PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO

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Transcrição:

PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES SOBRE O SETOR ELÉTRICO RELATÓRIO MENSAL ACOMPANHAMENTO DE CONJUNTURA: FINANCIAMENTO JUNHO DE 2012 Nivalde J. de Castro Maria Luiza T. Messeder

ÍNDICE SUMÁRIO EXECUTIVO...3 1- FINANCIAMENTO VIA BANCOS...4 1.1-BNDES...4 2-FINANCIAMENTO DE EMPRESAS VIA MERCADO DE CAPITAIS...9 2.1- AÇÕES...9 2.2- DEBÊNTURES...9 2

SUMÁRIO EXECUTIVO Este relatório tem como objetivo sistematizar os principais fatos, dados, informações e ações que ocorreram no mês de Maio de 2012 e têm relação direta com o financiamento do Setor Elétrico Brasileiro (SEB). A estrutura do relatório Financiamento está dividida em duas seções principais: Financiamento via Bancos e Financiamento de Empresas Via Mercado de Capitais (Debêntures, Ações e Captação Externa). No mês de Maio o BNDES publicou seu boletim de desempenho referente ao mês de Abril de 2012, sendo este o analisado neste relatório. O BNDES realizou desembolsos totais de R$9.670 milhões durante este mês. As aprovações somaram R$ 8.295 milhões. Já as consultas e enquadramentos fecharam em R$17.990 milhões e R$18.088 milhões, respectivamente. No acumulado de Janeiro a Abril, o banco totalizou Desembolsos de R$ 34.182 milhões. Neste período, o SEB recebeu R$ 4.285 milhões. Já para infraestrutura totalizaram R$ 13.494 milhões. Neste mesmo período, as Aprovações do BNDES totalizaram R$ 34.223 milhões, sendo que o SEB foi responsável por R$ 3.273 milhões destas. No acumulado dos últimos 12 meses perfazendo o período de Maio de 2011 a Abril de 2012, o BNDES desembolsou R$ 140.039 milhões. Para o setor de infraestrutura foram desembolsados R$ 55.875 milhões. O SEB recebeu Desembolsos de R$ 17.621 milhões no mesmo período. Os desembolsos do BNDES aumentaram 1% em relação ao mesmo período de 2011. 3

1- FINANCIAMENTO VIA BANCOS 1.1-BNDES O BNDES realizou desembolsos totais de R$ 9.670 milhões durante o mês de Abril de 2012. As aprovações do banco durante o período analisado totalizaram R$ 8.295 milhões. Os enquadramentos somaram R$ 18.088 milhões enquanto que as consulta realizadas junto ao banco de fomento totalizaram R$ 17.990 milhões. No acumulado dos quatro primeiros meses do ano (Janeiro a Abril), o BNDES totalizou desembolsos de R$ 34.182 milhões. O Setor Elétrico Brasileiro (SEB) recebeu R$ 4.285 milhões em desembolsos neste período, o que representou crescimento de 63% em relação ao desembolsado ao mesmo período de 2011. O montante desembolsado para o setor elétrico representou aproximadamente 31% do total liberado para o segmento de infraestrutura e cerca de 13% do total desembolsado pelo BNDES. Os desembolsos realizados pelo BNDES, entre Janeiro e Abril de 2012, ao segmento de infraestrutura totalizaram, R$ 13.494 milhões, o que representou aproximadamente 39% do total desembolsado pelo banco no período. O volume desembolsado para o segmento de infraestrutura representou um decréscimo de aproximadamente 2% em comparação com o mesmo período do ano anterior. As aprovações realizadas pelo BNDES de Janeiro a Abril somaram R$ 34.223 milhões. O SEB foi responsável por aproximadamente 10% do total aprovado pelo banco neste período, somando R$ 3.273 milhões. O segmento de infraestrutura totalizou R$ 10.197 milhões em aprovações. Deste montante, o SEB teve participação de aproximadamente 30%. 4

Tabela 1: Evolução das aprovações para Infraestrutura e SEB 2003 a abril de 2012 (em bilhões de R$) Anos Infraestrutura SEB 2003 * 5,5 2004 * 5,16 2005 * 4 2006 22,4 3,4 2007 45,6 12,8 2008 44,3 16,9 2009 59,2 12,5 2010 * 12,3 Abr/12 10,1 3,2 *dados não encontrados Fontes: Boletim de desempenho setorial do BNDES, abril/2012, BNDES 2011; Relatórios Anuais 2010, 2009, 2008, 2007, 2006, 2005, 2004, 2003, BNDES; Boletins Trimensais n 2, 6, 10, BNDES. No acumulado dos últimos 12 meses perfazendo o período de Maio de 2011 a Abril de 2012, o BNDES realizou desembolsos que totalizaram R$ 140.039 milhões. As aprovações realizadas no mesmo período de somaram cerca de R$ 151.467 milhões. Gráfico 1: Evolução dos desembolsos e aprovações do BNDES. No acumulado de 12 meses (em milhões de R$). Fonte: Boletim de desempenho do BNDES, Abril/2012, BNDES Os desembolsos destinados à infraestrutura nos últimos 12 meses somaram R$ 55.875 milhões, o que significou uma participação de aproximadamente 40% do total desembolsado pelo BNDES. No âmbito das aprovações, o setor de infraestrutura totalizou um montante de R$ 56.175 milhões no mesmo período, o que significou uma participação de 37% do total aprovado. Já o SEB recebeu desembolsos que totalizaram R$ 17.621 milhões nos últimos 12 meses, o que significou 13% do total desembolsado pelo BNDES. Para o setor de 5

infraestrutura, o SEB representou parcela de 31%. Já as aprovações totalizaram R$ 17.104 milhões, representando participação de 11% do total aprovado pelo banco de fomento e 30% das aprovações realizadas dentro do segmento e infra-estrutura. As consultas e enquadramentos, que são uma amostra para possíveis aprovações e desembolsos futuros, totalizaram R$ 73.841 milhões e R$ 66.555 milhões, respectivamente, para o período de Janeiro a Abril de 2012. No acumulado dos últimos 12 meses, os enquadramentos realizados pelo BNDES somaram R$ 201.770 milhões, enquanto que as consultas alcançaram o montante de R$ 215.221 milhões. O setor elétrico vive atualmente novo ciclo de investimentos, com previsão de aporte de recursos da ordem de R$ 158 bilhões de 2012 a 2015, em projetos da União e da iniciativa privada em geração, distribuição e transmissão. O número foi informado pela chefe do departamento de energia elétrica do BNDES, Márcia Leal, e representa um valor 32% superior ao alocado no ciclo imediatamente anterior, de 2009-2012, quando foram investidos R$ 119 bilhões, o aumento no volume de recursos foi aumentado pela inflação no período. A nova projeção de recursos é superior à estimativa anterior feita pelo governo, em parceria com o banco. A projeção antiga era de R$ 139 bilhões para o setor elétrico de 2011 a 2014. O BNDES não vai ficar de fora deste ciclo, embora o banco não informe qual será sua participação. Márcia explica que o apoio da instituição oscila entre 50% a 70% do total orçado para o empreendimento, dependendo da área (geração, distribuição e transmissão). Em horizonte de curto prazo, segundo ela, a expectativa é que os desembolsos do banco para energia elétrica atinjam em torno de R$ 18 bilhões este ano, valor 28% superior ao liberado em 2011 (R$ 14,721 bilhões). Deste Modo, a presidente Dilma convocou no início de junho uma reunião de emergência com sua equipe econômica para determinar a elaboração de medidas efetivas que destravem os investimentos públicos e estimulem empresas privadas a fim de reativar a economia. A avaliação é que o governo tem que liderar o processo de investimento e evitar o desânimo no setor privado. No primeiro trimestre, os investimentos como um todo no país caíram 1,8%. O setor que mais preocupa é o dos transportes: no primeiro trimestre de 2011, o investimento foi de R$ 3,7 bilhões e, no mesmo período deste ano, caiu para R$ 1,7 bilhão. Por orientação presidencial, o BNDES anunciou a criação de linha de crédito para financiar capital de giro das empresas, com redução dos juros de 9,5% para menos de 7% anuais. Esse tipo de 6

linha não é rotineira no BNDES, mas sempre é reforçada em momentos de crise na economia, quando as empresas brasileiras enfrentam dificuldades de se financiar no mercado, como aconteceu na crise internacional de 2008/2009. No entanto, a estratégia adotada pelo governo para reforçar os cofres do BNDES e dar impulso aos investimentos custou aos contribuintes R$ 28 bilhões nos últimos três anos. O valor foi calculado pelo próprio governo e foi revelado por um relatório do TCU. Ele representa a primeira estimativa oficial sobre os custos da acelerada expansão que o BNDES teve nos últimos anos. Para combater os efeitos da crise financeira internacional em 2008, o governo decidiu emprestar recursos do Tesouro para o BNDES, ampliando sua capacidade de oferecer crédito barato às empresas. A operação tem um custo financeiro elevado para o Tesouro porque ele toma o dinheiro emprestado no mercado pagando juros mais altos do que os cobrados pelo banco de fomento ao repassar esses recursos a seus clientes. Desde a crise de 2008, o governo empresou R$ 282 bilhões para o BNDES dessa maneira. Isso multiplicou sua capacidade de financiar investimentos. No ano passado, os desembolsos do banco atingiram R$ 140 bilhões, mais do que duas vezes o valor contabilizado em 2007. Por outro lado, a Abraceel participou neste mês de uma reunião no BNDES. Em pauta, estavam os financiamentos para projetos cuja venda de energia está voltada para mercado livre. Segundo relato da Abraceel, o superintendente da área de infraestrutura do banco, Nelson Siffert, apresentou as dificuldades em liberar empréstimo para esses empreendimentos e disse que a instituição não pode assumir qualquer risco de mercado no setor elétrico. Assim, as usinas precisam se encaixar em modalidades de financiamento que sigam a lógica do mercado regulado. Stiffert apresentou ainda as modalidades de contratos que vêm sendo usadas para o setor. Ainda ficou acertado, segundo a Abraceel, que "haverá uma agenda de trabalho entre o BNDES e as associações presentes na reunião visando detalhes os diversos aspectos dos modelos de financiamento". Contudo, o BNDES aprovou o financiamento de R$ 368 milhões para as obras da hidrelétrica Garibaldi, da Triunfo Participações e Investimentos. A usina, de 192 MW, está em construção em Santa Catarina. Segundo comunicado divulgado pela empresa, os recursos, quando forem liberados, serão utilizados para o pagamento do empréstimo-ponte e para a continuidade das obras da hidrelétrica. O financiamento será corrigido por TJLP mais um spread de 2,34% ao ano, até a data do efetivo pagamento. O prazo total da operação será de 16 7

anos, com vencimentos mensais a partir de julho de 2015. De acordo com a Triunfo, o cronograma de implementação da usina está adiantado em relação ao previsto pela Aneel. A expectativa é que a usina inicie a operação no segundo semestre de 2013. Por fim, uma comissão de 12 representantes de nações indígenas foi recebida na sede do BNDES no dia 18 de junho. Eles queriam participar das discussões sobre a concessão de financiamentos públicos para grandes obras que os afetam, como Belo Monte. O encontro aconteceu após passeata que reuniu mais de mil manifestantes vindos da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Rio + 20. Os representantes dos índios foram recebidos pelo vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, que foi questionado sobre o impacto da construção de hidrelétricas, as obras do PAC e a demarcação de terras. De acordo com a assessoria da instituição, após o término da Rio +20 será montada uma agenda de trabalho por um comissão de representantes do banco de fomento e dos indígenas. O primeiro encontro deve ocorrer em julho. 8

2-FINANCIAMENTO DE EMPRESAS VIA MERCADO DE CAPITAIS 2.1- AÇÕES A Suzano Papel e Celulose iniciou sua oferta pública subsequente de ações, que pode movimentar R$ 1,21 bilhão na emissão de papéis preferenciais. A Suzano informou, porém, que há chances de a oferta ser apenas prioritária, voltada somente aos acionistas, sem considerar o lote suplementar, e, com isso, não ser aberta ao mercado. A Suzano Holding, a IPLF Holding e a David Feffer, além de outros acionistas do grupo controlador, já manifestaram intenção de subscrever todas as ações que têm direito, de acordo com a companhia. A Suzano Holding informou ainda o interesse de subscrever as sobras das ações na oferta. A oferta subsequente será primária, em que os recursos vão para o caixa da companhia. Depois do direito de prioridade dos acionistas, caso a totalidade não seja subscrita, será realizada a oferta para o varejo e, posteriormente, para o segmento institucional. Já situação financeira da Usiminas ficou mais crítica neste trimestre, conforme avaliações de especialistas do mercado. Isso levará a empresa a fazer uma megaoperação de aumento de capital. A operação de oferta de ações desenhada pela empresa poderá contar ainda com venda de alguns ativos. Não há mágica a ser feita, aponta uma fonte. A questão é que a empresa não sinaliza nenhuma melhoria em seus resultados futuros e tem de continuar investindo no negócio que pode render maior geração de caixa, a mineração de ferro. A fase dos investimentos pesados virá de agora em diante. Ao todo, são R$ 4,5 bilhões até 2015. Uma das alternativas é compor a oferta de ações com venda de ativos, indicam. O mercado também avalia que uma fusão de Ternium com a Usiminas seria outro caminho alternativo. 2.2- DEBÊNTURES A Ampla fechou uma captação de R$ 400 mi em debêntures, em duas séries, em junho. Na primeira, a empresa conseguiu reduzir a taxa de juros que será paga aos investidores de 1,18% para 1,04% da taxa do DI, segundo informações de mercado. Na segunda série, que possui correção pelo IPCA, a remuneração ficou em 6% ao ano, enquanto o teto era de 6,90%, segundo informações de mercado. A operação foi coordenada por Bradesco BBI e HSBC. 9