ID:1921 CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE DA POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS DO PROGRAMA MÃE CORUJA PERNAMBUCANA de Andrade Lima, Ana Elizabeth; Pinheiro Rodrigues, Cristina; da Fonseca Santa Cruz, Lusanira Maria; Silva Cardozo, Maria da Conceição; Santos Wanderley, Marta Cristina; de Andrade Lima, Tânia Maria; Holanda de Moura, Virgínia Maria. Brasil INTRODUÇÃO Em 2007, Pernambuco apresentava um cenário marcado pela desigualdade, onde asregiões do estado mostravam diferenças significativas. O Sertão do Araripe, e o do Moxotó detinham os piores indicadores de Mortalidade Infantil (MI), seguidos pelo Sertão do São Francisco, Sertão Central e Agreste Meridional. Quanto à mortalidade materna, entre 2006-2008, a RMM foi 74,3/100.000 nv, segundo a ONU, classificada como elevada. Na média do período, o Agreste Meridional com 109,3/100.000 nv, o Sertão do São Francisco com 99,9/100.000 nv e o Sertão Central com 99,8/100.000 nv, apresentaram valores mais altos, por Região. O Programa Mãe Coruja (PMC) inserese na perspectiva de garantir os direitos reprodutivos das mulheres e o direito à infância, contribuindo para a redução desses indicadores desfavoráveis. Foi implantado em 2007, tendo como estratégia a indução e fortalecimento de Políticas Públicas articulando ações dos eixos de saúde, educação e desenvolvimento social, cuidando da mulher e das crianças; fortalecendo os vínculos afetivos; promovendo uma gestação saudável; e garantindo as crianças nascidas em Pernambuco o direito a um nascimento e desenvolvimento saudável. Em 15 de dezembro de 2009 tornou-se Política de Estado pela Lei 13.959. Foi implantado nas 12 Regiões de Saúde gradativamente e está atualmente implantado em 105 municípios do Estado: os municípios de Recife e Ipojuca de gestão municipal com cooperação técnica do Estado. O Modelo de Gestão é Intersetorial, integrado e descentralizado e composto por oito secretarias: Saúde; Educação; Desenvolvimento Social e Direitos Humanos; Criança e Juventude; Mulher; Trabalho, Qualificação e Emprego; Agricultura e Reforma Agrária; Planejamento e Gestão. O Modelo de Gestão estadual com foco em resultado agrega instrumentos como: Mapa da Estratégia; Sala de Situação; e o monitoramento permanente de todas as ações entre as quais a vigilância dos óbitos infantis e maternos. O PMC estruturou-se a partir do Modelo de Gestão do Estado utilizando o trabalho intersetorial e o monitoramento integrado baseados na leitura sistemática do território. A gestão e monitoramento do Programa são descentralizados e ascendentes percorrendo os níveis local, regional, estadual e coordenação central da qual participam as Secretarias do Programa e o próprio Governador. A gestão integrada é um espaço de pactuação e monitoramento entre todos os gestores envolvidos no Programa. O Canto Mãe Coruja é uma estrutura matricial de coordenação do cuidado para gestantes e crianças, a partir do acolhimento, cadastramento e monitoramento das ações do programa no município. A inclusão social da mulher e sua família saem do paradigma biológico para o da promoção social criando uma Rede de Cuidado intersetorial. São realizadas ações de fortalecimento e empoderamento das mulheres: Círculos de Educação e Cultura; Cursos de Qualificação Profissional; Oficinas de Segurança Alimentar e Nutricional; inclusão em Programa Sociais das três esferas de governo; fornecimento de Kits do Bebê para as gestantes com 7 ou mais consultas de pré natal realizadas, fortalecimento da Atenção ao Pré natal, Parto e Puerpério, pela indução da Reorganização da Rede de Atenção às Gestantes e Crianças. O PMC vem contribuindo para a redução da mortalidade infantil, através da integração do estado com os municípios, a sociedade civil, as organizações não
governamentais e as universidades, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida das mulheres e crianças em situação de vulnerabilidade. OBJETIVO Elevar o conhecimento do território do PMC, aumentando o impacto das ações. MATERIAL E MÉTODOS O elenco de municípios do Estado foi dividido em Quartis de indicadores selecionados mapeados segundo dados do Atlas de Desenvolvimento Humano/2010. Os indicadores selecionados foram: Índice de Desenvolvimento Humano Médio (IDHM) que é uma média geométrica dos índices das dimensões Longevidade, Educação e Renda; IDHM dimensões Longevidade - Índice da dimensão Longevidade que é um dos 3 componentes do IDHM. É obtido a partir do indicador Esperança de vida ao nascer, através da fórmula: [(valor observado do indicador) - (valor mínimo)] / [(valor máximo) - (valor mínimo)], onde o valor mínimo e máximo são 25 e 85 anos, respectivamente;educação - Índice sintético da dimensão Educação que é um dos 3 componentes do IDHM. É obtido através da média geométrica do subíndice de frequência de crianças e jovens à escola, com peso de 2/3, e do subíndice de escolaridade da população adulta, com peso de 1/3 e Renda - Índice da dimensão Renda que é um dos 3 componentes do IDHM. É obtido a partir do indicador Renda per capita, através da fórmula: [ln (valor observado do indicador) - ln (valor mínimo)] / [ln (valor máximo) - ln (valor mínimo)], onde o valor mínimo e máximo são R$ 8,00 e R$ 4.033,00 (a preços de agosto de 2010). Esperança de Vida (ao Nascer - a) Número médio de anos que as pessoas deverão viver a partir do nascimento, se permanecer constantes ao longo da vida o nível e o padrão de mortalidade por idade prevalecente no ano do Censo.b) O quartil foi classificado do melhor para o pior; Taxa de Mortalidade Infantil-Número de crianças que não deverão sobreviver ao primeiro ano de vida em cada 1000 crianças nascidas vivas; Taxa de Mortalidade na Infância - Probabilidade de morrer entre o nascimento e a idade exata de 5 anos, por 1000 crianças nascidas vivas; Índice de Gini - Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0, quando não há desigualdade (a renda domiciliar per capita de todos os indivíduos tem o mesmo valor), a 1, quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda).o universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares; Proporção de Pobres/ Extremamente Pobres - Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes/proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 70,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes; Crianças Pobres e Extremamente Pobres-Proporção dos indivíduos com até 14 anos de idade que têm renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 140,00 mensais, em reais de agosto de 2010. O universo de indivíduos é limitado àqueles com até 14 anos e que vivem em domicílios particulares permanentes/proporção dos indivíduos com até 14 anos de idade que têm renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 70,00; Crianças Vulneráveis à Pobreza-Proporção dos indivíduos com renda domiciliar per capita igual ou inferior a R$ 255,00 mensais, em reais de agosto de 2010, equivalente a 1/2 salário mínimo nessa data. O universo de indivíduos é limitado àqueles que vivem em domicílios particulares permanentes;proporção de Crianças de 4/5 anos fora da Escola-Razão entre o número de
crianças de 4 a 5 anos que não frequentam a escola e o total de crianças nesta faixa etária multiplicado por 100. RESULTADOS Os mapas abaixo mostram a distribuição dos municípios do Estado de Pernambuco segundo os indicadores selecionados que foram: IDHM:a maioria dos municípios concentrou-se nas faixas classificadas como baixo ou médio; IDHM Educação:alta proporção de municípios nas faixas muito baixo e baixo; IDHM Longevidade: elevada concentração de municípios com IDHM Longevidade alto; IDHM Renda: a maioria dos municípios concentrou-se nas faixas de médio e baixo; Esperança de Vida ao Nascer: elevada concentração de municípios nas faixas mais altas; Taxa de Mortalidade Infantil: elevado número de municípios nas faixas de mais baixa mortalidade; Taxa de Mortalidade na Infância: baixo número de municípios com mortalidade mais alta; Índice de Gini: A Região Metropolitana e o Sertão tiveram mais municípios nas faixas de melhor distribuição de renda; Proporção de Pobres/ Extremamente Pobres, Crianças Pobres e Extremamente Pobres, Crianças Vulneráveis à Pobreza,Proporção de Crianças de 4/5 anos fora da Escola: O Agreste e o Sertão mostraram maior concentração de municípios com elevadas proporções de população nessas situações. CONCLUSÕES Os resultados mostraram a importância dos indicadores na identificação de populações vulneráveis. REFERÊNCIAS 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de 1. Atenção Básica. BRASÍLIA. Ministério da Saúde, 2012. 272 p.: Il. (Cadernos de 2. (Atenção Básica, nº 33). 3. Matus, Carlos; Política, planejamento e governo Brasília: IPEA; 1993 4. OPAS/OMS, Representação do Brasil; A saúde no Brasil Brasília: 1998. 5. Whitehead, M. The concepts and principles of equity inhealth. International Journal of Health Services, 22 (3): 429-445, 1992. 6. Atlas do Desenvolvimento Humano in www.pnud.org.br PNUD, 2010 Tema: Os determinantes sociais da saúde e sua contribuição para a melhoria da saúde e bem estar dapopulação Figura 1. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, Pernambuco, 2010
Figura 2. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Dimensão Educação Figura 3. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Dimensão Longevidade Figura 4. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal Dimensão Renda Figura 5. Esperança de vida ao nascer, em Pernambuco, 2010
Figura 6. Taxa de Mortalidade Infantil, Pernambuco, 2010 Figura 7. Taxa de Mortalidade na Infância (até 5 anos), Pernambuco,2010 Figura 8. Índice de GINI, Pernambuco, 2010 Pernambuco,2010 Figura 9. Proporção da População extremamente pobre,
Figura 10. Proporção de crianças extremamente pobres, Pernambuco,2010 Figura 11. Proporção de pobres, em Pernambuco,2010 Figura 12. Proporção de crianças pobres,pernambuco,2010
Figura 13. Proporção de crianças vulneráveis à pobreza Figura 14. Proporção de crianças de 4 a 5 anos fora da escola 0