AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO SOB ESTRESSE SALINO

Documentos relacionados
COMPORTAMENTO DO CRESCIMENTO E DO DESENVOLVIMENTO FOLIAR DE QUATRO GENÓTIPOS DE ALGODOEIRO SUBMETIDOS A DIFERENTES NÍVEIS DE RESTRIÇÃO HÍDRICA

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

TESTES PARA AVALIAÇÃO DO VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM CONDIÇÕES AMBIENTAIS

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

Germination of seeds of Bauhinia cheilantha (Caesalpinaceae) and Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae) submitted to salt stress

EFEITOS DA SALINIDADE NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES E CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE ALGODÃO (Gossypium hirsutum L.)

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

FISIOLOGIA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO SILICATADA

Efeito do estresse por encharcamento no ciclo reprodutivo, no número de afilhos e no rendimento de grãos em trigo

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERABA, MG *

ÉPOCAS DE SEMEADURA DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE NO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA *

ÉPOCAS DE PLANTIO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO DE CICLO PRECOCE PARA A REGIÃO DO PONTAL DO TRIÂNGULO MINEIRO

RESPOSTA DO ESTRESSE HÍDRICO SIMULADO COM POLIETILENOGLICOL EM SEMENTES DE TOMATE

CRIOCONSERVAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO. RESUMO

GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE FEIJÃO-CAUPI EM FUNÇÃO DA COLORAÇÃO DO TEGUMENTO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2165

em função da umidade e rotação de colheita

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO CERRADO DO SUL MARANHENSE

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

Universidade Federal do Ceará Campus Cariri 3 o Encontro Universitário da UFC no Cariri Juazeiro do Norte-CE, 26 a 28 de Outubro de 2011

COMPRIMENTO E MATÉRIA SECA DE PLÂNTULAS DE CULTIVARES DE ALGODOEIRO COLORIDO SEMEADAS COM E SEM LÍNTER

ENSAIO REGIONAL DE LINHAGENS E CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO DO NORDESTE

Apresentação: Pôster

Efeito do estresse hídrico e térmico na germinação e crescimento de plântulas de cenoura

AVALIAÇÃO DA PRODUTIVIDADE DE MILHOS HÍBRIDOS CONSORCIADOS COM Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE MAMONEIRA À TOXICIDADE DE ALUMÍNIO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA.

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS AVANÇADAS DE FIBRA COLORIDA NOS MUNICÍPIOS DE ANGICAL E WANDERLEY-BA 1

ARRANJO DE PLANTAS PARA LINHAGENS E CULTIVAR DE ALGODOEIRO NO ESTADO DE GOIÁS

ADUBAÇÃO NITROGENADA E QUALIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E SEUS EFEITOS NA PRODUTIVIDADE E COMPONENTES DE PRODUÇÃO DO ALGODOEIRO HERBÁCEO *

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO NA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO COLORIDO (Gossypium hirsutum L. )

Avaliação do vigor de sementes de abobrinha (Cucurbita pepo) pelo teste de tetrazólio.

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO DESLINTADAS QUIMICAMENTE EM UM PROTÓTIPO DESENVOLVIDO PELA EMBRAPA ALGODÃO

Germinação de Sementes de Milho, com Diferentes Níveis de Vigor, em Resposta à Diferentes Temperaturas

SELETIVIDADE DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

AVALIAÇÃO DE NOVAS LINHAGENS ORIUNDAS DE CAMPOS DE SEMENTES GENÉTICAS DE ALGODÃO EM BARBALHA- CE RESUMO

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página 557

TRATAMENTO DE SEMENTES COM BIOESTIMULANTES NO CRESCIMENTO INICIAL DE PLÂNTULAS DE SOJA. Milena Fontenele dos Santos (1)

GERMINAÇÃO E CRESCIMENTO DE PLÂNTULAS DE ALGODÃO COLORIDO VARIEDADES BRS 200, BRS RUBI, BRS VERDE E BRS SAFIRA SOB CONDIÇÕES DE ESTRESSE SALINO

LONGEVIDADE DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L. e Crotalaria spectabilis Roth EM CONDIÇÕES NATURAIS DE ARMAZENAMENTO

BIOENSAIO PARA IDENTIFICAÇÃO DE GIRASSOL RESISTENTE AO HERBICIDA IMAZAPYR

EFEITO DO CONDICIONAMENTO OSMÓTICO SOBRE A GERMINAÇÃO E O VIGOR DE SEMENTES DE ALGODÃO.

TESTES DE VIGOR 22/05/ INTRODUÇÃO O QUE É A QUALIDADE DAS SEMENTES? É CARACTERIZADA PELOS ATRIBUTOS GENÉTICO, FÍSICO, FISIOLÓGICO E SANITÁRIO

Efeito do esterco no crescimento inicial de mudas de Sterculia foetida L.

COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SEMENTES DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODÃO HERBÁCEO.

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS EM CULTIVARES DE ALGODÃO HERBÁCEO SUBMETIDAS A DIFERENTES POPULAÇÕES DE PLANTAS. (*)

CRESCIMENTO INICIAL DE URUCUM SOB DIFERENTES SUBSTRATOS SUBMETIDOS A ESTRESSE SALINO. Correia dos Santos; 4 Ligia Sampaio Reis

ANÁLISE DE CRESCIMENTO E TROCAS GASOSAS EM DUAS CULTIVARES DE ALGODÃO SUBMETIDAS A ESTRESSE HÍDRICO

ADENSAMENTO DE SEMEADURA EM TRIGO NO SUL DO BRASIL

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO ARMAZENADAS EM FUNÇÃO DO PROCESSO DE DESLINTAMENTO QUÍMICO.

COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO MG

EFEITO DO GRAU DE UMIDADE DOS FRUTOS DE MAMONEIRA SOBRE A EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE DESCASCAMENTO MECÂNICO

19 ISSN Abril/2007

Influência da Adubação Orgânica e com NPK, em Solo de Resíduo de Mineração, na Germinação de Sementes de Amendoim.

EFEITO DA COMBINAÇÃO DE ESPAÇAMENTO X POPULAÇÃO DE PLANTA X NÍVEL DE ADUBAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO E RENDIMENTO DO ALGODOEIRO

Estresse Hídrico Em Sementes De Moringa oleifera Lam.


fontes e doses de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de trigo

EFEITO DOS NÍVEIS DE SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO NA PRODUÇÃO DO FEIJOEIRO COMUM*

FITOMASSA DE PLÂNTULAS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO "BRS TOPÁZIO" SOB NÍVEIS DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO INTRODUÇÃO

PROCEDIMENTOS DE COLHEITA E DIMENSIONAMENTO DA PARCELA PARA O TESTE DE GERMINAÇÃO COM SEMENTES DE ALGODÃO

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

Avaliação do desenvolvimento inicial de milho crioulo cultivados na região do Cariri Cearense através de teste de germinação

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

EFEITO DE HERBICIDAS PRÉ-EMERGENTES NA GERMINAÇÃO E VIGOR DE SEMENTES DE Phaseolus vulgaris L.

TOLERÂNCIA À SECA EM GENÓTIPOS DE MAMONA*

CONSORCIO DE MILHO COM BRACHIARIA BRINZANTHA

EFEITO DO ÁCIDO ACÉTICO SOBRE A GERMINAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ARROZ 1. INTRODUÇÃO

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

SELETIVIDADE DO SORGO SACARINO A HERBICIDAS E O TRATAMENTO DE SEMENTES COM O BIOATIVADOR THIAMETHOXAM

ESTUDOS DE CULTIVARES DE TRIGO SUBMETIDAS AO ESTRESSE HÍDRICO EM CASA DE VEGETAÇÃO

Uso de fertilizante na semente do trigo

INFLUÊNCIA DA ÉPOCA DE PLANTIO NA PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE TRIGO NO MUNICÍPIO DE MUZAMBINHO/MG

TECNOLOGIA DA FIBRA DE CULTIVARES DE ALGODÃO SUBMETIDAS AO BENEFICIAMENTO EM DISTINTOS DESCAROÇADORES

Umedecimento de substratos na germinação de sementes de repolho

FONTES ORGÂNICAS DE NUTRIENTES E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA*

DESENVOLVIMENTO DO ALGODOEIRO COLORIDO BRS 201 IRRIGADO COM ÁGUA DE DIFERENTES NÍVEIS DE SALINIDADES

CONTROLE DE TOMBAMENTO DE PLÂNTULAS E MELA DO ALGODOEIRO NO OESTE DA BAHIA

DESEMPENHO DE CULTIVARES E LINHAGENS DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO ESTADO DO CEARÁ *

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

EFEITO DE DIFERENTES SISTEMAS DE TRATAMENTO DE SEMENTES COM CLORETO DE MEPIQUAT, SOBRE O CRESCIMENTO DAS PLANTAS DE ALGODOEIRO

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

EFEITO DO RESÍDUO EXAURIDO DO CULTIVO DE COGUMELOS SOBRE A GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Eucalyptus dunnii

POTENCIAL FISIOLÓGICO DE SEMENTES DE CANOLA DURANTE O ARMAZENAMENTO

PRÉ-CONDICIONAMENTO PARA TESTE DE TETRAZÓLIO EM SEMENTES DA CULTIVAR BRS ENERGIA

ENCAPSULAÇÃO DE SEMENTES DE ALGODÃO HERBÁCEO (Gossypium hirsutum L.)

XXIX CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO - Águas de Lindóia - 26 a 30 de Agosto de 2012

RESPOSTA DO ALGODOEIRO A CLORETO DE MEPIQUAT E CLORETO DE MEPIQUAT + CICLANILIDA (*)

INFLUENCIA DA SALINIDADE POR CLORETO DE SÓDIO NA GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE Crotalaria juncea L.

Efeito Da Concentração Salina Em Água De Irrigação Durante Desenvolvimento Inicial Da Piptadenia Stipulacea Benth.

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO*

TESTE DE CONDUTIVIDADE ELÉTRICA EM DIFERENTES ESTRUTURAS DE SEMENTES DE SOJA 1. INTRODUÇÃO

UTILIZAÇÃO DE CASCA, TORTA DE MAMONA E FOSFATO NATURAL NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS DE MAMONEIRA. Souza Carvalho Júnior

RESPOSTA DE TRIGO AO ALUMíNIO EM HIDROPONIA. Resumo

Transcrição:

AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALGODÃO SOB ESTRESSE SALINO Leonardo Henrique Guedes de Morais Lima (Embrapa Algodão / leohgml@yahoo.com.br),carlos Henrique Salvino Gadelha Meneses (Universidade Federal do Rio de Janeiro), Marleide Magalhães de Andrade Lima (Embrapa Algodão), Pedro Dantas Fernandes (Universidade Federal de Campina Grande), Walter Esfrain Pereira (Universidade Federal da Paraíba), Riselane de Lucena Alcântara Bruno (Universidade Federal da Paraíba) e Marcia Soares Vidal (Embrapa Agrobiologia) RESUMO - A germinação de sementes de algodão e a emergência de plântulas são retardadas e reduzidas sob condições salinas. Neste estudo, objetivou-se avaliar o efeito do estresse salino em quatro genótipos de algodão (BRS Rubi, BRS Safira, BRS 1 e CNPA 187 8H), empregando-se diferentes potenciais osmóticos (-,2; -,4; -,6; -,8 e -1,) simulados por soluções de NaCl. Nos testes de germinação e vigor foram utilizados quatro repetições, contendo 5 sementes por repetição. Estas sementes foram envolvidas em papéis Germitest umedecidos com solução de NaCl correspondente ao potencial osmótico de cada tratamento, sendo mantidas dentro de sacos de plástico escuro e depois colocadas no germinador. As leituras da germinação iniciaram quatro dias após a indução do estresse, finalizando no 12º dia. As plantas contabilizadas na primeira contagem da germinação foram utilizadas para o teste de vigor. Constatou-se uma tendência de redução da germinação e vigor das sementes com o aumento do potencial osmótico; quanto à tolerância à salinidade, destacaram-se as cultivares CNPA 187 8H em relação à germinação e BRS Safira para vigor, nos dois potencias osmóticos mais elevados; e que estudos para estresse salino podem ser realizados a partir do potencial de -,4 MPa. Palavras-chave: algodão, germinação,vigor, salinidade INTRODUÇÃO A germinação de sementes pode ser definida como uma série de acontecimentos metabólicos e morfogenéticos que promovem a transformação de um embrião em plântula. Na germinação estão envolvidos processos seqüenciados e sincronizados, de tal maneira que as reações catabólicas e anabólicas são simultâneas (CASTRO et al., 5). Algumas condições devem ser satisfeitas para que a germinação ocorra, tais como a viabilidade da semente, bem como condições internas da semente e externas (fatores ambientais) favoráveis à germinação; e condições satisfatórias de fitossanidade. No caso do algodoeiro, sob condições ambientais favoráveis, a germinação inicia-se pela emissão da radícula do tegumento em cerca de 18 a 24 horas após o início da reidratação (PARRY, 1982). Embora considerado uma cultura tolerante à salinidade, o algodoeiro (Gossypium hirsutum L.) pode sofrer reduções substanciais tanto em crescimento como em produção quando exposto a esta condição de estresse (GHEYI, 1997; QUEIROZ e BÜLL, 1). O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do estresse salino na fase de germinação em quatro cultivares de algodão, empregando-se diferentes potenciais osmóticos induzidos por cloreto de sódio. MATERIAL E MÉTODOS

Local do experimento e genótipos utilizados O trabalho foi conduzido no Laboratório de Sementes do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba, Areia-PB e na Embrapa Algodão, Campina Grande-PB. O experimento de indução de estresse salino foi realizado com os quatro genótipos de algodoeiro (Gossypium hirsutum var. latifolium L.): BRS Rubi, BRS Safira, BRS 1 e CNPA 187 8H. Indução do estresse O estresse salino foi simulado com emprego de soluções aquosas de cloreto de sódio (NaCl) nos seguintes potenciais salinos:,; -,2; -,4; -,6; -,8 e -1, MPa. As variáveis estudadas sob estresse foram: germinação e vigor das sementes. Foram utilizadas quatro repetições por genótipo para cada um dos potenciais osmóticos. Em cada repetição foram utilizadas 5 sementes, envolvidas em papéis Germitest umedecidos com a solução de NaCl correspondente ao potencial osmótico de cada tratamento; os rolos de papel foram acondicionados em sacos de plástico escuro e mantidos em um germinador com umidade controlada no ponto de saturação. Testes de germinação e vigor As avaliações de germinação iniciaram quatro dias após o início da indução do estresse salino. Todas as parcelas foram observadas diariamente e na mesma hora. À medida que a germinação ocorria, as sementes eram contabilizadas e excluídas. A avaliação se estendeu por oito dias; a partir daí, a germinação das sementes tornou-se inviável. A avaliação de vigor foi realizada quatro dias após o início do teste de germinação, sendo analisada conjuntamente com a primeira leitura do referido teste. Análise estatística O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, no esquema fatorial 4 x 6 (genótipos x potenciais). As análises estatísticas foram realizadas utilizando o procedimento GENMOD do software SAS (6). As variáveis foram submetidas as análises de regressão logística (BORGEN, 4; VERHOEVEN et al., 4) e de deviance (testes de verossimilhanças para as fontes de variação controladas no modelo), sendo as médias das variáveis comparadas pelo teste do qui-quadrado a 5% de probabilidade. Para as interações significativas foram feitas os desdobramentos. RESULTADOS E DISCUSÃO 1. Análises de germinação e vigor Para o teste de germinação e vigor, verificou-se que os dados para os genótipos (G), potenciais osmóticos (P) e interação genótipo x potenciais osmóticos (G x P) foram altamente significativos a 1% de probabilidade pelo teste F (Tab.1). Tabela 1. Qui-quadrado médio das variáveis germinação e vigor das sementes de algodão. Fonte de Grau de variação liberdade Germinação (%) Vigor (%) Genótipos (G) 3 262.26** 128.96** Potenciais (P) 5 321.34** 32.73** Interação G x P 15 346.91** 278.36** Deviance 1417.7 3757.1 (**), significativo a,1 de probabilidade para o teste F. χ 2

1.1 Germinação Pela comparação entre genótipos nos diferentes potenciais osmóticos para a variável germinação observou-se que o CNPA 187 8H e BRS 1 obtiveram maiores valores de germinação diante dos potenciais osmóticos de, e -,2 MPa, porém não diferiram entre si. O genótipo BRS 1 mostrou-se superior aos demais genótipos nos potenciais -,4 e -,6 MPa, sendo o genótipo BRS Rubi o mais afetado no potencial -,4. Já para o segundo potencial osmótico de -,6 MPa, o genótipo BRS Safira obteve a menor significância (Tab. 2). O genótipo CNPA 187 8H apresentou melhor performance em relação aos demais para os potenciais de -,8 e -1, MPa (Tab. 2). Por outro lado, resultados menos significativos para o potencial osmótico de -,8 MPa foram observados para os genótipos BRS 1 e BRS RUBI. Para o potencial - 1, MPa o genótipo BRS Rubi foi o mais afetado pela alta concentração salina no meio (Tab. 2). Tabela 2. Percentagem de germinacao obtida em quatro genótipos de algodão herbáceo, em função dos diferentes potenciais osmóticos. Genótipo, -,2 -,4 -,6 -,8-1, CNPA 187 8H 92,5 a 88, a 84,5 b 87, b 89, a, a BRS Safira 84,5 b 81, b 85, b 61, d 81, b 73,5 b BRS Rubi 86,5 b 85, ab,5 c 72,5 c 72, c 28, c BRS 1 92,5 a 89,5 a 93,5 a 92, a 67,5 c 71, b Em cada coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente, entre si, pelo teste de χ 2, a 5% de probabilidade. Nos resultados observados verifica-se que todas as cultivares apresentaram uma média de germinação das sementes acima de 7% para os potencias osmóticos de -,8 e -1, MPa, com exceção da cultivar BRS 1 para o primeiro e a cultivar BRS Rubi no potencial osmótico de -1, MPa, apresentando 67,5% e 28% de germinação, respectivamente. Para todos os genótipos analisados, verificou-se uma tendência à redução da germinação com o aumento do potencial salino. Resultados similares foram obtidos também por Lima et al. (5) e Machado Neto et al. (6), em estudo com outras espécies. A análise de regressão aplicada aos resultados da Tabela 2, possibilitou a obtenção de equações a partir dos percentuais de germinação com níveis de potenciais osmóticos, apresentadas na Figura 1. Observa-se, também, uma boa combinação entre essas variáveis, expressa pelo coeficiente de determinação R 2, permitindo-se estimar a percentagem de germinação de sementes de cada genótipo estudado em função da solução osmótico do substrato. BRS Safira BRS Rubi Ř 2 =.563 Ř 2 =.72 y = exp(2.5328.7423-2.2 x + 1.2992 x 2 ). 1 + exp(2.5328.7423-2.2 x + 1.2992 x 2 ) y = exp(2.5328.8961 -.2781 x 1.8741 x 2 ). 1 + exp(2.5328.8961 -.2781 x 1.8741 x 2 ),2,4,6,8 1,2,4,6,8 1 Ř 2 =.684 y = exp(2.5328 -.1357 x 1.7237 x 2 ). 1 + exp(2.5328 -.1357 x 1.7237 x 2 )

BRS 1,2,4,6,8 1 Figura 1. Percentagem de germinação obtida em quatros genótipos de algodoeiro herbáceo, em função de seis níveis de NaCl. 1.2 Vigor Para o teste de vigor, foram observados dados significativos a 1% de probabilidade, como verificado para o teste de germinação (Tab. 1). Todos os genótipos tiveram valores estatisticamente similares no potencial, MPa, onde a BRS 187 8H obteve o maior valor absoluto (74,5%); em solução osmótica a -,2 MPa. Em seguida, destacou-se a BRS 1 (56,5%). As cultivares BRS 1 e BRS Safira mantiveram os resultados mais significativos para o potencial osmótico de -,4 MPa, enquanto a cultivar BRS Rubi apresentou o menor valor significativo para este potencial osmótico (Tab. 3). Para os potenciais osmoticos de -,6; -,8 e -1, MPa, destacaram-se as cultivares BRS Rubi, para o primeiro potencial e BRS Safira para o segundo e terceiro potenciais, visto que, apresentaram as médias mais significativas (Tab. 3). Tabela 3. Vigor das sementes obtido em quatro genótipos de algodão herbáceo, em função dos diferentes potenciais osmóticos.. Genótipo, -,2 -,4 -,6 -,8-1, CNPA 187 8H 74,5 a 51, ab 35, b 24, b,5 c,5 c BRS Safira 72,5 a 54, ab 59, a 21,5 b 9, a 13,5 a BRS Rubi 7,5 a 49,5 b 22, c 3,5 a 3, b 3,5 b BRS 1 73,5 a 56,5 a,5 a 19, b 1,5 bc,5 c Em cada coluna, médias seguidas da mesma letra não diferem significativamente, entre si, pelo teste de χ 2, a 5% de probabilidade. Almeida et al. (1) verificou, em genótipos de arroz, que os efeitos da salinidade sobre o vigor indicam, de modo geral, que a emergência das plântulas diminui à medida que se eleva a concentração das soluções salinas e que os genótipos tiveram comportamento distintos sob estresse por NaCl. Resultados similares foram obtidos neste experimento, onde os quatro genótipos de algodão apresentaram comportamento diferenciado para todos os níveis salinos, verificando-se, também, uma tendência à diminuição do índice de germinação pela análise de vigor à medida que a concentração salina aumentava (Tab. 3). A redução do vigor das sementes com o aumento dos potenciais salinos foram vistos também por Moraes et al. (5), Bertagnolli et al. (4) e Torres et al. () trabalhando com outras espécies vegetais. Com os dados de germinação, correspondentes à variável vigor, foram obtidas as equações logísticas para cada genótipo nos diferentes potenciais osmóticos (Fig. 2). Observa-se, em geral, uma boa relação entre a variável dependente e a independente, expressa pelo coeficiente de determinação, permitindo-se estimar a porcentagem de germinação de sementes de cada genótipo estudado em função da solução osmótico do substrato.

CNPA 187 8H BRS Rubi y = exp(.8196 +.652-2.1183 x 3.6566 x 2 ). 1 + exp(.8196 +.652-2.1183 x 3.6566 x 2 ) Ř 2 =.846 y = exp(.8196.445-3.7347 x). 1 + exp(.8196.445-3.7347 x) Ř 2 =.9,2,4,6,8 1,2,4,6,8 1 BRS Safira BRS 1 y = exp(.8196 +.17-2.9952 x). 1 + exp(.8196 +.17-2.9952 x) Ř 2 =.775 y = exp(.8196 + 1.36 x 8.3724 x 2 ). 1 + exp(.8196 + 1.36 x 8.3724 x 2 ) Ř 2 =.848,2,4,6,8 1,2,4,6,8 1 Figura 2. Vigor das sementes obtido em quatro genótipos de algodoeiro herbáceo em função de seis níveis de NaCl. CONCLUSÕES Houve uma tendência de redução da germinação e vigor das sementes de algodão quando aumentou o potencial osmótico. Os genótipos mostraram comportamento diferenciado quanto à germinação e vigor das sementes na presença das diferentes soluções osmóticas. A partir do potencial de -,4 MPa, estudos de estresse salino podem ser realizados envolvendo as cultivares de algodão herbáceo avaliadas CONTRIBUIÇÃO PRÁTICA E CIENTÍFICA DO TRABALHO Sabe-se que na região Nordeste o problema de salinidade torna-se de grande importância para a produção agrícola e que, embora o algodão seja considerado uma cultura tolerante, pode sofrer reduções substanciais no seu crescimento e na produção quando exposta à condição de salinidade. Diante disto, são necessários estudos fisiológicos de cultivares de algodoeiro para se descobrir as mais tolerantes a esta condição abiótica e, a partir destas, outros estudos podem ser realizados para se descobrir mecanismos de tolerância, os quais poderão ser transferidos para outra cultivares por meio de programas de melhoramento. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, F. DE A.C.; GONÇALVES, N.J.M.; GOUVEIA, J.P.G DE; CAVALCANTE, L.F., Comportamento da germinação de sementes de arroz em meios salinos. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais, Campina Grande, v.3, n.1, p.47-51, 1; BERTAGNOLLI, C.M.; CUNHA, C. DOS S.M.; MENEZES, S.M. DE; MORAES, D.M. DE; LOPES, N.F.;

ABREU, C.M., Qualidade fisiológica e composição química de sementes de soja submetidas ao estresse salino. Revista Brasileira Agrociência, v.1, n. 3, p. 287-291, 4. BORGEN, A. Organic seed treatment to control common bunt (Tilletia tritici) in wheat. Seed Testing International, n.128, 4; CASTRO, P.R.C.; KLUGE, R.A. E PERES, L.E.P. Germinação, dominância apical e tropismos. In: CASTRO, P.R.C.; KLUGE, R.A. e PERES, L.E.P. Manual de fisiologia vegetal: teoria e prática, Piracicaba: Agronômica Ceres, 5. 65p. DEMÉTRIO, C.G.B. Modelos lineares generalizados em experimentação agronômica. Piracicaba: ESALQ, Departamento de Ciências Exatas,1. 113p. LIMA; M. DA G. DE, S LOPES, N. F.; MORAES, D. M. DE, ABREU, C. M. Qualidade fisiológica de sementes de arroz submetidas a estresse salino. Revista Brasileira de Sementes, v. 27, n. 1, p.54-61,.5. MACHADO NETO, N. B., CUSTÓDIO, C. C., COSTA, P. R., DONÁ F. L. Deficiência hídrica induzida por diferentes agentes osmóticos na Germinação e vigor de sementes de feijão. Revista Brasileira de Sementes, v. 28, n. 1, p.142-148, 6. MORAES, G.A.F. DE; MENEZES. N.L. DE; PASQUALLI L.L. Comportamento de sementes de feijão sob diferentes potenciais osmóticos. Ciência Rural, Santa Maria, v.35, n.4, p.776-7, 5; PARRY, G. Le cottonier et ses produts. Paris: Maisonneuve e Larouse, 1982. 52p, TORRES; S.B.; VIEIRA, E.L.; MARCOS-FILHO, J., Efeitos da salinidade na germinação e no desenvolvimento de plântulas de pepino. Revista Brasileira de Sementes, v. 22, n. 2, p.39-44,. VERHOEVEN, K.J.F.; BIERE, A.; NEVO, E.; DAMME, J.M.M. Can a genetic correlation with seed mass constrain adaptive evolution of seedling desiccation tolerance in wild barley? Intitute Journal Plant Science. v.165, n.2, p. 281-288, 4.