A PRÁTICA DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PELA ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA

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Transcrição:

CONEXÃO FAMETRO 2017: ARTE E CONHECIMENTO XIII SEMANA ACADÊMICA ISSN: 2357-8645 A PRÁTICA DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA SOBRE A ORIENTAÇÃO PROFISSIONAL PELA ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA Taís Landim da Cunha FAMETRO Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza t.landim5@gmail.com Olga Lima dos Santos FAMETRO Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza olga.santosls@gmail.com RESUMO Título da Sessão Temática: Promoção de Saúde e Tecnologias Aplicadas Evento: V Encontro de Monitoria e Iniciação Científica Durante a pesquisa para a elaboração deste trabalho foi percebido uma fragmentação da prática da Orientação Profissional (OP) no Brasil, logo, buscamos posicionar a Psicologia dentro desta prática, defendendo a participação do psicólogo para a realização da OP. O objetivo principal deste trabalho foi identificar a eficiência das práticas relacionadas à Orientação Profissional no Brasil. Os objetivos específicos foram levantar a diversidade de técnicas e práticas disponíveis no mercado que são usadas em OP; avaliar a validade e comprovação científica das técnicas e práticas de OP utilizadas pela Psicologia; e identificar as dificuldades da prática do psicólogo em OP no que tange a avaliação da eficiência do trabalho. Este estudo se caracterizou por possuir características da pesquisa bibliográfica e da pesquisa explicativa, de caráter quantitativo. Como meio de coleta de dados, nos embasamos em 111 artigos, encontrados no banco de dados eletrônico BVSalud, e utilizamos a aplicação de um questionário em meio eletrônico, contando com 489 sujeitos respondentes. Através da análise dos dados, observamos que existem diferentes metodologias dentro da OP, sendo as mais utilizadas: testes psicológicos e processos de autoconhecimento. Essas diferentes práticas dentro da Orientação Profissional proporcionam um autoconhecimento sobre o indivíduo, facilitando na sua tomada de decisões. A OP é utilizada por diversos profissionais, causando em alguns casos confusão na delimitação da atuação de cada profissional, especialmente do psicólogo. Assim, pudemos concluir que a Orientação Profissional é um processo integral, que tenta lidar com todos os aspectos da vida do sujeito, visando facilitar na sua trajetória profissional. Palavras-chave: Iniciação científica. Orientação profissional. Práticas.

INTRODUÇÃO A Orientação Profissional (OP) ajuda as pessoas na hora de sua escolha ou mudança da profissão. Ela não é apenas usada para os alunos do Ensino Fundamental e Médio, serve também para adultos que não estão satisfeito com sua profissão e planejam uma mudança em sua carreira. Existe uma reorientação até mesmo pra idosos na aposentadoria. Segundo Melo-Silva, Lassance e Soares (2004) o serviço brasileiro de Orientação Profissional tem como objetivo auxiliar as pessoas a tomarem decisões referentes aos estudos, formação e trabalho. Usualmente essa prática era mais utiliza e voltada para jovens que estão em dúvida sobre sua escolha profissional, mas recentemente vem crescendo a procura de adultos para a prática de Orientação Profissional. No Brasil, a Orientação Profissional nasceu com uma grande influência da psicometria (ramo da psicologia que se orienta à medição dos processos psíquicos, e para isso, desenvolve estudos que permitem atribuir um número), aproximadamente na década de 1920, em institutos de Psicologia Aplicada. A metodologia utilizada englobava diagnósticos ligados à área vocacional e de aptidões das pessoas, utilizando testes psicológicos, e aconselhamento para melhor harmonia ao mercado de trabalho. Para o crescimento dessa prática veio a criação de cursos de formação e aperfeiçoamento de psicotécnicos e orientadores profissionais no Instituto de Seleção e Orientação Profissional ISOP (CARVALHO; MARINHO-ARAUJO, 2010). Desde o início da Orientação Profissional no Brasil, essa prática foi ligada à Psicologia, mesmo tendo vindo da área da educação. No ano de 1940 foi que essa prática entrou nas escolas, firmando-se progressivamente como um campo de atuação dos psicólogos e pedagogos para essa última orientação educacional. Após essa entrada na Psicologia Escolar, surgiram também outras áreas de atuação para este processo, como a Psicologia Clínica e a Psicologia Organizacional (CARVALHO; MARINHO-ARAUJO, 2010). Essa prática utilizada no Brasil ainda está muito fragmentada, com esse trabalho buscamos posicionar a psicologia nessa prática, defendendo a importância da participação do psicólogo para a realização da OP, pois uma das técnicas utilizada nessa pratica é os testes psicológicos que é de uso exclusivo do psicólogo. No Brasil pode se vê diversas profissões fazendo o uso da prática de OP, neste trabalho procuramos saber o que é feito e se realmente funciona. O objetivo principal deste trabalho foi identificar a eficiência das práticas relacionadas à Orientação Profissional no Brasil. Os objetivos específicos foram levantar a diversidade de técnicas e práticas disponíveis no

mercado que são usadas em OP; avaliar a validade e comprovação científica das técnicas e práticas de OP utilizadas pela Psicologia; e identificar as dificuldades da prática do psicólogo em OP no que tange a avaliação da eficiência do trabalho. METODOLOGIA Este estudo se caracteriza por possuir caráter quantitativo e por possuir procedimentos característicos da pesquisa bibliográfica. Buscaremos um profundo entendimento dos fatos apresentados, contando com a ajuda de dados numéricos para atribuir maior precisão e confiabilidade. Quanto ao objetivo, este trabalho se caracteriza por ser uma pesquisa explicativa, que proporciona um maior entendimento sobre o assunto estudado, como afirmado por Prodanov (2013, p. 53) esse tipo de pesquisa são mais complexas, pois, além de registrar, analisar, classificar e interpretar os fenômenos estudados, têm como preocupação central identificar seus fatores determinantes. Buscando não somente conhecer o assunto, mas também compreendê-lo através de vários pontos de vista, fizemos uma pesquisa bibliográfica. Tal pesquisa se embasou em 111 artigos, do ano 2002 a 2016, encontrados no banco de dados eletrônico BVSalud (Biblioteca Virtual em Saúde), que reúne grandes periódicos científicos, como Scielo, Pepsic e LILACS. Pesquisamos neste espaço de tempo porque nos permitia uma margem de comparação e abrange 15 anos de escritos científicos. Para a pesquisa dos artigos, utilizamos 7 nomenclaturas que estão relacionadas com OP (Orientação Profissional): orientação de carreira; orientação educacional; avaliação vocacional; escolha profissional; orientação profissional; orientação vocacional; e planejamento de carreira. A escolha dessas nomenclaturas como categorias de análise se deu porque durante a pesquisa encontramos todas elas relacionadas à OP, porém, se referindo a outras áreas de atuação. Por proporcionar um contato com diferentes públicos, de maneira rápida e pontual, utilizamos um questionário eletrônico, composto por 7 perguntas objetivas e 7 de múltipla escolha. Foi elaborado na plataforma Google forms e divulgado em redes sociais, como os aplicativos WhatsApp, Facebook, e Twitter, em grupo de escolas, cursinhos pré-vestibular e grupos de leitura, pois é onde se encontra uma maior quantidade de sujeitos propícios para participar do questionário. Sobre o questionário, na primeira parte houve perguntas sociodemográficas, para ter uma base referente aos sujeitos respondentes. Na segunda parte do questionário, houve perguntas direcionadas a quem não fez a prática de OP, para avaliar as possíveis causas da falta de procura por esse atendimento, e como o sujeito gostaria que fosse

realizado a OP, caso tivesse oportunidade de participar; o sujeito avaliou o profissional e o método que gostaria que fosse utilizado com ele próprio. Essas perguntas nos nortearam quanto às demandas que impossibilitam uma maior procura desta prática e o que pode ser feito para aproximar a OP de outros públicos. Também serviu para percebemos como esta prática é vista por alguém de fora. A terceira etapa do questionário, foi direcionada à pessoas que consideram já ter tido alguma experiência de Orientação Profissional. Nesta fase, as perguntas eram sobre a experiência, de como o sujeito avaliou a ajuda na sua escolha profissional; sobre o profissional e o método utilizado com ele; e as principais influências e dificuldades que surgiram no processo de escolha. Essas perguntas foram realizadas com o objetivo de identificar a diversidades de profissionais e meios que fazem Orientação Profissional e como isso influência na delimitação desse saber. A coleta de dados correspondeu a 489 sujeitos respondentes, e os dados foram quantificados pela própria ferramenta da plataforma, transformando as repostas em forma de gráficos e tabelas. Em seguida, para corresponder ao objetivo do trabalho foi cruzado os dados do questionário com os dados colhidos na pesquisa bibliográfica. RESULTADOS E DISCUSSÃO Ao pesquisar sobre Orientação Profissional em bancos de periódicos acadêmicos, pode-se encontrar várias outras nomenclaturas que fazem referência à OP. Como este sendo um dos focos do artigo, problematizar a fragmentação desta prática, foram escolhidas 7 nomenclaturas que, foi observado se encaixar no assunto, porém se referiam à outras áreas de conhecimento. Foram encontrados 95 artigos relacionados à área da psicologia e 16 artigos correspondentes à outras áreas como, medicina, enfermagem, nutrição, terapia ocupacional, odontologia, fonoaudiologia, pedagogia, administração e psicopedagogia. Com essa diversidade encontrada, pode-se perceber que sempre está falando da mesma temática, o que levanta questionamentos sobre a necessidade das várias nomenclaturas. Com mudanças que vêm acontecendo nessa prática nos últimos anos, sendo a principal a delimitação de um nome. Na amostra bibliográfica total, foi encontrado o termo Orientação Profissional, sendo esse o mais abrangente e o que mais se adequa a essa prática. Há dois métodos de intervenção em Orientação Profissional: a utilização de testes psicológicos e o uso de sessões, em grupo ou individuais, com o cliente e o profissional. O primeiro método busca obter dados comprovados sobre o sujeito, como as capacidades intelectuais que poderão auxiliar no processo de escolha. Já o segundo, busca promover o

autoconhecimento do indivíduo, fazendo com que ele manifeste suas dúvidas e expectativas sobre o processo de ingresso no mercado de trabalho (MARTINS, 2008). É importante ressaltar que, o uso de testes psicológicos é de uso restrito aos psicólogos, sendo vetado a aplicação por qualquer outro profissional, como é afirmado na resolução nº 005/2012 do Conselho Federal de Psicologia: Art. 1º. Os Testes Psicológicos são instrumentos de avaliação ou mensuração de características psicológicas, constituindo-se um método ou técnica de uso privativo do psicólogo [...] (CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA, 2012). No entanto, isso não restringe a prática somente para psicólogos. Outros profissionais podem usar de outras alternativas, como dinâmicas nas sessões, testes não psicológicos, entrevistas e outros. Quanto às respostas coletadas do questionário, foi analisado que dos sujeitos respondentes que não tiveram nenhuma experiência em orientação profissional, 57,8% prefeririam que fosse utilizado testes psicológicos com posterior devolutiva; 52% escolheriam ter sessões individuais com o psicólogo; e 25,4% marcaram que gostariam de participar de sessões com dinâmicas em grupo. Sobre os sujeitos respondentes que afirmaram já terem tido alguma experiência com orientação profissional, 68,9% participaram de palestras e atividades desenvolvidas pela escola, 42,6% utilizaram testes vocacionais disponíveis na internet, e 36,9% participaram de feiras de profissões. Através desses dados, pode-se observar que a prática de OP está banalizada, pois instrumentos sem nenhuma comprovação científica, como o uso de testes na internet e atividades sobre as profissões, foram classificadas como uma prática que as pessoas consideraram na área de Orientação Profissional. Além de auxiliar na entrada no mercado de trabalho, se for o caso, a OP auxilia na promoção de autoconhecimento e expande o conhecimento para além do que as pessoas estão acostumadas sucesso na vida profissional não está ligada somente à uma boa escolha profissional, também é sobre o desenvolvimento dos demais aspectos da vida do sujeito. A prática de OP é utilizada por diversos profissionais sendo então um procedimento multiprofissional nas áreas de atuação pode-se encontrar Pedagogos, Profissionais em RH, Profissionais em Coaching e até Responsáveis Religiosos fazendo algum tipo de uso desse recurso. Nos resultados coletados do questionário, observou-se que das pessoas que responderam já ter tido alguma prática em OP, 58,2% afirmaram ter tido essa experiência com um psicólogo escolar; 21,7% afirmaram não ter tido o auxílio de nenhum profissional; e 12,7%

contaram com um psicopedagogo. Porém, na pergunta seguinte, ao serem questionados sobre o profissional mais qualificado para realizar OP, 66,1% selecionaram a opção que correspondia ao psicólogo clínico; 30,2% selecionaram o psicopedagogo; e 24%, marcaram o psicólogo escolar. Um dado surpreendente nos resultados coletados dos questionários, foi que 8,6% dos sujeitos respondentes afirmaram terem contato com o auxílio de um profissional de coaching na OP e cerca de 3% afirmaram terem contado com o auxílio de um responsável religioso. Em pesquisas feitas no banco de dados eletrônico BVS, encontra-se informações acerca desse tipo prática e como são diversos os métodos utilizados. Tais áreas podem contribuir para a construção da Orientação Profissional no Brasil, desde que todas as áreas saibam seus posicionamentos dentro desta prática. CONSIDERAÇÕES FINAIS Conclui-se que a Orientação Profissional sofreu algumas mudanças que propiciaram um desenvolvimento desse conhecimento. Atualmente, observou-se que esta prática está sendo disseminada de várias formas e exercida por vários profissionais. O exercício desta práxis de maneira irrestrita pode levar à um desligamento da veia científica, pois todo e qualquer instrumento relacionado à OP é considerado pertencente à ela. Também, a diversidades de profissionais, aptos ou não a fazer orientação profissional, pode desestabilizar esta prática e tornar confusa na escolha para orientando. Novamente foi ressaltado que, a OP é uma prática, portanto pode e deve ser exercida por outros profissionais, visto que as demais áreas de conhecimento têm muito a oferecer e a acrescentar no processo. Quanto aos instrumentos, são muitas as técnicas que podem ser utilizadas para promoção de autoconhecimento, desmitificação de pré-conceitos e estimular a criação de perspectivas para o futuro. Além do uso de testes psicológicos, que muitas vezes podem ser limitados a depender de cada caso, o uso de sessões é muito bem percebido, visto que promove mais facilmente o conhecimento do indivíduo consigo mesmo. REFERÊNCIAS CARVALHO, Tatiana Oliveira de; MARINHO-ARAUJO, Claisy Maria. Psicologia escolar e orientação profissional: fortalecendo as convergências. Rev. bras. orientac. prof, São Paulo, v. 11, n. 2, p. 219-228, dez. 2010. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1679-33902010000200007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 14 abril 2017.

CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Resolução nº 005, 24 de fevereiro de 2012. Define e regulamenta o uso, a elaboração e a comercialização de testes psicológicos. Disponível em: <http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2012/03/resolucao_cfp_005_12_1.pdf>. MARTINS, Denise da Fonseca. Orientação profissional: teoria e prática. Aval. psicol., Porto Alegre, v. 7, n. 1, p. 113-114, abr. 2008. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1677-04712008000100014&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 10 jun. 2017. MELO-SILVA, Lucy Leal; LASSANCE, Maria Célia Pacheco; SOARES, Dulce Helena Penna. A orientação profissional no contexto da educação e trabalho. Rev. bras. orientac. prof, São Paulo, v. 5, n. 2, p. 31-52, dez. 2004. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s1679-33902004000200005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 4 jun. 2017. PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013.