Gustavo Rêgo Coêlho. Orientador: Prof. Dr. José Huygens Parente Garcia



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Transcrição:

Gustavo Rêgo Coêlho FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Orientador: Prof. Dr. José Huygens Parente Garcia

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FACULDADE DE MEDICINA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIRURGIA FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Gustavo Rêgo Coêlho Aula apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre em Cirurgia pelo Programa de Pós-Graduação em Cirurgia da Universidade Federal do Ceará Fortaleza 2007

Introdução

Hepatite Crônica Definição: reação inflamatória crônica do fígado com duração de 3 a 6 meses, com anormalidade das enzimas hepáticas e alterações histológicas. Friedman, 1999. Causas: infecção pelo vírus C, vírus B, vírus D, hepatopatia alcoólica, hepatite autoimune, hepatite medicamentosa e doença de Wilson. Friedman, 1999. No Brasil 3,2 milhões de pessoas são portadores do vírus C. Ministério da Saúde do Brasil, 2002.

CTFC, 2005.

Transplante de Fígado Pacientes com hepatopatia crônica terminal, com expectativa de vida baseada na história natural da doença menor que um ano, devem ser alocados na fila de espera para transplante. Lucey et al., 1997.

Transplante de Fígado Alexis Carrel no início do século XX, desenvolveu técnicas de sutura vascular. Starzl, 1993. Surgiu o conceito de perfusão hipotêrmica intraportal com ringer e solução de Collins. Wall et al., 1977; Benichou et al., 1977; Jamieson et al., 1988; Kalayoglu at al., 1988.

Transplante de Fígado 1967 - primeiro transplante de fígado com sobrevida prolongada. Starzl et al.,1967. 1967 a 1972 - O Hospital das Clínicas de São Paulo realizou três transplantes sem êxito. D`Albuquerque et al., 2001.

Transplante de Fígado Estudos relacionados com as bases imunológicas de rejeição da pele e da tolerância adquirida abriram espaços para estudos em imunossupressão. Medwar, 1944; Medwar, 1945; Billingham et al., 1953. A ciclosporina foi introduzida na prática clínica. Calne et al., 1979. FK506 - contribuindo para uma sobrevida de um ano maior que 90%. Starzl et al., 1989.

Transplante de Fígado 1983 O transplante de fígado passou a ser considerado um procedimento terapêutico e não mais experimental. National Intstitutes of Health Consensus Development Conference Statement, 1984.

Transplante de Fígado 1985 Realizado o primeiro transplante de fígado da América Latina (Unidade de Fígado do Hospital das Clínicas de São Paulo). Mies et al., 1998. 2002 Realizado com sucesso o primeiro transplante de fígado do Estado do Ceará. Garcia et al., 2005.

CTFC, 2003 18 de Maio de 2002 1º Transplante Fígado do Ceará

Fila de Espera MELD ( Model for End-Stage Liver Disease) RNI, creatinina e bilirrubina. Kamath et al., 2001; Merion et al., 2005. 2000 Os Estados Unidos realizaram 4800 transplantes de fígado, entretanto existiam mais de 17000 pacientes na fila de espera. Bussutil; Tanaka, 2003. 2006 - Foram realizados 6000 transplantes, mas a fila de espera tinha mais de 20000 pacientes (1 : 3,3). Cameron et al., 2006.

Número de pacientes na fila de espera de transplante de fígado nos Estados Unidos 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Fígado 2006 - Realizado aproximadamente 6.000 Tx de fígado UNOS, 2007.

3963 422 Fonte: ABTO

Várias equipes instituiram o transplante intervivos, o split-liver, o transplante dominó e o uso de enxertos provenientes de doadores falecidos com critérios expandidos (DCE) com o intuito de aumentar o número de doadores. Bussutil; Tanaka, 2003.

Doadores com Critérios Expandidos (DCE) Doadores que possuem características que possam acarretar um insuficiência hepática pós-transplante no receptor, seja Disfunção Primária do Enxerto(DPE) ou um Não Função do Enxerto(NFE). Cameron et al., 2006.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Doadores com Critérios Expandidos (DCE) DPE é caracterizada como pico sérico de AST maior que 1500 U/L e/ou ALT maior que 1000 U\L, nos sete primeiros dias de pós-operatório. Makowka et al., 1987. NFE é caracterizada pela necessidade de retransplante em até 72 horas pós-transplante, relacionada a função do enxerto. Makowka et al., 1987.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Idade do doador Sexo Raça Proporção peso doador receptor Compatibilidade sangüínea Classificação Chil-Turcotte-Pugh Causa da morte cerebral Tempo de internamento hospitalar Uso de drogas vasoativas e PCR Alteração dos testes de função hepática Hipernatremia no doador Esteatose hepática Tempo de Isquemia Fria (TIF) Tempo Isquemia Quente (TIQ) Outros Strasberg et al., 1994; Avolio et al., 1999; Cameron et al., 2006.

Objetivo

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Identificar fatores do doador e do receptor relacionados com a disfunção e a não função primária do enxerto em pacientes submetidos ao transplante de fígado.

Casuística e Método

Foram avaliados 207 pacientes submetidos a transplante de fígado pelo HUWC/UFC no período de maio de 2002 a dezembro de 2006 N = 176 pacientes Critérios de exclusão -Seguimento laboratorial de 7 dias -Avaliação de infecção e mortalidade por 30 dias C.E.P.: 005.06.01 - Mensuração do grau de esteatose do enxerto - Idade do Doador - Uso drogas vasoativas - PCR antes cirurgia de captação - Causa do óbito - Níveis de sódio sérico do doador - TIF - TIQ - Idade do receptor - MELD do receptor

Casuística e Método Critérios de exclusão Óbito nas primerias 24 horas não relacionada a função do enxerto Trombose de artéria hepática e/ou veia porta com repercurssão laboratorial Coleta de dados incompleta Outros protocolos

Esteatose Hepática Casuística e Método < 30% esteatose leve 30 60% esteatose moderada > 60% esteatose acentuada Todas as biópsias foram analisadas pelo mesmo examinador. Paradis, 2007.

1. Cirurgia de captação 2. Cirurgia de banco 3. Hepatectomia 4. Implante

1. Cirurgia de captação CTFC, 2005.

2. Cirurgia de banco CTFC, 2005.

3. Hepatectomia

4. Implante CTFC, 2005.

Casuística e Método Imunossupressão Exames de controle pós-operatório Critérios de alta hospitalar

Casuística e Método Análise estatística - Teste Komolgorov-Smirrnov - Teste de Correlação de Spearman - Teste do Qui-quadrado - O valor do p < 0,05. - Graphpad Prism 4.0

Resultados

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos doadores (1) Variável Média Mediana Erro Padrão Idade (anos) AST (U\L) ALT (U\L) Sódio sérico (meq/l) 34,56 85,76 63,03 152,7 31 56 42 151 1,09 7,01 5,07 1,15

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos doadores (2) Variável Número Proporção Uso de Drogas Vasoativas Sim 171 97,2% Não 5 2,8% Grau de Esteatose Hepática > 30% Sim 15 8,5% Não 161 91,5% Grau de Esteatose Hepática < 30% 162 92,2% 30-60% 10 5,6% > 60% 4 2,2% Presença de Parada Cardiorrespiratória Sim 31 17,6% Não 145 82,4%

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos doadores (3) Variável Número Proporção Idade do doador > 55 anos Sim 14 7,9% Não 162 92,1% Sódio sérico >155mEq/L Sim 72 40,9% Não 104 59,1% AST > 150U/L Sim 25 14,2% Não 151 85,8% ALT > 150U/L Sim 13 7,3% Não 163 92,7%

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos receptores (1) (%) Prevalência Hepatopatia crônica pelo vírus C 39% Cirrose alcoólica 28% Hepatocarcinoma 13% Cirrose criptogênica 10% Hepatopatia crônica pelo vírus B 8% Hepatite aguda fulminante 4% Trombose de artéria hepática 4% Colangite esclerosante primária 2% Hepatite autoimune 2% Cirrose biliar primária 2% Outros 10%

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos receptores (2) Variável Média Mediana Erro Padrão Idade (anos) 48,81 52 1,01 MELD 16,4 16 0,54 Tempo de Isquemia Fria (min) Evolução Normal (n = 94) DPE/NFE ( n = 82) 390,7 361,2 424,2* 360 350 380 8,59 8,79 14,64 Tempo de Isquemia Quente (min) Evolução Normal ( n = 94) DPE/NFE (n = 92) 53,99 51,41 56,95* 50 50 55 1,39 1,46 2,44 * p < 0,05

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Perfil dos receptores (3) Variável Número Proporção MELD > 25 Sim 9 5,1% Não 159 90,4% Hepatite Fulminante 8 4,5% Tempo de isquemia fria > 600 minutos Sim 10 5,6% Não 166 94,4% Tempo de Isquemia quente > 55 minutos Sim 71 40,3% Não 105 59,7%

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Causas do óbito após o transplante de fígado em 30 dias em 176 pacientes Causa do óbito Número de pacientes (%) Disfunção Primária do Enxerto seguido de infecção 11(6%) Não Função do Enxerto 6(3,25%) Trombose de Artéria Hepática 2(1,%) Trombose de Veia Porta 1(0,5%) Outros motivos 6(3,25%) Mortalidade em 30 dias 26/176 (14%)

Transaminases Hepáticas (U\L) FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Evolução pós-operatória de AST e ALT do primeiro ao sétimo dia de transplante hepático 2500 2000 1500 1000 AST ALT 500 0 1PO 2PO 3PO 4PO 5PO 6PO 7PO

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Variáveis dicotômicas relacionadas aos doadores analisadas para DPE/NFE nos 176 transplantes Variável Risco Relativo Intervalo de Confiança (95%) p Uso de Drogas Vasoativas 0,74 0,2518-2,195 0,54 Grau de Esteatose Hepática > 30% 2,82 1,018-7,848 0,006* Presença de Parada Cardiorrespiratória 0,90 0,6444-1,264 0,56 Idade do doador > 55 anos 0,69 0,5074 0,9424 0,06 Sódio > 155mEq/L 1,28 0,9494-1,725 0,09 AST > 150U/L 1,03 0,6881-1,546 0,87 ALT > 150U/L 0,99 0,5873-1,673 0,97 * p < 0,05

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Variáveis dicotômicas relacionadas aos receptores analisadas para DPE/NFE nos 176 transplantes Variável Risco Relativo Intervalo de Confiança (95%) p MELD > 25 0,99 0,5873-1,673 0,97 TIF > 600 minutos 2,77 0,7960-9,647 0,02* TIQ > 55 minutos 1,48 1,081-2,046 0,009* * p < 0,05

Idade dos doadores correlacionada com a evolução de AST e ALT no pós-operatório dos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P IDADE x 1 PO AST (U/L) 0,04777 0,5313 IDADE x 2 PO AST (U/L) 0,04922 0,5214 IDADE x 3 PO AST (U/L) 0,04632 0,5475 IDADE x 4 PO AST (U/L) 0,04786 0,8836 IDADE x 5 PO AST (U/L) 0,07920 0,5366 IDADE x 6 PO AST (U/L) 0,07920 0,3061 IDADE x 7 PO AST (U/L) 0,03989 0,6087 Variável ALT Sperman (r s ) P IDADE x 1 PO ALT (U/L) -0,01752 0,8185 IDADE x 2 PO ALT (U/L) 0,01868 0,8078 IDADE x 3 PO ALT (U/L) 0,03022 0,6948 IDADE x 4 PO ALT (U/L) 0,02966 0,7010 IDADE x 5 PO ALT (U/L) 0,04200 0,5877 IDADE x 6 PO ALT (U/L) 0,04473 0,5648 IDADE x 7 PO ALT (U/L) 0,02628 0,7352

Sódio sérico dos doadores correlacionado com a evolução de AST e ALT no pós-operatório dos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P SÓDIO (meq/l) x 1 PO AST (U/L) 0,004255 0,9556 SÓDIO (meq/l) x 2 PO AST (U/L) -0,02321 0,7625 SÓDIO (meq/l) x 3 PO AST (U/L) -0,03277 0,6705 SÓDIO (meq/l) x 4 PO AST (U/L) -0,06998 0,3659 SÓDIO (meq/l) x 5 PO AST (U/L) -0,02365 0,7603 SÓDIO (meq/l) x 6 PO AST (U/L) 0,009299 0,9045 SÓDIO (meq/l) x 7 PO AST (U/L) 0,07312 0,3477 Variável ALT Sperman (r s ) p SÓDIO (meq/l) x 1 PO ALT (U/L) -0,0007469 0,9922 SÓDIO (meq/l) x 2 PO ALT (U/L) -0,06826 0,3736 SÓDIO (meq/l) x 3 PO ALT (U/L) -0,06045 0,4322 SÓDIO (meq/l) x 4 PO ALT (U/L) -0,04277 0,5797 SÓDIO (meq/l) x 5 PO ALT (U/L) -0,01317 0,8651 SÓDIO (meq/l) x 6 PO ALT (U/L) -0,03135 0,6867 SÓDIO (meq/l) x 7 PO ALT (U/L) -0,02152 0,7819

Idade dos receptores correlacionada com evolução de AST e ALT no pós-operatório dos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P IDADE x 1 PO AST (U/L) -0,07753 0,3092 IDADE x 2 PO AST (U/L) -0,05741 0,4545 IDADE x 3 PO AST (U/L) -0,008326 0,9139 IDADE x 4 PO AST (U/L) -0,01379 0,8588 IDADE x 5 PO AST (U/L) -0,0009475 0,9902 IDADE x 6 PO AST (U/L) 0,01278 0,8691 IDADE x 7 PO AST (U/L) 0,03090 0,6918 Variável ALT Sperman (r s ) p IDADE x 1 PO ALT (U/L) -0,1092 0,1513 IDADE x 2 PO ALT (U/L) -0,09774 0,2021 IDADE x 3 PO ALT (U/L) -0,08908 0,2466 IDADE x 4 PO ALT (U/L) -0,1054 0,1712 IDADE x 5 PO ALT (U/L) -0,08903 0,2497 IDADE x 6 PO ALT (U/L) -0,1040 0,1797 IDADE x 7 PO ALT (U/L) -0,09599 0,2158

MELD dos receptores correlacionado com evolução de AST e ALT no pós-operatório dos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P MELD x 1 PO AST (U/L) -0,03285 0,6744 MELD x 2 PO AST (U/L) -0,08632 0,2717 MELD x 3 PO AST (U/L) -0,06932 0,3793 MELD x 4 PO AST (U/L) -0,02995 0,7060 MELD x 5 PO AST (U/L) -0,0255 0,7478 MELD x 6 PO AST (U/L) 0,05921 0,4556 MELD x 7 PO AST (U/L) 0,03940 0,6219 Variável ALT Sperman (r s ) P MELD x 1 PO ALT (U/L) -0,002980 0,9696 MELD x 2 PO ALT (U/L) -0,07700 0,3271 MELD x 3 PO ALT (U/L) -0,1007 0,2011 MELD x 4 PO ALT (U/L) -0,1345 0,0879 MELD x 5 PO ALT (U/L) -0,07862 0,3215 MELD x 6 PO ALT (U/L) -0,08942 0,2608 MELD x 7 PO ALT (U/L) -0,06845 0,3898

Tempo de Isquemia Fria dos receptores correlacionado com evolução de AST e ALT no pós-operatório nos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P TIF (min) x 1 PO AST (U/L) 0,1928 0,0108* TIF (min) x 2 PO AST (U/L) 0,2079 0,0062* TIF (min) x 3 PO AST (U/L) 0,2098 0,0059* TIF (min) x 4 PO AST (U/L) 0,1591 0,0388* TIF (min) x 5 PO AST (U/L) 0,1268 0,1005 TIF (min) x 6 PO AST (U/L) 0,2034 0,0080* TIF (min) x 7 PO AST (U/L) 0,1523 0,0494* Variável ALT Sperman (r s ) P TIF (min) x 1 PO ALT (U/L) 0,1768 0,0196* TIF (min) x 2 PO ALT (U/L) 0,1793 0,0186* TIF (min) x 3 PO ALT (U/L) 0,2052 0,0071* TIF (min) x 4 PO ALT (U/L) 0,1829 0,0170* TIF (min) x 5 PO ALT (U/L) 0,1815 0,0182* TIF (min) x 6 PO ALT (U/L) 0,2249 0,0034* TIF (min) x 7 PO ALT (U/L) 0,2087 0,0066* * p < 0,05

Tempo de Isquemia Quente dos receptores correlacionado com evolução de AST e ALT no pós-operatório nos 176 transplantes Variável AST Sperman (r s ) P TIQ (min) x 1 PO AST (U/L) 0,1613 0,0335* TIQ (min) x 2 PO AST (U/L) 0,09307 0,2246 TIQ (min) x 3 PO AST (U/L) 0,1315 0,0864 TIQ (min) x 4 PO AST (U/L) 0,1280 0,0972 TIQ (min) x 5 PO AST (U/L) 0,1927 0,0121* TIQ (min) x 6 PO AST (U/L) 0,1921 0,0123* TIQ (min) x 7 PO AST (U/L) 0,1643 0,0338* Variável ALT Sperman (r s ) P TIQ (min) x 1 PO ALT (U/L) 0,1494 0,0491* TIQ (min) x 2 PO ALT (U/L) 0,07924 0,3015 TIQ (min) x 3 PO ALT (U/L) 0,09246 0,2291 TIQ (min) x 4 PO ALT (U/L) 0,1005 0,1921 TIQ (min) x 5 PO ALT (U/L) 0,07544 0,3297 TIQ(min) x 6 PO ALT (U/L) 0,1044 0,1780 TIQ (min) x 7 PO ALT (U/L) 0,1358 0,0792 * p < 0,05

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Mortalidade no pós-operatório em 30 dias dos pacientes que evoluíram com DPE/NFE em 176 pacientes Variável Risco Relativo Intervalo de Confiança (95%) P Mortalidade em 30 dias dos pacientes com DPE/NFE 3,69 2,54 5,36 < 0,001

Discussão

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO 2006 - No Brasil - 6 doadores por milhão de habitantes, - 20 a 30 doadores por milhão de habitantes. ABTO, 2007. A mortalidade na fila de espera no Estado do Ceará ultrapassa os 30%. Brasil et al., 2006. A principal indicação para o transplante foi hepatopatia crônica pelo vírus C e cirrose alcoólica. 90% dos receptores eram Child B ou C.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Drogas vasoativas e PCR Receptores de órgãos provenientes de doadores com hipotensão têm maior chance de perda do enxerto pós-transplante. Mimeault et al., 1989; Opelz; Wulciak, 1994; Markmann et al., 2001. Demonstraram que PCR e o uso de drogas vasoativas não influenciaram de forma isolada na mortalidade dos receptores. Bussutil et al., 2005. O uso de drogas vasoativas (noradrenalina e dopamina) e a PCR nos doadores previamente à captação, não apresentaram impacto na incidência de DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Transaminases do doador Consideram transaminases do doador três vezes acima do valor normal como um fator de risco para DPE/NFE. Entretanto, concluíram queast e ALT elevados não favoreceram DPE/NFE. Schemmer et al., 2007. Foi estabelecido um ponto de corte de AST e ALT maior que 150U/L, não sendo evidenciado risco relativo para DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Hipernatremia no doador Sugeriram que a hipernatremia do doador tinha um impacto adverso na evolução das enzimas hepáticas no pós-operatório do receptor. Avolio et al.,1991. Demonstraram que níveis séricos de sódio maior que 155mEq/L no doador pode causar disfunção hepática no receptor. Figueras et al.,1996. Demonstraram que os níveis de sódio sérico no doador maior que 155mEq/L poderiam causar dano ao enxerto. Totsuka et al.,1999. Demonstraram que doadores com sódio elevado (>170mEq/L) não representavam risco para NFE ou DPE Tector et al.,2006.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Hipernatremia no doador Avaliaram 3200 transplantes e não houve evidências de que o sódio sérico elevado do doador poderia ser um fator de risco para má evolução do enxerto. Busuttil et al., 2005. No presente estudo, o sódio sérico >155mEq/L não foi um fator de risco para que o receptor evoluísse com NFE ou DPE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Idade do doador A idade média dos doadores de fígado nos Estados Unidos é de 42 anos e na Espanha 45 anos. UNOS, 2007; Cuende et al., 2005. Nesse estudo a idade média foi de 34 anos e 6 meses.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Idade do doador 1991-13% dos doadores tinham mais de 50 anos; 10 anos depois, esses doadores superam os 30%. OPTN, 2001. O risco relativo (RR) de perda do enxerto aumenta com a idade. 60 69 anos: RR 1,49. > 70 anos: RR 1,88. Feng, 2005. A idade dos doadores não teve correlação com a curva enzimática no pós-operatório. Idade > 55 anos não foi fator de risco para DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Esteatose hepática A esteatose hepática está presente em 9 a 26 % dos doadores de fígado. D Alessandro et al, 1991; Loinaz;Gonzalez, 2000. Os fígados esteatóticos estão associados com um aumento da taxa de DPE/NFE. Todo et al., 1989; Adam et al.,1991; D Alessandro et al, 1991; Chui et al., 2000. Os enxertos com esteatose moderada (30-60%) devem ser utilizados com cautela. Verran et al., 2003; Afonso et al, 2004. Enxertos > 60% de esteatose não devem ser usados para transplante, a não ser em situações de urgência. Loinaz; Gonzalez, 2000. O enxerto > 30% de esteatose foi fator de risco para DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Tempo de Isquemia Fria (TIF) O prolongado TIF é um dos principais fatores responsáveis por dano ao enxerto. Briceno et al., 2002. Diversos trabalhos têm demonstrado que o TIF > 10 horas é um fator de mau prognóstico para evolução do enxerto e do paciente. Klar et al., 1998; Briceno et al., 2002; Porkony et al., 2005; Scuderi et al., 2006; Cameron et al., 2006; Tector et al., 2006; Schemmer et al., 2007. TIF versus AST e ALT do primeiro ao sétimo pós-operatório, observa-se correlação estatisticamente significante. TIF > 10 horas (600 minutos) foi fator de risco para DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO Tempo de Isquemia Quente (TIQ) Prolongado TIQ intensifica as injúrias promovidas durante o período de isquemia fria. Clavien et al., 1992; Ploeg et al., 1993; Piratvisuth et al., 1995; Dunne et al., 1997. Demonstraram que o aumento do TIQ poderia propiciar uma maior resposta inflamatória e um aumento da morbidade do receptor nos pós-operatório. Platz et al., 1997. TIQ > 45 minutos elevava o risco de óbito em 1.32 vezes TIQ > 55 minutos 2,1 vezes. Busuttil et al., 2005. TIQ teve correlação com a evolução de AST e ALT. TIQ > 55 minutos aumentou em 1,48 vezes a chance de DPE/NFE.

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO 43 % dos receptores evoluíram com DPE e 3 % com NFE. Mortalidade em 30 dias: Pacientes que evoluíram sem DPE foi de 5% (5/94). Pacientes com DPE 19,7% (15/76). Pacientes com NFE foi de 100% (6/6). Pacientes com DPE ou NFE tiveram 3,69 vezes mais chances de ir a óbito em 30 dias do que os pacientes que tiveram evolução normal. A principal causa de óbito destes pacientes foi infecção.

Conclusão

FATORES RELACIONADOS À DISFUNÇÃO E NÃO FUNÇÃO PRIMÁRIA DO ENXERTO NO TRANSPLANTE DE FÍGADO 1. O TIF > 600 minutos, TIQ > 55 minutos e esteatose hepática > 30% foram fatores de risco para DPE/NFE. 2. Houve correlação significativa entre o aumento do TIF e do TIQ, com o aumento das transaminases no pós-operatorio. 3. Os pacientes que evoluíram no pós-operatório com DPE e NFE tiveram 3,69 vezes mais chances de ir a óbito em 30 dias que os pacientes que tiveram evolução padrão das transaminases no pósoperatório.

O tempo é muito lento para os que esperam Muito rápido para os que têm medo Muito longo para os que lamentam Muito curto para os que festejam E eterno para os que amam. Willian Shakespeare