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Transcrição:

Tribunal Regional Eleitoral de Rondônia PJe - Processo Judicial Eletrônico 05/10/2018 Número: 0601447-26.2018.6.22.0000 Classe: REPRESENTAÇÃO Órgão julgador colegiado: Colegiado do Tribunal Regional Eleitoral Órgão julgador: JUIZ AUXILIAR 1 (Edenir) Última distribuição : 27/09/2018 Valor da causa: R$ 0,00 Assuntos: Direito de Resposta, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Internet Objeto do processo: Representação - Direito de Resposta Segredo de justiça? NÃO Justiça gratuita? NÃO Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM Partes Procurador/Terceiro vinculado ELEICAO 2018 AIRTON PEDRO GURGACZ DEPUTADO ESTADUAL (REPRESENTANTE) JHONY PEDRO DA PAIXAO (REPRESENTADO) FACEBOOK SERVICOS ONLINE DO BRASIL LTDA. (REPRESENTADO) Procuradoria Regional Eleitoral de Rondônia (FISCAL DA LEI) Id. Data da Assinatura Documento Documentos ARTHUR PIRES MARTINS MATOS (ADVOGADO) DOUGLAS WAGNER CODIGNOLA (ADVOGADO) 66132 02/10/2018 20:21 Decisão Decisão Tipo

JUSTIÇA ELEITORAL TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DE RONDÔNIA REPRESENTAÇÃO (11541) - Processo nº 0601447-26.2018.6.22.0000 - Porto Velho - RONDÔNIA [Direito de Resposta, Propaganda Política - Propaganda Eleitoral - Internet] RELATOR: EDENIR SEBASTIÃO ALBUQUERQUE DA ROSA REPRESENTANTE: ELEICAO 2018 AIRTON PEDRO GURGACZ DEPUTADO ESTADUAL Advogado do(a) REPRESENTANTE: ARTHUR PIRES MARTINS MATOS - RO3524 REPRESENTADO: JHONY PEDRO DA PAIXAO, FACEBOOK SERVICOS ONLINE DO BRASIL LTDA. Advogado do(a) REPRESENTADO: DOUGLAS WAGNER CODIGNOLA - RO2480 Advogado do(a) REPRESENTADO: DECISÃO Trata-se de pedido de direito de resposta promovido por Airton Pedro Gurgacz, em face de Jhony Pedro da Paixão e Facebook Serviços Online do Brasil Ltda., no qual o autor alega que o primeiro representado publicou vídeos com conteúdo inverídico, ao atribuir para si a autoria do projeto de lei sobre a militarização da Escola Júlio Guerra. Sustenta, ainda, que a insurgência é contra os seguintes vídeos com URL: https://www.facebook.com/jhonyjipa/videos/2010012619056022/, https://www.facebook.com/cabojhonypaixao/videos/266877947491868/ e https://www.facebook.com/cabojhonypaixao/videos/334080590490893/, que trazem informações infundadas sobre a militarização na Escola Júlio Guerra, o que visa criar um estado emocional e mental favorável ao representado Jhony Paixão, pois a indicação para militarização é do representante. Colaciona uma foto do protocolo na Assembleia da Indicação n. 3064/16. Requerer a concessão de tutela de urgência, apresentando o texto de resposta a ser publicado em caso de deferimento, postulando a aplicação do disposto na alínea b do 3º do art. 58 da Lei 9.504/97, para que se determine que o conteúdo fique disponível para acesso pelos usuários por tempo não inferior ao dobro em que esteve disponível a mensagem que Num. 66132 - Pág. 1

considera inverídica, sem prejuízo do encaminhamento dos autos ao Ministério Público, para fins de apuração do cometimento do crime do art. 323 do Código Eleitoral c/c art. 84 da Resolução n. 23.551/17. Ao final, pede a confirmação da liminar para o fim de julgar procedente a o pedido de direito de resposta. Liminar indeferida pelo Juízo Plantonista (ID 63367). Regularmente citados, os demandados apresentaram defesa, sendo que o primeiro representado, pugna pela improcedência da ação, ao argumento de que atuou como um dos idealizadores do projeto de militarização, indicando, inclusive, postagem do representante no Facebook, reconhecendo esse protagonismo. Destaca, também, link de notícias veiculadas no sítio da Assembleia Legislativa e da Polícia Militar, nas quais a iniciativa do projeto é atribuída ao representado (ID 63646). Por seu turno, o segundo representado arguiu preliminar de ilegitimidade passiva e, no mérito, requereu a improcedência do pedido (ID 63769). A douta Procuradoria Regional Eleitoral manifestou-se pela improcedência do pedido (ID 64668). É o relatório. Decido. Inicialmente, passo à análise de preliminar de ilegitimidade passiva, alegada pelo segundo representado. A preliminar não merece acolhimento, pois, por se tratar de provedor de aplicação e mantenedor da rede social Facebook, o segundo representado é responsável pelas veiculações ali inseridas e mantidas no país. Não por outra razão tem-se por justificada a existência da empresa Facebook Serviços Online do Brasil Ltda. Vale registrar que o Tribunal Superior Eleitoral já enfrentou a questão da legitimidade passiva de mantenedores de sítios e provedores de aplicação: ELEIÇÕES 2010. PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA. INTERNET. BLOG. AÇÃO CAUTELAR. ANONIMATO. PSEUDÔNIMO. SUSPENSÃO LIMINAR. PROVEDOR. RESPONSABILIDADE. LIVRE MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO. 1. As representações eleitorais que apontem irregularidades na utilização da internet como meio de divulgação de propaganda eleitoral podem ser propostas: (i) - contra a pessoa diretamente responsável pela divulgação tida como irregular, seja por autoria própria, seja pela seleção prévia do conteúdo divulgado; e (ii) - contra o provedor de conteúdo ou hospedagem quando demonstrado que este, em relação ao material incluído por terceiros, foi previamente notificado da irregularidade apontada ou, por outro meio, é possível verificar o seu prévio conhecimento. (iii) Desta última hipótese, excetua-se o armazenamento da propaganda realizada diretamente por candidatos, partidos e coligações, quando o provedor somente poderá retirar a propaganda após prévia apreciação judicial da irregularidade apontada, sendo ele responsável apenas no caso de descumprimento da decisão judicial [...] Num. 66132 - Pág. 2

(TSE - Agravo Regimental em Ação Cautelar nº 138443, Acórdão de 29/06/2010, Relator Min. HENRIQUE NEVES DA SILVA, Publicação: DJE - Diário da Justiça Eletrônico, Data 17/08/2010, Página 103-104) Dessa forma, não procede a preliminar de ilegitimidade passiva. Passo à análise do mérito e, ao fazê-lo, adianto que não procede o pedido. O direito de resposta é uma garantia constitucional (CF, art. 5º, V), que, no âmbito eleitoral é assegurado a candidato, partido ou coligação atingidos, ainda que de forma indireta, por conceito, imagem ou afirmação caluniosa, difamatória, injuriosa ou sabidamente inverídica, difundidos por qualquer veículo de comunicação social (Lei n. 9.504/97, art. 58). No caso dos autos, a controvérsia gira em torno de possível divulgação de mensagem inverídica, veiculada por Jhony Pedro da Paixão, na qual se apresenta como autor do projeto de militarização da Escola Júlio Guerra, ao passo que o representante afirmar ser sua a autoria do aludido projeto. Pois bem, a veiculação de mensagem sabidamente inverídica é entendida pelo Tribunal Superior Eleitoral como aquela de conteúdo absolutamente incontroverso e de conhecimento da população em geral, não podendo ser alvo de direito de resposta um conteúdo passível de dúvida, controvérsia ou de discussão na esfera política. (TSE. Recurso na Representação n. 108357.2014.6.00.0000/DF, Relator: Min. Admar Gonzaga). absolutamente incontroverso e de conhecimento da população em geral, não podendo ser alvo de direito de resposta um conteúdo passível de dúvida, controvérsia ou de discussão na esfera política. (TSE. Recurso na Representação n. 108357.2014.6.00.0000/DF, Relator: Min. Admar Gonzaga). Em análise aos elementos apresentados pelas partes, entendo que não subsiste razão ao autor. Com efeito, em notícia veiculada no sítio da Assembleia Legislativa de Rondônia ( http://www.al.ro.leg.br/institucional/noticias/airton-elogia-projeto-de-implantacao-de-escola-militariz ) há expressa indicação de que o representado Jhony Pedro da Paixão tomou a iniciativa do projeto de militarização da Escola Júlio Guerra, senão vejamos: Airton elogia projeto de implantação de escola militarizada em Ji-Paraná A escola poderá atender até 2.200 alunos por ano nos três turnos... Airton Gurgacz, deputado pelo (PDT), disse de sua satisfação em participar na noite da última quarta-feira (15), da apresentação do projeto "Escola Militarizada", que será implantado na Escola Estadual Júlio Guerra, no município de Ji-Paraná. O deputado frisou que esse é o caminho que vem dando certo em várias cidades brasileiras, retornando o conceito de cidadania e moral e cívica para a sociedade estudantil. O projeto poderá atender até 2.200 alunos nos três turnos e já está em trâmite burocrático na Secretaria de Estado da Educação para a efetiva implantação. A Num. 66132 - Pág. 3

iniciativa do projeto é do policial militar e vereador Jhony Paixão (PRB), que com sua equipe está trabalhando a implantação da militarização na escola. E m s u a p á g i n a p e s s o a l n o F a c e b o o k (https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=876351215839787&id=419857798155800), o próprio autor elogia o empenho do representado e o destaca como idealizador do projeto, senão vejamos: Militarização da Escola Júlio Guerra O deputado estadual Airton Gurgacz (PDT) participou na noite de quarta-feira (15) da apresentação do projeto Escola Militarizada que será implantada na Escola Estadual Júlio Guerra, em Ji-Paraná. O evento foi direcionado para a direção da escola, professores e pais de alunos residentes nos bairros a serem beneficiados. Participaram do ato, autoridades locais e do estado, além do vereador e idealizador da proposta, Jhony Paixão. De acordo com o deputado, a ideia de militarização foi abordada ainda em 2016, pela equipe do Proerd, que conheceu um projeto semelhante em funcionamento na cidade de Manaus, Amazonas. Lá, os resultados são considerados excelentes em todos os aspectos, tanto na formação intelectual como de cidadania. Este é um projeto que a sociedade deve apoiar, pois realmente transporta a escola e os alunos, para patamares muito melhores, lembrou. Sabedor dos benefícios, ainda em 2016, o deputado Airton apresentou a equipe que elaborou o projeto, juntamente com a proposta ao governador Confúcio Moura (PMDB), que logo determinou o início do processo burocrático junto à Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Quero parabenizar o vereador Jhony Paixão e sua equipe, e tenho certeza que este será um diferencial altamente positivo para Ji-Paraná passando a ser exemplo em todo o Estado, afirmou. O projeto poderá atender até 2,2 mil alunos. Queremos agradecer todo o apoio que estamos recebendo do nosso deputado Airton Gurgacz, sempre apoiando os projetos de interesse da nossa cidade. [g.n.] O simples fato de o representante ser o autor do projeto de lei para tornar possível a militarização da Escola Júlio Guerra, não o torna seu idealizador, uma vez que, por ostentar a qualidade de Deputado Estadual, apenas atuou como longa manus da vontade popular em ver aprovado o projeto em comento, cuja idealização, repita-se, é atribuída ao representado Jhony Pedro da Paixão. Eleitoral: Nesse sentido, destaco trecho do parecer da douta Procuradoria Regional Num. 66132 - Pág. 4

Em que pese a comprovação da autoria da indicação nº 3064/2016 em nome do representado Acir Gurgarcz, que resultou na militarização da referida escola, as provas juntadas por Jhony Paixão indicam que houve sua efetiva participação, já que no Projeto de Militarização do 3º Colégio Militar do Estado de Rondônia Inserção da Disciplina Militar na escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Júlio Guerra no município de Ji-Paraná/RO, consta seu nome, bem como a ideia já fazia parte de suas propostas quando candidato a vereador em 2016. Nessa perspectiva, ao contrário do que sustenta o representante, entendo que as postagens impugnadas não se enquadram em qualquer das hipóteses previstas no art. 58 da Lei n. 9.504/97, mormente porque não veiculam informação sabidamente inverídica. Diante dessas considerações, julgo improcedente o pedido de direito de resposta, extinguindo o processo com resolução de mérito, nos termos do art. 487, I, do Código de Processo Civil. Após o trânsito em julgado desta decisão, arquivem-se. Publique-se. Intimem-se. Porto Velho, 2 de outubro de 2018. EDENIR SEBASTIÃO ALBUQUERQUE DA ROSA Relator Num. 66132 - Pág. 5