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FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 9º ANO 3º BIMESTRE AUTORIA LUCIANA MARIA DA SILVA Rio de Janeiro 2012

TEXTO GERADOR I O texto gerador I é um fragmento do romance Capitães da Areia e narra um emocionante acontecimento na vida dos meninos do grupo: a chegada de um velho carrossel à cidade. Dois dos meninos foram chamados para trabalhar como ajudantes do dono do carrossel e levaram os amigos para conhecerem. AS LUZES DO CARROSSEL - É uma beleza - disse Pedro Bala olhando o velho carrossel armado. E João Grande abria os olhos para ver melhor. Penduradas estavam as lâmpadas azuis, verdes, amarelas, roxas, vermelhas. É velho e desbotado o carrossel de Nhozinho França. Mas tem a sua beleza. Talvez esteja nas lâmpadas, ou na música da pianola ( velhas valsas de perdido tempo), ou talvez nos ginetes de pau. Entre eles tem um pato que é para sentar dentro os mais pequenos. Tem a sua beleza, sim, porque a opinião unânime dos Capitães da Areia é que ele é maravilhoso. Que importa que seja velho, roto e de cores apagadas se agrada as crianças? Foi uma surpresa quase incrível quando naquela noite o Sem-Pernas chegou ao trapiche dizendo que ele e o Volta Seca iam trabalhar uns dias num carrossel. Muitos não acreditaram, pensaram que fosse uma pilhéria do Sem-Pernas. Então iam perguntar ao Volta Seca, que, como sempre estava metido no seu canto sem falar, examinando um revólver que furtara numa casa de armas. Volta Seca dizia que sim com a cabeça e por vezes dizia: - Lampião já andou nele. Lampião é meu padrim... O Sem-Pernas convidou a todos para irem ver o carrossel na outra noite, quando acabariam de armar. E saiu para encontrar Nhozinho França. Naquele momento todos os pequenos corações que pulsavam no trapiche invejaram a suprema felicidade do Sem-Pernas. (...) 2

Na outra noite foram todos com o Sem-Pernas e Volta Seca ( estes tinham passado o dia fora, ajudando Nhozinho a armar o carrossel) ver o carrossel armado. E estavam parados diante dele, extasiados de beleza, as bocas abertas de admiração. O Sem-Pernas mostrava tudo. Volta Seca levava um por um para mostrar o cavalo que tinha sido cavalgado por seu padrinho Virgulino Ferreira Lampião. Eram quase cem crianças olhando o velho carrossel de Nhozinho França, que a estas horas estava encornado num pifão tremendo na Porta do Mar. O Sem-Pernas mostrou a máquina ( um pequeno motor que falhava muito) com um orgulho de proprietário. Volta Seca não se desprendia do cavalo onde rodara Lampião. O Sem-Pernas estava muito cuidadoso do carrossel e não deixava que o tocassem, que bulissem em nada. Foi quando o Professor perguntou: -Tu já sabe mover as máquinas? - Amanhã é que vou saber... - disse o Sem-Pernas com um certo desgosto. - Amanhã Nhozinho vai me ensinar. - Então amanhã, quando acabar a função, tu pode botar ele pra rodar só com a gente. Tu bota as coisas pra andar, a gente se aboleta. Pedro Bala apoiou a ideia com entusiasmo. Os outros esperavam resposta do Sem-Pernas ansiosos. O Sem-Pernas disse que sim, e então muitos bateram palmas, outros gritaram. Foi quando Volta Seca deixou o cavalo onde montara Lampião e veio para eles: - Quer ver uma coisa bonita? Todos queriam. O sertanejo trepou no carrossel, deu corda na pianola e começou a tocar a música de uma valsa antiga. O rosto sombrio de Volta Seca se abrira num sorriso. Espiava a pianola, espiava os meninos envoltos em alegria. Escutavam religiosamente aquela música que saía do bojo do carrossel na magia da noite da cidade da Bahia só para os ouvidos aventureiros e pobres dos Capitães da Areia. Todos estavam silenciosos. Um operário 3

que vinha pela rua, vendo a aglomeração de meninos na praça, veio para o lado deles. E ficou também parado, escutando a velha música. Então a luz da lua se estendeu sobre todos, as estrelas brilharam ainda mais no céu, o mar ficou todo manso ( talvez que Yemanjá tivesse vindo também ouvir a música) e a cidade era que um grande carrossel onde giravam em invisíveis cavalos os Capitães da Areia. Neste momento de música eles sentiram-se donos da cidade. E amaram-se uns aos outros, se sentiram irmãos porque eram todos eles sem carinho e sem conforto e agora tinham o carinho e conforto da música. Volta Seca não pensava com certeza em Lampião neste momento. Pedro Bala não pensava em ser um dia o chefe de todos os malandros da cidade. O Sem-Pernas em se jogar no mar, onde os sonhos são todos belos. Porque a música saía do bojo do velho carrossel só para eles e para o operário que parara. E era uma valsa velha e triste, já esquecida por todos os homens da cidade. VOCABULÁRIO Pianola: piano mecânico acionado por pedais em que as notas da música a ser tocada Vem em um rolo de papel furado. Valsa: música que acompanha um tipo de dança de compasso suave. ATIVIDADE DE LEITURA QUESTÃO 1 Observando o contexto em que a palavra pilhéria está inserida, explique: a) Qual é o significado desta palavra? b) Como chegou a esta conclusão? 4

Foi uma surpresa quase incrível quando naquela noite o Sem-Pernas chegou ao trapiche dizendo que ele e o Volta Seca iam trabalhar uns dias num carrossel. Muitos não acreditaram, pensaram que fosse uma pilhéria do Sem-Pernas. Então iam perguntar ao Volta Seca (...) Habilidade Trabalhada Inferir o significado de palavras desconhecidas a partir do contexto em que são usadas. Resposta Comentada Ao lermos criamos sempre hipóteses e relacionamos as palavras umas as outras, formando assim um significado de cada palavra e de um todo. Assim, espera-se que o aluno ao ler analisar o contexto em que a palavra pilhéria está inserida, descubra que ela tem o mesmo sentido de brincadeira ou invenção. ATIVIDADE DE USO DA LÍNGUA QUESTÃO 2 Observe o quadro: - Amanhã é que vou saber... - disse o Sem-Pernas com um certo desgosto. - Amanhã Nhozinho vai me ensinar. A forma correta de reescrever a passagem do quadro no discurso indireto é: a) O Sem-Pernas disse, com certo desgosto, que amanhã é que iria saber. b) O Sem-Pernas disse, com certo desgosto, que amanhã é que vai saber. c) O Sem-Pernas disse, com certo desgosto, que amanhã saberá. d) O Sem-Pernas disse, com certo desgosto, que amanhã saberia. 5

Habilidade trabalhada Diferenciar e utilizar adequadamente os discursos direto e indireto. Resposta comentada Como a locução verbal está no futuro do presente, de acordo com as regras de transposição de discurso direto em indireto, o verbo deverá ser conjugado no futuro do pretérito, iria saber, portanto a resposta correta é a letra a. PRODUÇÃO TEXTUAL QUESTÃO 3 A turma, dividida em grupos, deverá criar narrativas contando o ponto de vista dos seres inanimados como a lua, as estrelas, o carrossel e o mar sobre a reação dos Capitães da Areia naquela noite em que ouviam a música na pianola. Depois cada grupo irá narrar oralmente o que escreveu para a turma. COMENTÁRIO Nesta atividade em grupo os alunos aprenderão a criar hipóteses sobre o que aqueles seres inanimados pensariam a respeito daquelas crianças tão infelizes e abandonadas ao ver algo como o carrossel e ao ouvir aquela música. 6