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Arbitragem no Chile Uma visão geral 22451190_1.docx

LEI DE ARBITRAGEM A regulamentação da arbitragem no Chile não segue um sistema monista, existindo uma dualidade quanto à legislação arbitral. As arbitragens comerciais internacionais estão sujeitas à Lei n.º 19.971 sobre Arbitragem Comercial Internacional do Chile, de 10 de setembro de 2004 (LACI), ao passo que as restantes arbitragens (isto é, as arbitragens internacionais não comerciais e as arbitragens domésticas) são reguladas por alguns preceitos do Código de Processo Civil e do Código Orgânico de Tribunais do Chile. A LACI baseia-se na Lei-Modelo da UNCITRAL. No entanto, as alterações efetuadas nesta última em 2006 não foram transpostas ainda para a legislação chilena. Os aspetos mais relevantes da LACI são: Princípio de arbitrabilidade amplo. A LACI deixa a questão sobre a arbitrabilidade a outras leis chilenas que, por exemplo, excluem os conflitos trabalhistas ou relacionados com os direitos dos consumidores. Por outro lado, embora não esteja expressamente previsto na Lei, os tribunais chilenos mostraram-se por vezes reticentes em reconhecer cláusulas arbitrais relativas a ativos financeiros ou títulos de crédito, assim como a questões de propriedade intelectual ou concorrência, por se considerarem questões de ordem pública. Princípio de separabilidade da convenção de arbitragem. Princípio da Kompetenz-Kompetenz. Dever de os árbitros revelarem qualquer circunstância que possa dar origem a dúvidas razoáveis sobre a sua imparcialidade e independência. Possibilidade de solicitar a adoção de providências cautelares, tanto ao tribunal arbitral como aos tribunais estaduais. Fundamentos de anulação da sentença arbitral taxativos e praticamente coincidentes com os fundamentos previstos na Convenção de Nova Iorque. 2

O juiz presidente da respetiva Câmara de Apelação tem competência no que diz respeito à prestação de assistência jurisdicional aos processos arbitrais, tais como a nomeação de árbitros, sua recusa, a produção de provas e decisões sobre jurisdição. CONVENÇÕES INTERNACIONAIS O Chile ratificou as seguintes convenções internacionais em matéria de arbitragem: Convenção Interamericana sobre Direito Internacional Privado (o Código Bustamante ), em 1933. Convenção sobre o Reconhecimento e Execução das Sentenças Arbitrais Estrangeiras ( Convenção de Nova Iorque) em 1975 (sem recorrer a nenhuma das ressalvas). Convenção Interamericana sobre Arbitragem Comercial Internacional ( Convenção do Panamá ) em 1976. A Convenção de Washington para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados, em 1991. PROTEÇÃO DOS INVESTIMENTOS ESTRANGEIROS O Chile ratificou a Convenção para a Resolução de Diferendos Relativos a Investimentos entre Estados e Nacionais de Outros Estados ( Convenção de Washington ou Convenção CIADI ) em 1991, que entrou em vigor em outubro desse mesmo ano. Além disso, o Chile assinou Acordos de Proteção Recíproca de Investimentos (APRI) que se encontram atualmente em vigor, com os seguintes países: Espanha, Argentina, Áustria, União Económica Belgoluxemburguesa; Bolívia, China, Costa Rica, Croácia, Cuba, República Checa, Dinamarca, República Dominicana, El Salvador, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Guatemala, Honduras, Islândia, Itália, Malásia, Nicarágua, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Filipinas, Polónia, Portugal, Roménia, Suécia, Suíça, Ucrânia, Reino Unido, Uruguai e Venezuela. 3

A maioria desses APRI foi redigida conforme os modelos tradicionais da década de noventa. Portanto, contém as definições padronizadas de investimento, bem como as soluções clássicas de proteção encontradas na maior parte dos APRI, como as cláusulas de tratamento nacional, de nação mais favorecida, de tratamento justo e equitativo, da proteção em face de expropriações, etc. O Chile também assinou outros tratados que contêm disposições sobre arbitragem, como o Protocolo Adicional ao Acordo-quadro da Aliança do Pacífico (Colômbia, México e Peru), com a Tailândia, Hong Kong, Malásia, Turquia, Austrália, Equador, Japão, Colômbia, Peru, Panamá, China, Brunei/Nova Zelândia/Singapura, a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA), os Estados Unidos da América, Coreia, União Europeia, o Mercado Comum Centro-americano, México, Canadá, Mercosul, Bolívia e Venezuela, a maioria dos quais inclui uma cláusula arbitral que prevê a submissão à arbitragem perante o CIADI. A maioria dos APRI assinados pelo Chile prevê a possibilidade de se escolher entre a arbitragem ad hoc e a arbitragem CIADI. Até ao ano de 2015, os investidores estrangeiros podiam recorrer ao Decreto-lei 600, de 1974, para assinarem um contrato de investimento estrangeiro com o Estado do Chile, que lhes garantia estabilidade tributária durante o período de investimento, nos termos estabelecidos no referido Decreto. Embora o Decreto-lei 600 tenha sido revogado desde o dia 1 de janeiro de 2016, os contratos celebrados na sua vigência e ainda em execução mantêm os benefícios por ele concedidos. A Lei 20.848, de 2015, estabelece o quadro para o investimento estrangeiro direto no Chile e cria a respetiva institucionalidade. RECONHECIMENTO E EXECUÇÃO DAS SENTENÇAS ARBITRAIS ESTRANGEIRAS Os requisitos para o reconhecimento e execução de sentenças arbitrais estrangeiras contidas na LACI são idênticos aos da Convenção de Nova Iorque. A execução de uma sentença arbitral estrangeira no Chile exige o seu reconhecimento prévio pelos órgãos judiciais competentes. 4

Apesar de a LACI ser a norma que regula a execução de sentenças arbitrais estrangeiras e de a Convenção de Nova Iorque ser de aplicabilidade direta, na realidade os órgãos judiciais chilenos aplicam, igualmente, o artigo 247 do Código de Processo Civil que também estabelece normas relacionadas com a execução das Sentenças arbitrais estrangeiras. Em virtude dessas normas, as sentenças arbitrais estrangeiras submetem -se a um procedimento de exequatur duplo por parte do Supremo Tribunal do Chile. De acordo com o referido procedimento, para o reconhecimento e/ou execução de uma sentença arbitral estrangeira é necessário um certificado de aprovação da sentença arbitral emitido por um tribunal do país em que a sentença arbitral foi proferida. Causas para a recusa do reconhecimento da sentença arbitral estrangeira previstas na LACI: Falta de capacidade das partes outorgantes da convenção de arbitragem; Falta de validade da convenção de arbitragem, de acordo com a lei à qual as partes a submeteram ou, na falta de indicação, com a legislação do país onde a sentença arbitral foi proferida; Falta de notificação da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou violação do princípio do contraditório, impossibilitando a defesa; A sentença arbitral pronunciou-se sobre questões não abrangidas pela convenção de arbitragem, não sendo possível separar a parte excedente da que foi submetida a arbitragem; A constituição do tribunal arbitral não corresponde ao compromisso arbitral ou à cláusula compromissória; ou, na sua falta, à lei do país onde a arbitragem teve lugar; A sentença arbitral ainda não é obrigatória para as partes, foi anulada ou suspensa por um tribunal do país onde foi proferida; Quando, conforme a lei chilena, o objeto de litígio não é suscetível de ser submetido a arbitragem; O reconhecimento ou a execução da sentença arbitral são contrários à ordem pública do Chile. 5

PRINCIPAIS INSTITUIÇÕES ARBITRAIS Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara de Comércio de Santiago (CAM SANTIAGO). No que diz respeito à arbitragem internacional, atualmente a CAM Santiago está associada ao tribunal arbitral da Câmara de Comércio Internacional (CCI) no Chile. Centro Nacional de Arbitragem (CNA). Centro de Arbitragem e Mediação da Câmara Regional do Comércio e Produção de Valparaíso (CAM V Região). 6