SISTEMA OCEMG/SESCOOP MG

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Transcrição:

SEMINÁRIO JURÍDICO DAS COOPERATIVAS MINEIRAS SISTEMA OCEMG/SESCOOP MG O COOPERATIVISMO DE TRABALHO COM O ADVENTO DA LEI 12690/12, SOB A ÓTICA DO SISTEMA OCB PROF. MS. ADM. GERALDO MAGELA DA SILVA REPRESENTANTE NACIONAL DO RAMO TRABALHO DA OCB

EVOLUÇÃO DO MACROAMBIENTE INTERNACIONAL 90ª CONFERÊNCIA DA OIT, EM 20/06/2002 RECOMENDAÇÃO 193 - SOBRE A PROMOÇÃO DAS COOPERATIVAS: Reconhece que as cooperativas operam em todos os setores da economia; Estabelece que as cooperativas devem beneficiar-se de condições conforme a legislação e as práticas nacionais que não sejam menos favoráveis que as que se concedam a outras formas de empresa e de organização social.

DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE AS COOPERATIVAS DE TRABALHO ASSOCIADO DO CICOPA - Assembléia Geral 06/09/2003 Comitê Executivo 17/02/2004: A relação do sócio trabalhador com sua cooperativa deve ser considerada como distinta a do trabalho assalariado dependente convencional e do trabalho individual autônomo. No seu funcionamento interno, as cooperativas de trabalho associado deverão ter em conta as seguintes regras: Proteger os sócios trabalhadores com adequados sistemas de previdência e segurança social, saúde ocupacional e respeitar as normas de proteção em vigor nas áreas da maternidade, de cuidado às crianças e do jovem trabalhador.

DECLARAÇÃO MUNDIAL SOBRE AS COOPERATIVAS DE TRABALHO ASSOCIADO DO CICOPA - Assembléia Geral 06/09/2003 Comitê Executivo 17/02/2004: Combater sua utilização como instrumento para flexibilizar ou fazer mais precárias as condições de trabalho dos trabalhadores assalariados e não atuar como intermediários convencionais para postos de trabalho. É necessário que os Estados Nacionais: Apliquem às cooperativas de trabalho associado o conceito de trabalho decente e digno da OIT e disposições claras, precisas e coerentes que regulem a proteção social referente a saúde, pensões, dispensa, saúde ocupacional, e segurança industrial, tendo em conta o caráter específico das suas relações trabalhistas.

VIII ASSEMBLÉIA DA ALIANÇA COOPERATIVA INTERNACIONAL ACI AMÉRICAS - SAN JOSÉ (COSTA RICA) JULHO/2008 A Assembléia Regional acordou por unanimidade emitir o seguinte: Reiteramos e defendemos a natureza especial das cooperativas de trabalho associado, a partir das características e regras de funcionamento interno, redigidas na Declaração Mundial sobre Cooperativismo de Trabalho Associado. Apoiamos os membros da ACI Américas em seu trabalho na defesa da filosofia do modelo de trabalho cooperativo associado, realizado através dos organismos que agrupam e representam, em nível nacional, o cooperativismo de cada país. Exortamos os governos para que incluam em suas políticas e programas a promoção e o desenvolvimento das cooperativas de trabalho associado, como ferramenta para a geração de trabalho e desenvolvimento sustentado das comunidades, exercendo um controle adequado sobre suas atividades para combater a indevida utilização do modelo, propugnando por sua depuração e pela extinção das pseudocooperativas.

AMBIENTE NO BRASIL A partir de 2002 intensificou-se a discriminação às cooperativas de trabalho provocando significativa redução quantitativa e consistente retratação de mercado, em virtude da insegurança jurídica. Em 2003 instituiu-se o Movimento Nacional de Valorização do Ramo Trabalho no âmbito do Sistema OCB, quando foi elaborado um Plano de Ações Estratégicas do Ramo prevendo um programa de normatização e autogestão visando a certificação das cooperativas. Em dezembro/2004 a OCB institui os Critérios para a Identificação da Cooperativa de Trabalho, estabelecendo requisitos mínimos para a sua existência.

CRITÉRIOS PARA A IDENTIFICAÇÃO DE COOPERATIVAS DE TRABALHO ADESÃO LIVRE E CONSCIENTE; GESTÃO DEMOCRÁTICA; PROPORCIONALIDADE RAZOÁVEL ENTRE SERVIÇOS E REMUNERAÇÕES DOS ASSOCIADOS; AUTONOMIA DIRETIVA, TÉCNICA E DISCIPLINAR DO ASSOCIADO, EM RELAÇÃO AO TOMADOR DOS SEUS SERVIÇOS; IDENTIDADE ENTRE O OBJETO DO CONTRATO E O OBJETO SOCIETÁRIO; OBSERVÂNCIA DAS NORMAS DE SAÚDE, SEGURANÇA E HIGIENE NO TRABALHO.

PNC/TRABALHO PROGRAMA NACIONAL DE CONFORMIDADE COOPERATIVA DO RAMO TRABALHO DA OCB Conjunto composto por normas, metodologia de avaliação de conformidade, gestão dos diversos níveis de relacionamento, ações de monitoramento e manutenção. com objetivo de diferenciar e destacar as cooperativas de trabalho, participantes por livre adesão, em âmbito nacional. O projeto piloto teve início no segundo semestre de 2009 e em abril de 2010 foram certificadas as três cooperativas participantes, sendo 01 de cada um dos estados (Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo).

HISTÓRICO DA REGULAMENTAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE TRABALHO PL 4.622/2004 do Deputado Pompeu de Matos (PDT/RS); PL 6449/2005 do Deputado Walter Barelli (PSDB/SP), a pedido da OCB, para regulamentar o ato cooperativo no âmbito das cooperativas de trabalho; PL 7009/2006 do Governo Federal. Inicia-se um amplo processo de negociação coordenado pelo Ministério do Trabalho envolvendo a Câmara dos Deputados, a OCB e demais entidades interessadas (Centrais sindicais, Unisol, Unicafes, etc.). O projeto de lei é aprovado na Câmara dos Deputados em agosto/2008 e sob no. de PLC 131/2008 tramita no Senado Federal onde é aprovado, porém com emenda e retorna a Câmara dos Deputados em 2010; Em 26/06/2012 é aprovado no plenário da Câmara dos Deputados ; Em 19/07/2012 é sancionado pela Presidente Dilma Roussef.

ALGUNS PONTOS PRINCIPAIS DA LEI 12690/12 Institui o conceito legal de Cooperativa de Trabalho, podendo ser de serviços ou de produção; Reforça o conceito de autonomia coletiva e coordenada, reconhecendo a natureza do trabalho cooperativo distinto do trabalho com vínculo empregatício e do trabalho autônomo; Reforça o papel da Assembléia Geral na tomada de decisão quanto ao estabelecimento das regras de funcionamento e da forma de execução dos trabalhos; Reduz o número mínimo de 20 para 07 cooperados para constituição de uma cooperativa de trabalho;

ALGUNS PONTOS PRINCIPAIS DA LEI 12690/12 Institui direitos mínimos que visam resguardar o trabalho em condições dignas (remuneração não inferior ao salário mínimo; jornada máxima de 44 horas semanais; repouso semanal remunerado; repouso anual remunerado; remuneração do trabalho noturno superior ao diurno, adicional de remuneração em atividades insalubres, seguro de acidente do trabalho); Institui a obrigatoriedade de no mínimo uma Assembléia Especial anual para tratar dos aspectos operacionais e de gestão dos negócios da cooperativa; Amplia para 50 cooperados o quórum mínimo para realização das assembléias, ou no mínimo 20% do total de sócios, prevalecendo o que for menor; Institui o PRONACOOP.