Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado especial Misto da Comarca de PATOS Estado da Paraíba. DINALDO MEDEIROS WANDERLEY FILHO, brasileiro, médico, casado, residente e domiciliado na Rua Severino Soares 70, Condomínio Villas do Lago, Jardim Guanabara, Patos, PB CEP: 58701-380, através do seu Advogado in fine assinado, vem, respeitosamente, a presença de V. Excia, oferecer QUEIXA-CRIME em face de JOSÉ CORSINO PEIXOTO NETO, brasileiro, casado, advogado, inscrito no CPF sob n 009.421.594-46, residente profissional situado Av. Doutor Pedro Firmino, 107, Ed. Milindra Empresarial, 8º andar, sala 806, Centro, Patos, PB, pelos fatos criminosos que passa, fidedignamente, a expor: Dos Fatos 0l O Querelado no dia 01 de JULHO de 2017, usando suas redes sociais, ataca a honra do Querelante de forma maldosa. RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 1 / 6
DO CRIME DE DIFAMAÇÃO 02 O Querelado de forma dolosa fez uma postagem em sua rede social FACEBOOK e em grupos de whatsapp, aonde em sua postagem ACUSA O QUERELANTE DE PAGAR QUASE MEIO MILHÃO DE REAIS COM SEGURANÇAS PARTICULARES, COM RECURSOS PÚBLICOS. ALEGA QUE O QUERELANTE POSSUI 06 SEGURANÇAS PESSOAIS ARMADOS QUE CUSTAM CADA UM R$ 4.580,00 POR MÊS PARA A PREFEITURA, O QUE REPRESENTA O TOTAL DE MAIS DE R$ 324.000,00 AO ANO. 03 Insta esclarecer a Vossa Excelência, que o Querelado utiliza de forma maldosa a ATA DE REGISTRO DE PREÇO (doc. em anexo), para de forma dolosa desvirtuar sua essência e acusar o Querelante de estar pagando seguranças particulares. 04 - Destarte o entendimento deste Julgador, mas, simplesmente, o Querelado ocorreu no crime de DIFAMAÇÃO, pois a ata de registro de preço foi realizada pelo Município de Patos PB, para aquisição de SERVIÇOS CONTINUADOS DE PROTEÇÃO E PRESERVAÇÃO DOS PRÉDIOS PÚBLICOS DA PREFEITURA MUNICIPAL DE PATOS - PB. 05 É de bom alvitre mostrar a Vossa Excelência que o Município PB, mesmo estando com a ata de registro de preço publicada nos diários oficiais, publicado os extratos, mesmo assim, NÃO REALIZOU NENHUMA CONTRATAÇÃO AINDA. RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 2 / 6
06 Ademais, se o Querelante possui segurança particular, este é pago com recursos próprios, jamais utilizou recursos do Município para pagar seus funcionários, e nem tão pouco utilizou servidores municipais para prestar serviços particulares. 07 Outrossim, salta os olhos que o Querelado teve o dolo de atingir a honra do Querelante. Do Direito O art. 139 do CP é bastante claro e por demais taxativo, vejamos: Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. A pena deve ser aumenta em 1/3 conforme assevera o art. 141, II, e III do CP. Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido: II - contra funcionário público, em razão de suas funções; RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 3 / 6
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria. Sobre a existência de tal crime, faz-se necessário trazer à baila, os dizeres do Frei Luiz de Sousa, In Vida de D. Fr. Bartolomeu dos Mártires, II,p.34, assim se expressando: Começaram a vazar pela boca maldita todas as infâmias e impropérios que a raiva e a perversa natureza lhes ensinava. Portanto, o animus necandi, no caso, reponta da própria maneira como o querelado se manifesta de forma objetiva em suas ofensas e, nesses delitos de linguagem, essa intenção malévola se presume, até prova em contrário, isto porque, como tem entendido a jurisprudência. Delitos que atingem à boa fama, o dolo a intenção malévola reside na verdade de trazer as imputações aleivosas ao conhecimento público, na certeza de que elas prejudicaram o bom nome e a dignidade da pessoa visada. RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 4 / 6
E outros não foram os intuitos, os desejos do querelado, que fossem o de ofender a dignidade, a moral, a honra do querelante. Sobre a matéria, o insigne NELSON HUNGRIA, In Comentários ao CÓDIGO PENAL, Vol. VI, pag. 51, ensinou: Pode-se, então, definir o dolo especifico do crime contra a honra como sendo a consciência e vontade de ofender a honra alheia, reputação, dignidade e decoro, mediante linguagem mímica ou escrita. É indispensável a vontade de injuriar, difamar ou caluniar, a vontade referida ao eventus sceleris, que é o caso, a ofensa a honra. Dos Pedidos: Assim sendo, respeitosamente, requer-se que V. Sapiência receba a presente, determinando: a - que a presente Queixa-Crime seja autuada e procedida de acordo como determina a forma processual; b - seja o querelado notificado a comparecer à audiência em dia, hora e local a ser designado por V. Exa., RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 5 / 6
c - requer-se, ainda, que não havendo conciliação, se digne este douto Julgador de receber a presente Queixa-Crime, ordenando a citação do querelado para comparecer à Audiência para interrogatório, ciência do Ministério Público, devendo este intervir em todos os termos, até final, condenação do querelado, nas penas do artigo 139 c/c 141, II, III do Código Penal, tudo por ser de direito. Protesta e requer, finalmente pela produção de todos os meios de provas em direito admitidas, depoimentos pessoais das partes, testemunhas e demais provas que se façam necessárias. Termos em que, pede e aguarda deferimento. Patos PB, 03 de julho de 2017. RAIMUNDO MEDEIROS DA NÓBREGA FILHO OAB/PB 4.755 RAIMUNDO MEDEIROS DA NOBREGA FILHO pág. 6 / 6