INFLUÊNCIA DOS TRANSTORNOS PSÍQUICOS NOS PACIENTES QUE PROCURAM TRATAMENTOS ESTÉTICOS Luciana Gioia Lauretti Deus, MD., Ricardo Frota Boggio, Ph.D.; Adolfo Ribeiro Carlucci, MD. Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino-IBRAPE, São Paulo, Brasil. Autor: Luciana Gioia Lauretti Deus, MD. Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino-IBRAPE Av. Brigadeiro Luiz Antônio, 3005, casa 06 Jd. Paulista, São Paulo, SP Brasil CEP: 01401-000 Fone/FAX: +55-11-21147700 E-mail: luciana.deus@uol.com.br INTRODUÇÃO Segundo Freitas e Claudino (2007), atualmente, vivemos um processo de globalização da beleza, de padronização das formas, muito pouco questionado em nossa sociedade; vivemos mergulhados em um ideal de beleza magra, que carrega múltiplo significados simbólicos, tais como sucesso, felicidade e poder. Ao buscarmos uma identificação com um modelo padronizado e, geralmente, inatingível de beleza, os autores relacionam um afastamento de nossa própria identidade, que necessita ser respeitada e valorizada. Na visão de Portella (2007), o grande mal-estar do sujeito hoje é a insatisfação, um sentimento de inutilidade e de vazio, baixa auto-estima, ansiedade e intolerância a qualquer frustração. Dados ainda precários mostram a necessidade de estudos aprofundados para um melhor entendimento dessa insatisfação (CORDAS, 2005). Atualmente, as relações entre as pessoas estão cada vez mais efêmeras, sendo a aparência, ou seja, a impressão física, um importante elemento de julgamento nas interações sociais. O comportamento se estrutura no que é considerado mais belo ou menos belo. Assim, a beleza passa a ser um valor social que pode garantir sucessos ou fracassos, tanto nas relações interpessoais quanto na vida pessoal. A pressão externa acaba mobilizando o indivíduo em sua percepção de si e, concomitantemente, na sua auto-estima (FERRAZ E SERRALTA, 2007). Para Stice (2002), existem evidências que dão suporte de que a mídia promove distúrbios da imagem corporal e alimentar. Análises têm estabelecido que modelos, atrizes e outros ícones femininos vêm se tornando mais magras ao longo das décadas. Indivíduos com transtornos alimentares sentem-se pressionados em
demasia pela mídia para serem magros e reportam terem aprendido técnicas nãosaudáveis de controle de peso (indução de vômitos, exercícios físicos rigorosos, dietas drásticas) através desse veículo (CORDAS, 2004). Os profissionais que trabalham em áreas ligadas à estética, de onde emergem as queixas de insatisfação com a aparência física, devem ser capazes de auxiliar estes pacientes a uma busca saudável pelo ideal estético (DEUS, 2007). A imagem corporal, segundo Paul Schilder (1994), é o desenho que formamos na nossa mente do nosso próprio corpo; ou a forma como o vemos. A imagem corporal é um componente importante em todo o complexo mecanismo de identidade pessoal. De forma simplificada, a imagem que uma pessoa tem de si mesma (auto-imagem) é formada pela inter-relação entre três informações distintas (MELLO FILHO, 1992): a imagem idealizada ou aquela que se deseja ter; a imagem representada pela impressão de terceiros (informações externas); a imagem objetiva ou a que a pessoa vê, olhando e sentindo seu próprio corpo. Segundo Schilder (1994), a imagem corporal corresponde às relações intra e interpessoais, às emoções e sentimentos do indivíduo consigo, com os outros e seu ambiente. O que temos presenciado nesta busca frenética por mudanças corporais, pode ser traduzido em uma busca inconsciente por uma imagem corporal idealizada, que diminua a angústia destas pessoas que não se aceitam como imaginam que são (DEUS, 2007). Os poucos estudos sobre imagem corporal apontam para prejuízos relacionados à insatisfação, depreciação, distorção e preocupação com a autoimagem, todos eles sendo fortemente influenciados por fatores sócio-culturais (CASH, 1993; DEMAREST E LANGER, 1996). Nos artigos de Medicina da Beleza ou em outros estudos sobre o tema, é comum encontrar na melhora da auto-estima a motivação para se submeter a uma cirurgia plástica estética (POLI NETO, CAPONI, 2007). Segundo Maio (2004), o médico que atua em medicina estética deve estar preparado para diagnosticar não só as alterações inestéticas, mas também o tipo de personalidade de seu paciente. Ainda segundo o autor, muitos pacientes que procuram procedimentos estéticos apresentam alterações psiquiátricas ou emocionais subjacentes. Cordàs (2005) ressalta a importância de se estudar mais profundamente os sintomas psíquicos encontrados em pacientes que procuram por procedimentos
estéticos, uma vez que, existem poucos estudos que abordem o assunto de maneira clara. O objetivo do presente estudo foi pesquisar a presença de sintomas psíquicos entre os pacientes que procuram por tratamentos estéticos. MATERIAIS e MÉTODOS O referido trabalho foi realizado na Clínica-Escola do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Ensino-IBRAPE, no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009. O grupo de estudo foi formado por pacientes que procuraram por tratamentos estéticos faciais e corporais, na referida instituição, no período estabelecido. Todas as pacientes, num total de 117, que concordaram a participar do trabalho, antes do início do tratamento e após receberem os esclarecimentos necessários, responderam a um questionário específico. Todas as pacientes assinaram termos de esclarecimento informado e de responsabilidade. Foram descartados os questionários preenchidos de maneira incompleta, rasurados ou com dupla marcação em algum dos itens questionados. O questionário utilizado foi elaborado a partir de escalas, validadas pela literatura, como o Inventário de Depressão de Beck - BDI (Gorestein e Andrade, 1998), o Hospital Anxiety and Depression Scale - HAD (Botega, 1995) e o Body Shape Questionary (Cordás e Neves, 1999). Contando com 37 questões, em forma de teste, foi pesquisada através deste questionário, a presença e freqüência de sintomas psíquicos como tristeza, alteração no ânimo e interesse, cansaço, irritabilidade, pessimismo, inquietação e agitação psico-motora, tensão, transtornos do sono e sexual, preocupação excessiva com o peso corporal, sintomas obsessivos, insatisfação com a imagem corporal, auto-estima, comportamento frente à alimentação. A partir destes sintomas foi pesquisada a presença de transtornos psiquiátricos como depressão, ansiedade, transtorno dismórfico corporal, transtornos alimentares e outros. O Inventário de Beck (Gorestein e Andrade, 1998) é provavelmente a medida de auto-avaliação de depressão mais amplamente usada tanto em pesquisa como em clínica (Dunn et al., 1993), tendo sido traduzido para vários idiomas e validado em diferentes países. Os itens referem-se à tristeza, pessimismo, sensação de fracasso, falta de satisfação, sensação de culpa, sensação de punição, autodepreciação, auto-acusações, idéias suicidas, crises de choro, irritabilidade, retração social, indecisão, distorção da imagem corporal, inibição para o trabalho, distúrbio do
sono, fadiga, perda de apetite, perda de peso, preocupação somática, diminuição de libido. Todas as perguntas relacionadas aos transtornos de humor e ansiedade são constituídas de quatro possibilidades de respostas. A negação do sintoma corresponde à pontuação zero, um sintoma leve corresponde a um ponto, um sintoma moderado a dois pontos e um grave a três pontos. Para pacientes sem diagnóstico prévio de patologia psiquiátrica, o Inventário de Beck usa como critério o resultado da somatória entre 14 a 19 pontos, para diagnosticar um transtorno de humor leve, também podendo ser traduzido como um quadro de Distmia. Resultados acima de 20 pontos indicam um quadro franco de Depressão, ou como denominamos em psiquiatria, uma Depressão Maior. A escala Hospital Anxiety and Depression Scale (HAD) contém 14 questões do tipo múltipla escolha. Compõe-se de duas subescalas, para ansiedade e depressão, com sete itens cada. A pontuação global em cada subescala vai de 0 a 21. Para este estudo utilizamos somente a subescala para ansiedade. Essa escala foi desenvolvida para ser aplicada a pacientes de serviços não psiquiátricos. Assim, como o Inventário de Beck, também é respondido pelo próprio paciente, em questões de múltipla escolha. O Body Shape Questionnaire-BSQ (COOPER, 1987) mede as preocupações com a forma do corpo, auto-depreciação devido à aparência física e a sensação de estar gorda. As medidas psicométricas do BSQ são muito promissoras e essa escala é muito útil para pacientes com transtorno alimentar. Foi utilizada a versão em português. RESULTADOS O presente estudo, realizado no período de janeiro de 2008 e janeiro de 2009, contou com a participação de 117 pacientes, que responderam voluntariamente ao questionário que foram submetidas. Dos pacientes participantes, 7 (5%) eram do sexo masculino e 110 (95%) do sexo feminino. A idade média dos pacientes foi de 46 anos (12-72 anos). Quanto ao estado civil, 40 (34%) pacientes eram solteiros, 40 (34%) casados, 27 (23%) separados ou divorciados e 10 (8%) viúvos. Os transtornos psíquicos encontrados neste estudo distribuíram-se da seguinte maneira: Transtorno de humor leve ou Distmia: 26 (22%) pacientes;
Transtorno de humor moderado a grave ou Depressão maior: 24 (20%) pacientes Transtorno ansioso leve: 20 (17%) pacientes; Transtorno ansioso moderado a grave: 15 (12%) pacientes; Transtorno de humor associado a transtorno ansioso: 15 (12%) pacientes. O questionário não possibilitou resultados conclusivos quanto a transtornos alimentares, transtorno dismórfico corporal ou transtorno obsessivo-compulsivo, porém, a partir de alguns sintomas encontrados, em porcentagens significativas, estes resultados apontam a presença de alguns destes transtornos. Outros sintomas psíquicos relevantes encontrados neste trabalho foram respondidos pelos pacientes da seguinte forma (tabela 1): Sintomas leve moderado grave Total Decepção com a pessoa que acreditam ser hoje 32% 11% 7% 52% Culpa após comer 26% 14% 14% 54% Vontade de vomitar quando acha que comeu muito 6% 1% 2% 11% Mania de cutucar a pele 36% 14% 4% 55% Interesse exagerado por dietas/assuntos de beleza 17% 58% 11% 70% Preocupação com o peso 25% 25% 41% 92% Aumento do apetite 29% 11% 12% 54% Preocupação em fazer dietas 30% 17% 28% 76% Alguma parte do corpo lhe causa muita vergonha 70% Evita lugares ou atividade por causa desta parte do corpo 43% Alterações de sono 32% 20% 53% Diminuição de interesse sexual 30% 21% 52% A aparência física lhe atrapalha a ser feliz e realizado 25% 10% 11% 40% Tabela 1 Percentual dos principais sintomas encontrados com respectivos estadiamentos em grau variando de leve a grave. DISCUSSÃO Napoleon (1993), investigando alterações psiquiátricas em uma população de 133 candidatos à cirurgia plástica encontrou, em cerca de 20% destes, critérios para diagnóstico do eixo1 e, em 70%, critérios para o eixo 2 do DSM-IV (Diagnostic Statistic Manual of Mental Disorders). Ishigooka et. al, em 1998, encontraram ao menos um diagnóstico psiquiátrico em 48% dos 415 pacientes japoneses submetidos à cirurgia plástica. Na década de 70, segundo Andreasen e Bardach (1977), aproximadamente 2% das pessoas que procuravam a cirurgia plástica eram portadores de transtorno dismórfico corporal, e segundo eles, o tratamento correto seria o psicológico e não o
cirúrgico. Atualmente, este número subiu para 10%, segundo Wolf (2003), e a importância do tratamento psiquiátrico e psicológico continua sendo reforçada nestes casos. Esses números sugerem que indivíduos que buscam procedimentos para embelezamento apresentam elevada prevalência de psicopatologias. Contrastando com a importância clínica e as estatísticas, poucos estudos psiquiátricos existem sobre o aumento pela procura de procedimentos estéticos (CORDAS, 2005). Indivíduos com baixa auto-estima são sérios candidatos à procura por uma aparência física que melhore suas angústias e sentimentos de inferioridade e, provavelmente, se possa encontrar nos transtornos psíquicos, as justificativas para a maioria destas angústias e anseios. A idéia de valorização pessoal através do belo, contribue enormemente para a busca da perfeição estética em nossa sociedade, tornando-se um gatilho perfeito para buscas patológicas por cirurgias, procedimentos estéticos, dietas e medicações que propiciem o encontro da imagem idealizada de cada um. Os pacientes com baixa auto-estima, insatisfação com a imagem corporal ou outros sintomas psíquicos, têm a tendência a procurar a reparação do sofrimento e angústia em mudanças físicas, por parecer uma forma rápida de deixar de ser quem não se deseja mais e tornar-se outra pessoa, muito melhor. Ao procurarem a solução de suas dores emocionais em uma mudança externa, apresentam como expectativa irreal a solução definitiva para seus males. Os dados encontrados em nosso estudo sugerem que os pacientes que procuram tratamento estético apresentam baixa auto-estima, simbolizadas pela decepção pessoal (54% das pacientes) e uma grande insatisfação com a imagem corporal, devida à alta porcentagem de pacientes com vergonha de alguma parte de seu corpo (70%) e que evitam ir a algum lugar devido a esta vergonha (43%). Cooper (1995) defende que a baixa auto-estima e o perfeccionismo, associados à insatisfação com a imagem corporal, são considerados potenciais fatores de risco para o desenvolvimento das psicopatologias alimentares. Quase que a totalidade (92%) dos pacientes de nosso trabalho apresentou preocupação com o peso corporal, sendo que 76% demonstram idéias prevalentes quanto a fazer algum tipo de dieta. Outro dado importante levantado foi quanto à culpa após comer em 54% das pacientes e a vontade de vomitar após comer em 11%, sugerindo um desvio no comportamento alimentar destes pacientes. Pacientes com expectativas idealizadas dos resultados obtidos, normalmente
são pacientes que apresentam alto grau de insatisfação no pós-tratamento e, invariavelmente, tornam-se insatisfeitos com seu médico (MAIO, 2004). Encontramos 40% de pacientes neste trabalho que associam sua aparência física a fracassos em sua vida pessoal, sugerindo a busca por um tratamento estético como solução para a resolução de algum problema pessoal. Estes pacientes são candidatos a uma expectativa idealizada de resultados em procedimentos estéticos. Sintomas obsessivos-compulsivos também mostraram número significativo em nosso trabalho, como a mania de cutucar a pele em 55% dos pacientes, preocupações exageradas (quanto ao peso e dietas), interesse aumentado em assuntos sobre dietas e tratamentos estéticos em 70% dos pacientes. É de suma importância que o médico que atende a estes pacientes, possa detectar sintomas psíquicos, dados de personalidade e expectativas não reais durante a anamnese, para que não haja uma transferência doentia de suas necessidades pessoais aos procedimentos realizados ou a quem os realizou. Estes pacientes devem ter suas patologias diagnosticadas adequadamente (mesmo que superficialmente) para que não haja uma transferência doentia de suas necessidades pessoais aos procedimentos realizados, ou a quem os realizou. No artigo Diretrizes da Associação Médica Brasileira para o tratamento da depressão, Fleck (2003), refere os seguintes dados: estudos de prevalência em diferentes países ocidentais mostram que a depressão é um transtorno freqüente. A prevalência anual na população em geral varia entre 3% e 11%. Estudos desenvolvidos com população de pacientes mostram prevalência superior. Em pacientes de cuidados primários em saúde, Ustun & Sartorius (FLECK, 2003), os dados mostram a média de prevalência acima dos 10% em estudo internacional realizado em 14 países. Em pacientes internados por qualquer doença física a prevalência de depressão varia entre 22% e 33%. Em populações específicas como a de pacientes com infarto recente é de 33%, chegando a 47% nos pacientes com câncer. Em um estudo com acadêmicos de enfermagem, Furegato (2003), utilizando o Inventário de Beck para depressão, encontrou a porcentagem de 10,3% de alunos com diagnóstico para Distmia e 6,7% para Depressão moderada a grave, sendo 95% dos alunos do sexo feminino, assim como em nosso estudo. Botega (2005), usando a Hospital Anxiety and Depression Scale como instrumento, pesquisou a presença de depressão e ansiedade em pacientes
internados em enfermaria de clínica médica. Entre os principais problemas clínicos encontrados nos pacientes estão as doenças cardio-vasculares/hematológicas (46%), neoplasias (13%) e moléstias infecciosas (10%). Trinta e um (39%) pacientes apresentavam transtornos do humor (ansiedade e/ou depressão), desses 11 pacientes apresentavam depressão e ansiedade conjuntamente. Um total de 16 pacientes (20,5%) preencheu critérios para ansiedade, na grande maioria com quadro leve de sintomas e 26 pacientes (33%) para depressão, com quadros leves e moderados e nenhum paciente preencheu critério para depressão grave. Marot (1993), em um trabalho com pacientes das enfermarias e ambulatórios do serviço de dermatologia do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho da UFRJ, encontrou: distmia em 17,2% dos pacientes, depressão maior em (11,4%) e ansiedade em 14,3%. Mais de um terço dos pacientes dermatológicos apresentavam distúrbios psiquiátricos e nenhum deles estava em tratamento especializado. Segundo o autor, Katon em sua revisão sobre o assunto, confirma que estes sintomas são os distúrbios psiquiátricos mais encontrados na amostra clínica. Comparando os dados de nosso trabalho com os apresentados na literatura, podemos considerar os resultados como alarmantes. Encontramos 42% de pacientes apresentando transtornos depressivos (distmia e depressão maior), e 29% de pacientes com quadros de ansiedade (leve, moderada e grave) entre os pacientes que procuram tratamento para melhora da aparência física e, portanto, sem uma queixa clínica de patologia. Este resultado se aproxima muito ao de pacientes internados em clínicas médicas, ao de pacientes com quadros de patologias como infartos ou câncer e aos resultados de estudo com pacientes com patologias dermatológicas limitantes. CONCLUSÃO Os resultados deste estudo demonstram a alta prevalência de transtornos depressivos e ansiosos, bem como, de vários outros sintomas psíquicos limitantes em pacientes que procuram tratamento estético. Os distúrbios psíquicos podem levar os pacientes a um comprometimento tanto na busca, escolha ou número de procedimentos estéticos realizados, quanto na cooperação e satisfação em relação aos resultados obtidos, podendo até mesmo, comprometê-los por atitudes inerentes aos quadros que suas patologias psiquiátricas apresentam. Há, portanto, a necessidade de estudos mais aprofundados do tema para um
melhor entendimento do assunto, tendo como objetivo facilitar ao profissional que trabalha com tratamentos estéticos, a abordagem e o encaminhamento destes pacientes para tratamento especializado. Um diagnóstico prévio de pacientes comprometidos por patologias psiquiátricas, mesmo que muito leves, evitaria a maioria dos problemas encontrados nos consultórios e clínicas que se propõem a realizar procedimentos estéticos. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA AMARAL, V. L. A. R. "Espelho, espelho meu": a obsessão-compulsão no transtorno do corpo dismórfico. Em Associação Brasileira de Psicoterapia e Medicina Comportamental (Org.) Anais do XI Encontro Brasileiro de Psicoterapia e Medicina Comportamental. Londrina: ABPMC, 2002. AMARAL, V.L. A R e RAMOS, K. P. Transtorno Dismórfico Corporal: escala para profissionais da área da saúde. Intellectus, Revista Acadêmica Digital do Grupo Polis Educacional, ano 4, no 5, jul./dez, 2008. AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION, Diagnostic Statistic Manual of Mental Disorders, DSM-IV, 4 ed., Washington, 1994. ANDREASEN, N.C. e BARDACH, Dysmorphophobia: symptom or disease? Am J Psychiatry; 134: 673-676, 1977. BOTEGA, Neury J. et al. Transtornos do humor em enfermaria de clínica médica e validação da escala de medida (HAD) de ansiedade e depressão. Rev. Saúde Pública, São Paulo v.29 no 5. Oct., 1995. COOPER, P. Eating Disorders and their relatinonship to mood and anxiety disorders. In K. Brownell & C. Fairburn (eds.). Eating Disorders and Obesity, pp 159-164. 1995 CORDÁS, T. Body image in eating disorders. Rev. Psiquiatr. Clín., Vol.31, no. 4, São Paulo, 2004. CORDÀS, T.A. e NEVES, J.E.P. Escalas de avaliação de transtornos alimentares. Rev. Psiq. Clin. 26 (1), Edição especial, 1999. CORDÀS, T.A. Cirurgia plástica e transtornos alimentares. Revista Brasileira de Psiquiatria, v.27, no 4. São Paulo, 2005. CASH, T.F. Body-image attitudes among obese enrollees in a comercial weight-loss program. Perceptual and Motor Skills, 77 (3), pp. 1099-1103, 1993. DEUS, L.G.L. Patologias psiquiátricas na rotina da medicina estética. Monografia apresentada à Faculdade de Ciências da Saúde de São Paulo, São Paulo, 2008.
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