SIMULAÇÃO DOS PROBLEMAS DE CONTATO PARA A OTIMIZAÇÃO DA ESPESSURA DE REVESTIMENTO Luciano de Oliveira Castro Lara; José Daniel Biasoli de Mello.

Documentos relacionados
CAPÍTULO INTRODUÇÃO GENERALIDADES

6 Análise e Discussão de Resultados

2 Fundamentos para a avaliação de integridade de dutos com perdas de espessura e reparados com materiais compósitos

4 Mecanismos de Fratura

RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 DOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS PARA A VALIDAÇÃO DO MODELO

4 Apresentação dos Resultados

A Operação de Prensagem: Considerações Técnicas e sua Aplicação Industrial. Parte IV: Extração da Peça e Resistência Mecânica a Verde

Prof. Willyan Machado Giufrida Curso de Engenharia Química. Ciências dos Materiais. Propriedades Mecânicas dos Materiais

3. Materiais e Métodos

10 CRITÉRIOS DE RUPTURA 10.1 MATERIAIS FRÁGEIS 0 0,5 1 1,5 2 2,5

1. Inverta a relação tensão deformação para materiais elásticos, lineares e isotrópicos para obter a relação em termos de deformação.

Fundamentos do Atrito

Capítulo 2 Tração, compressão e cisalhamento

4 MÉTODOS PARA SE DETERMINAR O GRADIENTE DE FRATURA (LIMITE SUPERIOR DE PRESSÃO).

Cálculo de Tensões Residuais em Filmes Finos Através de Difração de Raios-X com Ângulo de incidência Rasante

UFJF - Professores Elson Toledo e Alexandre Cury MAC003 - Resistência dos Materiais II LISTA DE EXERCÍCIOS 03

LOM Introdução à Mecânica dos Sólidos. Parte 3. Estado plano de tensão. Tensões em tubos e vasos de pressão de parede fina

Fundamentos da Lubrificação e Lubrificantes Aula 2 PROF. DENILSON J. VIANA

Eixos e árvores Projeto para eixos: restrições geométricas. Aula 9. Elementos de máquinas 2 Eixos e árvores

Deformação. - comportamento de um material quando carregado

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

Tensão de Cisalhamento Máxima Absoluta

Eixos e árvores Projeto para flexão e torção fixa: critérios de falha. Aula 2. Elementos de máquinas 2 Eixos e árvores

Capítulo 4 Propriedades Mecânicas dos Materiais

FUNDAMENTOS Capítulo Dois: Variáveis metalúrgicas 1. Teoria da deformação plástica dos metais: encuramento 2. Conformabilidade dos metais 3. Taxa de d

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS CONTROLE DE QUALIDADE INDUSTRIAL Aula 03 TENSÃO

3 Metodologia. 3.1 Dados experimentais da literatura

Modelagem Matemática de Laminação a frio de alumínio- Efeito do coeficiente de atrito sobre o Estado de Tensões

PARTE 7: EFEITOS DE ENTALHE E DE TENSÕES RESIDUAIS. Fadiga dos Materiais Metálicos - Prof. Carlos Baptista EEL

TECNOLOGIA DE CONTROLE NUMÉRICO GEOMETRIA DA FERRAMENTA

AULA 13: ESTADO DE TENSÕES E CRITÉRIOS DE RUPTURA. Prof. Augusto Montor Mecânica dos Solos

Interação da Alvenaria com Estruturas de Concreto Armado

Critérios de Escoamento

Figura 4.1: a)elemento Sólido Tetraédrico Parabólico. b)elemento Sólido Tetraédrico Linear.


Aula 6 Propriedades dos materiais

Resistência dos Materiais II: Projeto de Molas Helicoidais e Barras de Torção

Resistência dos Materiais 2003/2004 Curso de Gestão e Engenharia Industrial

LOM Introdução à Mecânica dos Sólidos

Propagação de trincas por fadiga:

ANÁLISE NUMÉRICA DAS TENSÕES DESENVOLVIDAS EM SISTEMAS REVESTIDOS COM FILMES FINOS SOB AÇÃO DE ESFORÇOS DE TRAÇÃO

ENG01140 Turma C (Prof. Alexandre Pacheco)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS ESCOLA DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA ELEMENTOS FINITOS PARA ANÁLISE DE ESTRUTURAS

Comportamento Elastoplástico

Equações Diferenciais aplicadas à Flexão da Vigas

4 Modelo Constitutivo de Drucker-Prager para materiais rochosos

Mecânica dos Sólidos I Parte 3 Estado Plano de Tensão

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MATERIAIS DÚCTEIS

Conteúdo. Resistência dos Materiais. Prof. Peterson Jaeger. 3. Concentração de tensões de tração. APOSTILA Versão 2013

RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS II 6º CICLO (EEM 6NA) Profa. Ms. Grace Kelly Quarteiro Ganharul

LISTA 3 - ANÁLISE DE TENSÃO E DEFORMAÇÃO

x y E x y 1 I ( x y) 2 ( x y 2 45) 2 x y Tensões nos planos x e y x y xy 3.

Disciplinas: Mecânica dos Materiais 2 6º Período E Dinâmica e Projeto de Máquinas 2-10º Período

AULA 4 Materiais de Construção II

Mecânica dos Solos TC 035

AULA 4 Materiais de Construção II

A UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE SIMULAÇÃO NUMÉRICA NA OTIMIZAÇÃO DE PROJETOS DE MECANISMOS DE VÁLVULA GAVETA*

Resistência dos Materiais

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS

9. Análise de Tensões de Tubulações Curvadas

Desenvolvimento de um Modelo de Contato de uma Superfície Idealmente Lisa Contra uma Rugosa pelo Método dos Elementos Finitos

Muitos materiais, quando em serviço, são submetidos a forças ou cargas É necessário conhecer as características do material e projetar o elemento

MODELAGEM MATEMÁTICA DO COMPORTAMENTO TÉRMICO DE PIEZORESISTORES DE POLISILÍCIO

CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEORIA: 60 PRÁTICA:-x- CÓDIGO: 245 E M E N T A

Mecânica dos Sólidos II Parte 1 (Revisão)

Análise do revestimento de um coletor

PME Mecânica dos Sólidos I 4 a Lista de Exercícios

Análise do revestimento de um coletor

6 Influência da Interação Rocha-Fluido na Estabilidade de Poços: Simulações

Principais propriedades mecânicas

Materiais de Engenharia Michel Ashby e David Jones Copyright Elsevier, 2018

Acidentes causados a partir de trincas/fissuras em estruturas são comuns na história da engenharia (Figura 1.1).

5. Critérios de falha

Ensaios e propriedades Mecânicas em Materiais

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS DE SINOP FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGIAS CURSO DE ENGENHARIA CIVIL MECÂNICA DOS SÓLIDOS II

Análise da consolidação sob um aterro

Dependendo da habilidade do material em deformar plasticamente antes da fratura, dois tipos de fratura pode ocorrer: Dúctil Frágil.

Terceira Lista de Exercícios

ENG285 4ª Unidade 1. Fonte: Arquivo da resolução da lista 1 (Adriano Alberto), Slides do Prof. Alberto B. Vieira Jr., RILEY - Mecânica dos Materiais.

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais

Teste de tração - compressão

ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM

TM373 Seleção de Materiais Metálicos

Fadiga Um metal rompe-se por fadiga quando submetido a tensões cíclicas.

1º TESTE DE TECNOLOGIA MECÂNICA I Licenciatura em Engenharia e Gestão Industrial I. INTRODUÇÃO AOS PROCESSOS DE FABRICO

(a) (b) (c) (d) (e) (f)

MATERIAIS PARA ENGENHARIA DE PETRÓLEO - EPET069 - Propriedades Mecânicas dos Materiais

Desenvolvimento de um modelo de contato de uma superfície idealmente lisa contra uma rugosa pelo método dos elementos finitos

Geotecnia de Fundações TC 041

4 Resultados. 4.1 Interpretação e medição das imagens de tomografia

Variáveis Consideradas no Programa Experimental

MECSOL34 Mecânica dos Sólidos I

Ciência dos Materiais II. Materiais Cerâmicos. Prof. Vera Lúcia Arantes

4 A natureza da deformação mecânica do Nitreto de Gálio não dopado por nanoindentação

TENSÃO EM VASOS DE PRESSÃO DE PAREDES FINAS. Prof. POLLYANNA ALEXANDRE DA CRUZ

Patologia dos materiais e elementos construtivos ESTUDO DO COMPORTAMENTO À FADIGA DAS ARGAMASSAS E SUA RELAÇÃO COM AS PATOLOGIAS E DANOS NAS FACHADAS

Pressão Interna + Momento Fletor e Esforço Axial.

Transcrição:

21º POSMEC Simpósio do Programa de Pós-graduação UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA Faculdade de Engenharia Mecânica Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica www.posgrad.mecanica.ufu.br SIMULAÇÃO DOS PROBLEMAS DE CONTATO PARA A OTIMIZAÇÃO DA ESPESSURA DE REVESTIMENTO Luciano de Oliveira Castro Lara; José Daniel Biasoli de Mello. RESUMO Em muitas aplicações dos revestimentos multifuncionais, o contato mecânico do corpo revestido com um contra corpo ocorre, e a interação mecânica é inevitável. Neste caso, a vida útil e confiabilidade do sistema são determinadas, de certa forma, pela interação mecânica. Neste contexto, o conhecimento dos campos de tensão e deformação gerados no sistema filmesubstrato, devido ao contato mecânico seria muito útil, por exemplo, para análise de falhas, ou para um projeto otimizado de sistemas de filme com maior durabilidade. Neste trabalho faz-se uma simulação dos problemas de contato para a otimização da espessura de revestimento atuando sobre um substrato macio, de modo que a distribuição de tensões dentro de uma determinada faixa de carga não atinja valores elevados o suficiente para causar deformação plástica ou fratura. INTRODUÇÃO Revestimentos multifuncionais, amplamente utilizados em aplicações tribológicas têm suas propriedades fortemente influenciadas pelas características de interação do sistema revestimento/substrato. A inserção de múltiplas camadas é uma solução para o problema das elevadas tensões internas que são geradas nesse sistema, nomeadamente sobre substratos macios. A utilização desta técnica visa melhorar a adesão do filme principal sobre o substrato. Como efeito secundário, por ocasião de uma deformação gerada por alguma carga, há a dissipação de energia no sistema de multicamadas, impedindo que haja propagação de trincas. A diminuição do gradiente de tensões entre o substrato e o filme promove o ganho em adesão. No caso onde há apenas uma camada, um filme de alta dureza depositado sobre um substrato macio tem tensões internas muito superiores a este, as quais, provocam uma resposta em deformação muito diferente para cada elemento. No caso de múltiplas camadas, a concentração de tensões varia gradualmente. Análises de tensões e deformações são freqüentemente usadas com o intuito de explicar e prever falhas desse sistema. O conhecimento desses campos de tensão e deformação gerados no sistema filme-substrato devido ao contato mecânico permite um projeto otimizado de sistemas de filme com maior durabilidade. METODOLOGIA DE ANÁLISE Neste trabalho utiliza-se o programa FilmDoctor para a avaliação do campo elástico. O modelo é ilustrado por meio de um sistema hipotético constituído de um substrato macio e um adequado filme de duas camadas, com base em trabalhos anteriores, onde, através da simulação dos problemas de contato para a otimização das propriedades elásticas do revestimento sob um substrato macio, um sistema com uma estrutura ideal é apresentado (LARA e DE MELLO, 21). O efeito do penetrador é descrito por um penetrador cônico com um ângulo de ponta de 12º e raio de 2 µm. As cargas aplicadas às superfícies dos sistemas hipotéticos, são para obtenção do caso extremo de início da deformação plástica no substrato em função do valor crítico da tensão de von Mises, com uma parcela grande da carga de cisalhamento na direção x (coeficiente de atrito µ=1), com uma tensão de von Mises média na interface de contato de 3 MPa. Aqui, é utilizada uma espessura total do filme, e, constante, pois estudos preliminares mostram que o comportamento das tensões segue um padrão a medida que se varia espessura total. E com o intuito de analisar espessuras próximas às das encontradas na indústria, a espessura de 8µm é adotada. Respeitando para que a tensão de von Mises na interface com o substrato não ultrapasse o valor limite aqui estipulado.

Primeiramente uma análise do comportamento das tensões geradas no sistema filmesubstrato em função da espessura desse filme é feita, tanto para uma espessura variável quanto para uma espessura constante. Para o caso de uma espessura variável foi montado um conjunto de 16 sistemas de duas camadas de filme (conforme Tab. 1) com espessuras variando de 2 a 8µm. Tabela 1 Representação dos sistemas hipotéticos de espessura variável. Sistemas Camada 1 Camada 2 Espessura Substrato E (GPa) /υ /e (µm) E (GPa) /υ /e (µm) total (µm) E(GPa) /υ Sistema 1 2/,3/1 3/,28/1 2 17/,3 Sistema 2 2/,3/1 3/,28/2 3 17/,3 Sistema 3 2/,3/1 3/,28/3 4 17/,3 Sistema 4 2/,3/1 3/,28/4 17/,3 Sistema 2/,3/2 3/,28/1 3 17/,3 Sistema 6 2/,3/2 3/,28/2 4 17/,3 Sistema 7 2/,3/2 3/,28/3 17/,3 Sistema 8 2/,3/2 3/,28/4 6 17/,3 Sistema 9 2/,3/3 3/,28/1 4 17/,3 Sistema 1 2/,3/3 3/,28/2 17/,3 Sistema 11 2/,3/3 3/,28/3 6 17/,3 Sistema 12 2/,3/3 3/,28/4 7 17/,3 Sistema 13 2/,3/4 3/,28/1 17/,3 Sistema 14 2/,3/4 3/,28/2 6 17/,3 Sistema 1 2/,3/4 3/,28/3 7 17/,3 Sistema 16 2/,3/4 3/,28/4 8 17/,3 Enquanto para o caso de uma espessura constante, um novo conjunto de sistemas é montado (conforme Tab. 2) com espessura constante de 8µm. Tabela 2 - Representação dos sistemas hipotéticos de espessura constante. Sistemas Camada 1 Camada 2 Espessura Substrato E (GPa)/υ /e (µm) E (GPa)/υ /e (µm) total (µm) E (GPa) /υ Sistema 1 2/,3/1 3/,28/7 8 17/,3 Sistema 2 2/,3/2 3/,28/6 8 17/,3 Sistema 3 2/,3/3 3/,28/ 8 17/,3 Sistema 4 2/,3/4 3/,28/4 8 17/,3 Sistema 2/,3/ 3/,28/3 8 17/,3 Sistema 6 2/,3/6 3/,28/2 8 17/,3 Sistema 7 2/,3/7 3/,28/1 8 17/,3 Considerada a tensão de von Mises, conforme Eq. 1: 1 2 σ M = 3J2 = σ ( ) 2 ( ) 2 ( ) 2 6 ( 2 2 2 M = σxx σyy + σzz σyy + σxx σzz + τxy + τxz + τzy) (1) É importante frisar que para esta análise utiliza-se um coeficiente de atrito que gera uma parcela grande da carga de cisalhamento na direção x. Pois, a força normal é freqüentemente acompanhada de solicitações tangenciais que decorrem da cinemática relativa das superfícies dos sólidos em contato. A solicitação tangencial desenvolvida atua no plano da superfície de contato e é perpendicular à solicitação normal. A presença do atrito introduz alterações significativas no estado de tensão no interior dos sólidos em contato. E segundo Boresi (1993) força de atrito também é responsável por alterar a localização do ponto onde atua a tensão de cisalhante máxima, o qual se move da superfície de contato para o interior do sólido em contato a medida 2

que o coeficiente de atrito diminui. Este fato pode ser notado através da Fig. 1, a qual representa os valores da tensão von Mises ao longo das coordenadas x e z com coeficientes de atrito de 1,, e,1. Figura 1: Tensão von Mises ao longo das coordenadas x e z para o sistema 1 com coeficientes de atrito de 1,, e,1. Alem disso a tensão de tração ao longo da superfície (z=) é diminuída, o que é importante, pois reduz a possibilidade da ocorrência de deformação plástica nessa região e conseqüente destacamento desse filme. O valor do coeficiente de atrito determina o valor da força tangencial ou de atrito, para uma determinada força normal aplicada ao contato entre os dois sólidos. Conseqüentemente, os valores da tensão normal máxima e da tensão máxima de von Mises também vão depender do coeficiente de atrito. Contudo, a proposta neste trabalho é avaliar o caso extremo de tensão cisalhante atuando na superfície de contato. RESULTADOS Para o caso de uma espessura variável, para cada sistema, através do FilmDoctor, obtém-se as tensões máximas de von Mises na superfície e as tensões máximas normais também na superfície. Respeitando sempre o valor limite da tensão na interface com o substrato é possível trabalhar com cargas cada vez mais altas a medida que se aumenta a espessura do revestimento (Fig. 2). 3 Carregamento (mn) ou Espessura (µm) 2 2 1 1 Espessura Força aplicada Figura 2 Variação da carga aplicada em função da espessura do revestimento. 3

Contudo, fica evidenciado na Fig. 3 que as tensões máximas atuantes nesse revestimento também são maiores, fazendo com que o revestimento necessite de tensões limite maiores para suportar as cargas atuantes. 3 3 2 Tensão (MPa) 2 1 1 Tensão normal na interface Figura 3 Variação das tensões em função da espessura do revestimento. Um outro fato importante, que pode ser notado ainda na Fig. 2 é que para espessuras constantes, independente da distribuição dessas entre os filmes, o carregamento é praticamente constante. Para melhor compreensão do que acontece às tensões geradas no sistema filme-substrato para essa condição, o novo conjunto de sistemas foi montado (conforme Tab. 2) com espessura constante. Nesse novo conjunto de sistemas, o comportamento das tensões máximas, a tensão de von Mises e a tensão normal, na superfície do revestimento, demonstram uma pequena variação em função da distribuição da espessura entre os filmes. Para que esse comportamento possa ser melhor compreendido, a Fig. 4 é apresentada abaixo. 8 39 7 37 6 Espessura (µm) 4 3 3 33 31 Tensões (MPa) Camada 1 Camada 2 Tensão normal 2 1 29 27 2 4 6 8 Sistemas Figura 4 Comportamento das tensões máximas em função da distribuição da espessura entre os filmes. 4

Conforme mostrado na Fig. 4, tanto a tensão máxima de von Mises quanto a tensão normal máxima tem a tendência de aumentar com o aumento da espessura da segunda camada. Contudo, a tensão máxima de von Mises é a que apresenta o maior percentual de variação. CONSIDERAÇÕES FINAIS Respeitando sempre o valor limite da tensão na interface com o substrato é possível trabalhar com cargas cada vez mais altas a medida que se aumenta a espessura do revestimento, desde que, o revestimento possua a resistência necessária para suportar essas cargas. Contudo, devido ao alto custo de obtenção dessas camadas às vezes se torna necessário trabalhar com camadas menos espessas e limites aceitáveis de tensões geradas no sistema. É notado que para espessuras constantes, independente da distribuição dessas entre os filmes, o carregamento é praticamente constante. E as tensões máximas, a tensão de von Mises e a tensão normal, na superfície do revestimento, demonstram uma pequena variação em função da distribuição da espessura entre os filmes. Contudo, a tensão máxima de von Mises é a que apresenta o maior percentual de variação. REFERÊNCIAS BORESI, A. P. et al. Advanced mechanics of materials, ª Edition, John Wiley & Sons, New York, USA, 1993. FilmDoctor, SIO, Saxonian Institute of Surface Mechanics www.siomec.de. LARA, L. O. C.; DE MELLO, J. D. B. Simulação dos Problemas de Contato para a Otimização das propriedades Elásticas de Revestimento, 2º POSMEC, Uberlândia MG. 21.