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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2017.0000051701 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante ROZANA MARQUES DE JESUS, é apelado OI MÓVEL S/A. ACORDAM, em 28ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores CESAR LACERDA (Presidente sem voto), CESAR LUIZ DE ALMEIDA E GILSON DELGADO MIRANDA. São Paulo, 7 de fevereiro de 2017. Dimas Rubens Fonseca RELATOR Assinatura Eletrônica

APELAÇÃO Nº 1063470-57.2015.8.26.0100 COMARCA: SÃO PAULO (2ª VC FR CENTRAL) APTE: ROZANA MARQUES DE JESUS APDA: OI MÓVEL S/A JD 1º GRAU: CECÍLIA DE CARVALHO CONTRERA VOTO Nº 19.826 AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. Prestação de serviços de telefonia móvel. Pretensão objetivando a exibição de mapas com a rota geográfica de aparelho celular roubado, além de documentos relativos ao volume de dados consumidos em plano de internet, estes para apuração de acesso a informações pessoais da vítima do assalto. Concessionária que, por ordem técnica, está limitada a indicar quais torres de telefonia (Estações Rádio Base ERBs) teriam recebido e transmitido sinais de ligações do aparelho celular, o que não atende à pretensão da consumidora, cabível somente contra as empresas administradoras do sistema de localização global por satélite (GPS). Ilegitimidade passiva da empresa de telefonia móvel reconhecida em relação ao pedido de exibição de mapas com a rota geográfica do celular roubado. Impossibilidade de inovação do pedido inicial em sede de réplica, sob pena de julgamento extra petita. Ausência de interesse processual, na modalidade necessidade, quanto ao pedido de exibição de documentos do consumo de dados do plano de internet, por serem disponibilizados administrativamente e não especificarem o eventual acesso de informações pessoais da consumidora. Recurso desprovido. Trata-se de apelação interposta por ROZANA MARQUES DE JESUS nos autos da ação cautelar de exibição de documentos que move contra OI MÓVEL S/A, com pedido julgado improcedente pela r. sentença de fls. 110/112, cujo relatório se adota, Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 2

condenando a autora ao pagamento das despesas processuais e honorários advocatícios, estes fixados no valor de R$1.000,00 (um mil reais). Alegou que não houve inovação do pedido no curso do processo; que diante de sua vulnerabilidade técnica e da aplicação do Código de Defesa do Consumidor à espécie, não poderia ter formulado pedido com exatidão técnica; que foi induzida a erro pelos termos de ofício policial, razão da incorreção técnica do pedido; que houve confissão da apelada acerca da possibilidade técnica do pedido de localização do chip de telefonia da apelante por meio de Estações de Rádio Base ERBs; que a apelada não se negou a fornecer os documentos requeridos na inicial; que o pedido deve ser interpretado de forma sistemática e teleológica, em observância ao princípio da boa-fé, nos termos do artigo 322, 2º, do CPC/2015; que há possibilidade jurídica do pedido de exibição de documentos relativos à utilização do pacote de dados ofertado pela apelada; que esta informação não consta no detalhamento da fatura mensal, a revelar o seu interesse processual em pleitear os documentos de acesso à internet pelo seu chip de telefonia, sobretudo porque não fornecidos pela apelada. Foram oferecidas contrarrazões com pleito de desprovimento do recurso. É o relatório. Consta que a apelante ajuizou a presente ação cautelar pleiteando a exibição dos Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 3

mapas contendo a rota geográfica com pontos cardeais percorrida pelo chip da requerente, dia a dia, desde novembro de 2014 até 15.05.2015, bem como o apontamento de quais os dispositivos do pacote de dados ofertados pela OI foram acionados por esse chip no dia 15.05.2015 entre as 17:00 e 22:00 h, e quantos kbytes foram consumidos (fl. 7). O objetivo da apelante é obter documentos que demonstrem o percurso de utilização de seu aparelho celular que alega ter sido roubado por terceiro (sua ex-cunhada), bem como o consumo de dados do plano de internet contratado, para o fim de apurar o eventual acesso de informações pessoais, tudo com o intuito de adotar medidas judiciais, em especial, ação de indenização por dano moral. Ficou incontroverso e comprovado nos autos o fato de a apelante ter contratado os serviços de telefonia móvel da apelada, os quais eram fornecidos por meio de um chip instalado no aparelho celular. Conquanto assim seja, os elementos dos autos evidenciam que a apelada está limitada a indicar quais torres de telefonia (Estações Rádio Base ERBs) teriam recebido e transmitido sinais de ligações do aparelho celular, o que não atende à pretensão da apelante, que postulou a exibição de mapas com a rota geográfica de utilização do celular, o que somente é possível pelo sistema de localização global por satélite (GPS), do qual o chip de telefonia móvel é desprovido, como se sabe Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 4

pelas regras de experiência comum. Ora, o sistema GPS, via de regra, pode ser acessado por um aplicativo que integra os aparelhos celulares, cujas informações não são disponibilizadas às concessionárias de telefonia, que se limitam a transmitir os dados pela internet às empresas responsáveis pela administração do citado sistema de localização, de modo que somente estas detêm a tecnologia necessária para exibir os pleiteados mapas com a rota geográfica de uso do celular roubado, desde que nesse houvesse a instalação do aplicativo GPS e sua utilização, o que não foi comprovado nos autos. Tem-se, assim, que a apelada não tem legitimidade passiva em relação ao pedido de exibição dos mapas contendo a rota geográfica com pontos cardeais percorrida pelo chip da requerente, dia a dia, desde novembro de 2014 até 15.05.2015, matéria esta de ordem pública, passível de ser conhecida a qualquer tempo e grau de jurisdição. É certo que, em sua réplica, a apelante solicitou que a apelada informasse quais foram as Estações Rádio Base - ERBs utilizadas para a transmissão do sinal de telefonia durante as ligações recebidas ou efetuadas no referido período, porém, como se trata de manifesta inovação do pedido inicial, que foge aos limites objetivos da lide, não há que se falar em acolhimento de tal pretensão, sob pena de julgamento extra petita. No que tange ao pedido de apontamento Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 5

de quais os dispositivos do pacote de dados ofertados pela OI foram acionados por esse chip no dia 15.05.2015 entre as 17:00 e 22:00 h, e quantos kbytes foram consumidos, a despeito de sua falta de clareza, verifica-se que a apelante pleiteia, na verdade, a exibição de documentos que informem o consumo de dados do plano de internet contratado, para o fim de apurar o eventual acesso de suas informações pessoais por meio do aparelho celular roubado, sobretudo pelo aplicativo WhatsApp. Ocorre que o volume de dados consumidos do plano de internet pode ser verificado na fatura da empresa de telefonia, documento este que, além de poder ser facilmente obtido pela via administrativa, não especifica quais são as informações pessoais acessadas no aparelho celular, o que revela a ausência de interesse processual da apelante, na modalidade necessidade, em relação ao aludido pedido de exibição de documentos. Pertinente a lição de Theotonio Negrão e José Roberto F. Gouvêa, em referência ao CPC/1973, vigente à época da prolação da r. sentença: O conceito de interesse processual (arts. 267-VI e 295- caput -III) é composto pelo binômio necessidadeadequação, refletindo aquela a indispensabilidade do ingresso em juízo para a obtenção do bem da vida pretendido e se consubstanciando esta na relação de pertinência entre a situação material que se tenciona alcançar e o meio processual utilizado para Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 6

tanto 1. Alinhe-se que a empresa de telefonia apelada não tem acesso às informações e mensagens pessoais dos seus clientes veiculadas pelos aplicativos de redes sociais como o WhatsApp, mas apenas transmite tais dados por meio do serviço de internet que oferece, de modo que a simples exibição dos documentos de prestação deste serviço não terá o condão de demonstrar o alegado acesso das informações pessoais da apelante pelo terceiro. Ante o exposto, pelo meu voto, nego provimento ao recurso. DIMAS RUBENS FONSECA RELATOR 1 in Código de Processo Civil e Legislação Processual em Vigor, Editora Saraiva, 39ª Edição, nota 3 ao artigo 3º, pág. 116. Apelação nº 1063470-57.2015.8.26.0100 7