COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE. Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO

Documentos relacionados
Dados da Violência contra a mulher no Brasil

Direito Penal. Lei nº /2006. Violência doméstica e Familiar contra a Mulher. Parte 1. Prof.ª Maria Cristina

Ministério do Desenvolvimento Social MDS Secretaria Nacional de Assistência Social SNAS

União Popular de Mulheres de Campo Limpo e Adjacências.

16º CONEX - Encontro Conversando sobre Extensão na UEPG Resumo Expandido Modalidade B Apresentação de resultados de ações e/ou atividades

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

VIOLÊNCIA E ABUSO na universidade

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

PROJETO DE LEI Nº de de 2015.

09/06/2017 WALLACE FRANÇA LEI MARIA DA PENHA

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E SEGURANÇA PÚBLICA

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 2 - Violência doméstica

3. Roteiro de perguntas para serem aplicadas na tomada de declarações ou oitivas dasvítimas indiretas e testemunhas

VIOLENCIA DOMESTICA CONTRA A MULHER: NÃO SE CALE! A INDIFERENÇA MATA!

FEDERATION INTERNATIONALE DES FEMMES DES CARRIERES JURIDIQUES

01- De acordo com a lei /06 conhecida popularmente como lei Maria da Penha é correto afirmar que :

É DEVER DE TODOS PREVENIR A AMEAÇA OU VIOLAÇÃO DOS DIREITOS DO IDOSO! DENUNCIE! VOCÊ TAMBÉM É RESPONSÁVEL.

03/10/2018 LEI MARIA DA PENHA ESQUEMATIZADA LEI N DE 07 DE AGOSTO DE 2006 PROF. MARCOS GIRÃO

Saiba mais sobre o principal serviço de informações e orientações para mulheres

Volnei Celso Tomazini RELATOR

Delegacia de Defesa da Mulher

VIOLÊNCIA SEXUAL. Entenda e ajude a combater SECRETARIA NACIONAL DE POLÍTICAS PARA AS MULHERES SECRETARIA DE GOVERNO

LEGISLAÇÃO APLICADA SUSEPE/RS 2017 PROF. DALMO AZEVEDO LEI MARIA DA PENHA

CURSO PRÉ-VESTIBULAR DO CENTRO DE ESTUDOS E AÇÕES SOLIDÁRIAS DA MARÉ AULÃO DA MULHER VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER VOCÊ CONHECE A LEI?

UNIVERSIDADE CEUMA São Luís MA 2018

GÊNERO E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA AS MULHERES

Quadro Geral. Até Outubro de 2009

III contra a criança e o adolescente; IV contra a pessoa com deficiência; VI contra o portador do vírus HIV;

VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA MULHERES: SAIBA O QUE FAZER E COMO AJUDAR. PROEXT/ MEC-SESu

ONDE MEUS TALENTOS E PAIXÕES ENCONTRAM AS NECESSIDADES DO MUNDO, LÁ ESTÁ MEU CAMINHO, MEU LUGAR ARISTÓTELES

QUERIDO(A) ALUNO(A),

PALAVRAS-CHAVE: violência doméstica; mulher; Lei Maria da Penha

Sistematização e análise de casos notificados de violência contra a mulher em Viçosa-MG.

GT 6: DIREITOS HUMANOS E POLÍTICAS PÚBLICAS O MUNDO PELA IGUALDADE DE GÊNERO: DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES 1

PÓS GRADUAÇÃO PENAL E PROCESSO PENAL Legislação e Prática. Professor: Rodrigo J. Capobianco

> VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

LEI N , DE (D.O )

UMA CULTURA INTOLERÁVEL UM RETRATO DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Campanha16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher

VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA UNIVERSIDADE

VIOLÊNCIA. Onde buscar ajuda? DE GÊNERO NA UNIVERSIDADE Conheça seus direitos

DISCUTINDO VIOLÊNCIA DE GÊNERO NA ESCOLA: REFLEXÕES E EXPERIÊNCIAS

DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) Paulo Sérgio Lauretto titular da DEPCA Campo Grande/MS

SESSÃO DA TARDE PENAL E PROCESSO PENAL Lei Maria da Penha. Professor: Rodrigo J. Capobianco

Maria da Penha PMBA. Salvador (BA) Samira Bueno e Jacqueline Brigagão. Ronda para Homens da Ronda Maria da Penha PMBA Salvador (BA)

PROJETO DE LEI N.º 5.448, DE 2009 (Do Sr. Gonzaga Patriota)

BALANÇO 2015 Uma década de conquistas! Mulheres, da Igualdade Racial Políticas para as Mulheres e dos Direitos Humanos


Superando Barreira. Enfª: Eclésia Fragoso Nogueira

DIREITOS HUMANOS. Estatuto de Roma e o Tribunal Penal Internacional Parte 1. Profª. Liz Rodrigues

MULTIVIX CARIACICA FACULDADE SÃO GERALDO CURSO DE DIREITO

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEIDE DIREITO AUTORAL

Balanço Anual Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres Ministério dos Direitos Humanos

DIREITO PROCESSUAL PENAL

VIolênCIA. VoCê. saber. contra a mulher. PrECIsA. Coordenação Organização das Trabalhadoras Domésticas e Centro de Ação Cultural - Centrac

FERIDAS QUE AFLORAM CONQUISTAS

SUMÁRIO 2. COMENTÁRIOS À LEI /2006 ARTIGO POR ARTIGO LEI , DE 7 DE AGOSTO DE 2006

II. Violência contra a mulher: dados 2015

ANÁLISE DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR EM ILHÉUS ( )

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Central de Atendimento à Mulher - Ligue 180

LEI Nº MARIA DA PENHA. Escritório no Brasil

MARIA DA PENHA (LEI / 06)

Legislação Extravagante. Emerson Castelo Branco

TÍTULO: VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER: TIPOS DE VIOLÊNCIA, PERFIL DA VÍTIMA, SUA DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL E NA REGIÃO SUDESTE NOS ÚLTIMOS ANOS.

Lei nº11.340, de 7 de agosto de 2006 LEI MARIA DA PENHA LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006

COMISSÃO DIRETORA PARECER Nº, DE 2006

Violência de Género: Violência sobre os idosos e as idosas

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LEI Nº , DE 7 DE AGOSTO DE 2006.

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Lei Maria da Penha completa 8 anos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

Presidência da República Casa Civil Subchefia para Assuntos Jurídicos

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DAS VIOLÊNCIAS INTERPESSOAIS E AUTOPROVOCADAS EM IDOSOS. RECIFE, 2010 A 2017

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

LEGISLAÇÃO LEI Nº DE 07 DE AGOSTO DE 2006 (LEI MARIA DA PENHA). TÍTULO II DA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

PRESERVAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS ATRAVÉS DA LEI MARIA DA PENHA 1

Mini Simulado GRATUITO de Legislação Penal Extravagante. TEMA: Estatuto do Desarmamento (Lei nº /03) e Lei Maria da Penha (Lei nº 11.

MODALIDADES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA PREVISTAS NA LEI MARIA DA PENHA.

PROJETO DE LEI DA CÂMARA Nº 37, DE

Veja como denunciar maus-tratos praticados contra animais

Stella Bettencourt da Câmara 21, novembro,2018

UM OLHAR SOBRE A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA MECANISMOS À FAVOR DA PROTEÇÃO DA DIGNIDADE DA MULHER. Gustavo Nazi Coelho. Resumo

Formulário de Denúncia Confidencial Crimes de ódio

O que é uma pesquisa de vitimização?

3º Fórum de Pediatria/CFM

Universidade Federal do Maranhão Departamento de Medicina III Disciplina de Obstetrícia Serviço de Obstetrícia e Ginecologia do HU

Informações de Impressão

DIREITO PENAL - RETIFICADO. Lei Nº /2006 Lei Maria Da Penha...01

Projeto de Recuperação 1º Semestre - 1ª Série

LAURA TADDEI ALVES PEREIRA PINTO BERQUÓ

MATÉRIA- LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA GUARDA MUNICIPAL- CTBA

Lei Federal n , de 7 de agosto de 2006

Violência Sexual Contra Crianças e Adolescentes RELATÓRIO 2006/2007. Organização. Karla Livi

Crimes Digitais.

Módulo ABORDAGEM EM SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA. Unidade: 3 Violência contra o idoso

A construção da rede de atendimento às pessoas em situação de violência

Transcrição:

COPAPI POLÍTICA DE GÊNERO VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE Profª Drª ANA CLAUDIA FIGUEIREDO 1REBOLHO Prof. Dr. EDISON MARTINS MIRON São Carlos 2019

VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES E GÊNERO NA UNIVERSIDADE Conheça seus direitos Esta Cartilha foi elaborada por meio de diversos artigos relacionados à violência contra as mulheres e gênero, os quais se encontram referenciados ao final deste documento. A violência contra as mulheres afeta todas as classes sociais, etnias e regiões. O Brasil é um dos países onde este crime tem um índice dos mais elevados. Atualmente este tipo de violência é entendido não como um problema de ordem provada ou individual, mas como um fenômeno estrutural, de responsabilidade da sociedade como um todo. A violência não é somente praticada por meio de agressão física, mas também como violência sexual, moral, patrimonial e psicológica. Todos os tipos de violência que podem ser praticados contra mulher geram consequências para sua saúde e qualidade de vida. É importante saber que a violência pode ocorrer no espaço público e no espaço doméstico. O que é violência contra mulheres? A violência contra mulheres está relacionada às desigualdades de gênero na sociedade, à importância que é dada em ser homem ou ser mulher. Este documento tem por objetivo informar as mulheres sobre as diversas situações de violência de que podem ser vítimas e sobre como buscar ajuda. A violência contra mulheres atinge indistintamente mulheres de todas as classes sociais, raças e etnias, religiões e culturas. Produz consequências emocionais devastadoras e impactos graves sobre a saúde mental, sexual e reprodutiva da mulher. Tipos de violência Qualquer conduta que cause dano emocional e diminuição da autoestima; ou que prejudique e perturbe o pleno desenvolvimento; ou que vise degradar ou controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, insulto, chantagem, ridicularizarão, exploração e limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde psicológica e à autodeterminação.

Violência sexual Forçar a prática de atos que causam desconforto ou repulsa como, por exemplo, sexo forçado; impedir o uso de método contraceptivo; forçar uma gravidez; forçar um aborto; toques e carícias não desejados. A violência sexual pode ocasionar gravidez não desejada e abortamento, além de aumentar o risco de infecções sexualmente transmissíveis e pelo HIV. De acordo com soares (2017), do jornal estadão: A cada 7.2 segundos uma mulher é vítima de violência física. (Fonte: Relógios da Violência, do Instituto Maria da Penha); Em 2013, 13 mulheres morreram todos os dias vítimas de feminicídio, isto é, assassinato em função de seu gênero. Cerca de 30% foram mortas por parceiro ou ex. (Fonte: Mapa da Violência 2015); Esse número representa um aumento de 21% em relação à década passada. Ou seja, temos indicadores de que as mortes de mulheres estão aumentando; O assassinato de mulheres negras aumentou (54%) enquanto o de brancas diminuiu (9,8%). (Fonte: Mapa da Violência 2015); Somente em 2015, a Central de Atendimento a Mulher Ligue 180, realizou 749.024 atendimentos, ou 1 atendimento a cada 42 segundos. Desde 2005, são quase 5 milhões de atendimentos (Dados divulgados pelo Ligue 180). Violência física Qualquer conduta que ofenda a integridade ou saúde corporal, como empurrões, tapas, socos, chutes, puxões de cabelo, mordidas, queimaduras, amarras, agressões com armas ou objetos. Violência moral Ofender a reputação ou bem-estar psicológico da mulher com xingamentos, insultos; dizer qualquer coisa que a ofenda, como chamá-la de puta, vadia, louca, acusar de traição ou qualquer outro xingamento que a ofenda. Violência patrimonial

Retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades. Violência em função da raça Mulheres negras e indígenas, por exemplo, estão sujeitas a outras violências diretamente relacionadas ao seu pertencimento racial. Todas as violências listadas anteriormente, praticadas em função da raça, e atos de desvalorização ou impedimento de ações caracterizam-se como violência racial. Fui agredida o que fazer? A lei protege todas as mulheres, ricas ou pobres, negras, indígenas ou brancas, de qualquer etnia, mulheres que se relacionam afetivamente com homens ou com outras mulheres, mulheres em situação de prostituição, jovens, adultas e idosas, solteiras, casadas, separadas, não casadas que vivem com parceiro ou parceira, e mulheres que vivem com o vírus da AIDS ou outras doenças. Como fazer para o crime ser investigado? É muito importante seguir os procedimentos listados anteriormente para registrar um Boletim de Ocorrência BO, numa DDM se for em horário comercial ou numa Delegacia da Polícia Civil (Plantão) se for à noite, finais de semana e feriados. Esses tipos de crimes só podem ser punidos se a comunicação e o desejo de representar contra o agressor for manifestado em uma delegacia até 6 meses após a agressão. Durante a investigação é importante sempre fornecer provas, sejam elas físicas, verbais e chamar pessoas que possam dizer o que aconteceu, para servirem como testemunhas. UNICEP Caso haja algum problema de violência contra a mulher no Campus do UNICEP a vítima pode procurar o COPAPI - Política de Gênero - por meio do seu e-mail: copapi@unicep.com.br ou presencialmente com os coordenadores da política Ana Claudia Figueiredo Rebolho e Edison Martins Miron, onde estes tomarão as medidas cabíveis para o ocorrido. CREAS

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), em São Carlos, está localizado a Rua 13 de Maio, nº 1.732. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones (16) 3307-7799. PROGRAMA DE ATENDIMENTO A MULHER VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA Seção de Referência da Mulher A Seção de Referência da Mulher tem por objetivo propor políticas públicas relacionadas à problemática da mulher. Local: Sede da Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social. População-alvo: Mulheres em geral. Horário de Atendimento: Das 8h:00 as 12h:00 e das 14h:00 as 18h:00 Atividades desenvolvidas: Atendimentos, orientações e encaminhamentos (social, jurídico e psicológico), atividades preventivas com a comunidade e orientação familiar. Referências CAV, MULHERES. Comissão para apurar denúncias de violência contra mulheres e gêneros. USP, Ribeirão Preto, 2017. Sites Pesquisados Htpp://www.onumulheres.org.br/áreas-tematicas/fim-da-violencia-contra-asmulheres/. Acesso em 10/10/2019. https://www.estadao.com.br/. Acesso em 06/11/2018. https://www12.senado.leg.br/institucional/omv/entenda-a-violencia/a-violenciacontra-a-mulher. Acesso em 10/03/2019.