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Transcrição:

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES ACÓRDÃO Apelação Cível nº 0040083-27.2013.815.2001 5ª Vara Cível da Capital Relator : Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Apelante : VRG Linhas Aéreas S/A. Advogado : Thiago Cartaxo Patriota Apelado : Karolyne Cabral Maroja Limeira Advogado : Fabrício Araújo Pires AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS TRANSPORTE AÉREO ATRASO DE VÔO PERDA DE CONEXÃO AUSÊNCIA DAS EXCLUDENTES DO DEVER DE INDENIZAR MÁ PRESTAÇÃO DO SERVIÇO DEMONSTRADA DANO MORAL CARACTERIZAÇÃO APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA EMPRESA MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. A posição que o consumidor exerce na relação de consumo, pelo art. 4º, II do CDC, é de vulnerabilidade, sendo o elo mais fraco em detrimento daqueles que ditam as regras a serem observadas, gozando de uma posição superior. A responsabilidade do transportador aéreo pelos danos decorrentes da prestação defeituosa do serviço é objetiva, nos termos do art. 14, caput, do Código de Defesa do Consumidor, com exceção à culpa exclusiva da vítima, fato de terceiro, força maior e caso fortuito não vinculado à organização da atividade comercial. A verba indenizatória deve ser fixada em valor correspondente à gravidade da lesão, de modo que com a indenização se consiga lograr satisfação para o consumidor ofendido e punição para o ofensor, de forma que este não pratique tais atos novamente. identificados. VISTOS, RELATADOS E DISCUTIDOS os presentes autos acima ACORDA a Egrégia Terceira Câmara Cível do Colendo Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, à unanimidade, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto do relator.

R E L A T Ó R I O Trata-se de Apelação Cível interposta pela VRG Linhas Aéreas S/A. contra a sentença de fls. 110/114, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Capital, nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais, que julgou procedente o pedido da parte autora, condenando a empresa apelante ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) à título de dano moral, corrigido a partir da prolação da sentença, com acréscimo de juros de mora a partir da data da citação. Irresignada, a empresa Gol Linhas Aéreas interpôs o presente recurso apelatório (fls. 118/135), alegando, em síntese, o atraso no voo da apelada se deu em razão de fatores meteorológicos na cidade do Rio de Janeiro, ocasionando assim a quebra do nexo causal do dano alegado pela recorrente. Adverte que toda assistência foi dada a demandante. Alega ainda, que deve se aplicar ao presente caso o Código Brasileiro de Aeronáutica, bem como as excludentes de responsabilidade descritas no Código de Defesa do Consumidor. No que diz respeito ao dano moral, afirmar que o mesmo não restou restou demonstrado, já que o rompimento contratual não implica em lesão extrapatrimonial. Arremata, asseverando que o presente caso resume-se a um mero aborrecimento, e, a título de pedido alternativo, requer a redução da indenização a que foi condenada. Devidamente intimado, o apelado apresentou contrarrazões ao recurso (fls. 140/152) para pugnar pela manutenção da sentença. Instada a se pronunciar, a douta Procuradoria de Justiça ofertou parecer opinando pelo desprovimento do recurso (fl. 157/159). É o relatório. VOTO termos: Adoto parte do relatório da decisão recorrida, redigido nos seguintes Trata-se de Ação de indenização por Ato Ilícito, ajuizada por Karolyne Cabral Maroja Limeira, qualificada nos autos, em face da Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A, igualmente qualificada, ao fundamento de que adquiriu passagem aérea com a promovida, com embarque marcado para o dia 03/04/2013, de João Pessoa a Campo Grande, entretanto, o voo partiu de João Pessoa com duas horas de atraso, sendo garantido por atender da requerida que não haveria perda de conexão, mas não foi o que ocorreu, pois ao desembarcar em São Paulo, às 6h35m, foi informada de que o seu voo já havia partido com destino a Campo Grande. Alega, ainda que a promovida não tomou nenhum medida para reacomodação da passageira em outro voo, ou lhe forneceu alimentação e, sequer, responsabilizou-se pelo pagamento de táxi ou acomodação em hotel; que, tal fato ocasionou diversos transtornos à promovente, que tinha compromissos de trabalho a cumprir em Campo Grande, tendo havido atraso de oito horas no horário de embarque. Requer, por fim a condenação da demandante ao pagamento de indenização por danos morais, no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), fls.02/04. Citada, a promovida apresentou contestação, aduzindo, preliminarmente, a ilegitimidade passiva para responder a demanda. O pedido de reparação de dano decorre de fato do serviço (art. 14 do CDC), de forma que a inversão do ônus da prova é automática e resulta do 3º do art. 14 do CDC. Em tal

situação, o prestador de serviços só não responde pelos danos se provar que a culpa é exclusiva do consumidor ou terceiro, o que não ocorreu no presente caso. Dispõe o artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor que: Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. 1 O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; (...) 3 O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar: I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste; II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro. (...) Se não provado pelo fornecedor de serviços qualquer dessas hipóteses excludentes, torna-se objetivamente responsável pela reparação dos danos causados pelo vício na prestação de serviço, como consequência do risco da atividade desenvolvida. Conforme bem enalteceu o magistrado de primeiro grau: (...) conquanto afirme a demandada que forneceu completo auxílio à autora, não fez provas nos autos, em cumprimento ao que dispõe o art.333, II do CPC, anexando, apenas, as telas do sistema da empresa, dando conta do atraso dos voos, bem como que a promovente foi acomodada em hotel (fls.23 e 25). Seria muito cômodo para as empresas aéreas se eximirem de responsabilidades, por atraso nos voos, alegar que teve problemas climáticos. Quanto ao valor, recomenda-se que o julgador se paute pelo juízo da equidade, levando em conta as circunstâncias de cada caso, devendo o quantum da indenização corresponder à lesão e não a ela ser equivalente, porquanto impossível, materialmente, nesta seara, alcançar essa equivalência. Deve-se considerar na sua fixação, a dupla finalidade do instituto, cujos objetivos são, por um lado, a punição do ofensor, como forma de coibir a sua reincidência na prática ilícita e, por outro, a compensação da vítima pela dor e sofrimento vivenciados. Assim, considera-se o valor fixado R$ 5.000,00 (cinco mil reais) justo e razoável ao fim a que se destina Ante o exposto, NEGO PROVIMENTO AO RECURSO APELATÓRIO, mantendo a sentença prolatada em todos os seus termos.

É como voto. Presidiu a sessão o Exmo. Sr. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides. Participaram do julgamento o Exmo. Sr. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides, o Exmo. Sr. Dr. Carlos Antônio Sarmento (Juiz Convocado para substituir o Des. José Aurélio da Cruz) e o Exmo. Sr. Dr. Ricardo Vital de Almeida (Juiz Convocado para substituir a Desª. Maria das Graças Morais Guedes). Promotor de Justiça. Presente ao julgamento o Exmo. Dr. Rodrigo Marques da Nóbrega, João Pessoa, 04 de outubro de 2016. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Relator

Presidiu a Sessão o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho. Participaram do julgamento o Exmo. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides, o Exmo. Des. Genésio Gomes Pereira Filho e o Exmo. Dr. João Batista Barbosa, Juiz em substituição ao Exmo. Des. Márcio Murilo da Cunha Ramos. Presente ao julgamento o Dr. Doriel Veloso Gouveia, Procurador de Justiça. João Pessoa, 31 de agosto de 2016. Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Relator

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO GABINETE DO DES. SAULO HENRIQUES DE SÁ E BENEVIDES Apelação Cível nº 0040083-27.2013.815.2001 5ª Vara Cível da Capital RELATÓRIO Trata-se de Apelação Cível interposta pela VRG Linhas Aéreas S/A. contra a sentença de fls. 110/114, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 5ª Vara Cível da Capital, nos autos da Ação de Indenização por Danos Morais, que julgou procedente o pedido da parte autora, condenando a empresa apelante ao pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) à título de dano moral, corrigido a partir da prolação da sentença, com acréscimo de juros de mora a partir da data da citação. Irresignada, a empresa Gol Linhas Aéreas interpôs o presente recurso apelatório (fls. 118/135), alegando, em síntese, o atraso no voo da apelada se deu em razão de fatores meteorológicos na cidade do Rio de Janeiro, ocasionando assim a quebra do nexo causal do dano alegado pela recorrente. Adverte que toda assistência foi dada a demandante. Alega ainda, que deve se aplicar ao presente caso o Código Brasileiro de Aeronáutica, bem como as excludentes de responsabilidade descritas no Código de Defesa do Consumidor. No que diz respeito ao dano moral, afirmar que o mesmo não restou demonstrado, já que o rompimento contratual não implica em lesão extrapatrimonial. Arremata, asseverando que o presente caso resume-se a um mero aborrecimento, e, a título de pedido alternativo, requer a redução da indenização a que foi condenada. Devidamente intimado, o apelado apresentou contrarrazões ao recurso (fls. 140/152) para pugnar pela manutenção da sentença.

Instada a se pronunciar, a douta Procuradoria de Justiça ofertou parecer opinando pelo desprovimento do recurso (fl. 157/159). É o Relatório. Inclua-se em pauta. João Pessoa, 31 de agosto de 2016 Des. Saulo Henriques de Sá e Benevides Relator