Página1 Curso/Disciplina: Ordem Social, Econômica e Financeira. Aula: 02 Professor (a): Marcelo Tavares Monitor (a): Fabiana Pimenta Aula 02 1.3 Previdência Social: O Sistema Previdenciário brasileiro é dividido em 2 grandes ramos: Previdência Pública e Privada. Regime Geral de Previdencia Social RGPS Lei 8213/91 Pública Regime Próprio de Previdencia Social RPPS Previdência Social Regime Facultativo Complementar RFCPS Fechado Privada (art. 202 e LC 109/2001 e LC 108/2001) Aberto A Previdência social Pública é dividida em 3 sistemas. -RGPS: é o maior deles (previsto no art. 201 da CF e regulamentado pela lei 8213/91). -RPPS: esses regimes próprios são instituídos pelas entidades federativas em prol do servidor que ocupa cargo efetivo (art. 40 da CF e a legislação é concorrente: Normas Gerais editadas pela União (lei 9717/98), cada entidade federativa vai editar normas específicas regime próprio. A União tem a lei 8112/90 [que tem uma parte específica que trata da seguridade social Título VI da lei], o Estado através de Lei Estadual, o DF através de Lei DF e Município por Lei Municipal. - RFCPS: cada entidade federativa que quiser institui o regime facultativo complementar e com isso pode reduzir a proteção do regime próprio até o teto do INSS (art. 40, 14 e 16, da CF). A Previdência Privada (art. 202, LC 109/2001 e LC 108/2001) vai ser dividida em 2 sistemas: -Fechado; -Aberto.
Página2 Lembrando que o constituinte achou por bem falar de previdência do servidor na parte que fala da Administração Pública. Ou seja, existe artigos sobre previdência social que estão fora do capítulo destinado para isso. O aspecto tratado aqui na aula será o de Direito Constitucional (para melhor análise, assista às aulas de Direito Previdenciário: https://masterjuris.com.br/curso/direito-previdenciario-2016/ ) Regime Geral de Previdência Social (art.201) É um sistema Público (mantido pelo poder público, autarquia federal mantido pela União. Os direitos decorrentes dele são previstos por lei), institucional cujas contribuições tem natureza tributária, e destinada aos trabalhadores da iniciativa privada, que tem por objetivo a proteção de 6 riscos sociais: Idade avançada, tempo de contribuição, incapacidade, prisão, a morte e os encargos de família. Exemplos de benefícios que fazem a cobertura desses riscos: Idade: aposentadoria por idade Tempo de Contribuição: Aposentadoria por contribuição (objeto da nova reforma da previdência) Incapacidade: Auxílio doença (dentre outros) Prisão: Auxílio Reclusão Morte: Pensão por morte Encargos de Família: Salário Maternidade Existe um risco social que não é coberto pelo regime geral que é o Desemprego involuntário, que é coberto pelo benefício do seguro desemprego. Ele é pago pela Caixa Econômica a partir de entregas de repasses financeiros União, e não pelo INSS. Mas a natureza jurídica do seguro desemprego é benefício previdenciário. Até o fundo financeiro que mantem o regime geral é o Fundo de previdência social e diferente do que mantem o seguro de desemprego, que é o fundo de amparo ao trabalhador (FAT). Comentários ao Art. 201: IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda. Dois benefícios que são pagos aos empregados de baixa renda. Que recebem renda bruta menor que o teto do INSS (R$ 5.189,82). Entretanto, o salário família é pago para trabalhadores que recebem até R$ 1.200,00; o mesmo ocorre com o auxílio reclusão. 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. Duas exceções: Trabalhadores que estão em atividade que prejudiquem a saúde (insalubridade) existe uma aposentadoria a parte (aposentadoria especial), e os trabalhadores deficientes físicos não, eles tem idade e contribuição diferenciados menor rigorosos que os demais trabalhadores.
Página3 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. A CF não está dizendo que nenhum benefício não pode ser menor que o mínimo, e sim os que forem de natureza remuneratória que não podem. Mas existem dois benefícios de natureza indenizatória (salário família e auxilio acidente) que podem ser inferior ao mínimo. 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. A CF não quer que haja uma erosão pela inflação, que os benefícios mantenham o seu poder aquisitivo. 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. Veda a filiação como segurado facultativo daquele que possui um regime próprio de previdência social, ou até mesmo o militar. 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. Ele que mantem o direito das pessoas poderem se aposentar só por idade ou por contribuição. 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. Os professores se aposentam mais cedo (a nova reforma quer acabar com isso). 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social. Sistema Especial de Proteção Previdenciária: neste sistema a alíquota de contribuição do trabalhador é menor, por consequência esse trabalhador não pode se aposentar por tempo e contribuição e terá os benefícios todos no valor de 1 salário mínimo. Pode até ter menor carência. Previdência Privada (art. 202) é uma previdência complementar ao sistema do INSS que vai se complementar a ele. Divide-se em Fechada e Aberta. -Fechada: é complementar, contribuição extra (trabalhadores que tem uma renda maior que o teto). Ex: Petro dos trabalhadores da Petrobras complementam o pagando para manter o padrão de vida que tinha antes de se aposentar. -Aberta: é um investimento financeiro em qualquer banco. É questão de investimento.
Página4 Art. 202-3º É vedado o aporte de recursos a entidade de previdência privada pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades públicas, salvo na qualidade de patrocinador, situação na qual, em hipótese alguma, sua contribuição normal poderá exceder a do segurado. O Estado não é garantidor da previdência privada e nem subsista. Regimes Próprios de Previdência Social (Art. 40) É matéria de competência concorrente vertical (cabe a União normais gerais e cada entidade federativa cria a sua específica) Quando o município não tiver o regime próprio, serão acolhidos pelo INSS. A Constituição só se preocupa com aposentadoria e pensão do servidor, as outras vantagens e outros pagamentos (salário maternidade, funeral) são valores pagos a partir do tesouro público. Hipóteses de aposentadoria do servidor público: Hipóteses de Aposentadoria do Servidor Incapacidade Compulsória (sempre proporcional) Especial Ordinária Proporcional Integral Insalubre Integral Acidente em Serviço Deficiente físico e mental Proporcional Portadores de determinadas doenças Atividade perigosa -Incapacidade: Proporcional (ao tempo de contribuição) ou integral (acidente em serviço ou quando servidor se tornar portador de algumas doenças); -Compulsória: Sempre proporcional ao tempo de contribuição. 70 anos, EC prevê até 75 anos para membros de tribunais superiores, inicialmente, mas se estende aos demais servidores.
Página5 -Especial: insalubridade, deficiente físico ou mental, atividade perigosa (só existe regulamentação para o policial [civil - Estado, Federal, Rodoviário União]) -Ordinária: Integral ou proporcional. Integral Idade Contribuição Tempo de Serviço Tempo no Cargo Homem 60 anos 35 anos 10 anos 5 anos Mulher 55 anos 30 anos Proporcional Idade Tempo de Serviço Tempo no Cargo Homem 65 anos 10 anos 5 anos Mulher 60 anos -Pensão do servidor público: se o servidor falece já aposentado, é o valor da aposentadoria até o teto o teto do INSS; se falecer antes de estar aposentado é o valor da última remuneração e a partir do teto sofre um corte de 30%. Ex: Um servidor recebe R$ 10.000,00 e falece antes de se aposentar. No caso da aposentadoria a base de cálculo da integralidade ou da proporcionalidade é a média aritmética das 80% das maiores remunerações do servidor. Fundo de Pensão dos servidores (art. 40, 14, 16) Regime Facultativo Complementar Previdência Social. As entidades federativas que quiserem, podem instituir fundo de pensão pros servidores nos mesmos moldes lá da Petros, por exemplo. E com isso as entidades vão poder reduzir a proteção previdenciária do Regime Próprio até o teto do INSS. Ex: Servidor recebe R$ 10.000, ele vai contribuir até o teto e na hora de se aposentar ele vai receber até o teto. Para que ele não tenha a queda de renda entra então o interesse na filiação ao Fundo de Pensão dos Servidores.
Página6 As entidades federativas não são obrigadas a instituir, só farão se quiserem. A União já instituiu por uma lei de 2012, mas o regime só passou a funcionar a partir de 2013. Todos os servidores públicos federais que estão tomando posse a partir outubro de 2013, já encontro este sistema, bem como agentes públicos que ocupam cargos vitalícios (como juízes, procuradores da república). 14 - A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201. A criação não é obrigatória e sim quando a entidade federativa tiver interesse. 15. O regime de previdência complementar de que trata o 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. Os princípios que vão reger não são os princípios da pública e sim privadas naquilo que couber. Essas entidades serão vinculadas ao poder público, que oferecerão aos participantes benefícios somente na modalidade de contribuição definida. A lei quando instituir vai fazer previsão de quanto se paga, o quanto se vem a receber vai depender de algumas variáveis. 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. Para os servidores antigos essa modalidade não poderá ser obrigatório, ele tem direito a continuar numa proteção integral. Mas se ele quiser ele poderá optar.