queria ir com eles. Eu fui e, quando cheguei lá, decidi ficar. Naquele momento, eu não estava recitando ou participando de nenhuma atividade da SGI. Eu sequer contei a qualquer membro da SGI da área de Washington que eu estava por lá, incluindo meu melhor amigo, David Joray, que cresceu comigo desde que nós dois tínhamos sete anos. Eu fui morar com esses amigos, que estavam traficando e usando morfina, e eu comecei a usar também. Eu não tinha emprego, dinheiro, quase nenhum contato com minha família e estava dormindo no chão do porão de um apartamento com outras quatro pessoas. Eu finalmente consegui um emprego trabalhando em uma lanchonete, mas na verdade aquilo servia apenas como uma oportunidade para roubar o máximo de comida, papel higiênico e dinheiro que eu pudesse roubar. Desnecessário dizer que fiquei muito infeliz, mas eu ainda não tinha chegado ao fundo do poço. Eu me lembro de sofrer uma overdose de morfina numa noite, deitado no chão, muito seguro de que eu estava morrendo. Os outros reagiram exatamente como os usuários de drogas pesadas reagem a qualquer overdose: esperaram para ver se eu realmente ia morrer. Tudo o que eu conseguia pensar era na minha mãe recebendo a notícia de que seu filho mais velho havia morrido de overdose, afogado em seu próprio vômito, num porão de Maryland. Na manhã seguinte, percebi que nem sempre tinha sido tão infeliz e que, nas vezes em que estava feliz, estava recitando. Comecei a recitar em um dos armários do apartamento para não perturbar ninguém. David e eu fizemos contato e ele me convidou para uma reunião no centro comunitário de Washington. Eu fui com ele. Mesmo reconhecendo várias pessoas que não via há anos, elas não me reconheceram. Eu estava vivendo como um animal e aparentava como um. Eu estava com vergonha de dizer quem eu era porque eu não queria que eles soubessem o que eu havia me tornado. Eu me senti desconfortável e imaginei que todos estavam olhando para mim com desgosto. Pensei: "Não é assim que eu deveria me sentir no centro comunitário". Fiquei com vergonha de abandonar minha prática e permitir que minha vida se tornasse tão abjeta. Eu continuei a recitar. Na mesma hora decidi me arrumar e tentar conseguir um emprego melhor. Milagrosamente, quanto mais eu recitava, menos eu queria usar drogas. Eu não conseguia acreditar que estava experimentando tão poucos sintomas de abstinência. Minha sobriedade realmente perturbou meus colegas de quarto; eles não confiavam mais em mim e olhavam para tudo o que eu fazia com desconfiança. Eles continuamente me pressionavam para ficar chapado com eles. Certa noite, eles iriam fazer um transporte de drogas e perguntaram se eu queria ir com eles. Eu disse que não estava interessado. Depois de me perguntarem se eu realmente tinha certeza várias vezes, eles foram embora. Minutos depois, me virei e vi um deles me encarando pela janela. Aquilo foi bastante alarmante. Eu saí para ver o que estava acontecendo, e quando me virei para a porta, um deles a fechou. Todos eles me cercaram. Eu tentei entrar, mas como eu estava me preparando para dormir, eu não estava com as minhas chaves, e a porta estava trancada. Pedi que me deixassem entrar e eles disseram: "Por que você não vem conosco?"

Naquele momento entrei em pânico. Eu estava recitando para mim mesmo silenciosamente e não sabia o que fazer. A luz estava acesa na casa do vizinho. Corri até lá e comecei a bater na porta. Os vizinhos, que eu nunca conheci, ficaram assustados e não abriram a porta. Eles continuaram me perguntando o que eu queria. Meus colegas de quarto ficaram parados à beira da luz, esperando para ver o que aconteceria. Eu disse aos vizinhos que estava tendo uma emergência médica e precisava que ligassem para o 911, já que não tínhamos telefone. Eu disse a eles que achava que estava tendo um ataque cardíaco. Quando souberam que os vizinhos ligariam para o 911, meus colegas de quarto entraram rapidamente no carro e foram embora. Depois que eu tive a certeza de que eles tinham ido embora, eu fugi. Eu não tinha para onde ir. Tinha roupas na minha mochila, minha carteira e seis dólares. Eu apenas pensei no quanto eu gostaria de voltar a Chicago e como eu não tinha absolutamente nenhum jeito de chegar lá. Comecei a sofrer graves delírios psicóticos e paranoicos. Eu vaguei por toda aquela noite e por todo o dia seguinte, e me convenci de que todos estavam envolvidos em uma conspiração, procurando por mim e querendo me devorar. Eu também passei a acreditar que todas as pessoas conseguiam ler a minha mente. Naquela noite, resolvi voltar a Chicago, já que era isso que me levaria até a minha família. Em meu estado alucinado, gastei o meu dinheiro em uma faca porque pensei que precisaria dela para ir até Chicago. Achei que poderia passar a noite na casa de um amigo que morava a vinte minutos de carro. A única maneira de chegar lá era passando por um acidentado conjunto habitacional. Quando cheguei no projeto da obra, era por volta das 11:00 da noite. Enquanto atravessava o complexo, vi duas figuras caminhando em minha direção. Eles pararam e um correu para o outro lado da rua; então ambos começaram a correr em minha direção. Eu me virei e corri. Eles me perseguiram até um restaurante de fast food que estava fechando. Eu comprei um refrigerante e perguntei aos funcionários se eu poderia ajudar a lavar a louça. Eu tinha alguma ideia de que, se me oferecesse para fazer as tarefas braçais, a sociedade iria suspender sua sentença de morte. Eles me acharam muito estranho e não me deixaram ajudar. Tomei isso como um sinal de sentença de morte irrevogável e fui ao banheiro para me matar com a faca que havia comprado antes. Eu tinha um sentimento rebelde de que eu não deixaria alguém me matar. Se tivesse que ser feito, eu faria sozinho. Sentei-me no vaso sanitário e coloquei a faca no meu esterno, preparado para enfiá-la no meu coração. No último segundo, pareceu que seria muito doloroso, então decidi cortar meus pulsos. Eu entupi a pia, a enchi com água quente, e cortei meus pulsos do jeito que eu tinha visto em um filme. Havia muito sangue, mas estava demorando tempo demais. Eu sinto muito por ter deixado aquela bagunça no banheiro para outra pessoa limpar. Finalmente decidi deixar alguém fazer aquilo por mim. Saí do banheiro e pedi aos funcionários que telefonassem para a polícia que, com certeza, me levaria para algum lugar e atiraria em mim. Eu pensei: Vai doer, mas pelo menos será rápido. A polícia me levou ao Prince George s County Hospital, onde fui internado na unidade psiquiátrica de emergência. Fui amarrado a uma cama e colocado em uma cela para observação antes de ser admitido na ala psiquiátrica geral. Eu não conseguia falar a essa altura. Depois que eu fui enfaixado e tive tempo para pensar, eu decidi que queria fugir; se a sociedade não me queria, eu preferiria morar em algum lugar na floresta comendo grama, do que morrer. A trava de segurança em torno do meu pé foi um um obstáculo, no entanto, então eu decidi esperar a enfermeira trazer minha comida, assim eu pegaria a chave dela. Isso não deu muito certo. Ela gritou quando eu a agarrei e seis enfermeiros correram para a pequena cela. Eu a soltei assim que os vi. Eu não tinha machucado ela, mas eles queriam me ensinar uma lição e fizeram questão de me machucar antes de me sedar. Eu lutei contra o sedativo porque achei que era uma injeção letal.

Este era o estado em que eu me encontrava quando meu amigo David entrou na sala. Eu não sei como ele descobriu que eu estava lá. Ele tinha ido ao hospital e dito a eles que era meu padre para que fosse autorizado a entrar e me ver, já que eu não poderia receber nenhum visitante. Ele trouxe meu juzu e meu livrete do sutra. Depois de me perguntar como eu estava, ele começou a recitar. Eu não conseguia recitar com ele, mas vê-lo lá me fez perceber que eu não tinha entendido o que estava acontecendo. Mais tarde, uma enfermeira realmente tentou me ajudar e me permitiu ligar para meus pais em Chicago. Não me lembro de nada daquela conversa. Só me lembro de como fiquei feliz em conversar com eles. Pela manhã, fui internado na ala psiquiátrica para a população geral. Eu pude fazer minhas orações matinais e recitar. Eu rapidamente me orientei. Foi como acordar de um pesadelo. Durante a semana seguinte, fui visitado por muitos membros da SGI com quem eu cresci e não via há anos. Eu não pude acreditar que eles quiseram me ver. Eles ficaram, conversaram comigo e me trouxeram livros e roupas. Eles realmente se importaram comigo. Comecei a perceber que valeria a pena cuidar de mim mesmo. Recitar era difícil uma vez que eu estava extremamente sedado, mas eu estava determinado a fazer as orações da manhã e da noite. Eu não fazia ideia do que os meus pais estavam passando. Depois de pouco mais de uma semana, o hospital estava pronto para me dispensar, mas meu pai me aconselhou a não ir embora, já que a enfermeira que eu agarrei prestou queixas contra mim por lesão corporal grave e a polícia estava esperando para me levar à prisão do condado. Eu continuei a recitar. Um amigo da nossa família, um policial aposentado da polícia, pediu ao seu cunhado que ainda estava na ativa para fazer a prisão. Dessa forma, ele pôde me levar para a cadeia, me fichar e me soltar sob fiança, sem que me colocassem com os outros presos. A prisão de Upper Marlboro tem a reputação de ser uma das piores do país. Meu amigo me disse: "Se você for para lá, você vai morrer." Todas essas pessoas salvaram a minha vida. Voltei para casa em Chicago uma semana depois. Porém, eu ainda era muito estúpido. Eu pensei que os meus problemas tinham acabado e que tudo voltaria ao normal. Eu era tão arrogante que apenas alguns dias depois eu estava começando a perder qualquer senso de apreço pelas pessoas que salvaram a minha vida. Eu estava miserável. Do aeroporto de Chicago ao caminho de casa, eu disse coisas horríveis para a minha mãe, que a fizeram ter um colapso e chorar. Essa é uma parte de toda essa experiência que eu realmente me arrependo. O tribunal em Maryland decidiu que eu não seria responsabilizado pelas minhas ações na ala psiquiátrica, mas eles me enviaram para um programa ambulatorial de desintoxicação em Chicago. Essa foi uma experiência deprimente, mas eu resolvi usar o Gohonzon para superar meus problemas com o vício. O hospital seguiu um programa de doze passos, e as pessoas foram instruídas a entregar suas vidas a Deus várias e várias vezes. Eu assisti enquanto elas eram encorajadas a não assumir a responsabilidade pelas suas vidas. Muitas delas tiveram recaídas repetidamente. Visto que elas só conseguiam ver seus problemas como a vontade de Deus e não reconheciam que eles eram os efeitos das causas que eles mesmos haviam criado, eles também não conseguiam acreditar que tinham algum poder para mudá-los. Eu falei nos grupos sobre isso e expressei o ponto de vista budista de que só nós podemos mudar nossas vidas. Eles me disseram: Você irá enxergar quando voltar a fazer o que estava fazendo. Eu pensei comigo mesmo: É o que vocês estão fazendo, no entanto. Um dos membros do nosso programa teve uma recaída e morreu pouco depois que eu saí. Eu assisti um jovem perder um pouco mais da sua vida de semana em semana. Ele perdeu seus filhos, sua esposa, seu emprego, e logo ninguém da sua família teria nada a ver com ele e ele não tinha lugar para morar.

Depois de seis anos odiando tudo o que tinha a ver com Chicago, percebi o quanto eu a amo. Comecei a perceber que a coisa mais importante no mundo para mim é a minha família, e quando percebi o quanto eu estimava meus companheiros, membros da SGI, vi o quanto eu amava morar em Chicago e o quanto eu gostava dos membros da SGI. Meu ambiente começou a mudar radicalmente. As mudanças que estavam ocorrendo na minha vida estavam refletindo com base na minha prática. Nos três anos seguintes, sofri ataques paranoicos, mas estava determinado a transformá-los através da minha prática budista. Muitas pessoas me incentivaram a procurar medicação, mas eu estava confiante de que o poder da minha prática no Gohonzon poderia mudar qualquer coisa. Eu eventualmente parei de beber álcool e café, parei de fumar e usar qualquer tipo de droga. Eu percebi que quanto mais recitava, menos ataques paranoicos eu tinha. Ao desafiar minha paranoia enquanto fornecia suporte de segurança no Centro Cultural e lutava para proteger os membros, não importava os medos que eu tivesse, eu me sentia seguro quando ia para casa. Meu ambiente estava começando a se tornar a terra do Buda. Lembrei-me da passagem da Coletânea de Escritos de Nichiren Daishonin, no qual ele descreve a terra do Buda, dizendo que é "onde os seres vivos se divertem à vontade" ("Happiness in This World", p. 681). Nos últimos anos, tenho estado determinado a proteger os membros da SGI, não importa o que aconteça. Eu recito todos os dias para a sua proteção e me voluntario regularmente no Chicago Culture Center, e nos últimos dois anos, na sede de Nova York. Eu também descobri depois de deixar as drogas e álcool, que eu não sou uma pessoa muito social. A única maneira que me fazia capaz de lidar com as pessoas era ficar tão bêbado ou chapado que eu não me importava com o que elas pensavam. Na hora em que eu estava passando por momentos particularmente difíceis ao redor das pessoas, um dos rapazes do centro de Chicago precisava de alguém para substituir seu turno de voluntariado e eu disse que faria isso. Essa foi uma experiência revolucionária para mim. Lutei para chegar ao centro na hora de deixar os membros entrarem e recitarem pelo menos uma hora antes do meu turno para sua segurança. Enquanto tentava manter a cabeça clara em meio a todo o pandemônio, continuava alegre e deixava todo mundo saber o quanto eram bem-vindos no centro, minha vida mudou de novo muito drasticamente. Comecei a sentir menos ansiedade ao lidar com pessoas, tanto nas atividades da SGI quanto em toda a minha vida. Minha situação do trabalho mudou, e embora ainda houvesse muitas pessoas que não gostavam de mim, eu pude trabalhar com elas e ser produtivo e até feliz com a oportunidade. No verão de 2000, consegui um novo emprego e me mudei para Nova York. Comecei a participar das atividades do grupo de apoio. Mais uma vez fiquei chocado com o quanto eu gostava dessas atividades e todas as pessoas maravilhosas que eu não teria conhecido de outra forma. Em 2001, participei da Conferência do Grupo Behind the Scenes no Florida Nature and Culture Center. Fiquei impressionado mais uma vez pelas pessoas que escolheram gastar seu tempo e energia protegendo os devotos do Sutra do Lótus. O Presidente Ikeda declara na Living Buddhism de Julho de 2000: Não há maior oferta ao Sutra do Lótus do que proteger seu devoto (p. 41). Eu acredito nisso. Sei que devo minha vida à minha família e à SGI e prometi ao presidente Ikeda que usarei minha vida para protegê-los. Eu sei que machuquei muita gente no passado. Só espero poder ajudar e proteger muito mais pessoas do que as que machuquei. Para todas as pessoas que nunca desistiram de mim, mesmo nas horas mais sombrias da minha vida, eu agradeço do fundo do meu coração. Mesmo se por alguma palhaçada eu tivesse sobrevivido sem vocês, a vida não teria valido a pena. Muitas vezes, enquanto recito, começo a chorar com apreço por uma vida que realmente posso desfrutar, e sou tomado de gratidão por Nichiren Daishonin, pelos presidentes Makiguchi, Toda e Ikeda, e por todos os membros da minha família da SGI que me ajudaram a encontrar o Gohonzon e mudar minha vida. Eu ainda não acabei.

Guy McCloskey, Chicago Choro cada vez que leio a experiência de Brian, não tanto por causa das lembranças daquele período trágico de sua vida, mas com alegria e apreço pela pessoa maravilhosa que ele se revelou ser. Ele me ajudou a aprender o poder da fé para transformar até mesmo a situação que parece mais desesperadora e o que significa transformar o veneno em remédio. Eu não fazia ideia da causa do seu sofrimento, ou por que ele se comportava da maneira que ele fazia. Quando ele estava na terceira ou quarta série, ele iria à escola de manhã e não sabíamos se ele ia voltar para casa naquela tarde, no dia seguinte ou no próximo. Vivíamos em uma comunidade amável e amistosa, mas ele cometia atos de vandalismo e violava as regras da escola até o ponto em que era submetido à expulsão compulsória por um ano todo do calendário (não acadêmico), de modo que ele ficava dois anos atrás dos grupos da sua idade. Depois que nos mudamos para Chicago ele se tornou um skinhead, envolvido com as pessoas mais violentas que eu já vi e eu cresci em um bairro violento de Chicago. Sua mãe e eu fomos para uma atividade para líderes no fim de semana, deixando Brian em casa com 19 anos. Quando chegamos em casa, o cheiro da cerveja era esmagador, os acessórios do banheiro tinham sido arrancados da parede e havia sangue proveniente do espancamento de um convidado indesejado da sua festa não autorizada. A pessoa que foi ferida voltou com um taco de beisebol e quebrou o pára-brisa do nosso carro. Brian saiu em busca de vingança, mas aquelas pessoas tinham armas. Sentei-me em frente ao Gohonzon, pois não havia como saber onde ele tinha ido. Durante a minha primeira hora de recitação, só consegui visualizar seu cadáver. Eu sentia pena da sua mãe e das muitas pessoas que o amavam, incluindo o presidente Ikeda, que compartilhou seu nome com o nosso filho: Brian Daisaku McCloskey. Mas eu realmente senti pena de mim mesmo enquanto chorava e me atormentava com o pesadelo de meu filho ter sido assassinado. Quando eu atingi a segunda hora de daimoku naquela noite, fiquei convencido mas definitivamente não confiante de que ele precisava sobreviver, e que minhas orações e as de sua mãe eram a única fonte de esperança que tínhamos. A terceira hora ajudou a me convencer de que ele sobreviveria e a quarta hora foi gasta tentando imaginar como seriam as coisas quando esse trauma tivesse acabado. Isso foi uma noite, mas havia muitas outras como ela. Eu não tinha para onde ir, exceto para o Gohonzon, e tenho certeza de que a vida de Brian sabia disso. Ele sobreviveu. Nos anos seguintes, quando começou gradualmente a purificar sua vida em termos de suas ações, associações e hábitos pessoais, tornou-se a pessoa a quem os outros jovens recorriam quando lidavam com sofrimentos semelhantes relacionados a drogas e gangues. Sua experiência lhe deu uma influência real para ajudá-los a fazer suas próprias escolhas que garantiam mudanças positivas em seu comportamento. Tenho orgulho de vê-los agora levando vidas positivas. Um deles, que eu conheço, tornou-se um dos membros mais confiáveis do grupo de apoio na área de Chicago. Eu acredito que este é um aspecto da nossa transformação do veneno em remédio. Os sofrimentos da infância de Brian não foram divertidos para nenhum de nós, mas pudemos continuar nossa luta juntos para transformá-los em alegria, exatamente como Daishonin ensinou. Realmente funciona! Recitar Nam-myoho-rengue-kyo pode mudar qualquer situação negativa, e eu me sinto muito feliz por poder observar isso em primeira mão com o meu filho. Embora ele viva e trabalhe em Nova York, nos falamos quase todos os dias, visitamos um ao outro com frequência e até mesmo encontramos tempo para pilotar nossas Harleys juntos.

Doris McCloskey, Chicago Esta foi a experiência mais difícil que já compartilhei. Nossa luta abrange anos de sofrimento, recitação e esforço, sem mencionar a montanha-russa emocional. Por onde começar? Sei que toda mãe que enfrentou o envolvimento de seu filho com gangues e drogas sabe o sofrimento do dia-adia; cada membro da família conhece o medo e a dor. Eu sempre senti que o maior sofrimento para uma mãe é perder um filho, e esse era o meu medo constante. Sabendo que a vida que Brian escolheu era tão perigosa, meus níveis de ansiedade aumentavam toda vez que ele saía de casa. Eu frequentemente acordava no meio da noite e não conseguia voltar a dormir sem verificar se ele estava em casa. Mais vezes do que eu gostaria, ele ainda estava fora. Deitar na cama tentando me forçar a dormir era contraproducente, já que eu acordaria exausta de manhã, incapaz de me concentrar no trabalho, zangada e culpando-o pelo meu sofrimento. A única coisa que ajudou foi ficar acordada e recitar ou até ele chegar em casa ou até eu poder acalmar meus medos e voltar a dormir. Geralmente, eu me encontrava recitando de uma a três horas durante o primeiro horário da manhã. Todavia, isso não era tão exaustivo e descobri que conseguia trabalhar no dia seguinte. Meus gráficos de acompanhamento das horas de recitação para superar os problemas com o comportamento de Brian se estenderam por mais de dez anos. Eu parei de contar em 15 milhões de repetições. Enquanto recitava durante uma daquelas longas noites, comecei a perceber o quão poderoso era o domínio desse medo sobre a minha vida; como se o medo existisse separado de mim e eu estivesse simplesmente o observando. Eu comecei a recitar para esmagar este demônio que tinha tomado conta da minha vida. Eu vivia com medo toda vez que Brian saía de casa. Fui dominada pelo maior medo, o maior sofrimento jamais imaginado por mim a perda de um filho. Naquela noite ou madrugada, às 3:00 da manhã eu me determinei a superar esse medo. Enquanto recitava, percebi que eu não podia proteger Brian do seu karma. Eu sabia que minha vida se tornaria forte o suficiente para lidar com qualquer desafio até mesmo a morte dele, sobre a qual eu achava que nunca poderia sobreviver. Graciosamente, eu soube que havia chegado a um ponto de virada nessa crise de tantos anos. Às 4:00 da manhã, Brian chegou em casa. Ele estava coberto de sangue. O primeiro procedimento foi verificar se ele precisava ir ao hospital; novamente, era o sangue de outra pessoa. Enquanto estávamos ali, cara a cara na cozinha, eu disse a ele que ele se tornaria uma ótima pessoa. Ele disse: Mãe, olhe para mim. Eu não sou uma ótima pessoa; Eu não quero ser uma ótima pessoa. Eu lembrei a ele que eu sempre consigo aquilo sobre o que eu recito. "Então, vá se acostumando." Eu disse: "Você vai se tornar uma ótima pessoa." Ele passou por mim e foi direto para a cama. Este não foi o fim dos desafios, mas foi o ponto de virada para mim. Pouco depois dessa experiência, Brian saiu com os amigos para voltar a Maryland. Isso o afastou dos perigos em Chicago, mas eu sabia que ele criaria novos perigos para si mesmo. Dormir não seria mais fácil, e as sessões de recitação do meio da noite continuavam enquanto eu desafiava meu medo de perdê-lo. Na noite anterior, Brian tentou se matar e telefonou às 3:00 da manhã. Ele não estava fazendo muito sentido, mas conversamos por cerca de uma hora. Ele estava ansioso e paranoico. Mais uma vez, tudo que eu podia fazer era recitar e lutar contra o medo. Na noite seguinte, o Prince George Hospital pediu para nos informar que Brian havia sido internado na enfermaria psiquiátrica depois de tentar se matar. Levou mais de uma semana para descobrirmos o que tinha acontecido. Inicialmente, não conseguíamos conversar com Brian. Quando o fizemos, ele não conseguiu nos contar o que tinha

acontecido. Minha reação imediata foi pegar um avião e ir para Maryland, mas Brian me encorajou a ficar em casa e recitar por ele, pois sabia que só me deixariam vê-lo por uma hora a cada dia e seria muito mais difícil recitar enquanto estivesse longe de casa. Ele queria que fôssemos até Maryland quando ele fosse liberado do hospital, mas não havia uma data marcada. Quando isso aconteceu, foi rápido e com muitas complicações. Nos encontramos no aeroporto O'Hare em Chicago. Mais quatro anos de intensos desafios estavam à frente de todos nós. Hoje ele é uma ótima pessoa no caminho de sua nobre missão pela paz mundial. Tradução: https://bsgideverdade.com