Aula 150 REQUISITOS DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAIS

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Transcrição:

Página1 Curso/Disciplina: Direito Processual Civil Aula: Direito Processual Civil Teoria Geral dos Recursos - 150 Professor (a): Edward Carlyle Monitor (a): Wilson Macena da Silva Aula 150 REQUISITOS DO JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE RECURSAIS 1. Requisitos de admissibilidade recursais genéricos Na doutrina e jurisprudência, a posição dominante sobre o tema é de Barbosa Moreira, distinguindo os requisitos de admissibilidade em intrínsecos e extrínsecos. Os intrínsecos dizem respeito à existência do direito de recorrer. Já os requisitos de admissibilidade recursais extrínsecos dizem respeito ao exercício do direito de recorrer (nesse momento, a existência do direito de recorrer já existe). Requisitos intrínsecos: cabimento do recurso; legitimidade para recorrer; interesse recursal; inexistência de fatos extintivos ou impeditivos do direito de recorrer. preparo. Requisitos extrínsecos: regularidade formal; tempestividade do recurso; Uma outra corrente de pensamento pode ser adotada, quando se fala em requisitos de admissibilidade do recurso (trata-se de corrente minoritária, mas que já foi cobrada em concurso público). Os requisitos de admissibilidade, segundo essa corrente, seriam os que se encontram no quadro logo abaixo. recorrer. Subjetivos (dizem respeito às partes): legitimidade para recorrer; interesse em Objetivos (dizem respeito ao próprio recurso): cabimento; adequação; tempestividade; regularidade formal do recurso; inexistência de fatos extintivos ou impeditivos do direito de recorrer.

Página2 Basicamente, os requisitos de admissibilidade a que fazem alusão as duas teorias são os mesmos, mudando somente a forma de se classificar cada requisito. 2. Detalhamento dos requisitos de admissibilidade recursais 2.1. Cabimento do recurso De acordo com a doutrina, o cabimento do recurso deve ser examinado sob duas perspectivas distintas: primeiro, é preciso estabelecer se existe previsão LEGAL acerca do recurso cabível (se o recurso está previsto na lei como sendo possível). Além disso, é preciso que a lei defina que o recurso seja cabível para aquela situação específica (adequação do recurso). Cabimento do recurso = previsão legal + determinação legal de que aquele recurso pode impugnar aquela decisão específica (adequação). recursais: A análise do cabimento do recurso passa necessariamente pela análise de terminados princípios Princípio da legalidade (taxatividade) -> pela legalidade ou taxatividade, todo recurso tem que estar previsto em LEI, devendo a lei ser de abrangência NACIONAL, não precisando ser, necessariamente, o CPC. O art. 994 do Código traz um rol de recursos cabíveis: Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência. No entanto, além do art. 994 do CPC, qualquer lei federal de abrangência nacional PODE ESTABELECER A EXISTÊNCIA DE UM RECURSO DIFERENTE DAQUELE ARROLADO NO ART. 994. Ex.: recurso inominado dos Juizados Especiais Cíveis (lei 9.099/95). Obs.: lei estadual não possui competência para criar recurso em sede de processo civil. Princípio da Unicidade (ou singularidade ou unirrecorribilidade) -> além da previsão legal do recurso, essa previsão deve autorizar que aquela situação específica seja impugnada pelo recurso previsto. Para cada decisão judicial existe apenas UMA ESPÉCIE RECURSAL PREVISTA para sua

Página3 impugnação. Ex.: da decisão monocrática unipessoal do relator em segundo grau cabe agravo interno (art. 1.021, CPC). Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. 1 o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. 2 o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. 3 o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. 4 o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. 5 o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no 4 o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. Obs.: a lei pode admitir casos de provimento jurisdicional onde caberão dois ou mais recursos. Ex.: acórdão pode ensejar a interposição de dois recursos diferentes: recurso extraordinário e recurso especial. Princípio do Esgotamento das Vias Recursais -> para que se possa utilizar os recursos extraordinários, é preciso esgotar primeiro os recursos ordinários cabíveis. Assim, para se dirigir ao STF ou STJ, é preciso esgotar as vias recursais ordinárias. Ex.: não se pode interpor Resp sem interposição anterior de apelação contra a sentença. Obs.: dos despachos, segundo o art. 1.001 do CPC, não cabe recurso. Contudo, na prática, essa regra pode vir a ser alvo de um certo enfraquecimento. Doutrina e jurisprudência defendem que, em determinadas situações, esse despacho pode acarretar prejuízo a alguma das partes. Assim, nesses casos, em tese seria possível recorrer contra esse despacho. Nesse sentido, o despacho teratológico é o despacho que na prática acarreta prejuízo a alguma das partes. Diante disso, ele pode ser impugnado mediante alguma das formas recursais cabíveis no ordenamento. No entanto, para boa parte da doutrina, ainda que ele seja teratológico, o despacho não perde sua natureza (continua classificado como despacho). Já para outra parcela da doutrina, o despacho teratológico deixa de ser despacho e passa a ser uma decisão interlocutória que, por sua natureza, é recorrível.

Página4 Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. CUIDADO: o recurso cabível contra o despacho teratológico é o agravo de instrumento; nesse sentido, o despacho teratológico precisa se adequar a uma das hipóteses do art. 1.015, CPC. Se porventura aquele provimento jurisdicional que acarretou prejuízo a uma das partes não se enquadra nas hipóteses do art. 1.015, CPC, a única opção será o procedimento trazido pelo art. 1.009, 1º, CPC. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 1 o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, 1 o ; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. 2.2. Abordagem sobre decisões irrecorríveis Essas decisões irrecorríveis, quando examinadas mais profundamente, percebe-se que elas são decisões interlocutórias. Se forem proferidas a partir do 2º grau, serão decisões monocráticas. Elas podem ser expressas ou tacitamente irrecorríveis. No primeiro caso, a lei diz que a decisão é irrecorrível (ex.: admissão do amicus curiae, art. 138, caput, CPC); no segundo caso, doutrina e jurisprudência entendem que aquela decisão determinada não possui recurso (ex.: decisão de relator que admite recurso é irrecorrível tacitamente porque se entende que o órgão colegiado vai examinar a presença ou não dos requisitos de admissibilidade recursais).

Página5 Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação. Essas decisões irrecorríveis afastam a possibilidade de interposição de várias das espécies recursais que, em tese, seriam cabíveis para impugnar aquela decisão. No entanto, EM QUALQUER SITUAÇÃO QUE SEJA, SEMPRE CABERÁ OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO, QUALQUER QUE SEJA A DECISÃO (MESMO QUE AQUELA DECISÃO SEJA IRRECORRÍVEL). Isso ocorre pois a CRFB diz que as decisões judiciais devem ser claras e devidamente fundamentadas, o que significa que as decisões judiciais não podem ter omissão, obscuridade, contradição nem erros materiais. Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; 2.3. Abordagem sobre questão envolvendo interposição de recurso inadequado para impugnar decisões recorríveis. Nessa hipótese, há a seguinte situação: um determinado recurso, que não era aquele estabelecido pela lei para aquela decisão, é usado de maneira inadequada. A regra é que, uma vez utilizado o recurso inadequado, ele será inadmitido. A exceção à regra supracitada é a situação em que se admite o PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: com base nessa aplicação, há um determinado recurso, que era o inadequado, sendo recebido, processado e decidido como se fosse o adequado. Atualmente, esse princípio é aplicado somente em algumas poucas situações, como a do art. 1.024, 3º, CPC e as dos art. 1.032 e 1.033, CPC. Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cinco) dias. 3 o O órgão julgador conhecerá dos embargos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, 1 o. Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.

Página6 Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o recurso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça. Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal considerar como reflexa a ofensa à Constituição afirmada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.