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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO ALCIDES (Presidente sem voto), VITO GUGLIELMI E PERCIVAL NOGUEIRA.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GILBERTO LEME (Presidente) e ARTUR MARQUES. São Paulo, 14 de agosto de 2017.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente sem voto), BERETTA DA SILVEIRA E VIVIANI NICOLAU.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente sem voto), RÔMOLO RUSSO E RAMON MATEO JÚNIOR.

ACÓRDÃO. São Paulo, 13 de outubro de Christine Santini Relatora Assinatura Eletrônica

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ERICKSON GAVAZZA MARQUES (Presidente), J.L. MÔNACO DA SILVA E MOREIRA VIEGAS.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E RUI CASCALDI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores CLAUDIO GODOY (Presidente) e ALCIDES LEOPOLDO E SILVA JÚNIOR.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e ALVARO PASSOS.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores LUIS MARIO GALBETTI (Presidente sem voto), RAMON MATEO JÚNIOR E LUIZ ANTONIO COSTA.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), AUGUSTO REZENDE E LUIZ ANTONIO DE GODOY.

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ACÓRDÃO. Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº , da Comarca de Barueri, em que é apelante LARA DA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente sem voto), EGIDIO GIACOIA E CARLOS ALBERTO DE SALLES.

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Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RICARDO DIP (Presidente sem voto), AFONSO FARO JR. E AROLDO VIOTTI.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores GOMES VARJÃO (Presidente), NESTOR DUARTE E ROSA MARIA DE ANDRADE NERY.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FABIO TABOSA (Presidente) e CLAUDIO GODOY. São Paulo, 15 de maio de 2017.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FELIPE FERREIRA (Presidente sem voto), RENATO SARTORELLI E VIANNA COTRIM.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ REYNALDO (Presidente sem voto), ROBERTO MAC CRACKEN E ARALDO TELLES.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente) e ORLANDO PISTORESI. São Paulo, 30 de maio de 2012.

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PAULO GALIZIA (Presidente), ANTONIO CELSO AGUILAR CORTEZ E TERESA RAMOS MARQUES.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores DONEGÁ MORANDINI (Presidente) e EGIDIO GIACOIA. São Paulo, 17 de janeiro de 2015.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n /8-00, da Comarca de

Registro: ACÓRDÃO

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ACÓRDÃO lilllillliili V

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e ENIO ZULIANI. São Paulo, 26 de agosto de 2015.

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores LUIZ ANTONIO DE GODOY (Presidente), RUI CASCALDI E FRANCISCO LOUREIRO.

Vistos, relatados e discutidos estes autos de agravo de instrumento n.º , interposto por GOOGLE

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), CLAUDIO GODOY E AUGUSTO REZENDE.

ACÓRDÃO. São Paulo, 14 de março de Cristina Cotrofe Relatora Assinatura Eletrônica

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores A.C.MATHIAS COLTRO (Presidente sem voto), JAMES SIANO E MOREIRA VIEGAS.

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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2017.0000400081 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000, da Comarca de São Paulo, em que é agravante GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA, é agravada INDIANARA APARECIDA CARVALHO. ACORDAM, em 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U. Sustentação oral do dr. Daniel Rebouças.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores FRANCISCO LOUREIRO (Presidente) e CHRISTINE SANTINI. São Paulo, 6 de junho de 2017. Rui Cascaldi RELATOR Assinatura Eletrônica

VOTO Nº: 37276 AGRV.Nº: 2030256-96.2017.8.26.0000 COMARCA: SÃO PAULO AGTE. : GOOGLE BRASIL INTERNET LTDA AGDO. : INDIANARA APARECIDA CARVALHO JUIZ : FELIPE POYARES MIRANDA TUTELA PROVISÓRIA Ação de obrigação de fazer Decisão de deferimento de liminar Autora que pretende exclusão de URLs utilizadas para postagem de conteúdo não autorizado (ensaios eróticos para a Revista Sexy ), bem como que a provedora ré seja compelida ao fornecimento de dados pessoais relativos aos responsáveis pelas páginas/ blogs e ao fluxo de visitação em cada endereço eletrônico (contida na ferramenta Google Analytics ), além da exclusão de resultados, em sua ferramenta de busca ( Google Search ), relativos aos conteúdos em questão Acolhimento em parte No tocante ao pleito de exclusão de conteúdo, atendidos os requisitos do art. 300 do Código de Processo Civil Plausível a alegada ausência de autorização para divulgação das imagens, as quais, a princípio, deveriam estar disponibilizadas exclusivamente no site da publicação responsável pela realização do ensaio, mediante pagamento pelo usuário Divulgação do material, gratuitamente, nas páginas enumeradas, que enseja, a princípio, fundado receio de dano, porquanto afeta o retorno financeiro pactuado entre a autora e a editora, tendo aquela participação no produto das vendas Endereços eletrônicos (URL) das páginas que divulgaram o conteúdo não autorizado devidamente indicados pela requerente Atendimento dos requisitos do art. 19, 1º, da Lei nº. 12.965/14 (Marco Civil da Internet) Fornecimento dos dados concernentes aos usuários elaboradores das páginas - Provedora de aplicação de internet não tem dever legal de armazenar dados pessoais informados pelos próprios usuários, nem de responder pela veracidade de tais informações Dever que se restringe ao fornecimento dos números de IPs de criação das páginas identificadas - Restrição dos dados requeridos aos seis meses anteriores à intimação da decisão agravada Inteligência do art. 15, caput, da Lei nº. 12.965/14 Descabimento de ordem de apresentação de dados relativos ao fluxo de acessos, mensurado pela Google Analytics Ausência de provas de que os responsáveis pelas Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 2/7

páginas tenham contratado o uso de tal ferramenta Inexistência de urgência na obtenção dos dados a ela relativos Desnecessidade de exclusão dos resultados de busca, ante a determinada indisponibilidade dos conteúdos aos quais os links poderiam direcionar Decisão interlocutória reformada para restrição da tutela provisória à determinação de exclusão de conteúdo e de fornecimento dos números de IP de criação das páginas Recurso parcialmente provido Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que, nos autos de ação de obrigação de fazere indenizatória, deferiu tutela provisória, para: a) determinar que a ré exclua de seus servidores, no prazo de 48 horas, todas as páginas e arquivos de fotos e vídeos da autora, cujos endereços eletrônicos foram identificados; b) informar os dados do Google Analytics, relativamente ao número de acessos a cada página, bem como todos os registros cadastrais e eletrônicos (número de IP, data, hora, e-mail, dados cadastrais da conta) relativos à criação e ao acesso de cada um dos blogs, bem como para excluir os resultados de pesquisa do Google Search relativos às páginas que devam ser excluídas, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais), até o teto de R$ 30.000,00 (trinta mil reais). Recorre a ré GOOGLE, sustentando, em síntese, ser descabida a ordem de remoção de conteúdo, afinal, a autora agravada expõe voluntariamente e consensualmente seu corpo, em ensaios pornográficos, tendo a proteção à sua imagem e intimidade relativizadas. Argumenta que a plataforma Blogger que disponibiliza, cuja função é hospedar páginas ( blogs ) na internet não tem controle prévio sobre o conteúdo criado pelos usuários. Aduz inexistir obrigação legal de fornecer os registros da ferramenta Google Analytics, além de não estar caracterizada situação de urgência, havendo, ademais, potencial irreversibilidade ínsita à própria exibição de dados. Requer a reforma da sentença, para que seja revogada a antecipação de tutela. Efeito suspensivo parcialmente deferido (fl. 167). Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 3/7

Recurso processado com resposta. É o relatório. Merece a pretensão recursal acolhimento parcial. À partida, ao menos em cognição sumária, desponta-se presente a probabilidade do direito invocado pela autora recorrida, requisito exigido no caput do art. 300 do Código de Processo Civil. Está comprovada a divulgação de diversas fotografias pertencentes a ensaios de nudez (fls. 251 e seguintes deste instrumento; fls. 53 e seguintes dos autos originais) realizados pela Revista Sexy e originalmente disponibilizados no site da respectiva publicação (www.revistasexy.com.br). Plausível, ademais, que a divulgação desse material por tais sites, hospedados pela plataforma blogspot.com.br, de titularidade da ré agravante GOOGLE (fls. 363-364 dos originais), tenha se dado à míngua de qualquer concordância seja por parte da recorrida, seja por parte da editora detentora dos direitos de uso (contrato de licença e uso de imagem às fls. 108-110). Aliás, diversas foram as tentativas de remoção de conteúdo não autorizado por ferramenta disponibilizada pela própria requerida, que não restaram frutíferas, por entender a provedora que não estaria evidenciada violação de sua política de informações particulares ou confidenciais, fato tal, aliás, que o evidencia o interesse processual da agravada, já que necessário o provimento jurisdicional para o atendimento da sua pretensão. Logo, verossímil a alegação de violação ao direito de imagem, que também enseja perigo de dano, especialmente de natureza material, afinal a divulgação gratuita dos ensaios certamente desestimula a aquisição, pelo público consumidor, do conteúdo pago, tanto em meio físico quanto no digital, potencialmente reduzindo o retorno financeiro contratualmente acertado com a editora (cláusula 4.1 fl. 109). Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 4/7

Portanto, correto o acolhimento do pleito de remoção das URLs (Uniform Resource Locator endereços eletrônicos), relacionados às fls. 346 a 350 dos autos principais, porquanto atendidos os requisitos do art. 19, 1º, da Lei nº. 12.965/14. Por sua vez, no tocante aos requerimentos de fornecimento de informações de acesso, deve-se ter em mente que a agravante GOOGLE é uma provedora de hospedagem, ou, nos termos da Lei nº. 12.965/14 (Marco Civil da Internet), uma provedora de aplicação de internet, que provê aos usuários um conjunto de funcionalidades que podem ser acessadas por meio de um terminal conectado à internet (art. 5º, VII) e tem responsabilidade sobre os registros de acesso a aplicações de internet, que constituem apenas o conjunto de informações referentes à data e hora de uso de uma determinada aplicação de internet a partir de um determinado endereço IP (art. 5º, VIII). Assim sendo, não tem a agravante dever legal de armazenar dados pessoais informados pelos próprios usuários para a criação de páginas na web nem de responder pela veracidade de tais informações. Neste mesmo sentido, confira-se o excerto do julgado abaixo: A apelante (GOOGLE INTERNET BRASIL LTDA) é, nesse caso, provedor de hospedagem, espécie do gênero provedor de serviço de internet, disponibilizando a criação de perfis, ou páginas, cujas informações são fornecidas pelos próprios usuários, armazenando-as em um servidor ou disco rígido. Conforme esclarecido pela requerida, para que seja criado um perfil é necessário cadastramento prévio do usuário no site Orkut, bastando que seja fornecido um endereço de e mail e senha, além da aceitação expressa dos termos de serviço do provedor. Depreende-se daí que, mesmo que fossem exigidos outros dados, tais como nome, RG e Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 5/7

CPF, seu conteúdo pode ser inverídico. É certo que o provedor de hospedagem deve dispor de mecanismo que lhe permita identificar a origem dessas informações. Há entendimento jurisprudencial no sentido de reconhecer a suficiência do registro do endereço de IP, que possibilita o rastreamento da máquina de onde partiu a mensagem. (...) Portanto, impossível compelir o apelante a fornecer dados dos quais não dispõe (Apel. 0004034-71.2010.826.0453, TJSP 6ª Câmara de Direito Privado, rel. Eduardo Sá Pinto Sandeville, j. em 28.11.2013). Adaptando-se o precedente ao caso em análise, não há fundamento legal para se exigir da agravada nada mais que os números de IP (Internet Protocol) de criação das URLs usadas para postagem do material não autorizado, informação tal que, ao menos em tese, possibilita o rastreamento das máquinas utilizadas. Frise-se, concomitantemente, que os dados a serem fornecidos estão limitados ao período de até seis meses anteriores à intimação da recorrente, tendo em vista que, de acordo com o art. 15, caput, da Lei nº. 12.965/2014, a provedora só está obrigada a manter os registros de acesso a aplicações de internet por seis meses. No mais, também não está comprovada a contratação, pelos responsáveis pelas páginas, da ferramenta Google Analytics, que basicamente monitora e elabora estatísticas da visitação, não podendo a agravante ser compelida ao fornecimento dos dados acessíveis por tal facilidade. Ademais, o conhecimento do fluxo de usuários que acessam os conteúdos não é de necessidade urgente, podendo ser feita, se o caso, no decorrer do trâmite processual. Nessa linha: AI nº. 2118084-67.2016.8.26.0000, 6ª Câmara de Direito Privado, rel. José Roberto Furquim Cabella, j. em 22.08.2016. Além do mais, com a determinada Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 6/7

exclusão das URLs indicadas, reputa-se desnecessária a ordem de exclusão, se tecnicamente possível, dos resultados na ferramenta Google Search (para buscas), ante a indisponibilidade dos links que direcionassem o usuário ao conteúdo suprimido. Diante do exposto, DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO ao recurso, para restringir a tutela provisória nos termos acima, de forma a apenas compelir a ré a excluir as URLs indicadas pela autora e a fornecer os números de IP de criação das páginas, restrita a ordem aos dados armazenados pelo provedor no período de seis meses anteriores à intimação da decisão agravada, revogando-se as demais determinações contidas na decisão recorrida. RUI CASCALDI Relator Agravo de Instrumento nº 2030256-96.2017.8.26.0000 7/7