Os representantes dos grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE adoptaram a declaração seguinte: DECLARAÇÃO FINAL. Síntese

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CONCLUSÕES DA 24ª REUNIÃO DOS GRUPOS DE INTERESSES ECONÓMICOS E SOCIAIS ACP-UE Bruxelas, 28-30 de Junho de 2005 O Comité Económico e Social Europeu, representante dos elementos económicos e sociais da sociedade civil organizada na União Europeia, organizou a 24ª reunião dos grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE em Bruxelas, Bélgica, de acordo com o mandato que lhe foi conferido pelo Acordo de Cotonou. Sob a égide da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, nesta reunião estiveram presentes delegados dos grupos de interesses económicos e sociais da maior parte dos países ACP, membros do Comité Económico e Social Europeu e representantes dos Conselhos Económicos e Sociais da UE e dos países ACP. Também compareceram representantes do Conselho de Ministros ACP-CE, da Assembleia Parlamentar Paritária ACP-UE, da Comissão Europeia, do Secretariado-Geral do Grupo de Estados ACP e de organizações socioprofissionais europeias e internacionais. Os representantes dos grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE adoptaram a declaração seguinte: DECLARAÇÃO FINAL Síntese Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE observam os contínuos desafios que se colocam ao desenvolvimento dos países ACP e sublinham a necessidade de atacar rapidamente o problema dos baixos níveis de investimento, de educação/formação profissional e de emprego nos países ACP. Os participantes saúdam a revisão do Acordo de Cotonou assinada na reunião do Conselho de Ministros ACP-UE de 24 e 25 de Junho de 2005. Neste contexto, os delegados salientam o seguinte : No que respeita à aplicação do Acordo de Cotonou por intervenientes não estatais: A importância da criação/consolidação institucional ou estruturação dos intervenientes não estatais A necessidade de mais informação sobre o Acordo de Cotonou As escassas consultas até à data A necessidade absoluta de desenvolver as capacidades dos intervenientes não estatais, e sobretudo dos actores económicos e sociais, através da melhoria do acesso ao financiamento e da intensificação do diálogo entre actores PT

- 2 - No que concerne às negociações sobre os Acordos de Parceria Económica: As negociações são bem-vindas, com certas condições, nomeadamente sociais Os grupos de interesses económicos e sociais devem ser informados e consultados em todas as fases das negociações dos Acordos de Parceria Económica A liberalização do comércio não deve constituir um fim em si, mas sim promover o desenvolvimento, a criação de mercados regionais e a erradicação da pobreza No tocante à integração regional e ao desenvolvimento sustentável, os delegados consideram que os domínios seguintes devem ser prioritários : Promoção do desenvolvimento rural sustentável Oportunidades do turismo sustentável Ameaças das alterações climáticas Necessidade de utilizar os recursos naturais de forma sustentável Desafio do HIV/SIDA, da malária e da tuberculose Importância da educação e do desenvolvimento dos recursos humanos Promoção da igualdade dos géneros DECLARAÇÃO FINAL 1. Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE salientam a importância da avaliação dos progressos alcançados na realização dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que estará na ordem do dia da reunião plenária de alto nível da 60ª Sessão das Nações Unidas, em Setembro de 2005. Neste contexto, os delegados apoiam inteiramente a decisão do Conselho Europeu de aumentar a ajuda oficial ao desenvolvimento da União Europeia para 0,56% até 2010 e exorta todos os países que não são membros da UE a seguirem este exemplo. 2. Baseando-se no artigo 9º do Acordo de Cotonou, os delegados insistem na importância da democracia, de uma boa governação e do respeito dos direitos humanos nos países ACP. 3. Os delegados lamentam as crises humanitárias em vários países ACP e apelam a soluções de longo prazo para estes conflitos. 4. Os participantes regozijam-se com as recentes iniciativas que visam a diminuição da pobreza em África, incluídas as propostas de cancelamento da dívida e de criação de uma Facilidade Financeira Internacional para duplicar a ajuda a África, que serão discutidas na Cimeira do G8 em Julho de 2005. Apelam a que os representantes da sociedade civil sejam associados, a nível nacional, à tomada de decisões quanto à utilização destes fundos.

- 3-5. Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE tomam nota da revisão do Acordo de Cotonou assinada na reunião do Conselho de Ministros ACP-UE de Junho de 2005. Os delegados saúdam a decisão de manter os fundos da UE destinados aos países ACP pelo menos ao nível estabelecido no 9º FED, bem como as disposições relativas à simplificação dos procedimentos de financiamento para os intervenientes não estatais. 6. Os delegados tomam nota das propostas que visam aumentar a eficácia e eficiência das futuras estratégias de desenvolvimento da UE e congratulam-se com a oportunidade de darem o seu contributo para o debate sobre o futuro da política de desenvolvimento da UE. 7. Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE deploram os contínuos desafios que se colocam ao desenvolvimento dos países ACP e as consequências da globalização. Os delegados expressam a sua particular apreensão quanto ao aumento dos níveis de pobreza e de desemprego e reclamam que sejam tomadas medidas para atacar rapidamente o problema dos baixos níveis de investimento, de educação/formação profissional e de emprego decente nos países ACP. 8. Neste contexto, os delegados realçam a importância do apoio político a uma abordagem participativa do desenvolvimento sustentável dos países ACP. Sublinham, em particular, a necessidade de reforçar a participação dos intervenientes não estatais na aplicação do Acordo de Cotonou, nas negociações dos Acordos de Parceria Económica, na integração regional e no desenvolvimento sustentável. Avaliação da participação dos intervenientes não estatais na aplicação do Acordo de Cotonou 9. Dois anos após a entrada em vigor do Acordo de Cotonou, os participantes constatam que os avanços na participação dos intervenientes não estatais na sua aplicação são suficientes. Mais precisamente, chamam a atenção para uma série de desafios ligados à criação/consolidação institucional dos intervenientes não estatais, ao fornecimento de informação, ao âmbito e qualidade das consultas e à capacidade dos intervenientes não estatais de contribuírem para o processo. 10. Os delegados tomam nota da conclusão das revisões intercalares dos documentos de estratégia por país e lamentam a escassíssima participação de representantes dos grupos de interesses económicos e sociais de diversos países ACP no processo de revisão. Os participantes apelam à plena participação dos intervenientes não estatais, em particular dos grupos de interesses económicos e sociais, nas consultas sobre as revisões intercalares dos programas indicativos regionais, cuja conclusão está prevista para finais de 2005.

- 4-11. Neste contexto, os delegados compartilham os pontos de vista expressos no projecto de relatório de síntese do Comité de Acompanhamento ACP-UE do CESE Avaliação da participação dos intervenientes não estatais na aplicação do Acordo de Cotonou: Oportunidades, desafios e recomendações dos grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE, que se baseia nas actividades do Comité de Acompanhamento desde 2002. Os participantes congratulam-se igualmente com o projecto de relatório do Comité de Acompanhamento ACP-UE Uma melhor parceria para um melhor desenvolvimento. A importância da criação/consolidação institucional 12. Não obstante as disposições do Acordo de Cotonou relativas à participação dos intervenientes não estatais e à sua consolidação institucional, os participantes constatam que há ainda graus diferentes de organização dos grupos de interesses económicos e sociais, tanto em cada país como entre os diversos países. 13. Assim, os participantes instam os gestores orçamentais nacionais e as delegações da CE a prosseguirem a realização de estudos analíticos em todos os países ACP, tendo em vista identificar as organizações e redes de intervenientes não estatais existentes e avaliar as suas capacidades. Estes estudos deveriam abranger as organizações de mulheres, de forma a obter dados fidedignos sobre estas organizações para facilitar a sua participação futura. Necessidade de mais informação sobre o Acordo de Cotonou 14. Os delegados estão conscientes dos diferentes graus de informação sobre o Acordo de Cotonou entre os grupos de interesses económicos e sociais nos países ACP, incluindo a informação sobre as oportunidades de financiamento para os intervenientes não estatais. Neste contexto, os delegados instam os poderes públicos dos seus países e as delegações da CE a distribuir mais informação sobre o Acordo de Cotonou, tanto nas zonas urbanas como nas zonas rurais. Por exemplo, a organização de sessões de trabalho e de informação sobre as oportunidades de financiamento e a utilização da Internet e dos meios de comunicação nacionais e locais poderiam contribuir directamente para este objectivo. Os participantes apelam ainda às organizações socioprofissionais nacionais e regionais para que continuem a divulgar informação sobre o Acordo de Cotonou entre os seus membros. 15. Os delegados fazem notar que os actores económicos e sociais, e sobretudo as organizações de empregadores e de sindicatos, dispõem muitas vezes de menos informação do que outros intervenientes da sociedade civil. Neste contexto, apelam à continuação e intensificação das actividades do Comité Económico e Social Europeu (CESE), mormente a organização de seminários regionais e de reuniões gerais ACP, com o objectivo de divulgar informação, consultar os grupos de interesses económicos e sociais e proporcionar um fórum para o intercâmbio de boas práticas.

- 5-16. Os delegados solicitam, em especial, que se envidem particulares esforços no sentido de informar os intervenientes não estatais nos países em que as abordagens participativas não foram ainda devidamente integradas nas estratégias de desenvolvimento pelos governos nacionais. 17. Os participantes apoiam particularmente a decisão de designar, em cada delegação da UE, um funcionário responsável pelas relações com os intervenientes não estatais, bem como o facto de a lista dos pontos focais para a sociedade civil estar actualmente disponível na Internet. Porém, os delegados solicitam que o nome e o contacto das pessoas em questão sejam amplamente divulgados entre os intervenientes não estatais nos países ACP. Escassas consultas até à data 18. Os delegados chamam a atenção para as disparidades existentes em cada país e entre os diversos países quanto ao nível de consulta e salientam que, em muitos países, a consulta de intervenientes não estatais por parte dos gestores orçamentais nacionais e das delegações da CE tem ficado aquém das expectativas. Solicitam, em particular, que os intervenientes não estatais sejam informados das consultas com antecedência suficiente e que sejam consultados todos os grupos de interesses, incluindo sindicatos, organizações de mulheres e grupos das comunidades rurais isoladas. 19. Os participantes chamam a atenção para as diferenças qualitativas entre as sessões de informação e as consultas e instam os gestores orçamentais nacionais e a Comissão Europeia a disponibilizarem recursos humanos e financeiros suficientes para realizar sessões de consulta regulares e dar a conhecer aos intervenientes não estatais um retorno de informação sobre o seguimento das consultas. 20. Para o efeito, os delegados solicitam que se anexem relatórios sobre a consulta dos intervenientes não estatais aos documentos oficiais sobre a programação e sobre as revisões dos programas estratégicos nacionais e regionais. 21. Os delegados solicitam ainda que sejam designados pontos focais para os intervenientes não estatais no gabinete do gestor orçamental nacional nos países ACP. 22. Os delegados reconhecem que o estabelecimento prévio pelos próprios intervenientes não estatais de plataformas e redes sobre questões de interesse comum poderia contribuir para aumentar os seus níveis de consulta. No entanto, fazem notar que essas plataformas devem incluir número suficiente de grupos de interesses económicos e sociais.

- 6 - Necessidade absoluta de desenvolver as capacidades dos intervenientes não estatais 23. Os participantes salientam que fomentar a capacidade dos intervenientes não estatais de participarem nas consultas de forma efectiva contribuirá directamente para a sua apropriação do processo de desenvolvimento e para a aplicação bem sucedida do Acordo de Cotonou. Os delegados realçam as ligações existentes entre o reforço das capacidades dos intervenientes não estatais, a sustentabilidade dos programas e a boa governação. Desenvolvimento das capacidades através da melhoria do acesso ao financiamento da UE 24. Os delegados salientam que o acesso dos intervenientes não estatais ao financiamento da UE continua a ser o principal desafio que se coloca ao reforço das suas capacidades e da sua participação na aplicação do Acordo de Cotonou. 25. Os delegados tomam nota dos critérios de elegibilidade para financiamento de intervenientes não estatais, adoptados pela UE e pelos países ACP em Fevereiro de 2003, e instam a uma participação genuína desses intervenientes, em toda a sua diversidade, na determinação dos referidos critérios a nível nacional e regional. A este respeito, os delegados congratulam-se com a oportunidade criada pela 24ª reunião dos grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE para a informação sobre os procedimentos de acesso aos fundos comunitários para intervenientes não estatais dos países ACP. 26. Os participantes saúdam, em particular, as recentes alterações ao artigo 15º do Anexo IV do Acordo de Cotonou, que facilitarão o acesso directo dos intervenientes não estatais aos recursos financeiros do FED, desde que sejam oficialmente reconhecidos como intervenientes não estatais elegíveis na fase de programação. Neste contexto, os delegados vincam a importância de os intervenientes não estatais adoptarem uma abordagem proactiva na fase de programação. 27. Os delegados sublinham a necessidade de simplificação dos procedimentos de acesso aos fundos da UE. A complexidade dos procedimentos actuais favorece as organizações da sociedade civil especializadas na obtenção de ajudas internacionais, especialmente aquelas que têm organizações congéneres na Europa. Neste contexto, os delegados destacam a importância de desenvolver as capacidades dos intervenientes não estatais para a obtenção de fundos, em particular no que respeita aos pedidos de financiamento da UE. Neste contexto, os delegados solicitam que se preste assistência técnica aos intervenientes não estatais no âmbito destes pedidos. 28. Os participantes exortam a Comissão Europeia e os gestores orçamentais nacionais a publicarem relatórios comparando a facilidade de acesso dos intervenientes não estatais dos vários países ACP aos fundos dos programas indicativos nacionais destinados aos intervenientes não estatais.

- 7 - Desenvolvimento das capacidades através da intensificação do diálogo entre actores 29. Os delegados sublinham a importância do diálogo e da troca de informação entre os intervenientes não estatais e nas diversas organizações, como forma de reforçar as suas capacidades. Por isso, os delegados reiteram o seu desejo de continuar a contribuir para a promoção ou criação de estruturas de diálogo a nível regional e/ou nacional (plataformas, redes, fóruns, Conselhos Económicos e Sociais, etc.) com representantes de todos os sectores da sociedade civil. Os participantes solicitam ainda que sejam reservados fundos dos programas indicativos nacionais para este fim. 30. Os participantes sublinham também a importância do diálogo social aos níveis sectorial, nacional e regional. Recomendam a criação de um programa para a promoção do diálogo social em todas as regiões ACP sob a égide da OIT, semelhante ao programa que esta organização gere na África francófona. As redes e os contactos regulares podem servir de base a um reforço das capacidades de pressão dos grupos de interesses económicos e sociais sobre outros temas, incluindo a participação dos intervenientes não estatais no Acordo de Cotonou. Negociações sobre os Acordos de Parceria Económica Negociações aceites com certas condições 31. Os actores económicos e sociais ACP-UE tomam nota do lançamento das negociações sobre os Acordos de Parceria Económica como forma de aumentar as trocas comerciais com a UE em relação ao anterior regime comercial criado pela Convenção de Lomé. Os delegados esperam que os novos acordos comerciais criem as condições de estabilidade necessárias para atrair o investimento local, regional e internacional e, por último, incentivem o comércio entre os países ACP em resultado da integração regional. 32. Todavia, os delegados realçam que os Acordos de Parceria Económica devem ser um instrumento de desenvolvimento e de erradicação da pobreza, como estipulado no Acordo de Cotonou. Além disso, os participantes salientam que, no final das negociações, a posição dos seus países não deverá ser menos favorável do que actualmente. Importância da informação e das consultas 33. Os actores económicos e sociais ACP-UE verificam a escassa difusão de informação sobre as negociações relativas aos Acordos de Parceria Económica entre os seus membros e apelam às autoridades nacionais e regionais, bem como à UE, para que dêem passos concretos no sentido de remediar a situação, nomeadamente a organização de seminários para intervenientes não estatais. Instam ainda a UE a, baseada na sua experiência, apoiar o reforço das capacidades das organizações da sociedade civil em matéria de integração regional.

- 8-34. Neste contexto, os delegados congratulam-se com a oportunidade que esta conferência lhes deu de obterem informação sobre as negociações relativas aos APE e exortam o Comité Económico e Social Europeu a continuar a organizar, com a Comissão Europeia, sessões de informação e consulta sobre as negociações, quer a nível de todos os países ACP quer a nível regional. 35. Os delegados instam a que o envolvimento dos intervenientes não estatais dos países ACP nas negociações sobre os Acordos de Parceria Económica seja institucionalizada a todos os níveis e apelam às autoridades dos países ACP para que apoiem este processo. Por exemplo, o envolvimento dos intervenientes não estatais na definição das posições a assumir nas negociações a nível sectorial, a nível dos comités de negociação nacionais e regionais e a nível dos grupos de trabalho preparatórios regionais. 36. Os participantes apelam ainda à criação de comités regionais de diálogo social que reúnam os actores socioprofissionais, com vista a contribuir para elaborar, propor e assegurar o acompanhamento e a execução de programas de desenvolvimento social. Os mandatos destes comités poderiam incluir o impacto económico, social e regional dos APE, a aplicação e controlo das convenções da OIT sobre os direitos sociais fundamentais, a promoção do emprego e do desenvolvimento social, o desenvolvimento da formação profissional, os mecanismos de protecção social, a evolução negociada da economia informal a fim de melhorar as condições de vida e de trabalho. 37. Os participantes sublinham a importância das avaliações de impacto sobre a sustentabilidade dos Acordos de Parceria Económica (incluindo aspectos sociais, ambientais e de género), a realizar pela Comissão Europeia, como forma de avaliar as consequências da liberalização do comércio. Lamentam que estes estudos não tenham sido realizados numa fase mais precoce das negociações e que a participação dos intervenientes não estatais tenha sido limitada. Os participantes reclamam ser consultados e envolvidos nestas avaliações no futuro. Solicitam ainda que sejam elaborados estudos de impacto selectivos recorrendo a consultores locais. Preocupações a ter em conta 38. Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE verificam que existe uma sobreposição de estruturas regionais para as negociações sobre os Acordos de Parceria Económica. Os delegados dos países ACP instam as suas autoridades nacionais a clarificar quais as entidades que integram estas estruturas, tendo em vista o reforço da sua capacidade de negociação. 39. Os delegados tomam nota da recente reforma da Política Agrícola Comum, mormente das medidas destinadas a eliminar as garantias de preços elevados. Os participante reclamam, porém, que seja facilitado o acesso ao mercado às principais exportações dos países ACP e que lhes seja dada maior prioridade. Apelam também a que as negociações sobre a agricultura

- 9 - tenham em consideração práticas comerciais justas e aspectos não comerciais, como o desenvolvimento rural e social e a protecção ambiental. 40. Os delegados reclamam períodos de transição razoáveis a partir de 2008 para garantir uma protecção suficiente das empresas regionais e nacionais, tanto as novas como as já estabelecidas, que poderão sofrer maior concorrência da parte de empresas da UE. 41. Os participantes também solicitam o fornecimento de recursos e de apoio à restruturação de indústrias locais para as tornar mais competitivas. Os delegados solicitam que sejam envidados particulares esforços para diversificar a produção local e as exportações. Para tal, os participantes preconizam a adopção de medidas de promoção do investimento em infra-estruturas e novas tecnologias, bem como do investimento para desenvolvimento dos sectores agrícola, industrial e de serviços (nomeadamente o sector financeiro). Neste contexto, os delegados apelam à constituição de parcerias público/privado e à realização de reformas económicas e administrativas nos países ACP para promover a transparência e incentivar o investimento. Os delegados preconizam ainda a adopção de medidas de financiamento para reforço dos recursos humanos, como formação profissional e reciclagem dos trabalhadores. 42. Os delegados manifestam apreensão quanto às consequências da perda de recursos públicos devido à redução das pautas aduaneiras e lembram que a redução destas não deve levar a um aumento dos impostos, que afectaria as camadas mais pobres da sociedade. 43. Os delegados verificam que a primeira fase das negociações ACP-UE sobre os Acordos de Parceria Económica não reflectem suficientemente as dimensões social e da igualdade das mulheres do Acordo de Cotonou e reclamam a sua plena integração nas negociações, incluindo o artigo 50º sobre comércio e normas laborais. Os delegados solicitam, em particular, que se adoptem medidas positivas no sentido de incluir os aspectos de género nas negociações sobre os APE, incluindo estudos para determinar o impacto dos acordos comerciais nas actividades económicas das mulheres e medidas tendentes à participação das organizações de mulheres nas consultas sobre as negociações. Integração regional e desenvolvimento sustentável 44. Os delegados denunciam os níveis crescentes de pobreza nos países ACP, particularmente na África Subsaariana. Neste contexto, os participantes reconhecem a importância de pugnar pelo desenvolvimento sustentável no quadro dos processos de integração regional e da interdependência destes dois processos. Os participantes destacam a importância da boa governação e da democracia e o necessário equilíbrio entre os três pilares do desenvolvimento sustentável: económico, ambiental e social.

- 10 - Entre as questões debatidas pelos delegados destacam-se as seguintes: Promoção do desenvolvimento rural sustentável 45. Os delegados solicitam às suas autoridades nacionais que seja dada prioridade a uma estratégia de desenvolvimento rural sustentável, que poderia desempenhar um papel fundamental na redução das desigualdades e dos conflitos. O desenvolvimento rural sustentável exige que estejam reunidas, entre outras, as seguintes condições: concessão de micro-créditos a agricultores individuais; desenvolvimento da infra-estrutura de transportes; fornecimento de água e electricidade nas zonas rurais e clareza sobre a propriedade e a posse das terras. 46. Os delegados salientam o papel essencial que as associações de agricultores podem desempenhar na formação e informação dos seus membros. Para tal, solicitam que estas organizações recebam apoio ao nível nacional e regional para a criação de redes e programas destinados às associações de agricultores e de assalariados agrícolas. As oportunidades do turismo sustentável 47. Os delegados sublinham o significativo contributo do turismo sustentável para o desenvolvimento das economias de muitos países ACP. Neste contexto, os delegados vincam a necessidade de assistência da UE no desenvolvimento das capacidades das associações de turismo. Frisam ainda a importância de uma gestão eficaz do turismo, incluindo medidas para promover o ecoturismo, e realçam o importante papel dos intervenientes não estatais neste processo. Ameaças das alterações climáticas à escala global 48. Os delegados saúdam a iniciativa de abordar a questão das alterações climáticas à escala global na Cimeira do G8 de Julho de 2005 e instam as suas autoridades a aderir ou a ratificar a Convenção-quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima. 49. Os delegados salientam o papel fundamental dos grupos de interesses económicos e sociais no desenvolvimento de mecanismos para facilitar a troca de informação e o intercâmbio de experiências, de modo a fazer face às mutações climáticas, bem como na promoção da transferência de tecnologia e da formação. Os delegados solicitam que os intervenientes não estatais recebam apoio ao nível nacional para estabelecerem programas e promoverem a criação de redes regionais.

- 11 - Necessidade de utilizar os recursos naturais de forma sustentável 50. Os participantes observam a forte dependência económica e cultural de muitos países ACP dos seus recursos naturais, a pressão cada vez maior sobre os recursos terrestres e marítimos e a necessidade de fomentar fontes renováveis de energia. Assim, os delegados ACP instam as suas autoridades a dar prioridade à gestão sustentável dos recursos naturais, em cooperação com intervenientes não estatais, instituições regionais e a União Europeia. O desafio do HIV/SIDA, da malária e da tuberculose 51. Os delegados sublinham a necessidade de adoptar com urgência medidas de combate à propagação do HIV/SIDA nos países ACP e apelam à mobilização internacional, e especialmente à UE, para ajudar a reduzir a propagação da pandemia. O acordo sobre o acesso a medicamentos genéricos alcançado na OMC constitui um primeiro passo na direcção certa que deve ser rapidamente traduzido em acção e apoiado por uma assistência humanitária, financeira e técnica em grande escala. Na linha da Declaração do Conselho de Ministros ACP-CE de 25 de Junho de 2005 sobre o HIV/SIDA, a malária e a tuberculose, os participantes realçam ainda o papel crucial dos intervenientes não estatais na prevenção e controlo destas pandemias e observam que as capacidades deveriam ser desenvolvidas, de forma a poderem assumir este papel, que representa para eles um desafio. Neste contexto, os delegados apoiam veementemente a Declaração Conjunta da ICFTU (Confederação Internacional dos Sindicatos Livres) e da OIE (Organização Internacional de Empregadores) sobre a luta comum contra o HIV e a SIDA. A importância da educação e do desenvolvimento dos recursos humanos 52. Os grupos de interesses económicos e sociais ACP-UE verificam os persistentes desafios que se colocam à educação básica em muitos países ACP, particularmente nas zonas rurais, e os elevados níveis de desemprego e de êxodo rural. Os participantes estão preocupados com a perda de mão-de-obra qualificada resultante da emigração. Salientam a importância de desenvolver a formação e os recursos humanos em conjunto com medidas concretas para a criação de emprego, o que deveria incluir o investimento na educação e na saúde e a formação em questões profissionais, financeiras, de saúde e ambientais. Assim, os delegados destacam o importante contributo da sociedade civil e, em particular, das organizações socioprofissionais para a oferta de formação formal e informal. Os delegados saúdam também a decisão do Comité de Acompanhamento ACP-UE de analisar o tema Recursos Humanos para o Desenvolvimento no período 2005-2007.

- 12 - Promoção da igualdade dos géneros 53. Os delegados observam que, não obstante o seu contributo significativo para as economias dos países ACP, as mulheres são as principais vítimas da pobreza, especialmente nas zonas rurais, e, de uma maneira geral, não beneficiam dos mesmos direitos e condições que os homens nos planos económico, social, político e jurídico. 54. Neste contexto, os delegados sublinham a importância de promover o papel e os direitos das mulheres nos países ACP e reclamam a adopção de medidas para dar expressão concreta ao artigo 31º do Acordo de Cotonou sobre questões de género. Isto deve incluir medidas específicas de promoção do acesso das mulheres aos processos de decisão, à formação e aos recursos produtivos (incluindo o direito à propriedade), o acesso ao micro-crédito e ao mercado de trabalho formal e a promoção de projectos para a criação de pequenas e médias empresas por mulheres. Os delegados apelam ainda à Comissão Europeia para que realize estudos destinados a determinar o estatuto e a capacidade das organizações de mulheres nos países ACP e para que adopte medidas positivas com vista à participação das organizações de mulheres nas consultas sobre a aplicação do Acordo de Cotonou. Bruxelas, 30 de Junho de 2005 DI CESE 88/2005 rev. 3 EN-VM/JM/LF/EP/gc/hlm/if